quinta-feira, 25 de maio de 2023
1309 - Faculdade de Medicina da UFC - 75 Anos!
quinta-feira, 18 de maio de 2023
1308 - O cinto de segurança de três pontos
Em apenas três meses, Bohlin (foto) criou o cinto de segurança de três pontos, um item que mudaria para sempre os padrões de segurança do setor automobilístico.
Estima-se que esse item criado por Bohlin tenha salvado mais de 1 milhão de vidas. E Bohlin foi incluído no Hall da Fama dos Inventores, nos Estados Unidos, como Thomas Edison e Graham Bell, inventores da lâmpada elétrica e do telefone, respectivamente.
O inventor sueco morreu na manhã em que receberia sua premiação. Örnmark, seu enteado, o substituiu na cerimônia.
"Foi a coisa mais difícil em minha vida, confessou ele à BBC. Em seu discurso de agradecimento, no qual ele terminou dizendo:
quinta-feira, 11 de maio de 2023
1307 - As plantas respiram?
Sim, elas respiram. E pelo processo aeróbico.
É comum as pessoas pensarem que as plantas suprem todas as suas
necessidades através da absorção da água e que o gás carbônico absorvido na
fotossíntese substitui totalmente o fenômeno da respiração. Ou até mesmo
nem sabem que as plantas possuem essa função.
Todo vegetal respira. Indo além, é correto afirmar que nem todas as partes de
uma planta fazem fotossíntese, mas todas as partes da mesma planta respiram.
Um exemplo fácil de entender são as raízes que vivem no interior do solo. A
fotossíntese somente ocorre na presença de luz. Se a raiz está escondida da
luz solar, não fará fotossíntese.
Para o ser humano a ideia de respirar está aliada ao fato de possuirmos
pulmões e facilmente identificada pela evidência dos movimentos musculares
que ocorrem durante a respiração.
Com os vegetais não é assim, a respiração se dá através da respiração
celular. A ausência de pulmões não permite que existam movimentos. E isso
nos dá a falsa ideia de que não respiram. A respiração é um fenômeno distinto
da fotossíntese embora uma seja espelho da outra. Grosso modo, a respiração
e a fotossíntese mantêm o vegetal vivo. Isso significa que a planta, em um
ambiente sem oxigênio, irá morrer.
A respiração não significa apenas suprir o vegetal com oxigênio ou efetuar uma
simples troca de gases: inspirar oxigênio e expirar gás carbônico. Acreditem,
transforma também o oxigênio em água.
No caso da planta, a respiração promove a energia através da quebra da
molécula de sacarose. Considere um palito de fósforo queimando após riscá-lo.
A molécula de sacarose é a cabeça do fósforo e a lixa é o oxigênio. Ao entrar
em contato com o oxigênio a sacarose se transforma em energia como no caso
da cabeça do fósforo, gerando inclusive calor e luz. Apenas não gera a fumaça.
A Fisiologia Vegetal foi mais além e descobriu que existe uma taxa
respiratória nos vegetais, sendo essa taxa variável de acordo com a idade, o
ambiente, a espécie, a estação do ano e, por incrível que pareça, para cada
órgão.
A respiração é importantíssima para o crescimento do vegetal. O metabolismo
da planta é maravilhoso. Funciona em um sincronismo espetacular. Dizem – e
concordo – que as plantas são os seres vivos mais perfeitos sobre a face da
Terra. Não é à toa, pois elas produzem seu próprio alimento, são seres
autotróficos, estão aqui na Terra há muito tempo antes de nós.
segunda-feira, 1 de maio de 2023
1306 - Hospital de Messejana 90 anos
Faça um passeio virtual pelos monumentos históricos do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes que, neste 1.º de maio, completou 90 anos.
quinta-feira, 27 de abril de 2023
1305 - Esteatopigia
Na esteatopigia está presente uma hiperlordose lombar devido ao deslocamento do centro de gravidade, que faz com que a coluna seja puxada para frente para manter o equilíbrio corporal. E que que os joelhos geralmente se posicionem para dentro e para trás como uma forma de compensação.
Na Inglaterra vitoriana, em espetáculos de aberrações eram apresentadas mulheres com esta condição. O exemplo mais emblemático foi a sul-africana Saartjie Baartman.
quinta-feira, 20 de abril de 2023
1304 - Abreviaturas em prescrições
ad lib. (ad libitum) – use o quanto quiser; livremente
alt. h. (alternis horis) - a cada duas horas
e.m.p. (ex modo prescripto) - conforme indicado
ex. aq. - em água
h.s. (hora somni) – na hora de dormir
noct. (nocte) – à noite
n.p.o. (non per os) – nada por via oral
p.c. (post cibum) – após as refeições
p.o. (per os) - por via oral
s.a. (secundum artum) – use seu julgamento
s.o.s. (si opus sit) - se houver necessidade
+ abreviaturas AQUI
Napoleão Bonaparte descreveu a medicina como "uma coleção de prescrições incertas cujos resultados, tomados coletivamente, são mais fatais do que úteis para a humanidade".
sexta-feira, 14 de abril de 2023
1303 - O caráter translacional da pesquisa de Carlos Chagas
Nascido em 9 de julho de 1878 no município de Oliveira (Minas Gerais), Carlos Justiniano Ribeiro Chagas (1878-1934) se tornaria um dos nomes mais proeminentes da história da medicina não só no Brasil, mas em todo o mundo.
Com uma trajetória brilhante e dedicada à Saúde Pública, ele foi o primeiro cientista no mundo a descrever completamente uma doença infecciosa (patógeno, vetor, hospedeiros, modo de transmissão, manifestações clínicas etc.), a Doença de Chagas. Um feito que, no dizer da Dra. Simone Petraglia (Fiocruz), reforça o caráter translacional do trabalho desenvolvido por este grande vulto da medicina brasileira.
A pesquisa translacional envolve um processo conhecido por translação do conhecimento, no qual o foco da investigação científica na área da saúde adquire um fluxo de informação bidirecional entre as pesquisas básica e clínica, resultando em uma aplicabilidade real do conhecimento e de novas tecnologias, melhorando a aplicação clínica de novos conceitos terapêuticos, e, finalmente, proporcionando benefícios diretos aos principais interessados neste processo: os pacientes.
Dizem que o Nobel de 1921 seria dele, mas não o deram (nem a ninguém, ficou vago) por oposição de brasileiros influentes, dentre os quais, a de um médico.
À época, o maior crítico de Carlos Chagas era o médico Júlio Afrânio Peixoto.
Deu na seção "Há 100 anos" da Folha de SP:
Abordando a vida e a obra de Carlos Chagas, em "Doença de Chagas: a Polêmica na ANM e as Especulações sobre o Prêmio Nobel" (subtema de um simpósio ocorrido na Academia Nacional de Medicina, em 2019), o Dr. Paulo Gadelha (Fiocruz), ao analisar as discussões ocorridas na Academia Nacional de Medicina, destacou como principais personagens o próprio Dr. Carlos Chagas, Miguel Couto, Júlio Afrânio Peixoto, Clementino Fraga e Paulo de Figueiredo Parreiras. Segundo o Dr. Paulo Gadelha, essas discussões estiveram centradas em três eixos: do saber (paternidade da descoberta, contribuições de outros pesquisadores etc.); do poder (Instituto de Manguinhos e a Saúde Pública) e da ética (apropriação da descoberta, ocultação de trabalhos de colaboradores e criação de uma "epidemia imaginária"). Além desses fatos, também esteve em discussão a imagem do Brasil que, despontando como uma nação receptora de imigração, poderia sofrer com a associação a "um país de doentes".
Também foram abordadas as especulações sobre o Prêmio Nobel, que ganharam força após o grande destaque recebido por Carlos Chagas na Exposição de Dresden (1911) e da concessão do Prêmio Schaudinn em 1912. No entanto, após análise dos registros históricos, apresentados, o Dr. Paulo Gadelha ressaltou que não existem evidências que suportem a hipótese de que a oposição enfrentada por Carlos Chagas na Academia Nacional de Medicina tenha sido um dos motivos para ele não ter recebido a premiação. Destacou, ainda, a não existência de documentos que comprovem a especulação de que o Comitê Nobel tenha se dirigido a instituições brasileiras e que essas tenham desaconselhado a premiação.
