Extensas investigações epidemiológica, clínica, laboratorial e ambiental foram realizadas, resultando no diagnóstico conclusivo de melioidose, a partir do isolamento da bactéria Burkholderia pseudomallei em hemoculturas.
Em 2004, novo caso da doença foi diagnosticado no município de Banabuiu - CE, em uma paciente de 39 anos com quadro clínico de abscesso em região genital e septicemia. O agente etiológico da meliodose foi também identificado em hemocultura dessa paciente.
A Burkholderia pseudomallei é um microrganismo de vida livre, saprófita em alguns tipos de solo, e que também sobrevive em águas superficiais por períodos prolongados. Pessoas e animais podem adquirir a infecção em contato com o solo e a água onde a bactéria está presente. É levantada a hipótese de que a sua inalação por hospedeiros suscetíveis é que responde pelas formas graves (pulmonares e sistêmicas) da enfermidade.
A meliodose é um problema de saúde pública em alguns países do mundo (os quais estão principalmente situados nas regiões tropical e subtropical), sendo endêmica no Sudeste da Ásia, no Norte da Austrália e no subcontinente indiano. No Brasil, até o surto de Tejuçuoca, não havia registros da ocorrência dessa doença.
Fonte: Secretaria da Saúde do Estado do Ceará. Manual de Coleta de Amostras Ambientais da Burkholderia pseudomallei, Agente Etiológico da Melioidose, 2006.
Notas
(1) A pequena cidade de Tejuçuoca, distante 140 km da capital Fortaleza, é conhecida como a capital cearense do bode. Anualmente, a cidade realiza a Tejubode, feira de ovinos e caprinos que atrai cerca de 100 mil pessoas a este município de menos de 15 mil habitantes. Fonte: Blog do Guto Mota.
(2) Em 2005 e anos subsequentes, outros casos da doença têm sido informados. Oriundos dos municípios de Aracoiaba e Granja e do litoral cearense (este último, um turista holandês que veio a falecer em seu país). Fonte: internet (diversas).
(3) Ceftazidima (antibiótico que existe apenas na forma injetável) é a droga de primeira escolha para o tratamento da melioidose. Fonte: 2010 - Current Medical Diagnosis and Treatment, de Stephen J. McPhee e Maxine A. Papadakis.
07/11/2012 - Atualizando...
Francisco Fernando Pimenta Lima e colaboradores publicaram o relato de um caso de melioidose na Revista Científica do Instituto Dr. José Frota, nº. 15, de maio de 2011, sob o título de ABSCESSO ESPLÊNICO CAUSADO POR MELIOIDOSE.
Paciente FLR, 48, masculino, natural e procedente de Fortaleza/CE, portador de doença falciforme. Apresentava febre baixa, hipodinamia e dor no hipocôndrio esquerdo. TC mostrou baço aumentado com abscesso no órgão. Inicialmente medicado com ampicilina-sulbactam. A seguir, o paciente se submeteu a uma laparotomia exploradora. Realizada esplenectomia e coletados 2.000 mL de secreção purulenta. Nesta secreção, isolou-se a Burkholderia pseudomallei. Instituído meropenem 6g/dia EV por 14 dias. O paciente recebeu alta hospitalar, clinicamente estável.
Esta revista é indexada no site http://geodados.pg.utfpr.edu.br
07/11/2012 - Atualizando...
Francisco Fernando Pimenta Lima e colaboradores publicaram o relato de um caso de melioidose na Revista Científica do Instituto Dr. José Frota, nº. 15, de maio de 2011, sob o título de ABSCESSO ESPLÊNICO CAUSADO POR MELIOIDOSE.
Paciente FLR, 48, masculino, natural e procedente de Fortaleza/CE, portador de doença falciforme. Apresentava febre baixa, hipodinamia e dor no hipocôndrio esquerdo. TC mostrou baço aumentado com abscesso no órgão. Inicialmente medicado com ampicilina-sulbactam. A seguir, o paciente se submeteu a uma laparotomia exploradora. Realizada esplenectomia e coletados 2.000 mL de secreção purulenta. Nesta secreção, isolou-se a Burkholderia pseudomallei. Instituído meropenem 6g/dia EV por 14 dias. O paciente recebeu alta hospitalar, clinicamente estável.
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2 comentários:
Adorei o post, informações novas (para mim!)... uma dúvida: o Ceftazidima está disponível pelo Governo?
♦ http://pacientesensinam.blogspot.com ♦
Olá, Audinne.
A ceftazidima é disponibilizada pelo governo em seus hospitais para uso em pacientes internados.
Para pacientes ambulatoriais, creio que não.
Paulo
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