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domingo, 10 de dezembro de 2017

1023 - Os postulados de Koch

O Doodle Google de hoje homenageia Robert Koch (1843 -1910). Ele recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1905 pela descoberta da bactéria que causa a tuberculose. Mas, o mais importante: Koch foi o cientista que descobriu como estudar bactérias.
Ele primeiro isolou culturas de bactérias em fatias de batata, depois se tornou uma dos primeiros a adotar a placa de Petri (o Doodle Google de hoje inclui imagens de ambos). Koch também foi pioneiro no uso de ágar que, ainda hoje, mais de um século depois, é o meio usado para a maioria das culturas bacterianas. Sem o seu trabalho, não poderíamos estudar como as bactérias crescem, como combatê-las ou quais produtos químicos potencialmente úteis elas produzem.
Koch também lançou as bases para a bacteriologia moderna, descrevendo os quatro critérios para ligar uma doença a um patógeno.
  1. O organismo deve sempre estar presente, em todos os casos da doença. 
  2. O organismo deve ser isolado de um hospedeiro contendo a doença e cultivado em cultura pura. 
  3. As amostras do organismo retirado da cultura pura devem causar a mesma doença quando inoculadas em um animal saudável e suscetível no laboratório. 
  4. O organismo deve ser isolado do animal inoculado e deve ser identificado como o mesmo organismo do hospedeiro inicialmente doente. 
Ele usou estes postulados para descobrir as bactérias que causam o antraz (em 1876), a tuberculose (em 1882) e a cólera (em 1884). Utilizando-se dos métodos de Koch, outros cientistas encontraram as bactérias responsáveis por várias outras doenças, inaugurando em torno da virada do século XX o que foi chamado de Era de Ouro da Bacteriologia.

domingo, 7 de março de 2010

34 - O bacilo que não desbota

Quando um paciente apresenta tosse acompanhada de eliminação de escarro se diz que é um sintomático respiratório. Encontrando-se nessa situação há três ou mais semanas, deverá ter amostras do seu escarro examinadas ao microscópio, em duas ou mais oportunidades, para a pesquisa de bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR). A presença deste tipo de bacilo em dois exames de escarro (ou em apenas um, se o paciente também apresenta uma radiografia de tórax suspeita) é, na prática clínica, a confirmação do diagnóstico de tuberculose pulmonar.
Este fato de o bacilo da tuberculose ser álcool-ácido resistente é uma característica exclusivamente tintorial, relacionada com a composição lipídica de sua parede celular. Nada tem a ver, portanto, com alguma eventual resistência que o germe possa apresentar às drogas utilizadas no tratamento da tuberculose. Significa que o bacilo encontrado no esfregaço de escarro, com este material preparado pela técnica de Ziehl-Neelsen, foi corado pela fucsina; porém, em seu contato em seguida com uma solução álcool-ácida, não aconteceu de perder a coloração adquirida. O que, aliás, acontece com a maioria dos outros germes (os quais não pertencem ao gênero Mycobacterium).
Além do bacilo da tuberculose, outras micobactérias que causam as micobacterioses atípicas ou que são apenas saprófitas (existem na natureza, porém não ocasionam doenças nos seres humanos) também se apresentam como bacilos álcool-ácido resistentes. Isto acontecendo por ser a álcool-ácido resistência uma propriedade comum às várias espécies do gênero Mycobacterium, do qual faz parte o bacilo de Koch (BK). Nestes casos, a diferenciação deverá ser feita pela cultura do escarro, a qual evidenciará se o micróbio em questão é o Mycobacterium tuberculosis, que é o agente da tuberculose, ou não.

Bacilos álcool-ácido resistentes: retêm a cor vermelha do corante fucsina; em contraste com o fundo do esfregaço que é corado pelo azul de metileno.

Nota escrita em atenção a Priscila Novaes, que me solicitou por e-mail um esclarecimento sobre o assunto.

Publicado em EntreMentes