quinta-feira, 28 de julho de 2022

1266 - A varíola dos macacos

A varíola dos macacos é causada por um vírus chamado Monkeypox (na imagem de microscopia / National Institute of Allergy and Infectious Diseases) que pertence ao gênero Ortopoxvírus da família Poxviridae.
O vírus é transmitido de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados como roupas de cama. A doença também pode ser transmitida pelo contato com a pele durante o sexo, incluindo beijos, toques e sexo oral com alguém que tenha sintomas.
A transmissão, portanto, é basicamente através de lesões na pele, as quais são altamente infectantes. "Não precisa alguém pegar na lesão especificamente, o cumprimento de mãos, por exemplo, pode transmitir a doença", explica o médico infectologista Antônio Bandeira, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
A OMS afirma que, embora o contato físico seja um fator de risco bem conhecido para a transmissão, não está elucidado - até o momento - como a varíola símia pode ser transmitida especificamente por via sexual.
Desde o início do surto, médicos e cientistas de diversos países buscam respostas para explicar por que o vírus tem conseguido, pela primeira vez, se espalhar de forma significativa fora da África e por quais os motivos ele tem afetado principalmente os homens que fazem sexo com homens.
Redes conectadas 
Entre as hipóteses discutidas pela comunidade científica está a possibilidade de o vírus ter entrado em circulação em redes sexuais interconectadas na comunidade HSH ("homens que fazem sexo com homens"), de onde está se espalhando de maneira mais eficiente.
Muitos – mas não todos os casos – relatam parceiros sexuais casuais ou múltiplos, às vezes associados a grandes eventos ou festas. 
O período de incubação é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias. Os sintomas incluem vesículas (pústulas) no rosto, mãos, pés, olhos, boca ou genitais, febre, linfonodos inchados, dores de cabeça e musculares e falta de energia.
Como medidas de proteção, a OMS recomenda evitar contato próximo com qualquer pessoa que tenha sintomas.
Estigma e desinformação
É fundamental entendermos que a doença acomete qualquer pessoa.
No início da epidemia de HIV, na década de 1980, os casos de Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) foram associados aos homossexuais e a outros quatro grupos populacionais: hemofílicos, haitianos, heroinômanos (usuários de heroína injetável) e profissionais do sexo (hoockers), recebendo à época o nome de "Doença dos 5 H".
"Nós temos que ter todo o cuidado, toda a ponderação, para não criarmos fantasmas e preconceitos inaceitáveis depois que o mundo todo vem lutando, há décadas, para superar preconceitos que foram cristalizados, em determinados períodos, sobretudo em relação ao HIV", afirma o infectologista Rivaldo Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Fonte: Lucas Rocha, da CNN (26/07/2022)

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