sábado, 31 de maio de 2025

1415 - Dia Mundial sem Tabaco (31/05/2025)

Mais de 90 mil casos por ano no Brasil de 12 tipos de câncer têm relação direta com o tabagismo, alerta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO)
O consumo de tabaco potencializa, em diferentes proporções, o desenvolvimento de câncer de pulmão  (90%), cavidade oral (80%), laringe (96%), esôfago (90%), bexiga (70%), pâncreas (30%), fígado (25%), colo uterino (20%), rim (20%), colorretal (20%), estômago (20%) e leucemia mieloide aguda (20%), alerta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica neste 31 de maio - Dia Mundial sem Tabaco.
O tabagismo segue como um dos principais fatores de risco para o aumento de casos de câncer no mundo. No Brasil, quando considerados todos os tipos de câncer, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 20% dos casos no Brasil estão relacionados ao tabagismo, o que equivale a cerca de 140 mil novos casos anuais. A SBCO, a partir de informações de base de dados do INCA e da FioCruz, projetou que haverá 91.285 novos casos em 2025 no Brasil, diretamente associados com o tabagismo, para doze tipos de câncer. O levantamento é um alerta alusivo ao 31 de maio – Dia Mundial sem Tabaco.
Embora o câncer de pulmão seja o mais associado ao fumo - 90% dos casos têm o tabagismo como etiologia (causa) - os estudos epidemiológicos evidenciam que o tabagismo também é causa determinante para outros cânceres. "Vale a ressalva de que o tabagismo, assim como outros fatores de risco, não são uma causa isolada. Em câncer de cavidade oral e de esôfago, por exemplo, o risco é potencializado quando o fumo é acompanhado do consumo de bebidas alcoólicas", alerta o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
O Dia Mundial sem Tabaco é uma iniciativa para conscientizar a população mundial sobre os riscos inerentes ao hábito de consumir cigarro e seus derivados. De acordo com dados da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS), o tabagismo é causador da morte de 1,8 milhão de pessoas por ano.
O presidente da SBCO observa que os números são preocupantes e reforça a importância de se intensificar as medidas antitabagistas no país. "Esses números evidenciam o impacto direto do tabagismo na incidência de câncer no Brasil. Só considerando esses doze tipos de tumor, mais de 90 mil casos por ano estão diretamente ligados ao uso do tabaco — o que significa milhares de diagnósticos que poderiam ser evitados se o cigarro e outros dispositivos de fumo não existissem. O tabagismo não apenas aumenta o risco de diversos tipos de câncer, mas também agrava o prognóstico em quem já está doente", destaca Pinheiro.
Rodrigo Pinheiro alerta sobre o perigo não só do cigarro, como também de outros dispositivos de fumo, que estão cada vez mais populares. "O tabaco pode influenciar desde o surgimento até a progressão de um tumor, mas é igualmente urgente alertar, especialmente aos jovens, sobre os perigos de outros meios de consumo, como o vape (cigarro eletrônico) e o narguilé. Esses produtos também são altamente viciantes e carregam grandes concentrações de nicotina e outras substâncias tóxicas, com potencial de causar sérios danos à saúde a médio e longo prazo. A falsa ideia de que são alternativas 'menos nocivas' é equivocada e preocupante", alerta o presidente da SBCO.
Via Press Manager (copidescado)

quinta-feira, 22 de maio de 2025

1414 - Notas e entrevistas como contribuição à história da medicina no Ceará

Notas em livros e revistas
SILVA, Paulo Gurgel Carlos da. O CENTRO DE ESTUDOS DO HOSPITAL DE MESSEJANA. Histórias da Saúde: Fortaleza, 2004. p.31-32.
SILVA, Paulo Gurgel Carlos da. BREVE HISTÓRIA DO HOSPITAL DE MESSEJANA. Revista Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (edição especial): Fortaleza, 2006. p.12-13.
SILVA, Paulo Gurgel Carlos da. A UTI RESPIRATÓRIA DO HOSPITAL DE MESSEJANA: Do início aos dias atuais. Histórias da Saúde: Fortaleza, 2006. p.18-19. 
COSTA, Joel Isidoro; AMORIM, Luiza Helena. Terapia Intensiva no Ceará. UTI – Lugar de Vida (transcrição). Fortaleza: Expressão, 2012. p.39-42. ISBN 978-85-420-0073-3
SILVA, Paulo Gurgel Carlos da. HOSPITAL SÃO JOSÉ: Uma história a ser contada. Anais da Academia Cearense de Medicina. Volume n.º 17. Fortaleza: Expressão, 2017. p.443-444.
SILVA, Paulo Gurgel Carlos da. HOSPITAL DE MARACANAÚ (e sua "estação de rádio"). Anais da Academia Cearense de Medicina. Volume n.º 21. Fortaleza: Expressão, 2025. p.539-542.

