quinta-feira, 13 de março de 2014

596 - As bases galênicas das sangrias

As práticas de sangrias eram onipresentes na Inglaterra dos séculos 18 e 19. As pessoas saudáveis ​​e doentes deixavam-se sangrar por indicações medicinais e outras motivações. Para muitos médicos, era o tratamento preferido para inúmeras doenças.
Um médico declarou sobre a sangria
"Limpa a mente, fortalece a memória, limpa o estômago, aquece a medula, aguça a audição, seca as lágrimas, incentiva o raciocínio, desenvolve os sentidos, promove a digestão, produz uma voz musical, dissipa o torpor, afasta a ansiedade, alimenta o sangue e livra-o da matéria venenosa, e traz vida longa ".

A prática em si baseava-se na visão de Galeno sobre o corpo humoral. Galeno postulava que o sangue contendo os quatro humores era produto dos alimentos. Quando consumida, a comida era liquefeita no estômago e ia para o fígado, onde era subsequentemente transformada em sangue. Ocasionalmente, o corpo produzia um excesso de sangue, o que, de acordo com os praticantes galênicos, provocava febres, dores de cabeça e até mesmo apoplexia. Alternativamente, humores nocivos no sangue podiam levar a distúrbios localizados como tumores e inflamações. (1)
Em muitos casos, a sangria era usada para "livrar o corpo do paciente do sangue corrupto". Os médicos, muitas vezes, chamavam os cirurgiões e cirurgiões-barbeiros (2) para fazer sangrias em seus pacientes, pois consideravam a "arte do cortador" como inferior à prática da medicina.
O polo ou rolo de barbeiro, com os trapos ensanguentados amarrados em torno dele, era uma espécie de anúncio de que ali existia um expertise em procedimentos de sangue.
Extraído de: Bloodletting Practices in Early Modern England, The Chirurgeon's Apprentice
Ler também: A History of Barber's Pole, The Chirurgeon's Apprentice 
(a continuar em: Métodos de sangrias)

Nenhum comentário: