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quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

1132 - A rede imunossensorial-imunológica

  • Células que "provam" o perigo desencadeiam respostas imunológicas.
  • Receptores de paladar e olfato em órgãos inesperados monitoram o estado da saúde microbiana natural do corpo e disparam um alarme contra parasitas invasores.
  • Células com receptores gustativos se desenvolvem em pulmões de animais infectados com influenza. Ao "provar" a presença de certos patógenos, essas células podem atuar como sentinelas do sistema imunológico.
Quando o imunologista De'Broski Herbert, da Universidade da Pensilvânia, examinou profundamente os pulmões de ratos infectados com influenza, ele pensou que estava vendo coisas. Ele encontrou uma célula de aparência estranha que estava repleta de receptores para o sabor. Ele lembrou que parecia uma célula de tufo - um tipo de célula mais frequentemente associado ao revestimento do intestino. Mas o que uma célula coberta com receptores gustativos estaria fazendo nos pulmões? E por que ela aparecia apenas em resposta a um ataque severo de influenza?
Herbert não estava sozinho em sua perplexidade com esse misterioso e pouco estudado grupo de células que apareciam em lugares inesperados, desde o timo (uma pequena glândula no peito onde as células T que combatem patógenos amadurecem) até o pâncreas. Os cientistas estão apenas começando a entendê-las, mas está gradualmente se tornando claro que as células de tufos são um importante centro para as defesas do corpo, precisamente porque elas podem se comunicar com o sistema imunológico e outros conjuntos de tecidos e porque seus receptores gustativos permitem identificar ameaças que ainda são invisíveis para outras células imunológicas.
Pesquisadores de todo o mundo estão traçando as raízes evolutivas antigas que os receptores olfativos e palatáveis ​​(coletivamente chamados receptores quimiossensoriais) compartilham com o sistema imunológico. Uma enxurrada de trabalho nos últimos anos mostra que seus caminhos se cruzam com muito mais frequência do que se previa e que essa rede imunossensorial-imunológica desempenha um papel não apenas na infecção, mas também no câncer e em outras doenças.
Esse sistema, diz Richard Locksley, imunologista da Universidade da Califórnia, em San Francisco, ajuda a direcionar uma resposta sistemática a possíveis perigos em todo o corpo. Uma pesquisa focada nas interações da célula de tufo poderia oferecer um vislumbre de como os sistemas orgânicos funcionam juntos. Ele descreve as perspectivas do que poderia vir dos estudos desses receptores e células como "empolgantes", mas alerta que "ainda estamos nos primeiros dias" para descobrir isso.
Ler o texto completo em: Cells That "Taste" Danger Set Off Immune Responses, em Quanta Magazine

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

1122 - Criptosporidiose: a propagação é evitável

Recentemente, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) publicou um relatório sobre as tendências dos últimos surtos causados pelo Crypto, mais conhecido formalmente como Cryptosporidium. Durante o período 2009-2017, foram notificados 444 surtos desse parasita nos Estados Unidos, resultando em 7.465 casos de criptosporidiose, dos quais 285 exigiram hospitalização e 1 terminou em morte. A cada ano, o aumento de surtos é de cerca de 13%.
 Assim como muitos outros agentes infecciosos que atacam o sistema digestivo, o Crypto causa diarréia aquosa que pode durar até três semanas, além de cólicas estomacais, vômitos e desidratação. Enquanto a maioria das pessoas supera a experiência desagradável sem grandes consequências e até mesmo algumas não percebem seus sintomas, a doença pode ser fatal naqueles indivíduos com o sistema imunológico enfraquecido.
O Cryptosporidium é um dos patógenos entéricos muito comuns no mundo. Pode ser adquirido através do manuseio de gado, em hospitais, viveiros ou através do contato direto com pessoas infectadas. Mas, de acordo com o CDC, a principal fonte de infecção, que cobre 35% do total de surtos, são piscinas públicas.
Você pode atribuir os surtos a essas piscinas com manutenção deficiente, mas o Crypto pode resistir a ambientes tratados com cloro por vários dias. E apenas um germe é suficiente para alguém acabar doente. Mas neste caso, como em muitos outros, o verdadeiro culpado não é esse germe, é o ser humano.
Dito isto, é muito provável que tenha havido casos de criptosporidiose e outras doenças causadas por banhistas adultos, que deveriam saber que nunca se deve entrar em uma piscina enquanto estiver com diarreia. Então, se você ou seus filhos tiverem diarréia, não entrem na piscina . Aguardem pelo menos duas semanas após a última evacuação diarréica para fazê-lo.
A propósito, não faz mal fazer esta última recomendação: tente não engolir água da piscina.
Fontes:
Cryptosporidiosis Outbreaks — United States, 2009–2017, CDC
Grandes Medíos

quinta-feira, 14 de junho de 2018

1049 - O Desafio STOP Infeção Hospitalar!

