quinta-feira, 3 de julho de 2025
1420 - Herpes-zóster
"O vírus fica alojado em gânglios nas regiões do tórax ou do abdômen e um dia, por causa da queda da imunidade ou por que a pessoa está mais velha, ele aparece como herpes-zoster", explica Maisa Kairalla, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Embora tenham o mesmo nome, herpes e herpes-zóster são doenças totalmente distintas. A primeira é provocada pelo germe HSV-1, enquanto a segunda é resultado da ação do vírus da varicela/catapora.
A doença é mais comum após os 50 anos. O estresse, diz a médica, é um dos fatores que vem mudando o perfil daqueles afetados pela infecção, fazendo a doença aparecer mais cedo.
Tudo o que diminui a imunidade pode levar ao herpes-zoster. O estresse acorda o vírus."
Tratamento
O tratamento envolve medicamentos antivirais e analgésicos e, quanto mais cedo o paciente buscar o hospital, maiores as chances de sucesso. O princípio ativo utilizado para conter a herpes-zoster, o aciclovir, evita a expansão das lesões, mas só tem efeito se tomado até 72 horas após o aparecimento dos sintomas. Por isso, rapidez na busca de ajuda é essencial.
Prevenção
A única forma de prevenir o herpes-zóster é por meio da vacina em adultos (em geral administrada após os 50 anos). No Brasil, a mais usada é a Shingrix, produzida pela GlaxoSmithKline (GSK). Promete uma eficácia de 90% contra a doença, além de evitar a ocorrência da neuralgia pós-herpética. A vacina está disponível apenas na rede privada e custa, em média, 1 mil reais por dose. São administradas duas doses com o intervalo de 60 dias.
Vacina contra herpes zoster pode reduzir risco de Alzheimer e demência, apontam estudos com mais de 500 mil participantes. Marcelo Valadares, neurocirurgião da Unicamp comenta achados promissores para a prevenção das condições e reforça a importância da cautela diante de dados ainda preliminares. Via Press Manager (releases@releases.pressmanager.com.br)
quinta-feira, 26 de junho de 2025
1419 - Efeitos da maconha fumada sobre a fertilidade masculina
Os especialistas sabem há muito tempo que o uso de tabaco e álcool pode afetar a fertilidade masculina. E desde pelo menos a década de 1970, pesquisadores suspeitam que o uso de cannabis tenha um efeito semelhante. Mas só recentemente eles conseguiram descrever como isso afeta os espermatozoides, mudando sua forma, tornando-os mais lentos e alterando seu material genético.
Isso não é surpreendente, já que muitos canabinoides são tóxicos para células vivas, disse Gerald Berkowitz, especialista em cannabis da Universidade de Connecticut. "Se você pegar células vegetais ou animais e colocá-las em uma placa de cultura celular e adicionar THC nessa placa, verá que as células morrem ao redor do THC."
Em estudos conduzidos ao longo da década de 1990, cientistas da Universidade de Buffalo descobriram que um canabinoide no corpo chamado anandamida desempenha um papel fundamental na reprodução, impedindo que mais de um espermatozoide fertilize um óvulo ao mesmo tempo. E que os mesmos receptores usados pela anandamida podem ser sequestrados pelo THC da maconha, possivelmente sobrecarregando o sistema de sinalização do esperma.
Mais recentemente, especialistas investigaram como isso funciona no mundo real. Por exemplo, em sua revisão de 2019 , Pastuszak e vários colegas relataram que o uso de cannabis estava fortemente associado a uma menor contagem e concentração de espermatozoides, bem como a uma maior incidência de espermatozoides com formato anormal.
No ano seguinte, um estudo com 229 homens jamaicanos mostrou que mesmo o uso moderado de cannabis estava associado a uma probabilidade quase três vezes e meia maior de desenvolver espermatozoides deformados, o que reduz as chances de fertilização bem-sucedida.
Além disso, um novo estudo com 113 homens jordanianos descobriu que o movimento dos espermatozoides, chamado motilidade, era muito menor em usuários de cannabis do que em fumantes e não fumantes de tabaco, disse Mohamed Eid Hammadeh, cujo laboratório na Universidade de Saarland, na Alemanha, conduziu o estudo. Eles descobriram que, após se ligar aos receptores canabinoides no esperma, o THC danificou as mitocôndrias dentro da célula.
Conhecidas como o motor da célula, as mitocôndrias impulsionam o esperma em direção ao óvulo, explicou Houda Amor, coautora do estudo com Hammadeh. Se as mitocôndrias não funcionam, o espermatozoide tem dificuldade para nadar.
Por fim, pesquisas com animais sugerem que a cannabis pode afetar o DNA dentro de um espermatozoide que contribui para um novo embrião. Um estudo de 2020 com ratos, realizado por cientistas da Duke, descobriu que o uso de cannabis pelos pais prejudicou o desenvolvimento cerebral dos filhos.
Como mitigar os riscos
É claro que a cannabis também pode afetar a saúde sexual masculina de maneiras que não têm nada a ver com o esperma.
"O uso crônico em altas doses pode contribuir para a disfunção erétil, ejaculação retardada e diminuição do desejo sexual ao longo do tempo", disse Ryan S. Sultan, psiquiatra clínico da Universidade de Columbia. Ele alertou que mesmo fumar apenas uma vez por semana pode desencadear alguns desses efeitos.
Extraído de: Fumar marihuana podría afectar tu esperma y tu capacidad de tener hijos, The New York Times
quinta-feira, 19 de junho de 2025
1418 - Minha carteira de vacinação (período: 2021 a 2025)
15/03/2021 Coronavac (1.ª dose)
06/04/2021 Coronavac (2.ª dose)
20/04/2021 Vacina anual da gripe
07/10/2021 mRNA Pfizer (reforço)
17/03/2022 Vacina dT (dupla adulto)
05/04/2022 Vacina anual da gripe
17/05/2022 mRNA Pfizer (2.º reforço)
27/02/2023 mRNA bivalente Pfizer
14/04/2023 Vacina anual da gripe
07/12/2023 mRNA bivalente Pfizer
12/03/2024 Vacina anual da gripe
24/07/2024 mRNA bivalente Moderna (Spykevax)
10/04/2025 Vacina anual da gripe
10/04/2025 mRNA bivalente Moderna (Spykevax)
21/04/2025 Vacina herpes zóster Shingrix - 1.ª dose
21/06/2025 Vacina herpes zóster Shingrix - 2.ª dose
Efeitos colaterais pós-vacinais: nenhum.
Covid-19, forma leve em 2022
"Não estou vacinado e estou bem" é como dizer: "Voltei para casa bêbado e cheguei bem".
Ambas as coisas podem ser verdadeiras.
Nenhuma das duas é uma boa ideia.
(Dr. Neil Stone)
quinta-feira, 12 de junho de 2025
1417 - Conceitos-chave da tuberculose
Natalia Martinez Medina, Medscape
A tuberculose é um problema de saúde pública devido à sua alta morbidade e mortalidade. De acordo com o Relatório Mundial da Tuberculose de 2024 publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2023 foram relatados 8,2 milhões de novos casos, com 1,25 milhão de mortes pela doença.
A OMS salienta que, sem tratamento, a taxa de mortalidade por tuberculose pode atingir 50%. No entanto, com o uso de terapias atualmente aprovadas e recomendadas pela entidade (um ciclo de medicamentos antituberculose por 4 a 6 meses), cerca de 85% dos doentes alcançam a cura.
Existem cinco fatores de risco principais associados ao desenvolvimento da tuberculose: subnutrição, infecção por vírus da imunodeficiência humana, distúrbios relacionados ao consumo de álcool, doenças decorrentes do tabagismo e diabetes. Além disso, fatores como mudanças climáticas, migração, deslocamento forçado, escassez de financiamento e resistência antimicrobiana também afetam a disseminação e o controle da doença.