Fonte: https://www.anm.org.br/vida-e-obra-de-carlos-chagas-sao-celebradas-em-simposio-na-academia-nacional-de-medicina/
quinta-feira, 6 de abril de 2023
1302 - O oxigênio que respiramos
Simplesmente ter átomos de oxigênio nos pulmões não é suficiente para respirar. Precisamos especificamente de O2 - oxigênio gasoso e molecular, que representa 21% da atmosfera.
Em massa, a H2O é 88,8% de oxigênio. Mas não podemos respirar água, que é a "cinza" da queima do hidrogênio.
Se qualquer outra forma de oxigênio estiver presente, pode ser inútil ou pior que inútil.
Por exemplo, o CO2 é dióxido de carbono - um gás levemente tóxico que produzimos como subproduto do consumo de oxigênio e que exalamos a cada respiração. Mas se tentarmos respirar CO2 (sem O2 adequado disponível), sufocaremos.
O CO é monóxido de carbono - um gás consideravelmente mais tóxico que na verdade desloca O2 em nossa corrente sanguínea, causando novamente asfixia.
N2O é o óxido nitroso - "gás do riso". É um anestésico geral comum e o deixará tonto, mas em grandes quantidades, isso também o matará.
H2SO4 é ácido sulfúrico... não tente respirar isso (mesmo ou especialmente na forma gasosa), a menos que você goste de seus pulmões derretendo.
Até o O- (um único átomo de oxigênio não ligado) é chamado de "radical livre" e é realmente incrivelmente destrutivo para as células. É disso que estamos tentando nos livrar quando comemos ou bebemos "antioxidantes" para a saúde.
Anthony Zarrela, Quora
quinta-feira, 30 de março de 2023
1301 - A fratura do boxeador
Sim, ele exerceria a mesma força na própria mão. Contudo, a força é dissipada pela luva de boxe.
Atualmente, apesar da controvérsia, as luvas são destinadas a proteger não só as mãos de um lutador, mas também proteger o outro lutador de lesões aparentes. A controvérsia está em que usando luvas, um lutador pode gerar um impacto muito maior nos golpes que aplica, repetidas vezes, sem machucar as mãos, aumentando o risco de lesionar o oponente de modo mais severo.
quinta-feira, 23 de março de 2023
1300 - Dentro de um pulmão de ferro há 65 anos
Nas sete décadas seguintes, Paul contou com um pulmão de ferro para fazer o que seu diafragma não conseguia mais fazer. O pulmão de ferro usava a pressão do ar para expandir e desinflar seus pulmões, mas, apesar das repetidas tentativas dos médicos de fazê-lo respirar sozinho, Paul simplesmente não conseguia.
Isso foi até que ele descobriu uma técnica conhecida como respiração glossofaríngea (respiração de sapo). Essa técnica envolvia engolir o ar para forçá-lo a entrar nos pulmões. Com a ajuda de sua fisioterapeuta, a Sra. Sullivan, Paul praticou essa técnica de respiração até conseguir fazê-la sozinho por três minutos inteiros, ganhando um cachorrinho chamado Ginger, conforme prometido. Com o tempo, Paul foi capaz de usar essa técnica fora do pulmão de ferro e até se formou em direito.
Apesar de suas deficiências, Paul viveu uma vida plena e significativa. Ele viajava de avião, morava sozinho, frequentava clubes de strip-tease e rezava na igreja. Ele escreveu um livro sobre sua vida intitulado "Three minutes for a dog: My life in an iron lung", que escreveu inteiramente sozinho com uma caneta presa na boca.
quarta-feira, 15 de março de 2023
1299 - A vacina bivalente contra a covid-19
Enquanto nos Estados Unidos a recomendação é de uma dose única de reforço em toda a população a partir de cinco anos de idade pelo menos dois meses após o esquema primário de qualquer vacina contra a covid-19, na União Europeia, a indicação é para pacientes e funcionários de instituições de longa permanência, profissionais de saúde, gestantes, idosos (60 anos), imunocomprometidos e pessoas com comorbidades relevantes.
No Brasil, a recomendação é ofertar a dose de reforço para pessoas acima de 60 anos, gestantes, puérperas, pacientes imunocomprometidos, pessoas com deficiência, pessoas vivendo em instituições de longa permanência, povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas e profissionais de saúde. No total, 52 milhões de pessoas são elegíveis para receber a dose de reforço.
Os dados de efetividade das vacinas bivalentes são escassos, mas indicam que houve proteção adicional para as pessoas que se vacinaram com o novo imunizante. Os resultados do estudo Effectiveness of bivalent boosters against severe omicron infection, recém-publicado no periódico New England Journal of Medicine, deixam evidente que a dose de reforço ajuda na prevenção de hospitalização e óbito por covid-19. Na Figura S2 do artigo, fica claro que, apesar de as vacinas de reforço monovalentes gerarem proteção adicional contra hospitalizações e óbitos por infecção pela variante Ômicron, a duração dessa proteção é mais curta quando comparada à das vacinas bivalentes. Talvez esse seja o principal argumento para utilizar as vacinas bivalentes em vez das vacinas monovalentes em população com maior risco de complicações por covid-19: garantir uma proteção mais duradoura contra hospitalizações e óbitos.
DOI: 10.1056/NEJMc2215471
quarta-feira, 8 de março de 2023
1298 - O Museu da Vacina
No espaço, os visitantes poderão conhecer, de forma cronológica, a evolução da ciência no desenvolvimento das vacinas.
A ideia do Museu da Vacina nasceu em 2018 e sofreu atrasos em sua execução por conta da pandemia. Ele foi construído na Casa Rosa (foto), prédio que foi a primeira sede da Fazenda Butantan.
quinta-feira, 2 de março de 2023
1297 - Os genes de Mendel oferecem pistas sobre sua vida
O caixão de Mendel parecia ser de metal no fundo. Estava forrado com alguns jornais datados de pouco antes de sua morte, o que parecia bastante conclusivo. Ainda assim, Pardy diz que eles queriam evidências ainda melhores de que este caixão continha os restos mortais de Mendel.
"Na verdade, tivemos a ideia de examinar seus pertences pessoais porque sabíamos que precisávamos de algum material de referência para confirmar sua identidade", diz Pardy.
Curadores de museus locais permitem que eles esfreguem itens como os microscópios de Mendel, seus óculos, registros escritos de suas medições meteorológicas e uma cigarreira. A equipe também procurou cuidadosamente nos livros favoritos de Mendel e, em um livro sobre astronomia, encontrou um fio de cabelo.
Ao olhar para o DNA de tudo isso e compará-lo com o DNA do esqueleto, eles tiveram certeza de que haviam encontrado o corpo de Mendel. O sequenciamento de seu DNA revelou variantes genéticas ligadas a diabetes, problemas cardíacos e doenças renais. A variante que mais intrigou Fairbanks estava em um gene associado à epilepsia e a problemas neurológicos.
“Ele sofreu ao longo de sua vida de algum tipo de distúrbio psicológico ou neurológico que o levou a ter colapsos nervosos muito graves”, diz Fairbanks. “Isso pode muito bem ter sido uma condição hereditária – e essa foi uma descoberta fascinante que esses cientistas fizeram”.
O que Mendel faria?
Fairbanks pensou em como Mendel se sentiria ao ser perturbado em seu túmulo para satisfazer a curiosidade dos cientistas de hoje.
"Tendo a pensar, pelo que sei sobre ele, que ele pode ter ficado muito feliz com isso", diz Fairbanks. "Mas é claro que não podemos perguntar diretamente a ele."
Pospíšilová também se inclina para essa teoria.
"Acreditamos que ele ficaria feliz. Sabemos que ele estava muito entusiasmado com todos os tipos de pesquisa", diz ela - observando que pouco antes de morrer, Mendel solicitou que uma extensa autópsia fosse feita.
