sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

1 - Silicose no Ceará

A silicose é uma doença pulmonar ocasionada pelo trabalho em locais em que existe a ocorrência de sílica inalável. No Ceará, a doença foi registrada pela primeira vez em 1986, em cavadores artesanais de poços na Região da Ibiapaba. Nos últimos anos, estudos por nós realizados mostram que o problema da silicose em nosso estado é bem mais extenso: cavadores de poços de outras regiões (por exemplo, de municípios do Cariri Oriental) e pessoas com outras ocupações, tais como trabalho em pedreiras (em Caridade), mineração e jateamento de areia (em Fortaleza) vêm sendo acometidas pela doença. Contudo, ainda não se dispõe de um mapeamento completo das áreas e das ocupações de risco para a silicose no Ceará.
Por ser a silicose uma doença crônica que cursa com grande sofrimento, freqüentemente incapacitante e para a qual não existe um tratamento eficaz, os principais esforços devem ser aplicados na prevenção primária. Com esta ordem de prioridade:
  1. Eliminar a exposição não usando a sílica ou usando-a nas menores quantidades possíveis e de forma que ninguém se exponha.
  2. Quando não se pode eliminar completamente a exposição à sílica livre cristalizada, então controlar ou minimizar a emissão de poeira de sílica para o ar.
  3. Se não for possível controlar a exposição à sílica cristalizada por qualquer método, então fornecer equipamentos de proteção respiratória para os trabalhadores.
Aqueles que continuam expostos ao risco devem ser periodicamente examinados para a detecção precoce da doença. Se constatado o agravo, devem ser afastados do trabalho de risco, avaliados quanto ao grau de comprometimento pela doença, periciados quanto à incapacitação e, ao longo da vida, acompanhados em suas evoluções e intercorrências clínicas por médicos e outros profissionais de saúde.

Publicada em EntreMentes

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