domingo, 16 de março de 2014

597 - Métodos de sangria

Cirurgiões e barbeiros usavam diversos métodos para sangrar os pacientes. Mais comumente, eles realizavam a venossecção (imagem 1), que consistia em cortar a veia de uma pessoa, usando uma faca de dois gumes chamada lanceta. Também sangravam cortando as artérias (arteriotomia). No entanto, este segundo método era mais perigoso e exigia muito cuidado e habilidade por parte do praticante.
Um cirurgião ou barbeiro também podia utilizar copos aquecidos (ventosas) e um instrumento conhecido como escarificador para sangrar um paciente. Sobre os cortes produzidos na pele pelo escarificador, um aparelho multilâmina, o profissional aplicava as ventosas para que fizessem a sucção de sangue nos ferimentos infligidos. Apesar de dolorosa esta abordagem, como os cortes eram mais superficiais, este procedimento levava menos risco do que venossecção.
Um terceiro método comum de sangria envolvia o uso de sanguessugas.
Extraído de: Bloodletting Practices in Early Modern England, The Chirurgeon' Apprentice
No início da década de 1970, quando trabalhava como médico do Hospital Central do Exército, eu conheci estes instrumentos: o escarificador (imagem 2) e as ventosas. O tenente-coronel médico Antônio Marques, à época chefe do Pavilhão de Isolamento do HCEx, fez questão de me mostrá-los. No passado, eles chegaram a ser usados no tratamento de pneumonias. Mas estavam, desde há muito tempo, apenas guardados em um armário do pavilhão com outros antigos instrumentos médicos – como se estivessem esperando um museu para eles. O escarificador, ao ser disparado, provocava múltiplos cortes na pele, enquanto as ventosas, em consequência de um processo de combustão de álcool que originavam pressões negativas sobre a pele, faziam sangrar os cortes. Foi o que eu entendi. PGCS
(a continuar em: As coletoras de sanguessugas)

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