"Ele não era contra a pesquisa em seu próprio corpo", diz ela.
Embora Mendel não soubesse nada sobre o DNA ou o papel que ele desempenhava nos padrões de herança que ele observava tão de perto, diz ela, com toda a probabilidade "ele não se importaria de fazer parte da pesquisa, mesmo depois de sua morte".
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023
1296 - Exumação de Mendel, o pai da genética
Desenterrando seu corpo e sequenciando seu DNA, é claro.
Foi isso que uma equipe de cientistas da República Tcheca fez em 2022 para homenagear Gregor Mendel, um cientista e frade cujos experimentos em meados do século XIX lançaram as bases para a genética moderna.
Mendel viveu e trabalhou em Brno, a segunda maior cidade da República Tcheca. Com 2022 marcando o bicentenário do nascimento de Mendel, os pesquisadores locais - onde Mendel continua sendo uma espécie de herói da cidade natal - procuraram maneiras de lembrar o homem e homenagear o momento. As possibilidades incluíam um festival, uma conferência científica e uma estátua.
O astrônomo Jiří Dušek, diretor do Observatório e Planetário de Brno, questionou se o fundador da genética já havia sido submetido a algum teste genético.
"Então esse foi o começo", diz Šárka Pospíšilová , geneticista que também é vice-reitor de pesquisa da Universidade Masaryk em Brno.
Uma ideia 'maluca' se torna realidade
A princípio, ela diz que a ideia de analisar os genes de Mendel parecia "louca".
Ainda assim, Pospíšilová consultou diferentes especialistas da universidade para perguntar o que seria possível.
"Perguntei aos antropólogos que tinham experiência com análise de restos mortais de várias personalidades históricas", lembra ela. Ela também consultou arqueólogos.
Exumar Mendel de seu túmulo em Brno e realizar testes genéticos em seus restos mortais acabou sendo um projeto factível – contanto que eles pudessem obter permissão dos agostinianos. Essa é a ordem religiosa à qual Mendel pertencia e com a qual ele permanece: pensava-se que a tumba agostiniana no cemitério central da cidade continha o corpo de Mendel.
Os líderes religiosos locais consultaram os agostinianos em Praga, seu bispo e, finalmente, os agostinianos em Roma. Eventualmente, a permissão foi concedida.
Um gigante da genética
Filip Pardy , um biólogo molecular da equipe de pesquisa, sentiu que um grande senso de responsabilidade vinha fazer parte desse esforço.
"Gregor Mendel é uma pessoa que é ensinada no primeiro curso de genética da universidade", diz Pardy. "Todo mundo sente que ele é muito importante, especialmente aqui em Brno. Ele é uma espécie de modelo... que esteve no início de tudo o que fazemos."
Mendel estava à frente de seu tempo na maneira como usou a matemática para estudar padrões de herança em plantas de ervilha ao olhar para coisas como cor da flor e altura da planta, diz Pardy.
"Ele analisou um conjunto de cerca de 25.000 plantas para realmente acertar seus números e criar as fórmulas", diz Pardy. "E, nesse sentido, ele também foi um tipo de visionário e um passo à frente."
Os experimentos de Mendel com plantas foram conhecidos e respeitados durante sua vida, mas sua fama realmente decolou depois de 1900, quando os geneticistas redescobriram seu trabalho e perceberam suas implicações.
"Ninguém na época, incluindo Mendel, creio eu, suspeitava que seu trabalho seria tão inovador em termos de ser uma importante teoria científica", diz Daniel Fairbanks, geneticista de plantas e autor de um livro chamado Gregor Mendel: His Life and Legado.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023
1295 - Envenenamentos pelo arsênico
Mas nem todos tinham tanta certeza.
O arsênico, o elemento básico do mistério do assassinato moderno, estava em toda parte na vida de qualquer pessoa rica e de bom gosto na Inglaterra vitoriana.
Depois que os químicos descobriram que podiam produzir verdes brilhantes com arsênico no final de 1700, a cor tornou-se irresistível para aqueles que podiam pagar. E se você fosse saudável, sua vida com ele seria ótima.
Senhoras e senhores do final dos anos 1700 e início dos anos 1800 já tinham arsênico em sua maquiagem, em suas perucas e nos tecidos que usavam. Ninguém sabia ao certo por que alguns deles estavam ficando doentes.
Famílias na Grã-Bretanha perderam todos os seus filhos para o que agora sabemos ser envenenamento por arsênico sem nunca saber a verdade, mesmo quando alguns médicos e cientistas começaram a falar sobre o perigo no início de 1800.
Mas o mistério começou a ser desvendado com o papel de parede. As pessoas já sabiam que o arsênico podia matar e, à medida que os sintomas surgiam naqueles que não tinham uma constituição tão forte, alguns viram escrito na parede de que algo estava muito, muito errado.
A pressão pública fez com que os fabricantes relutantemente removessem o arsênico de seus produtos. E o momento era certo, pois os fabricantes já estavam lançando cores novas e ainda mais brilhantes com a invenção de corantes sintéticos já em 1850.
Embora os resistentes ainda ridicularizassem a noção de que o arsênico poderia saltar do papel de parede ou do vestido de alguém e matá-los, a evidência acabou se tornando clara demais para ser ignorada e, no final dos anos 1800, a era do arsênico havia sido amplamente ocultada para aguardar uma geração futura para descobrir.
Que aqueles de vocês que descobrem esses fragmentos luminescentes da história sejam os mais sábios, e tenham cuidado!
Samaha, L. What's a substance that was once used widely but is now known to be toxic? QUORA
Trad.: PGCS
Arquivo
495 - O trono do conhecimento
993 - O teste de Marsh
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023
1294 - Zoonoses
Classicamente, consideramos zoonose apenas as doenças de transmissão entre vertebrados. Entretanto, há autores que também consideram como parte desse grupo as infecções transmitidas por artrópodes, tais como carrapatos, pulgas, piolhos e mosquitos.
As doenças zoonóticas podem ser causadas por vírus, bactérias, protozoários, fungos e helmintos. Frequentemente, os animais que transmitem esses germes são domesticados e têm aparência saudável.
São mais de 200 as doenças que podem ser transmitidas entre animais e homens.
Também é oportuno lembrar que diversas zoonoses são transmitidas por animais domesticados, mas não caseiros, como porcos, bois, ovelhas, patos e galinhas.
As principais formas de transmissão das zoonoses são:
- Contato direto: com saliva, sangue, pus, urina, fezes, secreções respiratórias e outros fluidos corporais de um animal infectado. Mordidas e arranhões entram nesse grupo.
- Contato indireto: com áreas onde os animais vivem, incluindo objetos, meios ou superfícies que possam ter sido contaminados.
- Vetores: picadas de carrapato, mosquito, percevejo ou pulga.
- Alimentos: ingestão de alimentos contaminados, como leite não pasteurizado, carne ou ovos mal cozidos ou frutas e vegetais crus contaminados com dejetos de um animal infectado. Manuseio de comidas para pets.
Fonte: http://www.gov.uk/government/publications/list-of-zoonotic-diseases/list-of-zoonotic-diseases
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
1293 - Óculos para o olfato
A equipe desenvolveu seu protótipo e agora está se preparando para iniciar testes clínicos. O principal problema não é exatamente restaurar o olfato de uma pessoa, mas sim ensinar o aparelho a simular cada cheiro. Embora os seres humanos não tenham o melhor olfato do mundo animal, nossos narizes têm um número respeitável de 400 receptores olfativos que podem reconhecer milhares de cheiros diferentes. Mapear esses odores em um processador requer treinamento personalizado para cada paciente.
Nesse caso, os pesquisadores esperam começar um pouco mais humildes. O primeiro objetivo é restaurar a capacidade dos pacientes de perceber odores que são importantes para eles.
- Não tenho certeza até que ponto uma pessoa estaria disposta a se submeter a uma cirurgia para recuperar o olfato.
