quinta-feira, 29 de março de 2018

1039 - Aspectos médicos da crucificação

Crucificação vista a partir da cruz, por J. Tissot.
Atualmente no Brooklyn Museum, em NY
Diversas teorias já tentaram explicar, através de conhecimentos médicos dos séculos XIX e XX, as circunstâncias da morte de Jesus na cruz. Foram elas propostas por vários tipos de profissionais: médicos, historiadores e, até mesmo, místicos.
A maior parte das teorias propostas por médicos concluíram que Jesus suportou um enorme sofrimento e muita dor na cruz antes de sua morte. Em 2006, o clínico geral John Scotson revisou quarenta publicações sobre a causa da morte de Jesus em que as teorias variaram de ruptura cardíaca a embolismo pulmonar.
Em 1847, baseando-se em João 19:34, o médico William Stroud propôs a "teoria da ruptura cardíaca" como a causa mortis de Jesus. A "teoria da asfixia" tem sido objeto de diversos experimentos que simularam a crucificação em voluntários saudáveis e muitos médicos concordam que ela causa um profundo comprometimento na capacidade respiratória da vítima. Um efeito da asfixia por exaustão é que a vítima da crucificação sente uma progressiva dificuldade para obter fôlego suficiente para falar, o que foi apresentado como uma possível explicação para os relatos de que as últimas palavras de Jesus teriam sido apenas curtas exclamações.
A "teoria do colapso cardiovascular" é a explicação moderna prevalente e sugere que Jesus morreu por causa de um estado de choque. De acordo com esta teoria, a flagelação e a fixação na cruz com pregos deixaram Jesus fraco e desidratado, levando-o finalmente ao colapso cardiovascular.
No Journal of the American Medical Association (JAMA), o médico William Edwards e seus colegas defenderam uma combinação das teorias do colapso cardiovascular (via choque hipovolêmico) e da asfixia por exaustão, assumindo que a "água" que verteu do ferimento no flanco de Jesus, descrito em João 19:34, seria o líquido pericárdico.
Em seu livro "A Crucificação de Jesus", o médico e patologista Frederick Zugibe apresentou um conjunto de teorias tentando explicar a colocação dos pregos, as dores e a morte de Jesus em grande nível de detalhe. Zugibe realizou diversos experimentos com voluntários para testar suas teorias, cujos resultados variaram com a existência de um suporte para os pés.
Pierre Barbet, um médico francês e cirurgião-chefe no Hospital de São José, em Paris, também apresentou teorias detalhadas sobre a morte de Jesus. Ele lançou a hipótese de que Jesus teria que relaxar seus músculos para conseguir fôlego suficiente para dizer suas palavras finais por conta da asfixia por exaustão. Outra hipótese proposta por ele foi que uma pessoa crucificada teria que se utilizar de seus pés, perfurados por pregos, para conseguir erguer seu corpo o suficiente para conseguir fôlego para falar.
Num artigo para a Catholic Medical Association, Phillip Bishop e o fisiologista Brian Church sugeriram uma nova teoria baseada no "trauma de suspensão".
Em 2003, os historiadores F.P. Retief e L. Cilliers revisaram a história e a patologia da crucificação como esta era realizada pelos romanos e sugeriram que a causa da morte se dava por uma combinação de fatores. Eles também afirmaram que os soldados romanos de guarda eram proibidos de deixar o local enquanto o condenado não estivesse morto.
Extraído de: Crucificação de Jesus/WIKIPÉDIA

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