domingo, 5 de abril de 2015

725 - Como os pulmões funcionam?

Muitos de nós temos centenas de coisas em mente a cada momento. É um grande esforço lembrarmo-nos de tudo que temos de fazer. Mas, felizmente, há uma coisa importante que não temos de nos preocupar em lembrar: respirar.
Quando respiramos, transportamos oxigênio para as células do corpo para mantê-las ativas e precisamos limpar do nosso corpo o dióxido de carbono que essa atividade gera. Respirar, em outras palavras, mantém o corpo vivo.
Como é que cumprimos esta crucial e complexa tarefa sem ao menos pensarmos nisso?
A resposta está em nosso sistema respiratório. Como qualquer máquina, este sistema consiste de componentes especializados e requer um gatilho para funcionar. Aqui, os componentes são as estruturas e tecidos que compõem os pulmões, assim como o são os outros órgãos ligados a eles. E para pôr esta máquina em movimento, precisamos do sistema nervoso autônomo, o centro cerebral de controle inconsciente para as nossas funções vitais.
Comandando os pulmões para inspirar o ar rico em oxigênio, este sistema envia um sinal aos músculos em volta dos pulmões, abaixando o diafragma e contraindo os músculos intercostais (entre as costelas) de modo a criar mais espaço para os pulmões se expandirem. O ar então entra pelo nariz e pela boca, através da traqueia, para os brônquios que partem da base da traqueia entram em cada pulmão. Como ramos, estes tubinhos dividem-se em milhares de passagens menores chamadas bronquíolos. É tentador pensar nos pulmões como enormes balões, mas em vez de serem ocos, são na verdade esponjosos no interior, com os bronquíolos a correr ao longo do parênquima. No fim de cada bronquíolo está um pequeno saco de ar chamado alvéolo, cercado por capilares cheios de glóbulos vermelhos que contêm uma proteína especial chamada hemoglobina.
O ar que inspiramos preenche esses sacos, causando o enchimento dos pulmões. É aqui que ocorrem as trocas gasosas. Neste ponto, os capilares estão cheios de dióxido de carbono, e os sacos de ar estão cheios de oxigênio. Mas, devido a um processo básico de difusão, as moléculas de cada gás movem-se para os locais onde estão em menor concentração. Então, quando o oxigênio atravessa para os capilares, a hemoglobina capta-o, enquanto o dióxido de carbono é descarregado para os alvéolos. A hemoglobina rica em oxigênio é em seguida transportada por todo o corpo através da corrente sanguínea.
Mas, o que fazem os nossos pulmões com todo aquele dióxido de carbono? Expiram-no, claro. O sistema nervoso autônomo atua novamente, ocasionando a subida do diafragma e o relaxamento dos músculos intercostais, tornando menor a cavidade torácica e forçando a compressão dos pulmões. O ar rico em dióxido de carbono é expelido, e o ciclo começa novamente.
É assim que estes órgãos esponjosos mantêm o nosso corpo eficientemente abastecido de ar. Os pulmões inspiram e expiram entre 15 e 25 vezes por minuto, o que acumula uns incríveis 10 000 litros de ar por dia. É muito trabalho, mas não se preocupe. Os seus pulmões e sistema nervoso autônomo tomam conta do assunto.
(transcrito e revisado por Paulo Gurgel)

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