- Ninguém dá valor ao que tem até perdê-lo.
https://es.gizmodo.com/estas-gafas-no-son-gafas-de-ver-son-gafas-de-oler-1849680797
https://spectrum.ieee.org/covid-smell-prosthetic
quinta-feira, 26 de janeiro de 2023
1292 - Experimento. Seis médicos engolem cabeças de LEGO
Quatro anos depois, os médicos contam tudo o que passaram para testar a passagem das cabeças de LEGO:
https://defector.com/an-oral-history-of-the-time-six-doctors-swallowed-lego-heads-to-see-how-long-theyd-take-to-poo/
https://www.neatorama.com/2018/11/27/How-Long-Does-It-Take-to-Pass-a-LEGO-Piece/
https://www.metafilter.com/197353/Its-a-One-Way-Trip-to-Brown-Town
quinta-feira, 19 de janeiro de 2023
1291 - Homem é atingido por um disparo de sua arma de fogo durante a realização de um exame de RM
O caso ocorreu dentro do Laboratório Cura, no Jardim Paulista, na região central de São Paulo.
Aparelhos de ressonância magnética são ímãs superpotentes (capazes de criar campos magnéticos até 100.000 vezes maiores do que o da Terra). Por isso, é proibido haver objeto ferromagnético na sala de RM, durante o funcionamento do aparelho.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2023
quarta-feira, 4 de janeiro de 2023
1289 - O brasileiro que criou a abreugrafia
Este exame do pulmão, que começou a ser desenvolvido há cerca de 100 anos e revolucionou o diagnóstico e o tratamento da tuberculose, foi inventado pelo médico brasileiro Manoel Dias de Abreu — daí o seu nome — e que, por isso, ele foi indicado três vezes ao Prêmio Nobel, em 1946, 1951 e 1953.
A ideia, que demorou mais de uma década para ser desenvolvida, consistia em fotografar com um filme comum, bem mais barato, pois a fotografia com câmeras portáteis já era uma prática disseminada no começo do século passado.
"Assim, a imagem dos raios-x atravessando a pessoa examinada era gerada em uma tela de material fluorescente, que fazia parte do aparelho", explica Schulz. "E essa imagem, agora em luz visível, era fotografada da mesma forma como fotografamos uma paisagem qualquer."
Segundo o médico radiologista Cesar Higa Nomura, presidente da Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (SPR), "a abreugrafia era um método rápido e eficiente para diagnóstico de tuberculose com baixo custo, uma vez que os filmes fotográficos eram mais baratos que os radiográficos. Além disso, era um método portátil que permitiu o uso em larga escala", acrescenta. Enquanto um filme radiográfico tem um tamanho de 30 x 40 cm, os usados nas câmeras comuns — e na abreugrafia, portanto — medem apenas 35 mm ou 70 mm.
Abreu nasceu na cidade de São Paulo, no dia 4 de janeiro de 1892, terceiro filho do português da Província do Minho, Júlio Antunes de Abreu, e da paulista Mercedes da Rocha Dias, de Sorocaba. Ele ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro com apenas 15 anos e se formou aos 21, em 1913. Pouco depois ele e a família partiram para Paris, onde Abreu pretendia continuar e aperfeiçoar seus estudos. Por causa da 1ª Guerra Mundial, no entanto, teve de ficar em Lisboa até 1915, quando enfim se mudou para a capital francesa, onde permaneceu por 8 anos.
Em Paris, Abreu se convenceu de que a fotografia da tela fluorescente, o écran, nos exames feitos com raios-x, poderia ser uma forma barata de diagnosticar a tuberculose em massa. Ele até tentou, por volta de 1919, fazer a fotografia da tela, mas esbarrou em obstáculos técnicos. A luminosidade da fluorescência do écran era muito fraca, longe de ser suficiente para ficar marcada nos filmes com sais de prata das máquinas fotográficas comuns em tão mínima fração de segundo.
Finalmente em 1936, no Rio de Janeiro, ele conseguiu obter a radiofotografia do écran, então com nova tecnologia que dava maior fluorescência à tela. Abreu batizou seu invento de roentgenfotografia, em homenagem ao descobridor dos raios x (Wilhelm Conrad Röntgen). O nome foi usado no Brasil até 1939, quando o presidente do 1º Congresso Brasileiro de Tuberculose, Ary Miranda, propôs a mudança para abreugrafia, em honra de seu inventor. A proposta foi aprovada por unanimidade.
"A invenção ganhou destaque internacional", diz o médico Fabiano Reis, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. "A técnica rapidamente se disseminou e foi incorporada pelos serviços públicos de saúde do Brasil e de outros países." Na época, ela era 100 vezes mais barata que uma radiografia tradicional.
A médica e mestre em Saúde Coletiva, Dilene Raimundo do Nascimento, da área de Pesquisa em História das Ciências e da Saúde, da Casa de Oswaldo Cruz da Fiocruz, lembra que na época a abreugrafia só tinha vantagens. "Pelo seu custo baixo e pela facilidade de operar, tornou possível o exame em massa para o diagnóstico precoce da tuberculose", explica."O diagnóstico precoce da doença possibilitou iniciar o tratamento antes que fosse tarde demais, reduzindo assim o número de mortes".
De acordo com Nomura, a inovação de Abreu teve impacto grande na saúde pública brasileira da época, que lutava contra a tuberculose, com grande número de acometidos pela doença, diagnosticados em estágio avançado e crescente número de mortes. "Só no Rio de Janeiro no início da década de 1920 as estimativas apontavam cerca de 300 mortes por grupo de 100 mil pessoas", diz.
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Aparelho de abreugrafia e técnicos (Vitória, ES) |
Por isso, em 1974, a Organização Mundial da Saúde (OMS) se pronunciou contra o uso da abreugrafia em massa, por expor desnecessariamente a população a doses de radiação. "Atualmente, o exame para detecção de tuberculose é feito pela pesquisa do bacilo de Koch no escarro", conta Reis. "Para rastreamento de algumas patologias pulmonares, são preconizados estudos tomográficos dque permitem detecção de eventuais lesões em seus estágios iniciais."
Apesar disso, a abreugrafia continua sendo lembrada, pelo menos no Brasil, onde o seu Dia Nacional é comemorado em 4 de janeiro, data do nascimento de seu inventor. A homenagem foi estipulada pelo presidente Juscelino Kubitschek, por meio do Decreto nº 42.984, de 3 de janeiro de 1958. Por uma ironia de destino, Abreu viria a morrer quatro anos depois, no dia 30 abril, por causa de uma doença do pulmão — no caso, câncer.
P.S. Em 1963, o corpo clínico do Hospital de Messejana, em Fortaleza-CE, homenageou o insigne médico paulista ao colocar seu nome no Centro de Estudos da instituição. Tive a honra de presidir durante quatro anos (2003 - 2006) o referido Centro de Estudos, contando com a imprescindível colaboração do Sr. Vinício Firmeza de Brito.
Texto extraído de: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-62695479
Em arquivo: Post 11 - Abreu, inventor da abreugrafia, blog Nova Acta
quinta-feira, 29 de dezembro de 2022
1288 - Novos potenciais benefícios da vitamina B12
O potencial benefício das vitaminas é um tema sempre em alta. Novos achados sugerindo que a vitamina B12 possa ter um papel protetor contra a doença de Parkinson, a progressão da esclerose lateral amiotrófica e a gravidade da esteatose hepática, recentemente aumentou o interesse dos leitores do Medscape sobre o tema.
No International Congress of Parkinson's Disease and Movement Disorders (MDS) 2022, pesquisadores apresentaram resultados de um estudo feito com mais de 80.000 mulheres e quase 50.000 homens. A análise avaliou informações sobre alimentação, suplementação e ingestão total de ácido fólico, vitamina B6 e vitamina B12 ao longo de cerca de 30 anos até 2012. Durante o acompanhamento, 495 mulheres e 621 homens foram diagnosticados com doença de Parkinson. Os pesquisadores ajustaram por possíveis fatores de confusão como idade, ano, tabagismo, atividade física, ingestão de bebidas alcoólicas ou cafeína, uso de hormônios (mulheres), ingestão de laticínios e flavonoides, e pontuação na dieta mediterrânea. Eles encontraram uma relação significativa entre o consumo durante o intervalo de 20 anos e o diagnóstico da doença de Parkinson. De modo geral, os resultados respaldam um possível efeito protetor do consumo precoce de vitamina B12 em termos da ocorrência da doença de Parkinson.
