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domingo, 6 de setembro de 2015

775 - Caçadores de tatus

Um homem no Texas ficou ferido após atirar em um tatu e a bala ricochetear na armadura do animal, atingindo-o em seguida no rosto.
O xerife do condado de Cass, Larry Rowe, disse à agência de notícias Reuters que o atirador abriu fogo assim que acordou pela manhã e viu o tatu em sua propriedade.
"Ele foi para fora, pegou seu revólver 38 e atirou três vezes no tatu", explicou o xerife. Três tiros foram disparados e pelo menos um ricocheteou.
O homem, com um ferimento na mandíbula, recebeu atendimento médico. O animal, no entanto, não foi localizado, e ninguém sabe o que aconteceu com ele.
O incidente não foi o primeiro, nos Estados Unidos, em que alguém se feriu por bala desviada em armadura de tatu. Meses atrás, segundo noticiou a TV local WALB News, outro homem feriu a sogra com uma bala que ricocheteou em outro tatu, A bala pegou uma cerca de raspão, entrou no trailer da sogra, atravessou uma poltrona e alojou-se nas costas dela. Neste caso, o tatu morreu.
Não tirem conclusões apressadas.
Fonte: BBC
183 - A doença dos caçadores de tatus

terça-feira, 3 de agosto de 2010

183 - A doença dos caçadores de tatus

Na sessão do Serviço de Pneumologia do Hospital de Messejana, realizada em 14/11/06, o colega Fabrício Costa apresentou 2 casos clínicos semelhantes com o mesmo diagnóstico. Em comum o fato de os portadores da doença, ambos procedentes do município de Aiuaba - CE, serem praticantes da caça de tatus. Procurados como fonte alimentar, os tatus são perseguidos em suas tocas pelos caçadores que, para capturar esses animais, também precisam de cavar. Nesse procedimento, poeiras que contêm grandes quantidades de fungos são levantadas do chão e inaladas pelos caçadores. Os fungos, que são da espécie Coccidioides immitis, o agente causal da coccidioidomicose - a doença que esses dois pacientes apresentavam - e que se mostram abundantes em certos tipos de solo. Notadamente naqueles que são encontrados nas regiões semi-áridas.
A coccidioidomicose, que é uma doença endêmica em regiões dos Estados Unidos, México e América Central, há cerca de 30 anos também começou a ser descrita no Brasil. Na Bahia, no Piauí e no Ceará, distribuída em casos isolados ou em pequenos surtos, e quase sempre relacionada com a atividade de caçar tatus. No Ceará, os casos foram registrados em Crato (1), Aiuaba (4) e Boa Viagem(1). O deste último município, que foi também acompanhado pelo Fabrício Costa no Hospital de Messejana, em que houve a evolução para o óbito, recebeu publicação em 2000, no Jornal de Pneumologia.
No XXXIII Congresso Nacional de Pneumologia e Tisiologia, acontecido recentemente em Fortaleza, tive a oportunidade de conversar com Antônio de Deus Filho, emérito pneumologista de Teresina - PI, responsável pela descoberta da relação da silicose com a ocupação de cavar poços. E ouvir dele a informação sobre a ocorrência no Piauí de dezenas de casos de coccidioidomicose em caçadores de tatus. Com a oportuna conclusão de que revolver terras, em perfuração de poços ou na captura de tatus, é um ato de duplo risco: para silicose e para coccidioidomicose. Por isso, o pneumologista nordestino esteja sempre preparado para lidar com as duas enfermidades, inclusive quando associadas.



Publicado em EntreMentes