quinta-feira, 28 de outubro de 2021

1227 - Visão geral dos minerais

Por Larry E. Johnson, MD, PhD, University of Arkansas for Medical Sciences
Última modificação do conteúdo em maio de 2020
Seis tipos de macrominerais são essenciais ao ser humano:
  • Quatro cátions: sódio, potássio, cálcio e magnésio
  • Dois ânions: cloreto e fósforo
As necessidades diárias variam de 0,3 a 2,0 g. Ossos, músculos, coração e cérebro dependem desses macrominerais. 

As pessoas precisam de nove oligoelementos (microminerais) em quantidades mínimas:
  • Cromo
  • Cobre
  • Flúor
  • Iodo
  • Ferro
  • Manganês
  • Molibdênio
  • Selênio
  • Zinco
Foram determinadas diretrizes dietéticas para oligoelementos (ver tabela Diretrizes para ingestão diária de oligoelementos). Todos os oligoelementos são tóxicos em altos níveis; alguns (arsênio, níquel e cromo) podem ser carcinógenos. Não está claro se o cromo deve ser considerado oligoelemento essencial (obrigatório).
Deficiências de oligoelementos (exceto iodo, ferro e zinco) não costumam ocorrer espontaneamente em adultos com alimentação normal; as crianças são mais vulneráveis porque têm crescimento rápido e ingestão variável. Desequilíbrios de oligoelementos podem resultar de doenças hereditárias (p. ex., hemocromatose, doença de Wilson), hemodiálise, nutrição parenteral, dietas restritivas prescritas para pessoas com deficiências inatas do metabolismo ou vários tipos de dieta populares.
Tabelas

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

1226 - Estranha profissão é a de médico!

O pintor e ilustrador britânico Samuel Luke Fildes (1843 - 1927) perdeu seu primeiro filho, Philip, acometido de febre tifóide, no Natal de 1877. O desvelo do médico que o assistiu deixou em sua memória uma imagem de devoção profissional que inspirou, em 1891, o quadro "The Doctor", ora em pauta. Nela, provavelmente, Samuel retrata seu próprio drama pessoal e homenageia o Dr. Murray que assistiu, impotente, seu filho no leito de morte.
No centro do quadro, em primeiro plano, a luz de um lampião sobre uma mesa ilumina um médico contemplativo e uma criança gravemente enferma, acomodada sobre duas cadeiras. Pela janela da humilde casa, adentram os primeiros raios de sol iluminando o lado esquerdo da face do pai, que repousa a mão nas costas de sua esposa para apoiá-la e confortá-la no momento dramático. A luz ilumina a mãe debruçada em uma mesa revelando seu profundo sofrimento com a grave doença da filha.
Os utensílios sobre os móveis, indicando a preparação de medicamentos, mostram que o médico passou a madrugada ao lado da criança pálida, fraca, largada, gravemente enferma, tentando, em vão, uma terapia eficaz. É impossível apreciar o quadro sem sentir forte emoção diante da força do olhar do médico sobre a pequena paciente e do olhar do pai, colocando suas esperanças no médico.
Trata-se de uma das representações mais tocantes e icônicas da medicina. Em 1892, um professor de medicina escreveu, no British Medical Journal:
"Uma biblioteca de livros feitos em nossa honra não faria o que esta pintura tem feito e fará pela profissão médica, ao tornar os corações de nossos semelhantes aquecidos com confiança e afeto por nós."
Extraído de: "Apreciação Crítica da Obra 'The Doctor' de Luke Fildes", por Dra. Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg, médica e historiadora da Sobrames Ceará e da Academia Cearense de Medicina. Publicada originalmente no Jornal do Médico Digital, de 18 a 23 de outubro de 2020.