Em outro estudo do início de 2022, foi considerado que a administração de uma dose ultra-alta de metilcobalamina (uma forma ativa de análogo da vitamina B12) diminuiu em 43% o declínio funcional de pacientes com esclerose lateral amiotrófica em estágio inicial. A dose de 50 mg foi administrada duas vezes por semana por via intramuscular. No estudo de fase 3, a eficácia foi maior para os participantes que também estavam tomando riluzol, que foi aprovado pela Food and Drug Administration dos EUA para tratar a esclerose lateral amiotrófica. O estudo foi feito com pacientes ambulatoriais de 25 centros de neurologia no Japão com diagnóstico (definitivo ou provável) de esclerose lateral amiotrófica e cujos sinais e sintomas haviam iniciado no ano anterior. Após 12 semanas de observação, os 130 participantes que permaneceram ambulatoriais e tiveram apenas uma redução de um ou dois pontos na pontuação total da Revised Amyotrophic Lateral Sclerosis Functional Rating Scale (ALSFRS-R) foram designados para um tratamento com 16 semanas de duração. A diferença na escala de classificação funcional da esclerose lateral amiotrófica revista entre o medicamento ativo e o placebo foi de 43% em todos os pacientes e de 45% nos pacientes em uso de riluzol.
Outro estudo constatou que a vitamina B12 e o ácido fólico também podem desempenhar algum papel na prevenção ou no retardo da progressão da doença na esteatoepatite não alcoólica (NASH, do inglês NonAlcoholic SteatoHepatitis).Em modelos pré-clínicos, os pesquisadores descobriram que complementar a alimentação com vitamina B12 e ácido fólico aumenta os níveis de sintaxina hepática 17, restaura o seu papel na autofagia e diminui a progressão da esteatoepatite não alcoólica, revertendo a inflamação e a fibrose hepáticas.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2022
1287 - Os cinco estágios do luto
Foram levantados dados sobre esse tema por meio de entrevistas com pacientes em fase terminal. Durante a realização do estudo surgiram muitas questões e ela observou nos relatos que apareciam algumas situações comuns aos pacientes, sendo elencados pela autora como os cinco estágios ou atitudes diante da morte e do morrer.
- O primeiro estágio é marcado pela negação e o isolamento, onde o paciente nega aquele diagnóstico e isola-se como forma de evitar as comunicações que poderiam acabar com sua negação.
- O segundo estágio é a raiva, quando não é mais possível manter a negação do diagnóstico. Diante da nova realidade o paciente pergunta indignado: “Por que isto foi acontecer comigo”?
- A autora segue relatando os estágios e o terceiro é a barganha. Após a revolta com Deus e com as pessoas, a nova tentativa é barganhar ou tentar adiar o inevitável. Na maioria das vezes as barganhas são feitas com Deus.
- O quarto estágio é a depressão. Nesse estágio já não se pode mais negar, e a revolta e a raiva cederão lugar a um sentimento de grandes perdas. A depressão é um instrumento na preparação da perda eminente para facilitar o estado de aceitação.
- O quinto e último estágio é a aceitação. Ele pode ser visto como uma fuga de sentimentos. Seria como se a luta tivesse cessado e fosse chegando o momento de repouso, preparação para o descanso final.
A morte no dicionário da filosofia, por Bárbara Figueiredo. Academia Médica.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2022
terça-feira, 6 de dezembro de 2022
1285 - O mundo grisalho
Criada em 1948, com o objetivo principal de garantir que todas as pessoas do planeta tenham acesso ao mais elevado nível de saúde, a OMS (que é ligada à Organização das Nações Unidas, a ONU) classifica o processo de envelhecimento hunano em quatro estágios:
- meia-idade, de 45 a 59 anos;No Brasil, é a Lei nº 10.741/2003 que reconhece a idade de 60 anos como a passagem para essa fase da vida e que instituiu, no dia 1º de outubro, o "Estatuto do Idoso", destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Desde que entrou em vigor, este estatuto já foi alterado em mais de 20 pontos, por 11 leis. Uma das mais recentes, de 2017, deu prioridade especial no atendimento a idosos que tenham a partir de 80 anos.
- idoso, de 60 a 74;
- ancião, de 75 a 90;
- velhice extrema, acima de 90 anos.
Arquivo
73 - Vacinação em idosos
580 - Que é envelhecer?
842 - Saúde dom idoso
980 - A confusão mental dos idosos
1131 - Kane Tanaka e os supercentenários
1138 - O direito do paciente hospitalar a ter acompanhante
quinta-feira, 1 de dezembro de 2022
1284 - O que é o jet lag
Trata-se de uma condição fisiológica resultante de alterações no ritmo circadiano (distribuição dos períodos de sono-vigília em um ciclo de 24 horas) provocadas por uma viagem, geralmente em aviões a jato (daí o nome em inglês: jet, redução de jet plane, "avião a jato"; e lag, "atraso, retardo"), atravessando vários fusos horários. Em consequência, após a viagem, o relógio interno (relógio biológico) não estará ajustado ao horário local. Ocorre então um distúrbio do transitório sono.
Quando uma pessoa viaja entre vários fusos horários, o horário do seu relógio biológico não é igual ao do local de destino. Os períodos de vigília e de repouso, assim como a regulação hormonal, deixam de corresponder ao ciclo dia-noite do ambiente. Desde o momento da sua chegada ao destino até a adaptação ao horário local, a pessoa estará sofrendo um jet lag.
A rapidez em que o corpo se ajusta ao novo horário varia de pessoa para pessoa. Enquanto algumas pessoas demoram muitos dias para se adaptar ao novo horário, outras demoram poucas horas para fazê-lo.
A condição não depende da duração do voo, mas da distância leste-oeste (ou oeste-leste) viajada. Por exemplo, num voo entre Frankfurt e Joanesburgo, a rota está marcada na mesma zona de fuso horário e, portanto, a viagem não provoca jet lag, enquanto um voo de Nova Iorque a Los Angeles pode causá-lo.
Sintomas
Dentre os sintomas do jet lag, estão principalmente as alterações do sono e a dificuldade em criar um horário certo para dormir ou para fazer refeições. Porém, a pessoa também pode apresentar sintomas como mal estar, diarreia, náuseas, dores de cabeça, ansiedade e irritabilidade.
Como evitar
Para evitar os sintomas do jet lag, é recomendável que a pessoa durma bem antes da viagem e, alguns dias antes, tente se adaptar ao fuso horário de destino, fazendo pequenas mudanças em sua rotina como nos horários das refeições e de dormir. Evite as bebidas alcoólicas durante o voo e procure não ficar deitado e/ou sentado o tempo todo durante a viagem.
quinta-feira, 24 de novembro de 2022
1283 - Casos misteriosos de doença com uma causa incomum
Sem relações ou jornadas comuns
Entre março e julho de 2021, casos da doença infecciosa bacteriana surgiram na Geórgia, Kansas, Minnesota e Texas, com a doença sendo fatal para dois dos afetados. Normalmente, os casos de melioidose ocorrem nos Estados Unidos após viajar para regiões onde o patógeno é prevalente. No entanto, nenhum dos pacientes havia realizado qualquer viagem internacional anterior.
Quando os genomas das cepas bacterianas (Burkholderia pseudomallei) foram sequenciados, eles mostraram um alto nível de concordância, sugerindo uma fonte comum de infecção. A cepa bacteriana é semelhante àquelas encontradas principalmente no Sudeste Asiático. Um produto importado de lá foi levado em consideração como gatilho.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) examinaram amostras de sangue dos pacientes, bem como amostras do solo, água, alimentos e utensílios domésticos em suas casas.