Os Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos têm diretrizes de diagnóstico e tratamento da doença, das quais quatro definições principais devem ser consideradas:
- Tuberculose latente: o paciente tem Mycobacterium tuberculosis no corpo, mas não apresenta sinais ou sintomas de doença ativa.
- Tuberculose ativa: a infecção progride e o paciente desenvolve sintomas da doença, representando risco de transmissão.
- Tuberculose multirresistente: o bacilo não responde à isoniazida nem à rifampicina, os dois fármacos antituberculose de primeira linha mais eficazes. Atenção: existem tratamentos de segunda linha.
- Tuberculose extremamente multirresistente: os bacilos responsáveis pela doença não são suscetíveis aos medicamentos mais eficazes contra a tuberculose multirresistente.
Existem várias opções disponíveis para o tratamento da tuberculose:
- Tuberculose latente: isoniazida mais rifampicina. Alternativa: isoniazida mais rifapentina (uma vez por semana por 12 semanas, seja autoadministrada ou sob terapia diretamente observada-duração da resposta). Esses tratamentos não são recomendados para crianças com menos de 2 anos de idade, grávidas ou pacientes com uma cepa resistente a esses medicamentos.
- Tuberculose ativa: isoniazida, rifampina, pirazinamida, etambutol ou estreptomicina (não utilizada na gravidez). Atenção a casos especiais: gestantes, crianças e portadores do vírus da imunodeficiência humana que necessitem de tratamento especial.
- Tuberculose extrapulmonar: aplica-se o mesmo regime de tratamento de seis meses que para tuberculose pulmonar, exceto na meníngea e na osteoarticular, onde o tratamento pode se estender para 9 a 12 meses. Casos com complicações graves podem exigir terapia cirúrgica.
quinta-feira, 5 de junho de 2025
1416 - Gripe aviária. Consumo de frango e ovos
Vídeo da entrevista ao GZH do Dr. Fernando Spilki, médico infectologista, a respeito dos cuidados ao consumir frango e ovos durante o atual surto de gripe aviária no Brasil.
sábado, 31 de maio de 2025
1415 - Dia Mundial sem Tabaco (31/05/2025)
O consumo de tabaco potencializa, em diferentes proporções, o desenvolvimento de câncer de pulmão (90%), cavidade oral (80%), laringe (96%), esôfago (90%), bexiga (70%), pâncreas (30%), fígado (25%), colo uterino (20%), rim (20%), colorretal (20%), estômago (20%) e leucemia mieloide aguda (20%), alerta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica neste 31 de maio - Dia Mundial sem Tabaco.
O tabagismo segue como um dos principais fatores de risco para o aumento de casos de câncer no mundo. No Brasil, quando considerados todos os tipos de câncer, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 20% dos casos no Brasil estão relacionados ao tabagismo, o que equivale a cerca de 140 mil novos casos anuais. A SBCO, a partir de informações de base de dados do INCA e da FioCruz, projetou que haverá 91.285 novos casos em 2025 no Brasil, diretamente associados com o tabagismo, para doze tipos de câncer. O levantamento é um alerta alusivo ao 31 de maio – Dia Mundial sem Tabaco.
Embora o câncer de pulmão seja o mais associado ao fumo - 90% dos casos têm o tabagismo como etiologia (causa) - os estudos epidemiológicos evidenciam que o tabagismo também é causa determinante para outros cânceres. "Vale a ressalva de que o tabagismo, assim como outros fatores de risco, não são uma causa isolada. Em câncer de cavidade oral e de esôfago, por exemplo, o risco é potencializado quando o fumo é acompanhado do consumo de bebidas alcoólicas", alerta o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
O Dia Mundial sem Tabaco é uma iniciativa para conscientizar a população mundial sobre os riscos inerentes ao hábito de consumir cigarro e seus derivados. De acordo com dados da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS), o tabagismo é causador da morte de 1,8 milhão de pessoas por ano.
O presidente da SBCO observa que os números são preocupantes e reforça a importância de se intensificar as medidas antitabagistas no país. "Esses números evidenciam o impacto direto do tabagismo na incidência de câncer no Brasil. Só considerando esses doze tipos de tumor, mais de 90 mil casos por ano estão diretamente ligados ao uso do tabaco — o que significa milhares de diagnósticos que poderiam ser evitados se o cigarro e outros dispositivos de fumo não existissem. O tabagismo não apenas aumenta o risco de diversos tipos de câncer, mas também agrava o prognóstico em quem já está doente", destaca Pinheiro.
Rodrigo Pinheiro alerta sobre o perigo não só do cigarro, como também de outros dispositivos de fumo, que estão cada vez mais populares. "O tabaco pode influenciar desde o surgimento até a progressão de um tumor, mas é igualmente urgente alertar, especialmente aos jovens, sobre os perigos de outros meios de consumo, como o vape (cigarro eletrônico) e o narguilé. Esses produtos também são altamente viciantes e carregam grandes concentrações de nicotina e outras substâncias tóxicas, com potencial de causar sérios danos à saúde a médio e longo prazo. A falsa ideia de que são alternativas 'menos nocivas' é equivocada e preocupante", alerta o presidente da SBCO.
Via Press Manager (copidescado)
quinta-feira, 22 de maio de 2025
1414 - Notas e entrevistas como contribuição à história da medicina no Ceará
SILVA, Paulo Gurgel Carlos da. O CENTRO DE ESTUDOS DO HOSPITAL DE MESSEJANA. Histórias da Saúde: Fortaleza, 2004. p.31-32.
SILVA, Paulo Gurgel Carlos da. BREVE HISTÓRIA DO HOSPITAL DE MESSEJANA. Revista Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (edição especial): Fortaleza, 2006. p.12-13.
SILVA, Paulo Gurgel Carlos da. A UTI RESPIRATÓRIA DO HOSPITAL DE MESSEJANA: Do início aos dias atuais. Histórias da Saúde: Fortaleza, 2006. p.18-19.
SILVA, Paulo Gurgel Carlos da. HOSPITAL SÃO JOSÉ: Uma história a ser contada. Anais da Academia Cearense de Medicina. Volume n.º 17. Fortaleza: Expressão, 2017. p.443-444.
SILVA, Paulo Gurgel Carlos da. HOSPITAL DE MARACANAÚ (e sua "estação de rádio"). Anais da Academia Cearense de Medicina. Volume n.º 21. Fortaleza: Expressão, 2025. p.539-542.
Entrevistas
Médicos formados pela UFC: a turma de 1971. p.98-102.
Hospital São José: o início de uma história a ser contada. p.103-109.
A Casa de Saúde Santa Mônica (em Petrópolis-GB). p. 110-113.
Exercendo a clínica privada. p. 114-118.
Face to face: a criação da UTI Respiratória do Hospital de Messejana. p. 119-123.
Enfrentando a silicose no Ceará. p.124-127.
quinta-feira, 15 de maio de 2025
1413 - Vem aí a XXI Bienal da Academia Cearense de Medicina!
O evento é gratuito com certificação de participação e de apresentação de trabalhos.
Os trabalhos científicos sobre ética, história da medicina do Ceará e científica médica serão premiados e publicados nos anais da Revista da Unifor e da Interagir (Unichristus).
Serão três dias de muita troca, prática e aprendizado com grandes nomes da medicina.
Aguardamos vocês!
O PROGRAMA CIENTÍFICO DA XXI BIENAL DA ACADEMIA CEARENSE DE MEDICINA
Blog do Marcelo Gurgel
quinta-feira, 8 de maio de 2025
1412 - O comércio de sanguessugas entre a Espanha e a França no século 19 e suas consequências
doi.org/10.1017/mdh.2024.5
Relacionadas:
quinta-feira, 1 de maio de 2025
1411 - "Olhar à direita"
Um dos casos que ele relatou é o de uma mulher brilhante, na casa dos sessenta anos, chamada Sra. S., cujo hemisfério direito foi devastado por um derrame maciço. Embora isso a tenha deixado com "inteligência perfeitamente preservada — e humor", também a deixou vivendo em apenas metade do mundo.
