A silicose, uma das mais antigas doenças ocupacionais, ainda é responsável pela morte de milhares de pessoas, a cada ano, em todo o mundo. É uma doença pulmonar incurável, causada pela inalação de poeira contendo sílica cristalina livre. É irreversível e, além disso, a doença pode progredir mesmo quando a exposição cessa. Exposições extremamente altas estão associadas com uma menor latência e uma progressão mais rápida da doença.
A sílica é liberada durante operações em que rochas, areias, concreto e alguns minérios são quebrados e fragmentados. O trabalho em minas, pedreiras, fundições, construção civil, manufatura de vidro, cerâmica e em situações onde se usam pós abrasivos são especialmente arriscados. Outra atividade de alto risco para a silicose é o jateamento de areia. Qualquer jato abrasivo, mesmo que este não contenha sílica, apresenta risco para a silicose, quando utilizado para remover materiais que contenham sílica, como acontece nas fundições. Algumas outras atividades de limpeza a seco, com ar pressurizado, também podem gerar grandes quantidades de poeira. Por isso, mesmo ao ar livre, estas atividades podem ser perigosas.
Traduzido e adaptado de um documento da OMS. Para ler o texto completo clique aqui.
2 comentários:
E-mail recebido:
Dr. Paulo, satisfação.
Primeiramente, gostaria de parabeniza-lo, e agradecer, tive acesso a um compêndio escrito pelo Dr., sobre Silicose Pulmonar, e foi muito esclarecedor.
Deste modo, permita-me a ousadia de fazer um indagamento, mais a titulo de curiosidade, sou advogado militante no interior de SP, e fui surpreendido com um trabalhador portador de silicose pulmonar, e de la para cá, passei a me interessar pelo assunto, e pelo estudo da moléstia, inclusive com alguns avanços acerca do estudo com células tronco para tratamento, etc.
Indo direto ao ponto, seria possível que um trabalhador, que teve contato com o pó de sílica livre, somente passasse a desenvolver a doença 20 anos depois (Confesso que acredito que não). E indo mais além, claro que isso tudo é muito genérico, seria possível um diagnóstico errôneo de Tuberculose, motivado por uma desconhecida silicose pulmonar, ou uma própria tuberculose se desenvolver, já pelo enfraquecimento do pulmão pela doença?
Agradeço pela disponibilização do Email para contato, e de antemão a instigação pelo tema.
Att.
Murilo Freitas
Resposta:
Meu caro Dr. Murilo Freitas, olá.
Sim. É possível um trabalhador desenvolver silicose muitos anos após haver deixado a ocupação silicogênica. A sílica que ficou depositada nos pulmões, e que é de difícil remoção, pode prosseguir lesionando os tecidos pulmonares até originar a doença.
Esses longos períodos para o desenvolvimento da enfermidade são mais observados em pacientes que não fazem algum acompanhamento radiológico.
Quando a história ocupacional não é tomada pelo médico, muitos pacientes recebem o diagnóstico errôneo de tuberculose pulmonar. Por outro lado, a silicose e a tuberculose são doençsd que se associam com grande frequência. Nas formas avançadas de silicose, cerca de 50 por cento dos pacientes silicóticos em algum momento adoecem de tuberculose.
Atenciosamente,
Dr. Paulo Gurgel
http://airblog-pg.blogspot.com.br
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