Spray de aroma como um gatilho
Em outubro, a causa da melioidose foi finalmente identificada na casa do paciente da Geórgia: um spray de aromaterapia. A impressão digital genética da cepa bacteriana combinava com a dos outros pacientes. O gatilho comum foi assim descoberto.
O spray contaminado, com aroma de lavanda e camomila para perfumaria de ambientes, foi vendido entre fevereiro e outubro em algumas filiais do Walmart, bem como em sua loja online. O produto foi, portanto, recolhido e verificado se os ingredientes também estavam sendo usados em outros produtos.
O CDC solicitou aos médicos que também levassem em consideração a melioidose se fossem apresentados a infecções bacterianas agudas que não respondessem aos antibióticos normais e que perguntasse se o spray de ambiente afetado havia sido usado.
Mais informações sobre a melioidose
A melioidose é uma doença infecciosa que afeta humanos e animais. O gatilho é a bactéria B pseudomallei . A doença aparece predominantemente em regiões tropicais, especialmente no Sudeste Asiático e no norte da Austrália.
Transmissão
A bactéria pode ser encontrada em água e solo contaminados. É disseminado entre humanos e animais através do contato direto com a fonte infecciosa, como inalação de partículas de poeira ou gotículas de água, ou através do consumo de água ou alimentos contaminados. A transmissão de humano para humano é extremamente rara. Recentemente, no entanto, peixes tropicais de água salgada foram identificados como potenciais portadores.
Sintomas
A melioidose tem uma ampla gama de sintomas, o que pode levá-la a ser confundida com outras doenças, como tuberculose ou outras formas de pneumonia. Existem diferentes formas da doença, cada uma com sintomas diferentes.
quinta-feira, 17 de novembro de 2022
1282 - Anúncio do Hospital de Messejana na década de 1930
quinta-feira, 10 de novembro de 2022
1281 - Equação de Drake aplicada à pandemia da covid-19
A ferramenta é a famosa Equação de Drake, uma fórmula matemática de sete variáveis que o astrônomo Frank Drake desenvolveu em 1961 para estimar a probabilidade de encontrar vida alienígena inteligente na Via Láctea.
"Ainda há muita confusão sobre as vias de transmissão da covid-19. Isso ocorre em parte porque não há uma 'linguagem' comum que facilite o entendimento dos fatores de risco envolvidos," disse Mittal. "O que realmente precisa acontecer para alguém se infectar? Se pudermos visualizar esse processo de forma mais clara e quantitativa, poderemos tomar melhores decisões sobre quais atividades retomar e quais evitar."Mas o risco de se infectar depende muito das circunstâncias. Por isso, o modelo da equipe ampliou a Equação de Drake de sete para dez variáveis de transmissão, incluindo as taxas de respiração das pessoas infectadas e não infectadas, o número de gotas transportadoras do vírus expelidas, o ambiente circundante e o tempo de exposição.
A equação não dá respostas diretas e fáceis. Dependendo do cenário, a previsão de risco da pandemia pode variar muito. Mas, dados os mesmos parâmetros, a comparação entre situações pode ser útil.
Considere o caso de uma academia, por exemplo. A imprensa tem falado exaustivamente que fazer exercícios em uma academia pode aumentar suas chances de pegar covid-19, mas quão arriscado é realmente? "Imagine duas pessoas em uma esteira na academia; ambas respiram com mais dificuldade do que o normal. A pessoa infectada está expelindo mais gotas e a pessoa não infectada está inalando mais gotas. Nesse espaço confinado, o risco de transmissão aumenta em 200 vezes," citou o pesquisador.
A equipe destacou que o modelo pode ser útil para quantificar o valor do uso de máscaras e do distanciamento social. Se ambas as pessoas - contaminada e não contaminada - estiverem usando máscaras N95, o risco de transmissão é reduzido por um fator de 400, ou seja, menos de 1% de chance de pegar o vírus. Mas mesmo uma máscara simples de tecido reduz significativamente a probabilidade de transmissão, de acordo com o modelo.
A equipe também descobriu que o distanciamento social tem uma correlação linear com o risco. Se você dobrar a distância, você dobra o fator de proteção, ou reduz o risco pela metade.
Ajuste dos parâmetros
Como acontece com a previsão da existência de civilizações alienígenas e com a maioria dos modelos de covid-19, algumas variáveis são conhecidas e outras ainda são um mistério. Por exemplo, ainda não sabemos quantas partículas do vírus SARS-CoV-2 inaladas são necessárias para desencadear uma infecção. Variáveis ambientais, como vento ou sistemas de ar-condicionado também são difíceis de especificar com precisão.
"Com mais informações, é possível calcular um risco bem específico. De maneira mais geral, nosso objetivo é apresentar como todas essas variáveis interagem no processo de transmissão," disse Mittal. "Acreditamos que nosso modelo pode servir como base para estudos futuros que irão preencher essas lacunas em nosso entendimento sobre a covid-19 e fornecer uma melhor quantificação de todas as variáveis envolvidas em nosso modelo."DOI: 10.1063/5.0025476
quinta-feira, 3 de novembro de 2022
1280 - Quanto tempo uma pessoa sobrevive sem respirar?
Os mergulhadores Bajau, da Indonésia, que passam muito tempo no oceano caçando criaturas marinhas (peixes, polvos e crustáceos), podem passar até 13 minutos debaixo d'água - sem equipamento de mergulho! Tempo esse que rivaliza com o tempo das lontras marinhas, que podem ficar submersas até 13 minutos de cada vez.
Houve uma adaptação evolutiva nos povos Bajau, que apresentam baços 50% maiores do que os dos indonésios que nâo têm o mesmo estilo de vida aquático. Os baços são importantes no mergulho porque liberam oxigênio no sangue quando a pessoa prende a respiração embaixo d'água.
Atualmente, o recorde mundial de apneia estática (maior tempo de mergulho parado sem respirar) pertence ao suiço Peter Colat, que em 17 de Setembro de 2011, se tornou o ser humano com o maior tempo de apneia, com 21 minutos e 33 segundos sem respirar.
quinta-feira, 27 de outubro de 2022
1279 - De mongolismo a síndrome de Down
Para responder estas questões, é necessário explorar a história da trissomia 21, que se inicia em 1860. Enquanto trabalhava no asilo de Royal Easlwood, na Grã-Bretanha, o doutor John Langdon Down começou a classificar os doentes psiquiátricos, então referidos como "idiotas", baseando-se nos trabalhos de Johann Blumenbach, que dividia a espécie humana em 5 raças (Astecas, Caucasianos, Malaios, Etíopes e Mongóis) de acordo com a descrição e proporções do crânio e face. Notou assim que um grupo tinha uma aparência característica e similar entre todos os indivíduos, e, utilizando um dos pacientes como modelo, escreveu em sua publicação "Observations on an ethnic classification of idiots": um grande número de idiotas congênitos são mongóis típicos. [...]
Na continuidade do seu legado, o seu filho, Reginald Down, era da opinião que a síndrome "devia ser uma regressão para um tipo ainda mais retrógrado que a raça mongol, de onde alguns etnologistas acreditam que todas as raças humanas se originaram". Esta declaração foi citada por Francis Graham Crookshank, epidemiologista britânico, em seu livro "The Mongol in Our Midst". O livro, considerado posteriormente "racismo científico", defendia que a "imbecilidade mongoloide", como chamou à síndrome, era um atavismo retrógrado para a raça mongol, que considerava mais primitiva. Como consequência, os “imbecis mongóis” eram uma raça à parte, diferentes dos outros homens e mulheres. Como argumentos da sua tese, Crookshank apresentou exemplos das características físicas e comportamentais supostamente partilhadas entre os "imbecis" e o povo mongol. No início do século XX, "mongolismo" tinha sido largamente adoptado como descritivo da trissomia 21.