Entrevistas
Ao médico e polígrafo Marcelo Gurgel Carlos da Silva, publicadas no livro PORTAL DE MEMÓRIAS: Paulo Gurgel, um Médico de Letras. Fortaleza: Expressão, 2011. ISBN
Médicos formados pela UFC: a turma de 1971. p.98-102.
Hospital São José: o início de uma história a ser contada. p.103-109.
A Casa de Saúde Santa Mônica (em Petrópolis-GB). p. 110-113.
Exercendo a clínica privada. p. 114-118.
Face to face: a criação da UTI Respiratória do Hospital de Messejana. p. 119-123.
Enfrentando a silicose no Ceará. p.124-127.
Bate-papo formal com um mestre informal. p.128-132

quinta-feira, 15 de maio de 2025

1413 - Vem aí a XXI Bienal da Academia Cearense de Medicina!

De 15 a 17 de maio, participe desse grande encontro que traz como tema principal "Inteligência Artificial e Humanismo na Medicina".
O evento é gratuito com certificação de participação e de apresentação de trabalhos.
Os trabalhos científicos sobre ética, história da medicina do Ceará e científica médica serão premiados e publicados nos anais da Revista da Unifor e da Interagir (Unichristus).
Serão três dias de muita troca, prática e aprendizado com grandes nomes da medicina.
Aguardamos vocês!
O PROGRAMA CIENTÍFICO DA XXI BIENAL DA ACADEMIA CEARENSE DE MEDICINA
Blog do Marcelo Gurgel

quinta-feira, 8 de maio de 2025

1412 - O comércio de sanguessugas entre a Espanha e a França no século 19 e suas consequências

Este artigo na Medical History estuda o impacto causado pelo sucesso e disseminação das teorias de Broussais sobre o uso de sanguessugas (hirudoterapia) como um suprimento médico nas relações comerciais hispano-francesas, bem como suas consequências para o mercado espanhol no século 19. Analisar os documentos produzidos pelas diferentes administrações públicas, juntamente com fontes de jornais e arquivos na Espanha e na França e a literatura e legislação daquele período, nos permite entender a evolução deste comércio e o forte impacto que teve na população autóctone deste recurso animal. O artigo revela como, no início da década de 1820, as sanguessugas se tornaram um importante suprimento médico e como a demanda por elas aumentou significativamente. Isso deu origem a uma relação comercial entre Espanha e França que levou à superexploração do recurso, à emissão de regulamentações sobre o assunto e à busca de soluções tecnológicas para aumentar a produção de sanguessugas.
doi.org/10.1017/mdh.2024.5
Relacionadas:

quinta-feira, 1 de maio de 2025

1411 - "Olhar à direita"

Oliver Sacks foi um neurologista que reivindicou para o saber médico uma nova abordagem descritiva, que aproxima os "relatos de casos" a técnicas romanescas, transformando estudos científicos em peças lierárias, com personagens e enredos tão imponderáveis quanto universais.
Um dos casos que ele relatou é o de uma mulher brilhante, na casa dos sessenta anos, chamada Sra. S., cujo hemisfério direito foi devastado por um derrame maciço. Embora isso a tenha deixado com "inteligência perfeitamente preservada — e humor", também a deixou vivendo em apenas metade do mundo.
Extraído do relato "Olhar à direita", in "O homem que confundiu sua mulher com o chapéu":
Às vezes, ela reclama com as enfermeiras que elas não colocaram sobremesa ou café em sua bandeja. Quando elas dizem: "Mas, Sra. S., está bem ali, à esquerda", ela parece não entender o que elas dizem e não olha para a esquerda. Se sua cabeça for gentilmente virada, de modo que a sobremesa fique visível, na metade direita preservada de seu campo visual, ela diz: "Ah, é isso — não estava lá antes". Ela perdeu totalmente a ideia de "esquerda", com relação ao mundo e ao seu próprio corpo. Às vezes, ela reclama que suas porções são muito pequenas, mas isso ocorre porque ela só come da metade direita do prato — não lhe ocorre que ele também tem uma metade esquerda. Às vezes, ela passa batom e maquia a metade direita do rosto, deixando a metade esquerda completamente negligenciada: é quase impossível tratar dessas coisas, porque sua atenção não pode ser atraída para elas e ela não tem concepção de que elas estão erradas. Ela sabe disso intelectualmente, e pode entender, e rir; mas é impossível para ela saber diretamente. Sabendo intelectualmente, sabendo por inferência, ela desenvolveu estratégias para lidar com sua impercepção. Ela não pode olhar para a esquerda diretamente, não pode virar à esquerda, portanto o que faz é virar para a direita — até completar um círculo. Por isso, ela pediu, e lhe foi dada, uma cadeira de rodas giratória. E agora, se ela não consegue encontrar alguma coisa que sabe que deveria estar ali, ela vai girando para a direita, formando um círculo, até que o que ela deseje fique à vista. A sra. S. descobriu que isso tem excelentes resultados quando não consegue encontrar o café ou a sobremesa. Pareceria muito mais simples para ela girar o prato em vez de a si mesma. Ela concorda, e já tentou fazer isso — ou pelo menos tentou fazer a tentativa. Mas é estranhamente difícil. [...]
Negligência unilateral
Pacientes com negligência unilateral se comportam não apenas como se nada estivesse realmente acontecendo em um de seus hemiespaços, mas também como se nada de importante pudesse ocorrer ali.