quinta-feira, 25 de agosto de 2022

1270 - Do prontuário médico tradicional e sua evolução até o prontuário eletrônico do paciente

A necessidade da existência de um documento no qual as informações relativas ao histórico de saúde do indivíduo fossem registradas não é recente. A palavra prontuário origina-se do latim promptuarium e significa "lugar onde são guardadas coisas de que se pode precisar a qualquer momento" ou "manual de informações úteis" ou, ainda, "ficha que contém os dados pertinentes de uma pessoa" (Houaiss, 2009).
Considera-se importante relatar um pouco da história do surgimento do prontuário médico tradicional (PMT) e sua evolução até os dias atuais com a criação do prontuário eletrônico do paciente (PEP).
O prontuário médico tradicional
A ideia de se ter um meio onde as informações fossem registradas para poderem auxiliar na continuidade do tratamento, da investigação da doença e no compartilhamento dessas informações, começou com Hipócrates no século V a.C. No século V a.C., Hipócrates estimulou médicos a fazerem registros escritos, dizendo que o prontuário tinha dois propósitos: (1) refletir de forma exata o curso da doença e (2) indicar as possíveis causas das doenças.
Massad, Marin e Azevedo (2003, apud Cristiane Rodrigues) explicam que o prontuário em suporte de papel já vinha sendo utilizado há muitos anos e revelam, ainda, que Florence Nightingale, precursora da Enfermagem Moderna, quando tratava feridos na Guerra da Crimeia (1853-1856), já relatava que a documentação das informações relativas aos doentes era de fundamental importância para a continuidade dos cuidados ao paciente, principalmente no que se refere à assistência de Enfermagem. 
É clássica a frase de Nightingale, quando observa a importância dos registros de saúde: "Na tentativa de chegar à verdade, eu tenho buscado em todos os locais, informações; mas, em raras ocasiões eu tenho obtido os registros hospitalares possíveis de serem usados para comparações. Estes registros poderiam nos mostrar como o dinheiro tem sido usado, o que de bom foi realmente feito com ele...". (Massad, Marin; Azevedo, 2003, p. 2).
O prontuário em suporte de papel, portanto, vem sendo utilizado há muito tempo. Até o início do século XIX, os médicos baseavam suas observações, e consequentemente suas anotações, no que ouviam, sentiam e viam e as observações eram registradas em ordem cronológica, estabelecendo assim o chamado prontuário orientado pelo tempo.
Massad, Marin; Azevedo (2003) relatam que William Mayo fundou em 1880, junto com um grupo de amigos, a Clínica Mayo em Minnesota nos Estados Unidos, onde foi observado com o passar dos anos, que a maioria dos médicos mantinha o registro de anotações das consultas de todos os pacientes em forma cronológica em um documento único - fato que dificultava o acesso às informações de um determinado paciente.
Detectada essa dificuldade, a Clínica Mayo adotou, em 1907, um registro individual das informações de cada paciente. As informações passaram a ser arquivadas separadamente e isso possibilitou uma melhor organização e arquivamento dos prontuários. Em 1920 a Clínica Mayo deu consideráveis passos no sentido de padronizar o conteúdo dos prontuários por meio do estabelecimento de um conjunto mínimo de dados a serem registrados.
O prontuário eletrônico do paciente
Os PEPs surgiram na década de 70, oriundos dos esforços em se estabelecer estruturas mínimas para os registros médicos ambulatoriais (Lovis et al., 2011).
O PEP surgiu não só para substituir o prontuário em papel, mas também para elevar a qualidade da assistência à saúde por meio de novos recursos e aplicações. Novaes (2003, p. 43) chama atenção para o fato de que, ao longo das últimas décadas, os prontuários deixaram de ser denominados "prontuários médicos" e passaram para "prontuários do paciente".
Os prontuários são instrumentos essenciais para o desenvolvimento das atividades de administração de qualquer unidade hospitalar, para os cuidados e atenção aos pacientes e ainda para subsidiar as pesquisas.
DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i9.18031 (Cristiane Rodrigues da Silva)
Links internos:

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

1269 - Mel alucinógeno

🐻Uma ursa marrom, que se intoxicou depois de comer um mel que causa efeitos alucinógenos, teve que ser resgatada em uma floresta na província de Duzce, no noroeste da Turquia.
"Mel louco", ou "deli bal" em turco, é um tipo de mel de rododendro, uma espécie de arbusto cujas flores pequenas e coloridas contêm uma toxina chamada graianotoxina no pólen e no néctar. Por isso, o mel produzido a partir dessas plantas é venenoso, podendo inclusive causar alucinações.
Usando esse tipo de mel como arma, Mitídrates venceu uma batalha contra os soldados de Pompeu, em 65 a.C., atrasando (embora não impedindo) a transformação do reino do Ponto em uma província romana. Nunca mais os romanos cometeriam esse erro em particular. Décadas mais tarde, o escritor Plínio, o Velho, ainda advertia sobre as "qualidades perniciosas do mel dourado do Mar Negro".
Link interno: 648 - O mel como arma
Quanto à ursa "chapada", foi levada a uma clínica veterinária, onde recebeu tratamento e, provavelmente, será solta na natureza nos próximos dias.

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

1268 - Primeiros socorros por Mr. Bean

O famoso personagem do ator inglês Rowan Atkinson socorre um senhor que aparentemente sofreu um ataque cardíaco em uma parada de ônibus.

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

1267 - Efeitos neuroprotetores da metformina

Um par de estudos sugere que a metformina pode ter benefícios neuroprotetores.
Um estudo pré-impresso, que ainda não foi revisto pelos especialistas, descobriu que o uso do medicamento provavelmente reduz o risco da doença de Alzheimer na população geral. O uso de metformina geneticamente aproximada equivalente a uma redução de 6,75 mmol/mol (1,09%) da hemoglobina glicada (A1c) foi associado a 4% menos chances de doença de Alzheimer (p =1,06 ˣ 10-4) em pessoas sem diabetes.
Outra revisão sistemática com metanálise dos dados longitudinais constatou que a metformina pode estar associada a uma diminuição mais ampla do risco de doença neurodegenerativa. Dados agrupados mostraram que o risco relativo associado ao início da doença neurodegenerativa foi de 0,77 (IC 95% de 0,67 a 0,88) para os pacientes com diabetes tomando metformina. O efeito foi maior com uso mais prolongado, com risco relativo de 0,29 (IC 95% de 0,13 a 0,44) para os que tomaram metformina durante quatro anos ou mais.
Saiba mais sobre metformina.