Era uma profissão relativamente comum na Idade Média. O barbeiro-cirurgião costumava ser incumbido do tratamento dos soldados durante ou após as batalhas.
Naquela época, as cirurgias em geral não eram realizadas por médicos, mas por barbeiros, os quais, além das pequenas cirurgias nos ferimentos dos camponeses, faziam sangrias.
Comumente, os barbeiros-cirurgiões fixavam residência perto de castelos, onde também prestavam serviços para os senhores feudais.
Nas Ilhas Britânicas
O reconhecimento formal das habilidades do barbeiro-cirurgião (na Inglaterra, pelo menos) data de 1540, quando a Sociedade dos Cirurgiões se fundiu à Companhia dos Barbeiros para formar a Companhia dos Barbeiros-Cirurgiões. Note-se que, à época, tais profissionais não eram reconhecidos como médicos. Assim, sob pressão crescente da classe médica, em 1745, os cirurgiões se separaram dos barbeiros para formar a Companhia dos Cirurgiões. Em 1800, por intermédio de um Decreto Real, foi criada a Escola Real de Cirurgiões da Inglaterra.
O último vestígio da tradição de barbeiros-cirurgiões com atuação médica é, provavelmente, o tradicional cilindro de barbearia (ao lado), que sinalizava o local de atuação desses profissionais. As cores do cilindro, costumeiramente em listras de branco e vermelho, representam respectivamente os curativos e o sangue próprios da profissão.
No Brasil colonial
No Brasil dos séculos XVI e XVII, os barbeiros-cirurgiões eram portugueses e espanhóis, cristãos-novos e meio-cristãos-novos que praticavam pequenas cirurgias, além de sangrar, sarjar, lancetar, aplicar sanguessugas e ventosas, arrancar dentes e... cortar o cabelo e a barba. Negros e mestiços também começaram a atuar na profissão a partir da metade do século XVII. Enquanto os barbeiros escravos trabalhavam para os seus senhores, os livres amealhavam para sí próprios os rendimentos de suas atividades e, muitas vezes, mantinham em treinamento alguns escravos. Dentre seus instrumentos constavam navalha, pente, tesoura, lanceta, ventosa, sabão, pedra de amolar, bacia de cobre, escalpelo, boticão, escarificador, turquês e sanguessuga (Hirudo medicinalis). Os mais humildes praticavam suas atividades na própria rua, enquanto os mais preparados tinham suas lojas nas ruas principais. As atividades dos barbeiros-cirurgiões perduraram até o século XIX. WIKIPÉDIA (revisada)
Ilustração
O barbeiro-cirurgião. Do suíço Jost Amman (1533-1591), ilustrador de livros e um dos grandes artistas da xilogravura. Jost se propôs a criar um alfabeto de negócios, registrando com grande clareza, no pré-fotográfico século 16, "instantâneos" das maneiras como as pessoas conduziam seus negócios e meios de subsistência. Esta ilustração pertence a seu trabalho com Hans Sachs, Eygentliche Beschreibung Aller Staende Auff Erden, o qual foi publicado em Frankfurt, em 1568.
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
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