segunda-feira, 21 de novembro de 2011

321 - Velcro

O velcro foi inventado em 1941 pelo engenheiro suíço Georges de Mestral. Ele se inspirou nas sementes de uma planta (Arctium) que grudavam frequentemente em sua roupa e no pelo de seu cão, durante as caminhadas que faziam pelos Alpes. Após examinar atentamente essas sementes, através de um microscópio, Georges distinguiu nelas filamentos entrelaçados que terminavam em pequenos ganchos: era isso a causa da aderência das sementes a pelos ou tecidos.
E concluiu ser possível a criação de um produto que unisse os dois materiais de uma maneira simples, porém reversível. Desenvolveu e patenteou o VELCRO, e passou em seguida a comercializá-lo através de sua companhia Velcro S.A. O nome faz referência a duas palavras em francês: velours (que significa veludo) e crochet (que significa gancho).
A partir do relatório descritivo de sua patente nos Estados Unidos (US 2,717,437) pode-se ver a simplicidade dessa invenção.  Atualmente, as aplicações do produto são inúmeras e a palavra velcro tornou-se um termo genérico para se referir ao material.
Tensiômetro aneróide: VELCRO na braçadeira
É uma das muitas funcionalidades da vida moderna com a origem em um projeto "bio-inspirado".

Leitura recomendada: An Introduction to Bio-Inspired Design
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Reproduzida no Luis Nassif Online, esta postagem recebeu 17 comentários de seus leitores. Estão sendo aqui divulgadas as 5 mais interessantes:
"Para vocês (Gurgel, Valquíria e Cássia), entendidos no assunto Velcro, substituto do ZÍPER, um aviso:
Se um dia forem comprar ZÍPER no sul do Paraná, peçam FECHO ECLER. Quando morei em Ponta Grossa, e numa loja pedi um ZÍPER, ninguém sabia o que era. Assim também aconteceu quando pedi uma lâmpada. Lá era FOCO.
Ah, e quando minha mulher pediu num armarinho um RETRÓS! Perguntaram a ela: RETRÓS? É um carretel de LINHA. Eles: LINHA, o que é isso? Ela teve pegar um carretel para explicar. Aí eles: Ah, um rolo de FIO?
Mas, o CARRAPICHO também está presente nos matos de meu Triângulo Mineiro. Gruda na roupa e pica deixando um coceira por alguns dias.
É o nosso Brasil!"
Marco Antonio Nogueira
"Sabe aqueles matinhos secos rodando em filmes antigos de faroeste? São da familia do arctium!
http://en.wikipedia.org/wiki/Burdock
Porque as sementes têm esses ganchos elas se agarram a coisas que se movem e se espalham. As dos filmes de farwest não são nativas dos EUA, foram importadas da Russia porque era impossivel saber de olho a diferenca entre elas e as sementes de trigo, que eram então importadas da Rússia na época."
Não achei o link certo das plantas dos filmes, mas aquelas coisas são dolorosas até de olhar, e ferem até cavalos com aqueles espinhos!"
Ivan Moraes
"O velcro propiciou uma evolução num dos mais antigos calçados humanos: as sandálias. Com ele ficou mais rápido calçá-las.
Mas, de vez em quando, as fábricas resolvem chamar um designer e aí o resultado é dificuldade em vez de facilidade.
Alguém acha lógico que para calçar uma sandália com velcro a tira tenha de passar por um elo? E que quase sempre ao descalçar a sandália a tira sai toda do elo?
Por esta e outras passei a achar que o lema dos designers é: Para que simplificar se podemos complicar?
Tudo em nome de uma pseudoestética."
Eugenio, OFS
"Já ouvi esta história da boca de uma tia que mora, desde 1957, em Genebra e foi vizinha do Engº. De Mestral.
Segundo o que ela sempre contou, Ms. De Mestral guardou suas meias cheias de carrapicho no bolso do casaco quando sua mulher mandou tirar as botinas sujas ao chegar de uma de suas caminhadas pelos montes vizinhos.
No dia seguinte, no laboratório da empresa em que trabalhava, ao enfiar a mão no bolso do casaco ele encontrou as tais meias sujas e com os carrapichos, os quais levou ao microscópio. Como ele trabalhava em pesquisa de fibras sintéticas, o sistema de enganchamento dos carrapichos chamou-lhe a atenção e ele ficou dias pesquisando como reproduzir essas fibras em nylon.
Segundo conta essa minha tia (que ainda vive em Genebra, mas não sei se ainda é vizinha da família do engenheiro, que também nem sei se ainda é vivo...) a patente do invento o enriqueceu até a 4ª ou 5ª geração!"
JA
"Lá na roça, quando a gente ia perambular para catar gabiroba, mangaba, jabuticaba-do-mato, araticum, garrafinha, ou caçar passarinho, coisas assim, além de carrapatos em lugares indevidos, voltava com as pernas das calças cheias de:
Picão, uma haste escura, de uns 10mm tendo numa das extremidades diversas pontiagudas formações, que se agarravam firmes no tecido. Corria que seu chá fazia bem para algum mal, não me lembro qual.
Carrapicho, uma bolinha de uns 3-4 mm, com um monte de pequenas hastes pontiagudas, que 'velcravam' no tecido para valer.
Plaquinhas arredondadas, umas ao lado de outras, não sei o nome, que desenhavam como que sinhaninhas(?) na roupa.
Todas sementes, todas com o efeito velcro, mas, ao que parece, ninguém se tocou.
Diz a história que Flemming descobriu a penicilina por acaso, pura sorte. Deve-se notar, porém, que a sorte premiou olhos treinados, prescrutadores, se não a cultura teria ido para o lixo."
Eduardo CPQS

2 comentários:

Paulo Gurgel disse...

Transcrevo e-mail:
Anexo fotos da Arctium, mais conhecida como “Baldana” ou “Baldrana”.
Nosso vulgar e popular “carrapicho” é uma variedade de Arctium...
Abraços.
Winston Graça
http://winstongraca.blogspot.com

Paulo Gurgel disse...

Transcrevo e-mail:
Esta plantinha no Ceará se chama carrapicho. A bicha gruda na bainha da calça, das meias, etc. E ainda fura o dedo da gente...
Joel Isidoro