O Desafio Gulbenkian terminou. Olhando para o trabalho realizado em 19 hospitais, conclui-se que os resultados ultrapassaram as expectativas
O objetivo da Fundação Gulbenkian e do Ministério da Saúde era reduzir para metade as infeções adquiridas em meio hospitalar. Três anos depois, surgem os resultados do trabalho realizado em 19 hospitais e a certeza de que as expectativas criadas à volta do Desafio STOP Infeção Hospitalar! foram claramente ultrapassadas.
O ponto de partida não era motivo de orgulho: em 2014, morriam sete vezes mais pessoas com infeções adquiridas nos hospitais do que em acidentes de viação e o tempo de internamento de doentes com infeções hospitalares era cinco vezes superior ao dos restantes. Portugal registava quase o dobro das infeções hospitalares do que a média dos países europeus, com custos estimados em 300 a 400 milhões de euros ao ano.
Sendo impossível atacar todas as frentes, foram selecionados 19 hospitais e identificadas as quatro infeções cujo combate era prioritário: a associada à algaliação; a relacionada com o cateter vascular central; a proveniente da intubação; e a associada à ferida operatória.
Três anos passados, os resultados do Desafio estão à vista: registaram-se reduções de mais de 50 por cento nas quatro tipologias de infeção, garante, satisfeito, Jorge Soares, que entre 2015 e 2018 dirigiu o Programa Gulbenkian Inovar em Saúde. Por seu lado, Paulo Sousa, da Comissão Executiva do Desafio, acredita que, "se forem criadas as condições necessárias, o sucesso da disseminação destas metodologias e práticas aos outros hospitais será uma realidade, com ganhos clínicos, económicos e sociais bastante relevantes".

sábado, 19 de março de 2016

840 - Testes sorológicos para HIV, sífilis e hepatites B e C

Sobre a conveniência e a oportunidade de os médicos oferecerem aos pacientes, em consulta médica, a solicitação de testes sorológicos para HIV, sífilis, hepatites B e C, bem como orientá-los sobre a prevenção destas infecções, o Conselho Federal de Medicina (CFM) RECOMENDA AOS MÉDICOS:
O médico verificará nas consultas se seus pacientes realizaram testes sorológicos para sífilis, HIV, hepatites B e C, e vacinação, no caso da hepatite B.
Caso os testes, ou a vacinação, não tenham sido realizados, o médico orientará o paciente, conforme o caso, sobre a necessidade, a oportunidade ou a conveniência de sua execução.
Quanto aos testes sorológicos para sífilis, HIV, hepatites B e C, deve o médico, especificamente:
I – Sugerir a realização dos testes sorológicos, incluindo esclarecimento e aconselhamento pré-teste, em ambiente adequado, respeitando e garantindo, sempre, a privacidade, o sigilo e a confidencialidade.
II – Solicitar os testes somente se o paciente e/ou seu representante/assistente legal concordar livremente com sua realização, após adequado esclarecimento.
Em nenhuma circunstância os exames serão compulsórios.
O médico, diante dos resultados, aconselhará sobre prevenção e encaminhará para tratamento, quando indicado.
Brasília-DF, 21 de janeiro de 2016, RECOMENDAÇÃO CFM Nº 2/2016

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

830 - Imunoglobulinas M e G

IgM (Imunoglobulina M) e IgG (Imunoglobulina G) são anticorpos que o organismo produz quando entra em contato com algum tipo de microrganismo invasor. A diferença entre elas é que a IgM é produzido na fase aguda da infecção, enquanto que a IgG, que também surge na fase aguda, é mais específica e serve para proteger a pessoa de futuras infecções, permanecendo por toda a vida.
O exame sorológico IgM/IgG serve para detetar o estágio de diversas doenças, entre elas a dengue, a toxoplasmose, a rubéola, a hepatite B e a infecção pelo citomegalovírus.
Interpretação
  1. IgM negativo (não reagente) e IgG negativo (não reagente): nunca entrou em contato com o patógeno (nunca teve a doença ou nunca tomou vacina) e está suscetível a ter a doença; 
  2. IgM positivo (reagente) e IgG negativo (não reagente): infecção aguda (dias, semanas); 
  3. IgM positivo (reagente) e IgG positivo (reagente): infecção recente (semanas ou meses);
  4. IgM negativo (não reagente) e IgG positivo (reagente): infecção antiga (meses ou anos), ou sucesso da vacina, e a pessoa está protegida para essa doença.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

