Dra. Aline Serfaty; Dr. Sivan Mauer
Em 2005 o economista norte-americano Lawrence Summers, à época servindo como reitor da Harvard University, disse publicamente que a pouca representatividade das mulheres na ciência e na engenharia era mais uma questão de falta de aptidão do que de discriminação de gênero. A opinião, que gerou um problema brutal de relações públicas em uma das mais prestigiosas instituições de ensino do planeta e terminou por influenciar o pedido de demissão de Summers do cargo, soa como uma ofensa à capacidade das mulheres, mas é a desculpa mais usada para desmerecer minorias.De acordo com o relatório A jornada do pesquisador pela lente de gênero, publicado pela Elsevier em 2020, a participação de mulheres, nos mais diversos campos da ciência, oscila entre 20% e 49% nos 15 países estudados para compor o relatório. O Brasil está entre os pesquisados, e figura entre os países mais equânimes na proporção entre homens e mulheres na autoria de artigos científicos, com 0,8 mulher por homem – um desempenho superior ao do Reino Unido (0,6), dos Estados Unidos e da Alemanha (ambos com 0,5).
Neste episódio do Conversa de Médico (Medscape), a Dra. Aline Serfaty, radiologista, e o Dr. Sivan Mauer, psiquiatra, apresentam os números mais atualizados sobre como essa falácia perpetuada para a manutenção do status quo está cada dia mais longe de corresponder à verdade. Discutindo como a desigualdade de gênero na ciência acarreta redução na criatividade e no potencial de inovação de um país, a dupla de médicos elenca algumas questões intrínsecas os desafios a serem superados para igualar a representatividade de homens e mulheres na formação e na produção científica brasileira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário