segunda-feira, 31 de maio de 2010

119 - Dia Mundial Sem Tabaco

Parar de fumar é capaz de impedir a progressão da DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), além de reduzir os riscos de desenvolver câncer de pulmão, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (derrame) e outras doenças. Mesmo para aquelas pessoas que têm o hábito de fumar, há muitos anos, sempre haverá benefícios ao parar de fumar. Esses ganhos se darão em termos de uma vida mais saudável, com menos propensão a adoecer.
Após parar de fumar muitos benefícios são experimentados por quem toma essa decisão. Conheça alguns:
- 12 horas após: O nível de monóxido de carbono no sangue cai, ficando próximo ao normal.
- 1 mês após: Começa a melhorar a capacidade respiratória, com diminuição da falta de ar e da tosse.
- 1 ano após: O risco de ter um ataque cardíaco estará em torno da metade do que tinha quando fumava.
- 5 anos após: O risco de ter derrame diminui e fica próximo ao de uma pessoa que nunca fumou.
- 10 anos após: O risco de ter câncer de pulmão estará reduzido à metade.
- 15 anos após: O risco de sofrer doenças cardíacas igualará ao de uma pessoa que nunca fumou.


Mais informações: www.respireeviva.com.br

domingo, 30 de maio de 2010

118 - A fumigação em seres humanos

A fumigação, que é o ato de expor a fumaças um determinado ambiente com o propósito de desinfetá-lo, numa certa época foi também aplicada em seres humanos. A partir de 1745, quando o médico inglês Richard Mead passou a recomendar o uso de enemas à base de fumaças do tabaco no tratamento das vítimas de afogamento, até o ano de 1835, quando esses fumigatórios entraram em descrédito na medicina.
Richard Mead, que aprendera essa prática com os índios norte-americanos, e outros médicos de sua época acreditavam que a fumaça, ao ser aplicada por via retal, graças ao calor e à presença da nicotina (cujas propriedades estimulantes já eram conhecidas), tinha a capacidade de ressuscitar as pessoas afogadas do estado de morte aparente. A esta indicação, posteriormente, outras foram sendo acrescentadas, como as indicações de usá-la na constipação, no cólera e nas convulsões.
Também se empregava o enema de fumaça com o objetivo de determinar se um paciente ainda se encontrava vivo. Com a reação do paciente ao fumigatório sendo interpretada como sinal de vida.
Obviamente, não há qualquer evidência científica que, em qualquer ocasião, autorize o emprego da fumigação per anum. E nas vítimas de afogamento, a utilização dessa prática, ao tirar de foco as medidas de reanimação cardiorrespiratória (que são insubstituíveis), pode ainda se mostrar terrivelmente danosa.
E, como vestígios dessa prática bizarra, restou apenas a expressão to blow smoke up one's ass, ainda em voga na língua inglesa.

Exemplo de um dispositivo (dos mais simples) usado na fumigação

Texto dedicado ao jornalista Nonato Albuquerque que, após trazer à baila o assunto em Antena Paranóica, solicitou a opinião deste escriba. PGCS

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sábado, 29 de maio de 2010

117 - O pintor do sonho norte-americano

É cativante esta imagem, não?
É a reprodução de "Doctor and the Doll", um Rockwell que a gente identifica sem pestanejar.

Norman Rockwell (1894-1978) foi um pintor e ilustrador muito popular em seu país, os Estados Unidos da América. Em virtude das centenas de capas que ele fez, durante mais de quatro décadas, para a revista The Saturday Evening Post e das pinturas em que ele registrou as cenas da vida estadunidense nas pequenas cidades.
Nenhum outro desenhista ilustrou de forma tão soberba o american way of life.
Seus desenhos e pinturas são famosos pela meticulosidade e pela exatidão das cores e traços. Ele gostava de dar especial atenção às expressões faciais, as quais eram por ele capturadas de um modo algo caricatural.

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sexta-feira, 28 de maio de 2010

116 - O Juramento de Hipócrates

Hipócrates (Cós, 460 - Tessália, 377 a.C.) foi um observador de raro talento que, fugindo das explicações sobrenaturais, deixou-nos acuradas descrições para enfermidades à época desconhecidas e, com isso, abriu caminho para uma medicina baseada em evidências. Além disso legou a nós, médicos, um juramento (texto original em grego, ao lado) que contém princípios éticos louváveis a serem seguidos em nosso relacionamento profissional com os pacientes.
Esse juramento, porém, tem visão corporativista e submete aos que atualmente o proferem a idéias antiquadas e inaceitáveis. É supérfluo em vários aspectos; lacunoso, em outros.
Ei-lo (com algumas emendas supressivas por mim colocadas):

"Eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Higéia e Panacéia, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário
e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça."