Negligência unilateral
Pacientes com negligência unilateral se comportam não apenas como se nada estivesse realmente acontecendo em um de seus hemiespaços, mas também como se nada de importante pudesse ocorrer ali.
quinta-feira, 24 de abril de 2025
1410 - Mentiras e verdades sobre a vacina contra a gripe
Veja abaixo as explicações da presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Monica Levi, que desmentem algumas das informações falsas que mais circulam contra a vacina da gripe e colocam em risco a vida das pessoas:
MENTIRA: "A vacina pode fazer algumas pessoas pegarem a gripe"
VERDADE: De acordo com a especialista, esta é a época do ano em que mais circulam o rinovírus, o metapneumovírus, o vírus sincicial respiratório, entre outros vírus, mas as pessoas chamam qualquer quadro respiratório de gripe. Mesmo que a pessoa tenha febre, dor de garganta e tosse, pode ser outro vírus respiratório, como o da covid, por exemplo. Além disso, se a pessoa já tiver sido infectada, e estiver incubando o vírus, os sintomas podem aparecer depois que ela tomou a vacina. E é preciso duas semanas, no mínimo, para desenvolver a proteção. Nesse período, a pessoa continua vulnerável, inclusive à gripe, como quem não foi vacinado.
MENTIRA: "A vacina contra a gripe não é segura e pode provocar a morte de pessoas mais velhas"
VERDADE: Essa é uma vacina extremamente segura, tanto que os grupos prioritários escolhidos para tomar a vacina são os que têm maior comprometimento da imunidade. Uma pessoa que faz um transplante de medula óssea, a primeira vacina que ele tem que tomar, três meses pós-transplante, é a vacina contra a gripe. Por que ela é segura? Porque é uma vacina inativada, ou seja, o vírus é morto, fracionado e você só usa uma fração dele na produção de anticorpos. Então, em qualquer pessoa, seja imunocompetente ou imunocomprometida, seja uma pessoa que tenha alguma comorbidade, ela vai ser extremamente segura.
MENTIRA: "A vacina não evita totalmente o contágio, logo, não tem eficácia"
VERDADE: A vacina contra a gripe é eficaz principalmente para proteger contra a doença grave e suas complicações e contra o óbito. Dependendo da faixa etária e do grau de resposta imunológica da pessoa vacinada, ela pode ter uma menor eficácia contra o contágio pelo vírus, mas ela continua sendo muito importante para prevenir a forma grave da doença. Por isso, a recomendação é que as pessoas que são mais vulneráveis se vacinem todos os anos para não correr esse risco.
MENTIRA: "A gripe é uma doença comum, sem gravidade. Por isso, não é importante se vacinar"
VERDADE: A gripe é uma doença potencialmente grave. Nem todos casos vão ser assim, tem gente que vai ter sintomas, por mais ou menos uma semana, sem consequências. Mas algumas pessoas vão desenvolver pneumonia, vão desenvolver uma descompensação de outras doenças, como, por exemplo, diabetes, cardiopatia ou doença pulmonar obstrutiva crônica. Por isso, esta é uma vacina muito importante na faixa etária dos idosos, porque eles apresentam mais quadros graves, com mais internações e mais óbitos. Depois, as pessoas com comorbidades e as crianças pequenas são as mais atingidas pelas formas graves.
MENTIRA: "Os profissionais de saúde estão misturando a vacina da gripe com a vacina da covid"
VERDADE: Não se faz alquimia com nenhuma vacina. Cada uma tem os seus ingredientes, o seu volume, o seu conteúdo e jamais, nunca houve essa história de vacinas serem misturadas. O que existe são vacinas combinadas, que protegem contra várias doenças, mas elas já são fabricadas assim pelo próprio laboratório, com todas as quantidades e excipientes de cada um dos componentes, calculados, testados, com estudos clínicos e a aprovação de órgãos regulatórios.
quinta-feira, 17 de abril de 2025
quinta-feira, 10 de abril de 2025
1408 - "Tadala", o uso recreativo de um medicamento
A promessa de uma ereção certa e prolongada, com a impressão de aumento peniano, além do preço acessível, o “tadala”, como é carinhosamente chamado, caiu no gosto de jovens saudáveis e, em 2024, foi o quinto medicamento genérico mais vendido no Brasil, com mais de 60 milhões de unidades comercializadas.
Principalmente diante de grandes festas populares e a tendência de alto consumo de álcool, cresce a preocupação diante do uso impróprio e abusivo de medicamentos para fins não-medicinais.
"A tadalafila tem uma ação que reduz a pressão arterial. Se usada com bebida alcoólica, pode causar uma hipotensão severa. Ou seja, vai baixar muito a pressão arterial e o usuário pode apresentar tonturas, desmaios, dores de cabeças mais agudas ou até mesmo palpitações cardíacas", explica a Dra. Amouni Mourad, assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.
"A ação desse fármaco para disfunção erétil é promover uma vasodilatação, especialmente nos corpos cavernosos penianos. No entanto, podem acontecer reações como cefaleia, dor nas costas, tontura, dispepsia, rubor facial, mialgia, congestão nasal, além de hiperemia conjuntival, sensação de dor nos olhos, inchaço nas pálpebras e edema periférico", complementa o Dr. Carlos Hossri, cardiologista no Hcor e professor da disciplina de Medicina do Exercício e Provas Funcionais do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, vinculado à Universidade de São Paulo.
O priapismo é outro possível efeito indesejado. "Em casos raros, pode acontecer uma ereção prolongada e dolorosa que dura mais de quatro horas. O priapismo é uma condição médica que requer tratamento imediato para evitar danos permanentes ao tecido erétil do pênis", alerta o cardiologista.
Ele ainda explica que casos raros de neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica foram relatados em usuários de tadalafila. "Pacientes com diabetes, hipertensão, colesterol alto, doença cardíaca ou fumantes têm risco aumentado", explica. "Também não deve ser usada por pacientes que utilizam nitratos", relembra o Dr. Carlos.
Eli Paes, Medscape
quinta-feira, 3 de abril de 2025
1407 - A 1.ª edição do livro "Epidemiologia & Saúde" da Prof.ª M. Zélia Rouquayrol

Colaboradores:
Atenção Primária em Saúde FÁTIMA MARIA FERNANDES VERAS
Saúde Mental JOSÉ JACKSON COELHO SAMPAIO
Saneamento Básico SUETÔNIO MOTA
Políticas de Saúde HERVAL PINA RIBEIRO
Saúde Ocupacional PAULO GURGEL CARLOS DA SILVA
Editado com o auxílio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
Impresso na Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Fundação Educacional Edson Queiroz
Fortaleza, 1983. 327p.
Capa e ilustrações: Mário Kaúla
Adotado como livro-texto em Epidemiologia e Medicina Preventiva por diversas universidades do Brasil, "Epidemiologia & Saúde" encontra-se na 8.ª edição.
quinta-feira, 27 de março de 2025
1406 - Epidemias bizarras: danças e risos
Danças. Entre julho e setembro de 1518, a cidade de Estrasburgo, Alsácia (hoje parte da França) testemunhou um dos fenômenos de massa mais bizarros da história. Tudo começou com uma mulher chamada Frau Troffea dançando incontrolavelmente na rua por vários dias. Em uma semana, outras 34 se juntaram a ela e, em um mês, o número havia crescido para 400 pessoas.
Muitos dançarinos continuaram seus movimentos frenéticos por dias sem descanso, alguns supostamente dançando até desmaiar de exaustão ou até morrer. Médicos locais diagnosticaram como "sangue quente" e recomendaram mais dança como tratamento, até mesmo construindo um palco de madeira e contratando músicos para encorajar os aflitos. Teorias modernas sobre a causa variam de doença psicogênica em massa a envenenamento por fungo ergot de grãos contaminados. O evento continua sendo um dos casos mais bem documentados de histeria em massa da história e continua a confundir especialistas médicos e historiadores.
