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quinta-feira, 29 de setembro de 2022

1275 - A água da chuva não é mais potável?

A água da chuva não é mais potável em nenhum lugar do planeta.
A notícia apocalíptica do dia, no entanto, que é mencionada apenas de passagem nas notícias é que a água da chuva não é mais potável em nenhum lugar do mundo devido aos agentes químicos prejudiciais à saúde que ela contém . E não é que isso aconteça apenas perto de áreas habitadas e altamente poluídas; refere-se à água da chuva de todos os lugares, incluindo a Antártida, o último canto virgem do planeta.
Os dados vêm de um estudo intitulado "Outside the Safe Operating Space of a New Planetary Boundary for Per- and Polyfluoroalkyl Substances (PFAS)". Os PFAS também são conhecidos como "produtos químicos para sempre". No trabalho, os cientistas compararam os números atuais com os previstos e calcularam o valor planetário global; os resultados antecipam o desastre se as emissões e a produção de PFAS não forem reduzidas imediatamente.
Haverá água para beber, e o problema tem solução, mas não de forma natural, barata ou global.
Em outras palavras: a água deve ser profusamente purificada antes de consumi-la, e podemos gradualmente esquecer a pureza idílica da "água fresca da chuva recém caída do céu".
https://doi.org/10.1021/acs.est.2c02765

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

1234 - Alergia a água

Tomar banho, ir à praia ou pegar chuva de surpresa pode ser um desafio para os pacientes com a raríssima urticária aquagênica. O contato com a água causa sinais e sintomas semelhantes aos de tocar urtigas; formam-se pápulas brancas que ardem. Os deflagradores da urticária por água também não são claros, embora especialistas discutam vários mecanismos possíveis.
Uma teoria é que a interação entre a água e um componente da epiderme cria uma substância tóxica que desencadeia os efeitos. No entanto, também foram sugeridos como agentes causais os antígenos hidrossolúveis que penetram na pele e provocam liberação de histamina.
A urticária aquagênica é mais frequente nas mulheres e geralmente ocorre durante ou logo após a puberdade. O tratamento com anti-histamínicos pode aliviar os sintomas.
Medscape
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Um relatório de dois casos:
Resumo. A urticária aquagênica é uma forma rara de urticária física, em que o contato com a água origina pápulas. Um homem de 19 anos e um menino de 4 anos queixaram-se de episódios recorrentes de urticária. A urticária aparecia durante o banho na ducha, na chuva ou na piscina. Pequenas pápulas do tamanho circundadas por eritema de tamanhos variáveis foram provocadas pelo contato com água na face, pescoço e tronco, independentemente de sua temperatura ou origem. Os resultados do exame físico e da avaliação laboratorial inicial estavam dentro dos limites normais. O tratamento do homem de 19 anos com 180 mg de fexofenadina por dia teve sucesso na prevenção de pápulas e eritema. O tratamento com 5 ml de xarope de cetotifeno duas vezes ao dia resultou na melhora dos sintomas no menino de 4 anos.
Aquagenic Urticaria: A Report of Two Cases, Ann Dermatol Vol. 23, Suppl. 3, 2011
https://doi.org/10.5021/ad.2011.23.S3.S371

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

1009 - Semente mágica: a transformação de água contaminada em potável

Em 2016, os jovens cientistas Letícia Pereira de Souza, 18, e João Gabriel Stefani Antunes, 15, naturais de São Paulo e estudantes em Fortaleza, ganharam o "Prêmio Impacto na Comunidade" da Google Science Fair.
Os estudantes concorreram com projetos de 107 países. A escolha do seu tema, Semente Mágica - Transformando água contaminada em água potável, foi motivada pelo desastre ecológico de Mariana (MG), no qual lama de rejeitos de mineração contaminaram 500 quilômetros do rio Doce. Um dos destaques revelados na pesquisa que eles realizaram foi o seu baixo custo: menos de 1 centavo para limpar um litro de água.
Resumo
O projeto Semente Mágica utilizou extratos da semente de Moringa oleífera para despoluir a água. Essa semente tem propriedades coagulantes que facilitam a purificação de diversos materiais orgânicos presentes na água poluída. Ela também reduz a quantidade de microrganismos presentes na solução, tornando a água potável. Pretendemos usar o projeto para levar água potável para comunidades que não têm acesso a ela, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Segundo a ONU, a água poluída mata mais pessoas do que todas as formas de violência, incluindo as guerras. Queremos, portanto, usar uma alternativa simples e barata para resolver esse problema.
A Moringa oleífera é uma alternativa viável e efetiva para o tratamento de água?
Sim. Após realizados todos os testes, pudemos perceber que a semente é uma alternativa viável para o tratamento de água, especialmente para populações de baixa renda que não têm acesso a um tratamento especializado de água, pois a Moringa oleífera tem baixo custo e alta eficiência, sem trazer consigo os riscos dos coagulantes inorgânicos.
Devido ao fato de a semente ser utilizada triturada, uma alternativa eficaz para a distribuição para a população seria em pequenos sachês contendo a concentração ideal para um litro de água. Eles poderiam ser distribuídos para comunidades sem acesso à água tratada ou vítimas de desastres, as quais perderam momentaneamente o acesso a água de qualidade.
N. do E.
A ação da Moringa na limpeza de águas sujas já era do conhecimento de moradores da Região da Ibiapaba (CE), como pude constatar ao entrevistá-los localmente, na época em que eu lidava com o controle da silicose no Estado do Ceará.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

86 - Cisternas no Semi-Árido

O gasto médio de água de um cidadão norte-americano é de 575 litros por dia (deste total 50 litros são gastos dando descargas nos aparelhos sanitários). A média europeia de consumo de água por pessoa é menor, fica entre 200 e 300 litros por dia. Aqui no Brasil, gastamos em média por pessoa 180 litros de água por dia.
A Organização Mundial de Saúde estabelece um mínimo de 20 litros por pessoa. É essa a quota diária de água que o ser humano precisa para preservar o seu bem-estar físico e a sua dignidade em questão de higiene pessoal.
Contudo, há milhões de pessoas no mundo, muitas delas no Nordeste brasileiro, que não conseguem ter acesso a essas quotas mínimas de água.

jornal ambiente brasil, de 08/01/2009
Comentário

Uma experiência interessante, em curso no Semi-Árido brasileiro, está sendo o Programa 1 Milhão de Cisternas. Dele participam setores da sociedade civil (que constroem e operam as cisternas), organizações não governamentais (que articulam os meios necessários) e o governo federal (que banca a maior parte dos recursos financeiros do programa). E, como resultado dessa junção de esforços, é que dezenas de milhares de cisternas já se espalham pelo Nordeste brasileiro, beneficiando habitantes de regiões com dificuldades hídricas.
Cada cisterna (imagem) custa cerca de R$ 1.600, incluindo todas as capacitações necessárias para a construção e o uso. O equipamento tem capacidade de armazenar 16 mil litros de água captada das chuvas. E essa reserva, acumulada nos quatro meses de chuva, é suficiente para atender, nos oito meses restantes do ano, as necessidade em água potável de uma pequena família (PGCS).

Post scriptum
A partir da experiência cearense, pode-se dizer que uma das consequências positivas da construção dessas cisternas tem sido a redução do número de casos de silicose relacionados com a perfuração artesanal de poços.

Publicado no EntreMentes