segunda-feira, 29 de agosto de 2011

292 - O efeito placebo 2.0

Em muitos estudos médicos, pessoas que tomam falsos medicamentos, tais como pílulas de açúcar sem os ingredientes ativos, ainda assim podem se sentir melhor. Elas apresentam os resultados positivos do enigmático "efeito placebo". E isso levanta uma questão interessante do ponto de vista ético: se podem os médicos prescrever placebos justificadamente a seus pacientes?
A resposta padrão é não. Se o fizerem, os médicos podem prejudicar a confiança que recebem dos pacientes e violar os princípios do consentimento informado.
Muitos dos argumentos, porém, são baseados na idéia de que os efeitos de um placebo dependem da crença de que ele é um medicamento real. E de que, ao tomá-lo, as pessoas esperam que ele de fato vá funcionar, daí os possíveis benefícios do placebo. Mas, de acordo com Ted Kaptchuk, da Harvard Medical School, tal expectativa pode não ser necessária.
Em um ensaio clínico, ele descobriu que pacientes com síndrome do intestino irritável  melhoravam de seus sintomas, quando tomavam pílulas de placebo, em comparação com pacientes que não tomavam nada. Mesmo que eles fossem previamente informados de que os comprimidos não continham qualquer substância  ativa.

Referências
Evidence that placebos could work even if you tell people they are taking placebos.
Placebos without Deception: A Randomized Controlled Trial in Irritable Bowel Syndrome.

Um comentário:

Paulo Gurgel disse...

I transcribe bellow a message sent by my friend Hugo Lopes, whom I thank for the contribution to the debate:
This is an interesting study and shows the do's and don'ts of randomization or playing with the samples in statistical studies. I would question th use of patients of IBS , since they are a group of patients with a certain degree of psychological unstability ( that would make a biased study , or a sample "tendenciosa" ) .Unfortuntely the use of placebos is a fairly benign way to test control groups and very useful .Regards,HM.