Risos. Em 1962, um fenômeno realmente bizarro atingiu a vila de Kashasha, perto do Lago Vitória, no que hoje é a Tanzânia. Começando em uma escola para meninas, um surto de riso incontrolável se espalhou como um incêndio pela comunidade. O riso não era breve ou comum — as vítimas tinham crises de riso que duravam horas ou até dias, geralmente acompanhadas de choro, desmaios e dor.
A epidemia forçou a escola a fechar quando aproximadamente 95 dos 159 alunos foram afetados. Conforme os alunos afetados voltavam para suas casas, a condição se espalhava para as vilas vizinhas. Nos 18 meses seguintes, a "doença do riso" afetou entre 1.000 e 4.000 pessoas em várias comunidades. Nenhuma causa física foi identificada, levando os especialistas a classificá-la como doença psicogênica em massa — uma resposta coletiva ao estresse que se manifesta como sintomas físicos. A epidemia finalmente diminuiu em 1964, deixando para trás um dos estudos de caso mais intrigantes da medicina.
quinta-feira, 20 de março de 2025
1405 - A amnésia imunológica do sarampo
Essencialmente, quando você é infectado com sarampo e seu sistema imunológico esquece abruptamente todos os patógenos que já encontrou antes — cada resfriado, cada surto de gripe, cada exposição a bactérias ou vírus no ambiente, cada vacinação etc. A perda é quase total e permanente. Uma vez que a infecção por sarampo acaba, as evidências sugerem que seu corpo tem que reaprender o que é bom e o que é ruim, quase do zero.
Cientistas sabem há décadas que, mesmo depois de se recuperarem, crianças que foram infectadas com sarampo têm significativamente mais probabilidade de adoecer e morrer de outras causas. Na verdade, um estudo de 1995 descobriu que a vacinação contra o vírus reduz a probabilidade geral de morte entre 30% e 86% nos anos seguintes.
Então, em 2002, um grupo de cientistas japoneses descobriu que o receptor ao qual o vírus do sarampo se liga – um tipo de trava molecular que permite que ele entre no corpo – não está nos pulmões, como seria de se esperar de um vírus respiratório. Em vez disso, está em células do sistema imunológico:
o sarampo é uma infecção do sistema imunológico.
Mas esse não foi o fim da história. A equipe descobriu principalmente que o receptor ao qual o sarampo se liga em um tipo específico de célula imune, o linfócito T. O trabalho deles é permanecer no corpo por décadas após uma infecção, procurando silenciosamente pelo patógeno específico que cada um foi treinado para atingir. Então, o sarampo infecta ativamente as únicas células que conseguem lembrar o que o corpo encontrou antes.
O que acontece depois ainda intriga os cientistas até hoje — tanto que foi chamado de "paradoxo do sarampo".
É que o sarampo suprime o sistema imunológico e o ativa ao mesmo tempo. Embora o sarampo exclua memórias imunológicas, há uma exceção a essas perdas. Estranhamente, o único vírus que você definitivamente será capaz de reconhecer depois de ficar doente com sarampo é o próprio sarampo.
quinta-feira, 13 de março de 2025
1404 - Alquil SP2, um passo esperançoso na luta contra a poluição plástica
Este material inovador, alquil SP2, é o resultado de uma química inteligente. Pesquisadores do RIKEN Center for Emergent Matter Science o fizeram unindo dois monômeros com pontes salinas reversíveis.
Ao contrário de muitos outros plásticos “biodegradáveis” que não se decompõem em ambientes salgados, o alquil SP2 se decompõe completamente em poucas horas na água do mar. No solo, ele se biodegrada em apenas dez dias, deixando para trás nutrientes valiosos como nitrogênio e fósforo. Além disso, por ser um plástico biodegradável sem microplásticos, ele não deixa para trás nenhum componente tóxico.
O que realmente diferencia o alquil SP2 é sua versatilidade e segurança ambiental. Como os termoplásticos tradicionais, ele pode ser remodelado em temperaturas acima de 120°C para atender a diferentes necessidades. Seus componentes não são tóxicos e são derivados de outras fontes além do petróleo bruto, tornando-o uma alternativa mais ecológica aos plásticos convencionais. A dureza do material pode até ser personalizada ajustando a estrutura química, tornando suas opções de aplicação ainda mais versáteis.
Além disso, ele não gera microplásticos, abordando uma desvantagem significativa dos plásticos atuais. Até agora, os primeiros testes de plástico biodegradável sem microplásticos mostraram que ele pode ser reciclado de forma eficiente, com mais de 80% de seus ingredientes recuperados usando processos simples envolvendo álcool e água salgada.
Apesar de sua promessa, os desafios permanecem. O custo desempenhará um papel fundamental na determinação se o alquil SP2 pode competir com os plásticos tradicionais. Além disso, sua adequação para equipamentos de pesca — uma grande fonte de plástico oceânico — ainda é incerta, pois um material projetado para se decompor na água do mar pode não ser atraente para essa indústria.
É muito cedo para declarar vitória na luta contra a poluição plástica. No entanto, o alquil SP2 representa um passo esperançoso à frente. Ao combinar resistência, reciclabilidade e respeito ao meio ambiente, esse material pode abrir caminho para um futuro mais sustentável.
Joshua Hawkins, in: http://bgr.com/science/this-new-biodegradable-plastic-leaves-no-microplastics-behind/
quinta-feira, 6 de março de 2025
1403 - Jaqueline Goes, uma pesquisadora brasileira
Também fez parte da equipe liderada por pesquisadores ingleses que sequenciou o genoma do vírus Zika.
Foto:Jaqueline na cerimônia de entrega do Prêmio "Mulheres na Ciência" de 2022.
Lembrete:
8 de março, Dia Internacional da Mulher
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025
1402 - "O novo pesadelo dos médicos"
Embora o aplicativo facilite a comunicação, seu uso excessivo tem causado transtornos na relação médico-paciente. Este foi o tema de uma discussão envolvendo 80 pediatras em um encontro no Rio de Janeiro.
Principais problemas relacionados ao uso abusivo do aplicativo
- Exaustão, estresse e até "burnout" para os médicos devido à demanda exagerada, aumento da carga de trabalho e invasão da privacidade.
- Exigência de respostas imediatas tanto para situações banais como para problemas complexos que exigem consulta detalhada.
- Erros de avaliação causados pela pressa ou por ruídos de comunicação.
- Pedidos de atestados, receitas, encaminhamentos e avaliação de exames de rotina, inclusive de fotos de fezes, urina e de secreções, em horários impróprios ou nos finais de semana, com expectativa de respostas rápidas.
- Uma mensagem, respondida ou não, que pode exigir a atenção do médico por muito tempo e causar ansiedade.
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025
1401 - Problemas associados às emissões de gás carbônico
Vítor M. - PPLWARE
Hoje sabe-se, e está documentado, que as emissões de dióxido de carbono (CO₂) representam um dos principais desafios ambientais da atualidade devido a seus efeitos adversos no clima, na saúde humana e nos ecossistemas.
E existem vários problemas associados. Entre eles:
1. Alterações Climáticas
– Efeito estufa: O CO₂ é um gás com capacidade de reter calor na atmosfera. O aumento das emissões intensifica o efeito estufa, aquecendo o planeta.
– Aquecimento global: O aumento das temperaturas médias globais resulta em fenômenos climáticos extremos, como ondas de calor, inundações e secas.
– Derretimento das calotas polares e aumento do nível do mar: O aquecimento provoca o degelo dos polos e glaciares, levando à subida do nível do mar e ameaçando comunidades costeiras.
2. Impactos nos Ecossistemas
– Acidificação dos oceanos: Parte do CO₂ emitido é absorvido pelos oceanos, onde forma ácido carbônico. Isso reduz o pH da água, prejudicando organismos marinhos como corais e moluscos.
– Perda de biodiversidade: As mudanças climáticas alteram habitats, forçando espécies a migrarem ou enfrentarem extinção.
