Esta é a roda de urina. Era usada na Idade Média para diagnosticar as doenças com base na cor, cheiro e sabor da urina de uma pessoa.
Sim, eu disse sabor. Voltarei a esse ponto em um minuto.
Antes dos estetoscópios, exames de sangue e raios-x, um frasco de urina era uma importante ferramenta de diagnóstico. Devido à influência duradoura de Galeno (131-201 d.C.), os médicos acreditavam que a urina era fundamental para avaliar a saúde do fígado (onde achavam que o sangue era produzido) de uma pessoa.
Analisar a urina era a melhor maneira de determinar se os quatro humores (sangue, fleuma, biles amarela e preta) de um paciente estavam em equilíbrio. A imagem do médico segurando um frasco cheio de urina contra a luz ainda é um dos símbolos do período medieval.
A roda era composta por 20 cores, indo da urina branca, passando pelas tonalidades douradas, até as cores escuras. George III (1738-1820), o "Rei Louco", teria tido urina roxa. Esta cor poderia ter sido um sinal de uma condição rara conhecida como porfiria, que pode se manifestar com distúrbios neurológicos e mentais.
O cheiro e o gosto da urina de um paciente eram igualmente importantes para acompanhar um tratamento e, muitas vezes, correspondia a cores específicas. Em 1674, o médico Inglês Thomas Willis descreveu a urina de um diabético como sendo "maravilhosamente doce, como se estivesse com mel ou açúcar". Ele também observou que a urina diabética, muitas vezes, tinha a cor de mel, algo anteriormente observado por outros médicos que usavam a roda da urina.
Nos séculos 16 e 17, as rodas de urina tornaram-se tão populares que muitas pessoas as possuíam, inclusive os médicos não licenciados e os charlatães.
A prática de usar a urina para analisar a saúde de um paciente mais adiante daria origem à uromancia, algo completamente diferente.
Piss Prophets and The Wheel of Urine, Chirurgeon's Apprentice
Medieval Urine Wheels, YouTube
segunda-feira, 12 de maio de 2014
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