Leituras sugeridas
O juramento de Hipócrates, do Dr. Drauzio Varella
Juramento de Hipócrates - Caminhos da Medicina, do Dr. Celso, no site www.clinicaclim.com

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quinta-feira, 27 de maio de 2010

115 - O papel do granuloma na tuberculose

Amigo ou inimigo?
Granulomas são aglomerados celulares que se formam em tecidos do corpo humano como defesa a alguns tipos de infecção. Por muito tempo, aceitou-se a idéia de que o granuloma foi a forma que, com relação a essas infecções, o hospedeiro encontrou para contê-las. Como supostamente acontece na tuberculose, cuja lesão básica é também o granuloma (que tem características próprias que permitem identificar a infecção tuberculosa nos tecidos), por exemplo.
A grande maioria das pessoas infectadas pelo M. tuberculosis, o agente da tuberculose, não apresentará os sintomas da enfermidade. E cerca de 90% delas jamais adoecerão de tuberculose. Porque os granulomas (que não se formam nas pessoas com graves problemas imunitários) circunscreverão a doença localmente, evitando que ela se dissemine no corpo.
Entretanto, um trabalho de pesquisa de Davis e Ramakrishnan, publicado em "The New England Journal of Medicine" (06/06/2009), deixa sob controvérsias o aspecto "amigo" do granuloma. Por atribuirem a macrófagos (células de defesa presentes no granuloma), quando infectados pelo germe da tuberculose, o papel de nicho que responde pela continuidade da doença.
As pesquisas desses autores foram realizadas com o M. marinum em embriões do peixe-zebra (imagem). Se, por um lado, o modelo pode guardar diferenças (agente e hospedeiro são outros) com relação ao da tuberculose no ser humano, por outro, possibilitou aos pesquisadores o acompanhamento - "em tempo real" - dos vários momentos do processo infeccioso. É que os embriões do peixe-zebra são transparentes (PGCS).

Referências (em inglês)
www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed
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quarta-feira, 26 de maio de 2010

114 - Lições de paródia














À esquerda, uma reprodução da tela "Lição de Anatomia do Dr. Nicolas Tulp", pintada pelo holandês Rembrandt, em 1632.
Fonte: AS MAIS BELAS PINTURAS SOBRE TEMAS MÉDICOS, de Joffre M. de Rezende
À direita, a fotografia de uma das obras de Ju Duoqui, uma artista chinesa que recria com legumes e verduras as telas de artistas famosos.

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terça-feira, 25 de maio de 2010

113 - Acidentes com arraias (pipas)

No mês de julho, a combinação de um período de férias escolares com o aumento dos ventos que sopram em Fortaleza torna mais comum as brincadeiras com arraias (ou pipas) em nossa cidade. Essas brincadeiras, porém, não se mostram tão inocentes assim. Acompanham-se de certos riscos para os brincantes e também para aquelas pessoas que, inadvertidamente, passam pelos locais desses folguedos.
Senão, vejamos:
Há o risco de a linha da arraia, em contato com fios da rede elétrica, causar choques em quem está brincando.
Outro risco é o de a linha também poder conduzir, em dias de chuva, descargas elétricas (raios) a partir das nuvens.
Correr nas ruas, em busca das arraias cujas linhas foram cortadas, expõe quem o faz a quedas e atropelamento.
E, por fim, a questão do cerol, essa mistura de cola com pó de vidro que é passada na linha da arraia para que a mesma fique cortante. Já tem causado muitos acidentes, alguns deles fatais. E, destes últimos, as maiores vítimas têm sido os motoqueiros.

A propósito das arraias (pipas), ler aqui uma crônica de 21/07/08.

Recomendações

Empinar as arraias somente em espaços abertos (praias, campos).
Não brincar com elas sob a chuva.
Não aplicar o cerol na linha da arraias.
E (para os motoqueiros) instalar nas motocicletas antenas ou arcos protetores.

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segunda-feira, 24 de maio de 2010

112 - Uma obsessão por enemas

Imagine levar um papo com alguém que está recebendo um enema. Agora, imagine que esse alguém é um rei cercado por sua corte durante o procedimento. O Rei Luís XIV era conhecido por se submeter a enemas regularmente, sem se importar que eles acontecessem em público.
É verdade que os enemas eram procedimentos médicos bastante populares no seu tempo. Havia a crença de que a aplicação de líquidos pelo reto (ver abaixo a fotografia de equipamentos da época), com a finalidade de realizar lavagem intestinal, trazia inúmeros benefícios aos pacientes. Mas poucas pessoas eram tão adeptas dos enemas quanto o Rei Luís XIV. Estima-se que ele tenha se submetido a mais de 2.000 enemas.