3. Impactos na Saúde Humana
– Aumento de doenças respiratórias e cardiovasculares: Embora o CO₂ não seja diretamente tóxico, a sua relação com a queima de combustíveis fósseis aumenta a poluição do ar, contribuindo para problemas de saúde.
– Agravação de fenômenos extremos: Tempestades, ondas de calor e outros eventos climáticos intensificados pelo aquecimento global podem causar danos à saúde humana, falta de alimentos e deslocamentos populacionais.
4. Impactos na Economia e Segurança Alimentar
– Redução da produtividade agrícola: O aumento das temperaturas e as alterações nos padrões de precipitação afetam negativamente a agricultura, levando a crises alimentares.
– Custos econômicos elevados: Os danos causados por desastres climáticos, a necessidade de adaptar infraestruturas e a perda de produtividade têm impactos financeiros significativos.
Isto não é inventado, é real, e a cada ano vemos que o problema está se agravando.
Os plástico são outro enorme problema. Mas não viremos as costas a um para acolher outro. É um erro. E a intervenção humana tem mostrado que consegue alterar o que é chamado de "capacidade de se autorregularção do planeta".
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
1400 - Uma espécie de "compromisso"
Este desenho de 1822, de autoria de Jacques-Pierre Maygrier, ilustra uma espécie de “compromisso”, durante o qual o ginecologista , sem olhar para a vulva da paciente, tratava o que conseguia apalpar.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025
1399 - Redução dos alimentos processados e ultraprocessados na merenda escolar
O Brasil tem 40 milhões de crianças e adolescentes na educação básica em 150 mil escolas públicas. Segundo a resolução do governo, em 2025, prefeituras e estados poderão gastar no máximo 15% da verba para merenda com a compra de alimentos processados ou ultraprocessados. Antes, o percentual era de 20%. Em 2026, a participação desses itens será de, no máximo, 10% da alimentação servida nas escolas públicas.
A comida processada é fabricada a partir de comida in natura com adição de sal, açúcar ou alguma outra substância de uso culinário - como os legumes na salmoura, o extrato de tomate, a carne seca e os peixes enlatados.
Já os ultraprocessados precisam de mais etapas e mais ingredientes - além de sal, açúcar e gorduras. São, por exemplo: achocolatado, biscoitos, barras de cereal, macarrão instantâneo, salgadinhos e refrigerantes.
Em 2024, o governo repassou R$ 5,5 bilhões a estados e municípios para a merenda escolar. Pelo menos 30% do total tinham que ser direcionado para a compra de alimentos da agricultura familiar.
A mudança na merenda servida em cantinas vai ajudar a melhorar o cardápio e enfrentar uma situação preocupante: de acordo com o Ministério da Saúde, a cada sete crianças brasileiras, uma está com excesso de peso ou obesidade.
quinta-feira, 30 de janeiro de 2025
1398 - Símbolos para venenos e resíduos nucleares
Apropriadamente: ele foi projetado para ser o símbolo de substâncias perigosas, visando dissuadir as crianças de ingeri-las. A ideia era que se você visse um adesivo de Mr. Yuk em algo pela casa, significava que esse algo era veneno. Os pais pegavam folhas desses e os colavam em limpadores de ralos, caixas de alvejante e basicamente qualquer outra coisa que as crianças pudessem colocar as mãos.
O Sr. Yuk foi criado em 1971 por um médico chamado Doutor Richard Moriarty. Ele era pediatra e fundador do Centro de Envenenamentos de Pittsburgh. E como chefe do Centro de Envenenamentos, ele naturalmente queria evitar que as crianças ingerissem substâncias potencialmente perigosas... mas ele também queria ensinar aos pais que quando seus filhos ainda assim fossem em frente e ingerissem algo de qualquer maneira, eles deveriam ligar para o controle de envenenamentos primeiro. Essa ligação pode economizar tempo, dinheiro e muito estresse.
Onde ler mais:
http://99percentinvisible.org/episode/mr-yuk/
2 - O símbolo icônico Mr. Yuk (Sr. Yuk) criado por Richard Moriarty, que é usado para educar crianças e adultos, nos Estados Unidos da América e internacionalmente, quanto ao problema das intoxicações e envenenamentos. Infelizmente, este símbolo é protegido por direitos autorais. Mas até existe uma musiquinha-tema sobre ele (em vídeo, no YouTube).
Mr. Yuk is mean / Mr. Yuk is green / When you see him /Stop and think / Do not smell / Do not drink / Mr. Yuk is mean / Mr. Yuk is green. (trecho)
http://youtu.be/EqHxKVUG8cU?si=EPVipK4w_rYmPDLZ
3 - O símbolo perfeito que foi proposto por Carl Sagan:
https://blogdopg.blogspot.com/2014/06/simbologia-para-depositos-de-residuos.html
quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
1397 - Vírus Sincicial Respiratório
O VSR impacta significativamente tanto em crianças, causando bronquiolite, quanto em adultos, especialmente idosos e pessoas com comorbidades, podendo levar a infecções graves do trato respiratório inferior, exacerbações de doenças crônicas, hospitalizações e até óbito.
Os resultados de um estudo demonstram que o VSR é uma causa importante de síndrome respiratória grave em indivíduos com 60 anos ou mais. Algumas informações de destaque no estudo são: 5,7 por cento dos casos foram em pessoas com idade de 60 anos ou mais, porém este subgrupo representou 48 por cento de todos os óbitos notificados por SRA-VSR.
Portanto, o estudo destaca a necessidade de aumentar a conscientização sobre a importância do VSR em indivíduos mais velhos, especialmente à medida que as vacinas para prevenção da doença de trato respiratório causada pelo VSR estão se tornando disponíveis.
Informativo GSK por e-mail.
quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
1396 - Laranja em rodelas para prevenir o escorbuto
Agora, imagine um navio partindo do porto, com os porões repletos de provisões para uma longa viagem. Frutas e vegetais frescos seriam abundantes no início, mas esses produtos perecíveis não foram feitos para durar em longas viagens marítimas. Com o passar dos dias, os produtos frescos estragavam e os marinheiros tinham de confiar no que pudesse ser preservado.
É aqui que entra em jogo a engenhosidade de fatiar as laranjas. Ao fatiar a fruta, os marinheiros poderiam secar ou secar parcialmente as fatias, prolongando sua vida útil em comparação com frutas inteiras que estragariam mais rapidamente. Essas fatias poderiam então ser reidratadas ou chupadas, fornecendo as doses necessárias de vitamina C para prevenir ou curar o escorbuto.
Fonte: Wilcokson Jude, Quora
Arquivo:
32 - Os bebedores de limão
479 - Agnotologia
1043 - Linus Pauling e as vitaminas
1218 - Scott e o escorbuto
quinta-feira, 9 de janeiro de 2025
1395 - Pneus e poluição por microplásticos
A cada ano, bilhões de veículos no mundo todo perdem cerca de 6 milhões de toneladas de fragmentos de pneus. Esses pequenos flocos de plástico, gerados pelo desgaste normal dos pneus, acabam se acumulando no solo, em rios e lagos, e até mesmo em nossos alimentos. Pesquisadores no sul da China encontraram recentemente produtos químicos derivados de pneus na maioria das amostras de urina humana.
Essas partículas de pneu são um contribuinte significativo, mas frequentemente ignorado, para a poluição por microplásticos. Elas são responsáveis por 28% dos microplásticos que entram no ambiente globalmente.
As partículas de pneus tendem a ser feitas de uma mistura complexa de borrachas sintéticas e naturais, junto com centenas de aditivos químicos. Isso significa que as consequências da poluição dos pneus podem ser inesperadas e de longo alcance.
Veículos mais pesados, incluindo carros elétricos (que têm baterias muito pesadas), desgastam seus pneus mais rapidamente e geram mais partículas de microplástico. Com mais de 2 bilhões de pneus produzidos a cada ano, para se adaptarem a carros cada vez mais pesados e numerosos, o problema tende a aumentar.