738 - De Semmelweis aos dias atuais

Há 168 anos...
"A partir de hoje, 15 de maio de 1847, todo estudante ou médico, é obrigado, antes de entrar nas salas da clínica obstétrica, a lavar as mãos, com uma solução de ácido clórico, na bacia colocada na entrada. Esta disposição vigorará para todos, sem exceção". ~ Semmelweis
Semmelweis e a queda na mortalidade materna após a lavagem das mãos
Leitura recomendada: Semmelweis: uma história para reflexão, por Dr. Antonio Tadeu Fernandes
Segurança do paciente e prevenção de infecção hospitalar
Foi provado – e continua valendo até os dias atuais – que a higienização das mãos dos profissionais que lidam com os pacientes é a medida mais eficaz (e também a mais econômica) para a prevenção dos eventos adversos (que comprometem a segurança dos pacientes internados), sem desprezar, obviamente, o conjunto das demais (técnica adequada nos procedimentos invasivos, pressupostos de esterilização e desinfecção, precauções de isolamento, uso racional de antibióticos etc.). [...] É dentro deste contexto que se apela a todos os colegas médicos para que, ao lado das suas boas práticas, não deixem, também, de aderir sempre a todas as medidas que visem à prevenção das infecções nosocomiais, a partir daquela que é a mais simples, econômica e eficaz: a higienização das mãos, com água e sabão ou com álcool a 70%, mesmo que vá usar luva. Os seus pacientes lhe serão agradecidos. ~ Eduilton Girão (Informativo do CREMEC, nº. 107)

sábado, 27 de julho de 2013

521 - Higiene da mãos. Espionagem hospitalar

No North Shore University Hospital, em Long Island, EUA, sensores de movimento, como aqueles que são usados em alarmes, detectam cada vez que alguém entra em uma sala de cuidados intensivos. O sensor dispara uma câmera de vídeo, que transmite as imagens para outro lado do mundo - para a Índia, onde funcionários verificam se os médicos e enfermeiros estão realizando um procedimento crítico: lavar as mãos.
Esta abordagem estilo Big Brother integra uma panóplia de esforços para promover um princípio básico de prevenção de infecção, a higiene das mãos. Com as superbactérias resistentes a drogas em ascensão, de acordo com um relatório recente do Centro para Controle e Prevenção de Doenças, o CDC, e com as infecções hospitalares custando US$ 30 bilhões por ano e causando a morte de cerca de 100.000 pacientes por ano, os hospitais estão dispostos a tentar quase qualquer coisa para reduzir o risco de transmissão dessas infecções.
Vídeo: Clean Hands Save Lives

quarta-feira, 3 de julho de 2013

513 - Higienização das mãos

As recomendações da OMS para a higienização das mãos englobam cinco indicações, sendo justificadas pelos riscos de transmissão de microrganismos.
O cumprimento dessas cinco etapas pode prevenir as infecções hospitalares e também auxiliar na racionalização do tempo do profissional de saúde quanto a essa prática.
Veja os cinco momentos indicados para higienização das mãos, segundo as recomendações da OMS:
1- Antes de contato com o paciente.
2- Antes da realização de procedimento de assepsia.
3- Após risco de exposição a fluidos corporais.
4- Após contato com o paciente.
5- Após contato com àreas próximas ao paciente.



Informações importantes sobre as infecções hospitalares
• Em todo o mundo, 5% a 10% dos indivíduos hospitalizados adquiriram infecções hospitalares, com taxas de prevalência de 20% a 30% em unidade de terapia intensiva.
• No Brasil, cerca de 100.000 mortes por ano são relacionadas a infecções hospitalares.
• A Lei nº 9.431, de 6 de janeiro de 1997, dispõe sobre a obrigatoriedade da manutenção de programa de controle de infecção hospitalar nos hospitais de todo o Brasil.
Fonte: MSD Brasil

quinta-feira, 28 de julho de 2011

284 - O triângulo da morte

Nós o temos bem sob os nossos olhos. O "triângulo da morte", apelido que é dado a essa região do rosto que que vai do lábio superior até as sobrancelhas (ver imagem), a qual apresenta uma peculiaridade em sua drenagem venosa.
As veias, ao contrário das artérias, possuem válvulas que ajudam a direcionar o fluxo do sangue, impedindo-o de refluir. Só que as veias que drenam essa área são desprovidas de válvulas.
Onde está o problema, você pode perguntar. Imagine que você tenha um furúnculo nessa região do corpo e que o manipule. Ora, não vai existir nenhum obstáculo para que o sangue retorne com um trombo infectado para as veias intracranianas, especialmente o seio cavernoso ou um de suas tributárias como as veias oftálmicas.
Esses eventos de tromboflebite séptica, apesar de raros, podem custar a vida de 20 a 30 por cento dos pacientes. E, dentre aqueles que sobrevivem, muitos podem ficar com sequelas, devido ao comprometimento dos nervos oculomotores ou a uma meningite secundária.
Daí a recomendação de nunca manipular os focos infecciosos que apareçam no "triângulo da morte". Isso pode transportar bactérias a locais em que as patologias que elas causam são extremamente graves.

El triángulo de la muerte, Per Ardua ad Astra

Visitemos el Feneis (5ª Edición, pág. 278):
6. V. angularis (vena angular). Origen de la vena facial en el ángulo medial del ojo, por unión de las venas supratroclear y supraorbitaria. Se anastomosa con la vena oftálmica. Está relacionada con la vena oftálmica superior a través de la vena nasofrontal y, al igual que ellas, carece de válvulas. Posible vía de infección de la cara hacia la órbita y compartimento encefálico.