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Cariótipo de doente com síndrome de Down |
Também a Mongólia se envolveu nos pedidos de retificação. Depois de se tornar membro das Nações Unidas em 1961, juntou-se à Organização Mundial de Saúde em 1965, e requereu a redesignação do termo "mongoloide". A partir daí, a condição passou a ser oficialmente chamada síndrome de Down. É mais fácil compreender o prejuízo que esta associação de conceitos traz para mongóis e portadores da síndrome após conhecer a sua origem. Pessoas com a síndrome e mongóis, de igual modo, são rebaixados a uma categoria inferior, menos evoluída, a um erro de Darwin. [...]
Extraído de: Mongólia e os mongolóides, por Margarida Vieira Lisboa. Revista Frontal.
quinta-feira, 20 de outubro de 2022
1278 - Criança fica presa pelos cabelos numa piscina de bolinhas
Semelhantes a ventiladores, exaustores são aparelhos utilizados para evitar superaquecimento, umidade, vapores, fumaça, mofo, odores e outros poluentes. Tallita Assunção, tia da menina ferida, relatou que um dos equipamentos estava instalado por baixo das bolinhas onde as crianças estavam brincando e que, em dado momento, a sobrinha acabou com as pontas dos fios presas ao fundo.
A menina passou cerca de 10 minutos com os cabelos presos ao exaustor, ainda segundo a familiar. A avó da criança, que a acompanhava no passeio, teria pedido ajuda dos funcionários que operavam a atração, mas acabou sendo a responsável por socorrer a própria neta, girando os fios que a prendiam ao aparelho para o lado oposto ao de sua rotação, enquanto as duas aguardavam a chegada dos bombeiros.
"Esse brinquedo, por mais inocente que pareça ser, é um perigo para as crianças. Como podem ver, existem cabelos presos no exaustor. Pois bem, meus caros, esses cabelos são da minha sobrinha. (...) Minha sobrinha passou cerca de 10 minutos sendo puxada por esse exaustor", detalhou Tallita nas redes sociais.
http://www.otempo.com.br/brasil/crianca-de-9-anos-fica-presa-pelos-cabelos-em-brinquedo-de-shopping-em-recife-1.2739838
quinta-feira, 13 de outubro de 2022
1277 - Primeiras cesáreas: no mundo, no Brasil e no Ceará
A primeira cesárea (no mundo) resultando em sobrevida foi feita na cidade de Praga em 1337. Aos 17 anos, a princesa Beatrice (de Bourbon) entrou em trabalho de parto, mas as dores lancinantes fizeram a delicada criatura desmaiar. Uma equipe médica, que cuidava da saúde de seu pai e estava no palácio real, foi chamada e resolveu retirar o menino que nasceu vivo. Após o abdômen ser fechado, para surpresa geral, a princesa acordou e viveu ainda por mais quarenta anos. O filho da parturiente feliz tornou-se o rei Venceslau da Boêmia. Essa data histórica foi comprovada por pesquisadores tchecos que encontraram relatos de conselheiros da Corte descrevendo o ato cirúrgico como um verdadeiro milagre. Antes desse achado, tinha-se como data inaugural da cirurgia heroica o ato realizado em 1500 por um veterinário prático na própria mulher na Suíça.
[...] em 1822, o médico José Correia Picanço realizou em Pernambuco a primeira cesárea em solo brasileiro.
No dia 21 de fevereiro de 1933 foi realizada a primeira cesárea em Fortaleza - Ceará, na Maternidade Dr. João Moreira, da Praça da Lagoinha. A equipe chefiada por Cesar Cals, médico de larga envergadura moral e profissional, contou com a ajuda dos colegas José Frota, José Deusdedit e Juvenil Hortêncio. Concluía-se assim o ciclo de excelência de nossa prática obstétrica e esse ato operatório teve grande importância social.
Fontes
Freitas, Mariano. Cinquenta Mil Mulheres. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2022
http://super.abril.com.br/historia/a-primeira-cesarea-da-historia (ilustração)
quinta-feira, 6 de outubro de 2022
1276 - Prêmio Nobel 2022 em Fisiologia ou Medicina para Svante Pääbo, anunciou o Instituto Karolinska
Por meio de sua pesquisa pioneira, Svante Pääbo realizou algo aparentemente impossível: sequenciar o genoma do Neandertal, um parente extinto dos humanos atuais. Ele também fez a descoberta de um hominídeo anteriormente desconhecido, o Denisova. É importante ressaltar que Pääbo também descobriu que a transferência de genes ocorreu desses hominídeos agora extintos para o Homo sapiens após a migração para fora da África há cerca de 70.000 anos. Esse antigo fluxo de genes para os humanos atuais tem relevância fisiológica hoje, por exemplo, afetando como nosso sistema imunológico reage a infecções.
A pesquisa seminal de Pääbo deu origem a uma disciplina científica inteiramente nova; paleogenômica. Ao revelar diferenças genéticas que distinguem todos os humanos vivos de hominídeos extintos, suas descobertas fornecem a base para explorar o que nos torna exclusivamente humanos. De onde nós viemos?
A questão de nossa origem e o que nos torna únicos tem engajado a humanidade desde os tempos antigos. A paleontologia e a arqueologia são importantes para os estudos da evolução humana. A pesquisa forneceu evidências de que o humano anatomicamente moderno, Homo sapiens, apareceu pela primeira vez na África há aproximadamente 300.000 anos, enquanto nossos parentes mais próximos, os neandertais, se desenvolveram fora da África e povoaram a Europa e a Ásia Ocidental de cerca de 400.000 anos até 30.000 anos atrás, ponto em que foram extintos. Há cerca de 70.000 anos, grupos de Homo sapiens migraram da África para o Oriente Médio e, de lá, se espalharam pelo resto do mundo. Homo sapiens e os neandertais coexistiram em grande parte da Eurásia por dezenas de milhares de anos. Mas o que sabemos sobre nosso relacionamento com os extintos neandertais? As pistas podem ser derivadas de informações genômicas. No final da década de 1990, quase todo o genoma humano havia sido sequenciado. Este foi um feito considerável, que permitiu estudos posteriores da relação genética entre diferentes populações humanas. No entanto, estudos da relação entre os humanos atuais e os extintos neandertais exigiriam o sequenciamento de DNA genômico recuperado de espécimes arcaicos.[...]
Paleogenômica e sua relevância
Através de sua pesquisa inovadora, Svante Pääbo estabeleceu uma disciplina científica inteiramente nova, a paleogenômica . Após as descobertas iniciais, seu grupo concluiu análises de várias sequências genômicas adicionais de hominídeos extintos. As descobertas de Pääbo estabeleceram um recurso único, que é amplamente utilizado pela comunidade científica para entender melhor a evolução e a migração humana. Novos métodos poderosos para análise de sequência indicam que hominídeos arcaicos também podem ter se misturado com Homo sapiens na África. No entanto, nenhum genoma de hominídeos extintos na África ainda foi sequenciado devido à degradação acelerada do DNA arcaico em climas tropicais.
Graças às descobertas de Svante Pääbo, agora entendemos que sequências de genes arcaicos de nossos parentes extintos influenciam a fisiologia dos humanos atuais. Um exemplo é a versão denisovana do gene EPAS1, que confere uma vantagem para a sobrevivência em grandes altitudes e é comum entre os tibetanos atuais. Outros exemplos são os genes neandertais que afetam nossa resposta imune a diferentes tipos de infecções.
http://www.nobelprize.org/prizes/medicine/2022/press-release/
quinta-feira, 29 de setembro de 2022
1275 - A água da chuva não é mais potável?
A notícia apocalíptica do dia, no entanto, que é mencionada apenas de passagem nas notícias é que a água da chuva não é mais potável em nenhum lugar do mundo devido aos agentes químicos prejudiciais à saúde que ela contém . E não é que isso aconteça apenas perto de áreas habitadas e altamente poluídas; refere-se à água da chuva de todos os lugares, incluindo a Antártida, o último canto virgem do planeta.
Os dados vêm de um estudo intitulado "Outside the Safe Operating Space of a New Planetary Boundary for Per- and Polyfluoroalkyl Substances (PFAS)". Os PFAS também são conhecidos como "produtos químicos para sempre". No trabalho, os cientistas compararam os números atuais com os previstos e calcularam o valor planetário global; os resultados antecipam o desastre se as emissões e a produção de PFAS não forem reduzidas imediatamente.