Extraído de: https://phys.org/news/2024-11-car-quarter-microplastics-environment-urgent.html, PHYS.ORG
quinta-feira, 2 de janeiro de 2025
1394 - Tuberculose - Aspectos históricos, realidade, seu romantismo e transculturação
Feliz 2025!
quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
1393 - Avaliação da mobilidade diafragmática em pacientes com DPOC
Métodos; principais informações; na prática; limitações e conflitos de interesses ==> http://portugues.medscape.com/verartigo/6511857
Fonte
quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
1391 - Florence Sebert: da tuberculina ao PPD
Florence nasceu em 6 de outubro de 1897, em Easton, Pensilvânia. Aos três anos, contraiu poliomielite . Ela teve que usar aparelhos nas pernas e andou mancando durante toda a vida. Quando adolescente, Seibert teria lido biografias de cientistas famosos que inspiraram seu interesse pela ciência.
Em 1932, ela concordou em se mudar, com Long, para o Instituto Henry Phipps na Universidade da Pensilvânia . Ele se tornou professor de patologia e diretor de laboratórios no Instituto Phipps, enquanto ela aceitou uma posição como professora assistente em bioquímica. Seu objetivo era o desenvolvimento de um teste confiável para a identificação da tuberculose. O derivado anterior da tuberculina, a substância de Koch , produzia resultados falso-negativos em testes de tuberculose desde a década de 1890 por causa de impurezas no material.
Na década de 1920, ela conheceu Esmond R. Long, que estava trabalhando com tuberculose. Em 1932, ela concordou em se mudar, com ele, para o Instituto Henry Phipps na Universidade da Pensilvânia. Ele se tornou professor de patologia e diretor de laboratórios no Instituto Phipps, enquanto ela aceitou uma posição como professora assistente em bioquímica. Seu objetivo era o desenvolvimento de um teste confiável para a identificação da tuberculose. O derivado anterior da tuberculina, a substância de Koch desde a década de 1890, que produzia resultados falsos em testes de tuberculose por causa de impurezas no material.
Com a supervisão e o financiamento de Long, Florence identificou o agente ativo na tuberculina como uma proteína e passou vários anos desenvolvendo métodos para separar e purificar a proteína do Mycobacterium tuberculosis, obtendo o derivado proteico purificado (PPD) que permitiu a criação de um teste confiável para tuberculose.
Na década de 1940, o derivado proteico purificado (PPD) de Florence tornou-se um padrão nacional e internacional para os testes de tuberculina.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2024
1390 - Sintomas e sinais do câncer de pulmão
- Tosse crônica que persiste por oito ou mais semanas.
- Perda de peso rápida e inexplicável.
- Dificuldade para respirar.
- Dores nas mãos e dedos.
- Dores no peito principalmente nas costas e costelas.
- Alterações de humor sem motivo aparente.
- Expectoração com sangue.
- Ginecomastia (inchaço do tecido mamário masculino).
- Dor no ombro (tumor de Pancoast).
- Infecções frequentes como pneumonia e bronquite.
O inchaço nos dedos, também conhecido como "hipocratismo digital" ou "dedos em baqueta de tambor", pode ser um sinal de câncer de pulmão. É especialmente evidente quando as extremidades dos dedos estão inchadas ou alargadas e com as unhas de aspecto modificado. Tal condição ocorre devido à falta de oxigenação adequada no corpo, provocada por problemas pulmonares graves, como o câncer de pulmão. Embora o hipocratismo digital possa ser, em alguns casos, uma característica hereditária e inofensiva, ele também pode indicar doenças graves, como problemas cardíacos, hepáticos ou pulmonares. No caso específico do câncer de pulmão, até 80 por cento dos pacientes apresentam este sinal em algum estágio da doença. Além do inchaço, outras alterações nas mãos e unhas podem ser sinais de alerta, como o brilho excessivo da pele ao redor das unhas ou unhas que começam a curvar-se para baixo, adquirindo uma aparência conhecida como "unhas em vidro de relógio". Estas alterações merecem atenção e avaliação médica, especialmente quando associados a outros sintomas de câncer de pulmão, como dificuldade respiratória, fadiga extrema e perda de peso inexplicável. [fig.]
quinta-feira, 28 de novembro de 2024
quinta-feira, 21 de novembro de 2024
1388 - Autismo
Fonte: OMS
- Autismo, também conhecido como transtorno do espectro autista (TEA), constitui um grupo diversificado de condições relacionadas ao desenvolvimento do cérebro.
- Cerca de 1 em cada 100 crianças tem autismo.
- TEA são um grupo diverso de condições. Eles são caracterizados por algum grau de dificuldade com interação social e comunicação. Outras características são padrões atípicos de atividades e comportamentos, como dificuldade com transição de uma atividade para outra, foco em detalhes e reações incomuns a sensações.
- As características podem ser detectadas na primeira infância, mas o autismo geralmente não é diagnosticado até muito mais tarde.
- As habilidades e necessidades de pessoas autistas variam e podem evoluir ao longo do tempo. Enquanto algumas pessoas com autismo podem viver de forma independente, outras têm deficiências graves e requerem cuidados e suporte por toda a vida.
- Pessoas com autismo frequentemente têm condições concomitantes, incluindo epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, bem como comportamentos desafiadores, como dificuldade para dormir e automutilação.
- O nível de funcionamento intelectual entre pessoas autistas varia amplamente, estendendo-se de comprometimento profundo a níveis superiores.
- Intervenções psicossociais baseadas em evidências podem melhorar a comunicação e as habilidades sociais, com um impacto positivo no bem-estar e na qualidade de vida de pessoas autistas e de seus cuidadores.
- O cuidado com pessoas com autismo precisa ser acompanhado por ações em nível comunitário e social para maior acessibilidade, inclusão e apoio.
quinta-feira, 14 de novembro de 2024
1387 - Acidentes com RMN
230 - Acidentes com RMN
quinta-feira, 7 de novembro de 2024
1386 - O banimento do amianto no Brasil. Conclusão
Em 29 de novembro de 2017, numa decisão histórica, o STF o aprovou o banimento do amianto crisotila, ou amianto branco, em todo o País.
Desde então, extração, fabricação, comércio e uso de produtos e equipamentos contendo amianto estão explicitamente proibidos no Brasil.
Porém, em flagrante afronta e desrespeito à decisão da Suprema Corte, a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás aprovou e o governador Ronaldo Caiado promulgou, em 16 de julho de 2019, a Lei n.º 20.514.
Essa lei permite à Sama Minerações, subsidiária do grupo Eternit, continuar explorando o amianto crisotila na mina de Cana Brava, em Minaçu, para fins de exportação. É a única mina ainda em atividade nas Américas.
Dizer que é para "fins exclusivos de exportação" é um eufemismo para esconder toda a cadeia produtiva do amianto:
- Extração
- Beneficiamento
- Embalagem
- Armazenamento
- Destinação de resíduos
- Transporte por rodovias
- Novo armazenamento em recintos de exportação nos portos brasileiros, onde as embalagens paletizadas são movimentadas por empilhadeiras
- Colocação em containers e embarque em navios
A ADI 6200 versa sobre a decretação da ilegalidade da lei e o estabelecimento de um prazo para o fechamento da mineradora em Goiás.
Para a ANPT, a lei goiana afronta os direitos fundamentais à saúde. É direito de todo cidadão e dever do Estado dar proteção em face dos riscos laborais e de promover o meio ambiente adequado, previstos na Constituição da República.
