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quinta-feira, 13 de julho de 2023

1316 - A toxina do baiacu

Baiacu ou peixe-balão são designações populares para diversos peixes da ordem dos Tetraodontiformes, comuns nas faunas marítima e fluvial da América do Sul e, mais especificamente, do Brasil. O termo é utilizado, na linguagem corrente, para designar, especificamente, as espécies dessa ordem com a propriedade de inchar o corpo quando se sentem ameaçados por um predador ou outro fator.
Como o baiacu contém uma glândula de veneno, o consumo de sua carne exige a retirada prévia da glândula. Uma vez retirada a glândula, a carne do baiacu torna-se um tradicional ingrediente para o sashimi.
O veneno, a tetrodotoxina, é um bloqueador dos canais de sódio, que paralisa o músculos enquanto a vítima permanece totalmente consciente. Sob o efeito dessa neurotoxina, a vítima não consegue respirar, e eventualmente morre por asfixia. O tratamento padrão é o de suporte ao sistemas respiratório e circulatório, administração de carvão ativado e aguardar até que o veneno seja metabolizado e excretado pelo corpo da vítima. Toxicologistas ainda trabalham no desenvolvimento de um antídoto para a tetrodotoxina.
Ver também: Um ninho de amor

quinta-feira, 9 de maio de 2019

1096 - O peixe que não desce redondo

"A Jackass and a Fish: A Case of Life-Threatening Intentional Ingestion of a Live Pet Catfish (Corydoras aeneus),” Linda B.L. Benoist, Ben van der Hoven, Annemarie C. de Vries, Bas Pullens, Erwin J.O. Kompanje, and Cornelis W. Moeliker, Acta Oto-Laryngologica Case Reports, vol. 4, no. 1, 2019.
https://doi.org/10.1080/23772484.2018.1555436
Os autores explicam:
Inspirados por "Jackass" (um programa de TV sobre cenas de auto-agressão), alguns amigos completaram uma festa com a ingestão de peixes vivos de um aquário. Depois que os peixes dourados desceram suavemente, um bagre Corydoras aeneus foi ingerido. Desconhecendo a morfologia e o comportamento antipredador dessa espécie, um homem saudável, mas alcoolizado, de 28 anos, teve uma surpresa. O bagre abriu e travou as espinhas de suas nadadeiras peitorais, alojando-se em sua hipofaringe. Após várias horas, ele se apresentou no pronto-socorro com disfonia e disfagia. O peixe teve que ser removido por endoscopia. A intubação e a internação na unidade de terapia intensiva foram necessárias devido ao edema laríngeo. Duas semanas após a intervenção, o paciente fez uma recuperação completa e doou o peixe para o Museu de História Natural de Roterdã. A publicidade gerada pela exibição pública do peixe não engolido enfatizou o aviso oficial do "Jackass": "não tente fazer nenhuma das cenas de ação que você está prestes a ver".
O estudo incluiu fotos e vídeos feitos no hospital . (O relatório publicado não inclui, infelizmente, algo mencionado explicitamente: um "vídeo caseiro de dois minutos" do homem engolindo o peixe, acompanhado de encorajamento dos amigos).
Entre as fontes de conhecimento citadas neste artigo, destaca-se: Cleese J, Crichton C. Um peixe chamado Wanda. Beverly Hills (CA): Produção da Metro-Goldwyn-Mayer; 1988.
"A Jackass and a Fish"—Doctors save the life of a Fish-Called-Wanda imitator, Improbable Research

sábado, 15 de outubro de 2016

910 - O mapa da situação

O dr. Sten Grillner é pesquisador do Departamento de Neurociências do Instituto Karolinska, na Suécia. Estudando como o cérebro processa informações e controla os olhos. Grillner e outros pesquisadores confirmaram que uma área chamada quadrigemina corpora, que fica situada no mesencéfalo de todos nós, vertebrados, é a responsável por isso.
O estudo foi realizado em lampreias, um peixe pequeno pouco evoluído e que está próximo da forma dos primeiros vertebrados.
A quadrigemina corpora contém uma rede complexa de neurônios que controlam os movimentos da cabeça e dos olhos. Informações de diferentes partes chegam e são ali organizadas para criar um mapa do que está ocorrendo.
É o mapa da situação.
Fonte
Uråldrigt område i hjärnan styr ögonrörelser (Antiga área do cérebro controla os movimentos dos olhos). Publicado a 16 de setembro de 2016 em eLife online (doi: 10.7554/eLife.16472)