Em outras palavras: a água deve ser profusamente purificada antes de consumi-la, e podemos gradualmente esquecer a pureza idílica da "água fresca da chuva recém caída do céu".
https://doi.org/10.1021/acs.est.2c02765
quinta-feira, 22 de setembro de 2022
1274 - O que torna o açúcar viciante
Isso ocorre porque os alimentos não contêm apenas calorias ou energia para alimentar nossas células; comida contém informação. Quando comemos açúcar, aumenta a glicose no sangue e diz ao corpo para aumentar a insulina, a fim de transportar a glicose para as células. Porém, quando ingerimos açúcar constantemente e apresentamos a glicose sanguínea cronicamente alta desenvolvemos resistência à insulina, que é o predador do desenvolvimento de diabetes tipo 2. A resistência à insulina geralmente vem com aumento do armazenamento de gordura, pressão alta e um perfil de colesterol ruim. A insulina e o açúcar no sangue elevados promovem a inflamação e causam uma cascata hormonal que dificulta pensar com clareza, manter um peso saudável, um bom humor, ter um desejo sexual saudável e muito mais.
Em nosso cérebro, um pequeno receptor, o receptor de dopamina D2 (ou DRD2 para abreviar), deve ser ativado para que possamos sentir prazer. O aminoácido dopamina desencadeia essa resposta. Açúcar e outros vícios estimulantes aumentam a dopamina a curto prazo, e é isso que os torna viciantes. Alguns de nós somos mais propensos a isso geneticamente do que outros.
Extraído de: How to Quit Sugar Without Being Miserable
https://medium.com/wake-up-call/how-to-quit-sugar-healthy-diet-tips-fc5aee5e8cd0
quinta-feira, 15 de setembro de 2022
1273 - A pediatria, seus recursos
A espécie humana tem apenas uma arma realmente eficaz: o riso. No momento em que o riso surge, toda nossa dureza se desfaz, toda nossa irritabilidade e ressentimentos desaparecem, e um espírito iluminado ocupa seu lugar. (Mark Twain)
Slideshow CHUPETAS
quinta-feira, 8 de setembro de 2022
1272 - Neuromodulação bimodal para o zumbido
http://doi.org/10.1126/scitranslmed.abb2830
quinta-feira, 1 de setembro de 2022
1271 - Talco e amianto
Segurança
Suspeitas foram levantadas de que o uso de talco contribui para certos tipos de doenças, principalmente câncer de ovário e pulmão. De acordo com a IARC, o talco contendo amianto é classificado como agente do grupo 1 (carcinogênico para humanos), o uso de talco no períneo é classificado como grupo 2B (possivelmente carcinogênico para humanos) e o talco sem amianto é classificado como grupo 3 (inclassificável) quanto à carcinogenicidade em humanos). Análises da Cancer Research UK e da American Cancer Society concluem que alguns estudos encontraram uma ligação, mas outros não. A colocalização frequente de depósitos de talco com amianto pode resultar na contaminação do talco extraído com amianto branco, de modo a apresentar sérios riscos à saúde quando disperso no ar e inalado.
Portfólio
Uma investigação da Reuters, de 2018, afirmou que a empresa farmacêutica Johnson & Johnson sabia há décadas que havia amianto em seu talco de bebê. Em 2020, porque a demanda do produto havia caído pelo que chamou de "desinformação", e em meio a muitos processos judiciais, a empresa parou de vender seu talco de bebê nos EUA e no Canadá. Na época, a empresa disse que continuaria a vender seu talco para bebês no Reino Unido e no resto do mundo. Houve pedidos dos maiores acionistas da Johnson & Johnson forçando a empresa a encerrar as vendas globais de talco para bebês.
Finalmente:
quinta-feira, 25 de agosto de 2022
1270 - Do prontuário médico tradicional e sua evolução até o prontuário eletrônico do paciente
Considera-se importante relatar um pouco da história do surgimento do prontuário médico tradicional (PMT) e sua evolução até os dias atuais com a criação do prontuário eletrônico do paciente (PEP).
O prontuário médico tradicional
A ideia de se ter um meio onde as informações fossem registradas para poderem auxiliar na continuidade do tratamento, da investigação da doença e no compartilhamento dessas informações, começou com Hipócrates no século V a.C. No século V a.C., Hipócrates estimulou médicos a fazerem registros escritos, dizendo que o prontuário tinha dois propósitos: (1) refletir de forma exata o curso da doença e (2) indicar as possíveis causas das doenças.
Massad, Marin e Azevedo (2003, apud Cristiane Rodrigues) explicam que o prontuário em suporte de papel já vinha sendo utilizado há muitos anos e revelam, ainda, que Florence Nightingale, precursora da Enfermagem Moderna, quando tratava feridos na Guerra da Crimeia (1853-1856), já relatava que a documentação das informações relativas aos doentes era de fundamental importância para a continuidade dos cuidados ao paciente, principalmente no que se refere à assistência de Enfermagem.
O prontuário em suporte de papel, portanto, vem sendo utilizado há muito tempo. Até o início do século XIX, os médicos baseavam suas observações, e consequentemente suas anotações, no que ouviam, sentiam e viam e as observações eram registradas em ordem cronológica, estabelecendo assim o chamado prontuário orientado pelo tempo.
Massad, Marin; Azevedo (2003) relatam que William Mayo fundou em 1880, junto com um grupo de amigos, a Clínica Mayo em Minnesota nos Estados Unidos, onde foi observado com o passar dos anos, que a maioria dos médicos mantinha o registro de anotações das consultas de todos os pacientes em forma cronológica em um documento único - fato que dificultava o acesso às informações de um determinado paciente.
Detectada essa dificuldade, a Clínica Mayo adotou, em 1907, um registro individual das informações de cada paciente. As informações passaram a ser arquivadas separadamente e isso possibilitou uma melhor organização e arquivamento dos prontuários. Em 1920 a Clínica Mayo deu consideráveis passos no sentido de padronizar o conteúdo dos prontuários por meio do estabelecimento de um conjunto mínimo de dados a serem registrados.
Os PEPs surgiram na década de 70, oriundos dos esforços em se estabelecer estruturas mínimas para os registros médicos ambulatoriais (Lovis et al., 2011).
O PEP surgiu não só para substituir o prontuário em papel, mas também para elevar a qualidade da assistência à saúde por meio de novos recursos e aplicações. Novaes (2003, p. 43) chama atenção para o fato de que, ao longo das últimas décadas, os prontuários deixaram de ser denominados "prontuários médicos" e passaram para "prontuários do paciente".
Os prontuários são instrumentos essenciais para o desenvolvimento das atividades de administração de qualquer unidade hospitalar, para os cuidados e atenção aos pacientes e ainda para subsidiar as pesquisas.
DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i9.18031 (Cristiane Rodrigues da Silva)
Links internos:

Um segmento do painel "Tratamento da Tuberculose". Poty, óleo sobre madeira, 1957. Acervo do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (Rio de Janeiro, Brasil).
Quem sou eu

- Paulo Gurgel
- 72 anos, natural de Fortaleza (onde resido), Ceará, Brasil. Casado com Elba, pai de Érico e Natália, avô de Matheus e Renan. Médico aposentado do Ministério da Saúde. Curriculum vitae na Plataforma Lattes. Blogs que publico: EntreMentes, Linha do Tempo, Nova Acta, Preblog e Slideshows do PG.
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“A vida é curta, a arte é difícil e longo tempo é necessário empregar-se na sua aprendizagem. A oportunidade é fugidia; a experiência, cheia de encruzilhadas, e o julgamento trabalhoso de formular. Ante problemas tão árduos e situações tão perigosas o médico deve ser modesto e ter a mínima convicção de que não são só seus cuidados que podem fazer voltar a saúde perdida, porque a experiência demonstra como, muitas vezes, as enfermidades se curam por si mesmas." HipócratesOutras Citações
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