Em 9 de junho de 2023, o STF começou a julgá-la.
https://www.viomundo.com.br/saudetrabalho/fernanda-giannasi-fim-definitivo-do-amianto-no-brasil-esta-nas-maos-do-stf.html
https://www.asbestosnation.org/facts/asbestos-bans-around-the-world/?utm_medium=website&utm_source=archdaily.com.br
280 - Vítimas de amianto na Itália
296 - A toalha de mesa de Carlos Magno
355 - Amianto: a polêmica do óbvio
494 - Uma vitória contra o amianto
594 - A ocorrência natural de amianto em Nevada, EUA
606 - A cidade fantasma do amianto
662 - Fahrenheit 451
778 - O legado do amianto
1022 - A utilização de amianto no Brasil ofende postulados constitucionais, diz STF
1103 - O processo de banimento do amianto no Brasil
1121 - Talco e preocupações com asbesto
1271 - Talco e amianto
quinta-feira, 31 de outubro de 2024
1385 - Humor pop-up
sexta-feira, 18 de outubro de 2024
1384 - O quadro "The Doctor" (O Médico), de Luke Fildes
Neste vídeo, postado em 2020 em seu canal no YouTube, a médica e historiadora Ana Margarida Arruda Furtado Rosemberg faz uma apreciação crítica da obra de Luke Fildes.
quinta-feira, 17 de outubro de 2024
1383 - Árvore de Hipócrates
Prezado(a) doutor(a):
Conta a tradição que, sob a sombra de uma árvore, o Plátano (Platanus orientalis), na Ilha de Kós, na Grécia, Hipócrates, o pai da Medicina, reunia-se com seus discípulos e transmitia seus conhecimentos e seus valores.
Neste sentido, em comemoração ao Dia do Médico, convidamos Vossa Senhoria para participar do plantio da árvore de Hipócrates que acontecerá no dia 17 de outubro (hoje), às 17h, na sede do CREMEC, na Avenida Antônio Sales, n.º 485, Fortaleza – CE.
Esta árvore, plantada na casa da ética médica cearense, representa um símbolo do respeito dos médicos do Estado do Ceará aos princípios éticos.
quinta-feira, 10 de outubro de 2024
1382 - Quem se lembra do pager?
Ele foi inventado em 1949 pelo canadense Alfred J. Gross. Seu sistema de rádio, similar a um Walkie Talkie (também inventado por Gross, em 1938), foi aprimorado com o passar do tempo.
Em 1956, a Motorola apresentou o primeiro pager portátil capaz de exibir mensagens de texto em uma pequena tela de LCD. Em pouco tempo, a novidade foi adotada por profissionais de diversas áreas das atividades humanas, principalmente por médicos.
Basicamente, um pager era um pequeno receptor de rádio que o usuário carregava no bolso. Por meio de um código pessoal, qualquer pessoa podia enviar uma mensagem discando esse número e citando a mensagem que desejava enviar.
As mensagens eram recebidas em uma central telefônica ou escritório de transmissão, onde outro profissional as enviava imediatamente, como uma transmissão de rádio normal.
Uma vez que a mensagem chegava, o pager vibrava ou emitia um bipe (daí o apelido entre os brasileiros), exibindo a mensagem ("torpedo") seguida de data e hora. O pager funcionava com uma pilha do tipo AAA, capaz de fornecer carga para cerca de um mês de uso.
Vale ressaltar que os pagers não foram feitos para competir diretamente com os telefones celulares da época. Ambos tinham finalidades diferentes. A do bipe era receber mensagens rápidas e instantâneas de forma eficiente, o que nem sempre era viável nos celulares.
Uma vantagem do pager é que eles enviavam mensagens através de sinais de rádio VHF (semelhante aos programas de rádio FM), o que significa que a recepção chegava mais longe, precisava de menos transmissores e sofria com menos interferência do que os sinais de telefonia celular.
Era mais fácil receber uma mensagem de pager em uma área remota, por exemplo, do que efetuar uma chamada de celular no mesmo local, onde muitas vezes nem mesmo era possível captar um sinal. Por isso, até hoje, o sistema dos pagers ainda é usado por equipes de resgate.
(https://olhardigital.com.br/2022/02/09/tira-duvidas/tecnologias-antigas-o-que-era-pager-bipe/)
quinta-feira, 3 de outubro de 2024
1381 - Ciência, pesquisa e política da COVID longa
quinta-feira, 26 de setembro de 2024
1380 - Pesquisa no campo da imunologia para a cura do câncer
No Ceará, a pesquisa está sendo coordenada pelo médico Eduardo Cronemberger e conduzida pela equipe de pesquisa clínica do Centro Regional Integrado de Oncologia (Crio), em uma parceria internacional com os laboratórios MSD e Moderna.
O estudo, que se encontra em fase de recrutamento, é destinado para pacientes com câncer de pulmão, e todos os participantes irão receber doses de medicamento usado no tratamento imunoterápico da doença.
O médico Eduardo Cronemberger, explica que a vacina (que é personalizada) funciona como um "treinamento" para o sistema imunológico, semelhante à tecnologia das vacinas de RNA mensageiro (mRNA) para a prevenção da Covid-19.
quinta-feira, 19 de setembro de 2024
1379 - Esteatose hepática
Originada por uma combinação de fatores genéticos, metabólicos e ambientais, esta patologia pode aparecer em todas as idades, mas é mais prevalente em adultos de meia-idade, idosos e em pacientes com fatores de risco como obesidade e diabetes, quadros que duplicam sua incidência. O consumo de bebidas alcoólicas tem, por sua vez, um efeito potencializador na progressão do problema.
A doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica pode causar inflamação hepática, dano celular e acúmulo de tecido cicatricial no fígado, resultando no surgimento de esteatose hepática não alcoólica, fibrose hepática e até cirrose em estágio avançado.
Atualmente, existem algoritmos diagnósticos baseados na avaliação de parâmetros analíticos indicativos do risco da doença hepática que podem confirmar a doença por meio da ultrassonografia.
Obesidade, resistência à insulina, dietas ricas em gorduras e em carboidratos refinados são algumas das causas desta patologia e de outras doenças hepáticas cujas taxas só crescem, e a detecção precoce pode ajudar a implementar mudanças no estilo de vida. Entre elas, limitar o consumo de álcool, seguir uma dieta saudável e realizar exercícios regularmente, bem como controlar as comorbidades associadas, como a obesidade e o diabetes, que podem contribuir para a progressão da enfermidade.
Sem um tratamento disponível, os especialistas recomendam controlar os fatores de risco e adotar um estilo de vida saudável para reduzir o acúmulo de gordura no fígado e evitar o progresso da doença. Segundo a SEEN, em alguns casos, a perda de peso significativa e a reversão dos fatores de risco podem influenciar parcialmente o dano hepático.
Por isso, a Dra. Elena González, endocrinologista da Sociedad Española de Endocrinología y Nutrición, destacou algumas recomendações nutricionais baseadas na dieta mediterrânea, que reduzem a gordura hepática, exercem um efeito anti-inflamatório e melhoram a sensibilidade hepática à insulina, independentemente do exercício e da perda de peso.
"É recomendável limitar o consumo de carnes pouco saudáveis (carnes gordurosas e processadas) e de carboidratos refinados, especialmente em refrigerantes e sucos de fruta, que têm maior índice glicêmico e devem ser substituídos por fontes de carboidratos com baixa carga glicêmica", concluiu.
Este conteúdo foi traduzido de Univadis.
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
1378 - A "vacina inversa"
Uma vacina típica ensina o sistema imunológico humano a reconhecer um vírus ou bactéria como um inimigo que deve ser atacado. A nova “vacina inversa” faz exatamente o oposto: remove a memória de uma molécula do sistema imunológico. Embora esse apagamento da memória imunológica seja não desejado para as doenças infecciosas, ele pode interromper as reações autoimunes como as observadas na esclerose múltipla, diabetes tipo I, artrite reumatóide ou doença de Crohn, nas quais o sistema imunológico ataca os tecidos saudáveis de uma pessoa.
quinta-feira, 5 de setembro de 2024
1377 - Existe diferença entre a lente do SUS e a lente importada?