O Médico
Dele se pede toda a sensibilidade que um ser humano pode abrigar. Para que entenda a linguagem da dor, da angústia, do medo, da desesperança e do sofrimento.Para que fale com a alma de seus pacientes. Para que transforme tênues fímbrias de esperança no lenho ardente da vontade de viver. De pessoa assim tão rica de sentimentos se pede, paradoxalmente, o mais frio domínio das emoções. Para que um franzir de cenhos ou um arquear de boca não semeiem, no espírito do paciente, dúvidas e opressões. Para que o tremer da mão não imprima, ao bisturi, o erro milimétrico que separa a vida da morte. Para que o marejar dos olhos não o prive da clareza meridiana que se pede ao diagnosticista. Para que o embargo da voz não roube credulidade à sua mensagem de fé.
SEMPRE ME PARECEU DIFÍCIL REUNIR, NUM MESMO INDIVÍDUO, TÃO NOBRE TEXTURA E TÃO RUDE COURAÇA.
Pronunciamento do Dr MARIO RIGATTO na AULA DA SAUDADE da minha turma MEDICINA 74 no Centro de Convenções e publicado em seu livro MÉDICOS e SOCIEDADE. ~ Dra. Ana Nocrato

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

1225 - O risco de fumar na II Guerra Mundial

Fumar nunca foi um hobby saudável. Nenhum médico o recomendaria a alguém. Mas o tenente aviador James Alter, em seu livro de 2011 intitulado "From Campus to Combat", lembra que, naqueles dias, quase todo mundo fumava.

… Considerando o tipo de trabalho que estávamos fazendo, ninguém teria ficado muito preocupado com o câncer de pulmão, mesmo se soubéssemos sobre ele.

O governo dos EUA fornecia cigarros aos militares em números impressionantes durante a Segunda Guerra Mundial. A Philip Morris e outros fornecedores de tabaco dos Estados Unidos relataram enrolar e vender 290 bilhões de cigarros em 1943. Para aliviar o tédio e melhorar o moral dos guerreiros, os cigarros eram o padrão nas caixas de ração K, junto com balas e chicletes. Se os jovens soldados e marinheiros quisessem mais, os cigarros custariam apenas 50 centavos a caixa ou um níquel o maço. Como resultado, o consumo de tabaco disparou durante a guerra.
Naquela época, fumar era uma atividade popular entre as pessoas, e eles fumavam mesmo em lugares que não deveriam, como dentro de aviões de combate. Era um claro risco de incêndio. Afinal, um avião de guerra era uma cápsula frágil de alumínio contendo um conglomerado de coisas que poderiam queimar ou explodir - combustível, fluido hidráulico, óleo, oxigênio, munição. Adicionar um cigarro aceso a essa mistura era perigoso.
Mas, em uma época em que as chances de morrer instantaneamente em uma briga de cães eram muito maiores, fumar, que levava décadas para fazer efeito, era um risco insignificante.
Mais sobre essa história na revista Air and Space.

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

1224 - O Horror nos Tempos do Cólera

De acordo com o folclore local, a vila de Nigg, na Escócia, venceu o cólera de uma maneira singularmente direta:
"Em uma parte central do cemitério de Nigg, há uma rude pedra nua, perto da qual o sacristão nunca se aventura a abrir uma cova. Uma apócrifa tradição selvagem conecta a construção dessa pedra com os tempos do cólera na vila. A praga, como diz a história, foi trazida ao local por um navio e movimentava-se lentamente pelo chão, desimpedida de qualquer tipo de contenção, na forma de uma pequena nuvem amarela. O país inteiro estava alarmado e grupos de pessoas foram vistas em todas as eminências, observando com horror ansioso o progresso da pequena nuvem. Eles foram aliviados, no entanto, de seus medos e da praga por um engenhoso homem de Nigg, que, tendo rebido uma grande sacola de linho, moldou-a um pouco à maneira de uma rede de pegar passarinho, aproximou-se cautelosamente da nuvem amarela e, com uma habilidade que não devia nada a uma prática anterior, conseguiu colocá-la na sacola. Envolvendo-a com cuidado, dobra após dobra, e prendendo-a com alfinete após alfinete e, enquanto o linho mudava gradualmente, como se estivesse sob as mãos de um tintureiro, de branco para amarelo, ele destinou a sacola ao cemitério da igreja, onde jaz desde então."
De Hugh Miller, Scenes and Legends of the North of Scotland, 1835.