O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) conclamam a população, os médicos e demais profissionais de saúde a se contraporem ao movimento antivacina que surgiu nos países mais desenvolvidos e tem conseguido adeptos no Brasil. Para as duas entidades, a falta injustificada de vacinações pode aumentar morbidade e mortalidade de crianças, de adolescentes e da população adulta, "consolidando um retrocesso em termos de saúde pública".
Os relatos de que as vacinas trazem elementos tóxicos ou nocivos em sua composição, que são ineficazes e que podem ser substituídas por outros métodos, não possuem base técnica ou científica. Uma nota divulgada em junho pelas duas entidades reforçou a necessidade de que os médicos orientassem a população sobre a importância da imunização. "Não se vacinar ou impedir que as crianças e os adolescentes o façam podem causar enormes problemas para a saúde pública, como o surgimento de doenças graves ou o retorno de agravos de forma epidêmica, como a poliomielite, o sarampo, a rubéola, entre outros."
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacinação em massa evita entre 2 milhões e 3 milhões de mortes por ano e é responsável pela erradicação de várias doenças. A OMS argumenta ainda que, com a imunização, também se reduziu a mortalidade por sarampo em 74%.
No Brasil, estão disponibilizados, na rede pública, 26 tipos de vacinas para crianças e adultos. Graças à cobertura vacinal, iniciada na década de 1970, a varíola foi eliminada no País em 1973; a poliomielite, em 1989; e a transmissão autóctone de sarampo, em 2001. Segundo o Ministério da Saúde, o surto recente de febre amarela tem com uma de suas causas a baixa cobertura vacinal na região onde ocorreram as primeiras mortes, em Minas Gerais. Em 47% dos municípios com recomendação para a vacinação, a cobertura da vacina contra febre amarela era menor do que 50%.
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