quinta-feira, 31 de março de 2022

1249 - Movimento dos olhos durante a ressonância magnética

Neste breve vídeo, você observa os olhos se moverem para a esquerda e para a direita como resultado da contração voluntária dos músculos oculares durante um exame de ressonância magnética.

quinta-feira, 24 de março de 2022

1248 - Imunogenicidade e segurança da vacina da chikungunya

A chikungunya é uma doença infecciosa causada pelo vírus de mesmo nome que pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus (mesmos mosquitos que transmitem a dengue e a febre amarela, respectivamente). Os sintomas incluem febre acima de 38,5°C, de início repentino, e dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dor de cabeça, nos músculos e manchas vermelhas na pele. Cerca de 30% dos casos são assintomáticos.
A circulação do vírus foi identificada no Brasil pela primeira vez em 2014 e ele já está presente em mais de 120 países. Como a transmissão ocorre por mosquitos, é fundamental reforçar as medidas de eliminação dos criadouros de mosquitos nas residências. As recomendações são as mesmas aplicadas à prevenção da dengue.
Imunizante desenvolvido por farmacêutica parceira do Butantan
Os resultados finais do ensaio clínico de fase 3 da vacina contra a chikungunya (VLA1553), desenvolvida em parceria entre o Instituto Butantan e a empresa de biotecnologia franco-austríaca Valneva, mostraram que a imunogenicidade alcançada após a vacinação permaneceu por ao menos seis meses, com manutenção da produção de anticorpos durante esse período em 96,3% dos indivíduos avaliados. Além disso, o imunizante é seguro e causa reações adversas mínimas
Resumo de nota publicada pelo Instituto Butantan em 15/03/2022.
Arquivo Nova Acta


quinta-feira, 17 de março de 2022

1247 - Como as pontas amputadas dos dedos se regeneram

dedo de mamífero
Há muito tempo os cientistas tentam desvendar o mecanismo do processo de regeneração da ponta dos dedos amputados, intuindo que aí estaria a chave para a regeneração completa dos membros lesados como acontece com as salamandras.
Esses anfíbios, ao perderem uma perna ou a ponta da cauda, formam um blastema, um conjunto de células indiferenciadas capaz de recriar todos os tecidos perdidos e criar um membro igual ao que tinham.
Nada parecido jamais foi observado em mamíferos.
Em artigo http://www.nature.com/articles/s41598-019-45521-4 na revista *Scientific Reports*, cientistas brasileiros vinculados à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) questionam as expectativas otimistas.
Ao invés da chamada regeneração epimórfica, como a das salamandras, em que até as articulações e a função do membro amputado são restauradas, na ponta dos dedos dos mamíferos ocorre basicamente o crescimento de três tecidos que desempenham essa função naturalmente quando são danificados: unhas, pele e ossos.
Assim, os cientistas mostraram que o processo observável em dedos de mamíferos é muito mais simples do que o esperado.
Por esse motivo, não é um modelo para regeneração de membros.
Vimos que a ponta do dedo é muito mais simples do que o dedo inteiro ou um braço, por exemplo. Não tem músculos, glândulas ou articulações e basicamente tem unha, pele e osso.
Esses três tecidos têm uma capacidade natural de regeneração. Portanto, o crescimento da ponta de um dedo não constitui uma regeneração no sentido estrito da palavra, mas uma sucessão de fenômenos bem conhecidos.
Como qualquer lesão na pele, uma lesão de amputação cura devido à migração dos queratinócitos, as células da pele que produzem a queratina.
A unha parcialmente cortada retoma o seu crescimento por ser dotada de um grande número de células-tronco que induzem esse fenômeno ao longo da vida do organismo.
Porém, o crescimento mais importante nesse processo é o do tecido ósseo, que ocorre naturalmente quando se sofre uma fratura, por exemplo. Esse crescimento ocorre graças às chamadas células osteoprogenitoras.
Cientistas já haviam demonstrado que a unha é essencial para o crescimento ósseo após a amputação dos dedos do rato, por induzir o chamado crescimento distal na forma pontiaguda característica das falanges distais, as pontas dos dedos.

quinta-feira, 10 de março de 2022

1246 - Projeto sueco para apanhar bitucas de cigarros

Aproveitando a inteligência dos corvos, a empresa espera reduzir os custos associados à limpeza das bitucas de cigarros nas ruas da Suécia.
bi.tu.ca = bagana, beata, guimba, ponta de cigarro ou charuto
MUNDO AO MINUTO, 01/02/22 - Preocupada com o lixo no chão, uma startup na Suécia está a contar com um aliado improvável na luta contra o lixo do cigarro: o corvo.
O método é simples: o corvo recebe comida através de um computador por cada bituca depositada num repositório.
O projeto-piloto é da Corvid Cleaning, empresa fundada por Christian Günther-Hanssen, e tem sido implementado numa vila próxima de Estocolmo, Södertälje.
"São pássaros selvagens trabalhando voluntariamente", explicou o empresário sueco ao jornal The Guardian.
Os corvos foram a espécie ornitológica escolhida porque são as aves mais inteligentes do mundo animal. Um estudo citado pelo The Guardian afirma que os corvos da Nova Caledônia têm um raciocínio comparável ao de uma criança humana com sete anos.
"São mais fáceis de ensinar e há uma probabilidade elevada de eles se ensinarem uns aos outros. Ao mesmo tempo, há um risco reduzido de comer lixo por engano", garante o empresário.
Günther-Hanssen explicou que o seu método poderá poupar à cidade 75% dos custos associados à recolha de bitucas na cidade. Segundo os dados da Fundação Keep Sweden Tidy, caem nas ruas suecas mais de mil milhões de bitucas de cigarro por ano.
"O custo estimado por bituca apanhada do chão ronda os 80 öre por cigarro (o troco da coroa sueca, equivalente a menos de um centavo), às vezes chegando às duas coroas suecas (cerca de 5 centavos). Se o corvo apanhar a bituca, isto custaria talvez 20 öre por bituca de cigarro. A poupança para o município depende de quantos cigarros o corvo apanhar", explica.

quinta-feira, 3 de março de 2022

1245 - Os efeitos maravilhosos da nova inoculação

O criador da primeira vacina, contra a varíola, foi Edward Jenner. Naquela época, as pessoas tinham pavor da vacina porque corria o boato de que alguns vacinados haviam se transformado por inteiro em gado leiteiro, em outros apareceram chifres e, nos casos menos dramáticos, um rabo havia crescido.
O britânico James Gillray ilustrou os “efeitos adversos da vacina” numa gravura satírica:
Gillray, 1802. Acervo da Biblioteca Nacional de Medicina (Bethesda)
Resumo:
Em uma sala lotada, um médico (Jenner) se prepara para vacinar uma jovem sentada em uma cadeira; a cena é um caos, com vários ex-pacientes demonstrando os efeitos adversos da vacina com vacas brotando de várias partes de seus corpos.