Vídeo da Dra. Claudia Del Claro
Opinião recente de um velho oftalmologista:
1) Sim. Claro que há lentes melhores do que outras, mas a questão não é essa. Em que uma lente é melhor do que outra e quanto ela é melhor? 1%? 2% ? E há lentes nacionais melhores do que importadas, portanto, esqueçamos essa polêmica "nacional x importado".
2) Recomendo as lentes monofocais pela simples razão da visão ruim das lentes com mais de um foco, alem de serem muito mais caras.
3) Recomendo o uso dos óculos para ir corrigindo as mudanças que vão aparecendo com o tempo.
4) Se é assim por que os médicos insistem em recomendar as lentes importadas e condenar as nacionais em troca de um gordo pagamento adicional?
5) Preciso responder?
Antes dos meus cinquent'anos apresentei uma catarata que evoluiu rapidamente em OD. O cristalino opacificado foi removido, e uma lente intra-ocular unifocal foi implantada. À época, pouco se falava de lentes multifocais. Após a facectomia, senti fotofobia e dor ocular, precisando de usar colírios com corticoide e antiinflamatórios durante meses. E cheguei a perder a visão no olho operado, mas nada que o laser não pudesse resolver. Restaram-me desse período umas moscas volantes de estimação. Aí pelos 65 anos, surgiu-me a catarata em OE. Fui colocado num dilema: lente uni ou multifocal? A primeira ficaria por conta do plano de saúde e a segunda, para implantá-la, eu teria que pagar um adicional. Optei por não inovar, e desta vez o pos-operatório foi ótimo.
quinta-feira, 29 de agosto de 2024
1376 - O júri de matronas
quinta-feira, 22 de agosto de 2024
1375 - "Planta da alegria"
O efeito do ópio, segundo Booth, autor de Opium: A History, é que ele “altera o reconhecimento e a percepção de certas sensações”. Os médicos medievais dependiam muito do ópio, incluindo o láudano, que na década de 1660 se referia à combinação de pílulas ou pastilhas de ópio e álcool, que cortavam o sabor amargo do ópio. O ópio tem sido usado para tratar quase todas as doenças, desde diarreia e supressão do apetite até tosse; desde dores de cabeça, dores musculares e doenças venéreas até cólera; da dor até mesmo ao vício em opiáceos. Seu uso acompanhou o advento da medicina moderna, erradicando as primeiras práticas médicas, como ventosas, sangrias e aplicação tópica de sanguessugas.
Até meados de 1800, o ópio era amplamente considerado inofensivo e era amplamente prescrito, até mesmo para crianças. O nível de consumo em toda a Grã-Bretanha, Europa Ocidental e América "era impressionante", escreve Booth. Mas algumas mortes proeminentes, atribuídas ao consumo de ópio, e a publicação de "Confessions of an English opium-eater" (Confissões de um opiômano inglês), de Thomas De Quincey, que apareceu pela primeira vez na década de 1820 e foi reeditado em 1856, começaram a mudar a forma como o ópio era visto. "“As estatísticas de mortalidade começaram a registar o ópio como causa de morte. Em 1860, um terço de todos os envenenamentos fatais foram causados por opiáceos", escreve Booth na Grã-Bretanha. O número de mortes foi provavelmente devido à força não confiável do ópio e das misturas de ópio, então não regulamentadas e não padronizadas. Isso mudou com a Lei de Venenos e Farmácia de 1868, que restringiu a venda de ópio aos químicos. Posteriormente, todos os pacotes de ópio foram marcados com "veneno" e uma caveira com ossos cruzados. A lei tornou-a uma substância controlada, no domínio do mundo médico e jurídico.
Enquanto isso, em 1805, Friedrich Wilhelm Sertürner, assistente de um farmacêutico alemão, conseguiu isolar o alcalóide morfina. Foi nomeado em homenagem a Morfeu, o deus grego dos sonhos. O alcalóide provou ser dez vezes mais forte que o ópio. Também era barato de produzir e tinha uma medida padronizada de resistência. Foi ingerido principalmente por via oral ou usado como supositório até cerca de cinquenta anos depois, quando as seringas foram introduzidas. A injeção de morfina diretamente na corrente sanguínea contornou o sabor amargo da droga, bem como as náuseas e distúrbios intestinais que ela causava, proporcionando alívio imediato. De acordo com Booth, os médicos presumiram que, ao contrário do ópio, a morfina não viciava e o uso de injeções se espalhava entre as classes média e abastada, sendo as seringas muito caras para os pobres. Mas acabou por surgir uma onda de pânico devido ao vício, fazendo com que as autoridades reprimissem mais uma vez o consumo.
Em 1874, um farmacêutico britânico ferveu morfina com anidrido acético, na esperança de produzir uma alternativa não viciante à morfina. Ele criou a diacetilmorfina, que foi adquirida pela empresa farmacêutica alemã Bayer Laboratories, desenvolvedora da aspirina, em 1898. Ela provou ser incrivelmente poderosa na redução da dor. Chamavam-lhe heroína, da palavra alemã heroisch, ou heróico. A heroína era simples e barata, e sua potência fácil de controlar. "A história se repetiu", escreve Booth. "Assim que a heroína estava disponível gratuitamente, foram feitas alegações extravagantes sobre ela. Foi até discutido como uma cura para o vício em morfina." Seguiu-se ainda outro ciclo de uso, abuso e controle. Em algum momento, todas essas drogas foram responsabilizadas pelo vício; a disciplina médica tinha pouca compreensão de como o vício funciona no cérebro humano.
Hoje chamamos a extensa família de drogas derivadas do ópio de opiáceos , mas o termo obscurece a diferença entre os opiáceos, os alcalóides extraídos da planta da papoula ou derivados dela – morfina, codeína, heroína – e os opiáceos, as mais de quinhentas drogas totalmente ou parcialmente sintetizado a partir de componentes químicos do ópio. Os parcialmente sintetizados incluem hidrocodona (Vicodin), hidromorfona (Dilaudid) e oxicodona (OxyContin, Percocet). Os totalmente sintetizados incluem dextrometorfano (NyQuil, Robitussin, Theraflu, Vicks), dextropropoxifeno (Darvocet-N, Darvon), metadona (Dolophine), meperidina (Demerol) e o infame (sic) fentanil (Sublimaze, Duragesic). O termo genérico é, então, uma manifestação linguística da forma como a dependência influenciou a nossa compreensão de toda uma classe de drogas, algumas das quais continuam a ser clinicamente indispensáveis.
Extraído de: Pain and Suffering, by Ann Neumann. The Baffler, no.70 (June 2024)
quinta-feira, 15 de agosto de 2024
1374 - Biodança
- Eu só traduzi a legenda! (Paulo Nov'Acta)
Links internos
32 - Os bebedores de limão
144 - O placebo: agradando demais?
292 - O efeito placebo 2.0
387 - Placebo: agradarei
409 - Estudo duplo-cego
510 - Respondedores excepcionais
661 - A fortiori
708 - Placebo x placebo
769 - Paracetamol inibe a dor, mas também as emoções

Um segmento do painel "Tratamento da Tuberculose". Poty, óleo sobre madeira, 1957. Acervo do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (Rio de Janeiro, Brasil).
Quem sou eu

- Paulo Gurgel
- 72 anos, natural de Fortaleza (onde resido), Ceará, Brasil. Casado com Elba, pai de Érico e Natália, avô de Matheus e Renan. Médico aposentado do Ministério da Saúde. Curriculum vitae na Plataforma Lattes. Blogs que publico: EntreMentes, Linha do Tempo, Nova Acta, Preblog e Slideshows do PG.
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“A vida é curta, a arte é difícil e longo tempo é necessário empregar-se na sua aprendizagem. A oportunidade é fugidia; a experiência, cheia de encruzilhadas, e o julgamento trabalhoso de formular. Ante problemas tão árduos e situações tão perigosas o médico deve ser modesto e ter a mínima convicção de que não são só seus cuidados que podem fazer voltar a saúde perdida, porque a experiência demonstra como, muitas vezes, as enfermidades se curam por si mesmas." HipócratesOutras Citações
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