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domingo, 23 de maio de 2010

111 - Urina e esterco

Normalmente, os "direitos divinos" de um rei incluiam coisas simples como violação de virgens, tomada de bens e condenação dos desafetos ao calabouço. Entretanto, em 1627, Charles I da Inglaterra ampliou seus direitos por meio de um edito inusitado. Ordenando a todos os súditos que entregassem suas urinas a um time de coletores oficiais: uma vez por dia, no verão; em dias alternados, durante o inverno.
Essas coletas rendiam-lhe o salitre, um dos componentes da pólvora, e seus aplicados coletores eram chamados de saltpeter men.
Posteriormente, Charles I incluiu entre suas prerrogativas o direito aos resíduos animais dos estábulos. Também coletados por seus saltpeter men e sem a necessidade da permissão dos donos dos animais.


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sábado, 22 de maio de 2010

110 - Consumo de ovos e salmonelose

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, aprovou, nesta terça-feira (16), uma norma que determina, nos rótulos de todos os ovos comercializados no país, a obrigatoriedade das seguintes advertências:
"O consumo deste alimento cru ou mal cozido pode causar danos à saúde" e "Manter os ovos preferencialmente refrigerados".
A Anvisa pretende, com isso, alertar a população para os riscos do consumo deste alimento quando cru e orientá-la quanto aos procedimentos que ajudam a evitar a transmissão da Salmonella pelo ovo. Essa bactéria, que é muito comum na casca e no interior do ovo, pode causar infecções alimentares. Além disso, ela é encontrada em outros alimentos de origem animal como o leite e as carnes.
Nessa decisão, fundamentou-se a Anvisa em estudos do Ministério da Saúde que, nos surtos de doenças transmitidas por alimentos no Brasil, se considerado como agente causador a Salmonella, apontaram o ovo como o principal alimento envolvido.
A salmonelose, que é a infecção alimentar causada pela bactéria Salmonella, tem como seus principais sintomas: dores abdominais, diarréia, calafrios, náuseas e vômitos.
Com essas novas exigências nas rotulagens dos ovos comercializados (com o prazo de 180 dias para serem implantadas) não é objetivo da Anvisa reduzir o consumo do produto, já que se trata de um alimento muito importante do ponto de vista nutricional. É apenas o de esclarecer a população que, ao consumir esse produto, alguns cuidados precisam ser tomados para evitar o adoecimento pela salmonelose.

Para evitar a salmonelose
1. Lavar bem os utensílios e as mãos depois de manipular carne de aves e ovos crus.
2. Cozinhar bem os alimentos.
3. Evitar consumo de produtos preparados com ovos crus (exemplos: maionese caseira, gemada).
4. Não utilizar os mesmos utensílios para preparar alimentos crus e cozidos.
5. Guardar na geladeira os alimentos preparados no fogão, mesmo que ainda estejam quentes.
6. Proteger os alimentos do contato com animais como aves, insetos e roedores, que podem transmitir a bactéria.
"2 FILHOS DE FRANCISCO"

"Aqui diz para não consumir ovos crus."

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sexta-feira, 21 de maio de 2010

109 - Silicose e outras pneumopatias ocupacionais. Slideshow

Slideshow da palestra que, atendendo a convite da Profa. Dra. Renata Pinto, ministrei aos alunos do 4º semestre do Curso de Medicina da Faculdade Christus, no dia 09/06/09.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

108 - Poluição do ar x doenças respiratórias. Slideshow

Slideshow da palestra que, atendendo a convite da Profa. Dra. Renata Pinto, ministrei aos alunos do 4º semestre do Curso de Medicina da Faculdade Christus, no dia 09/06/09.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

107 - A maior temperatura suportável

A busca pela maior temperatura suportável pelo corpo humano se iniciou no século XVIII, por meio do médico inglês Charles Blagden, e de uma forma não muito comum: Sr. Blagden resolveu entrar num cômodo aquecido a 105 °C, tendo conseguido permanecer no local por 15 minutos.
Testes mais recentes e menos perigosos foram capazes de descobrir a exata temperatura máxima que podemos aguentar: 127 °C por 20 minutos.
Em verdade, o suor é o grande responsável por suportarmos altas temperaturas. Nesse sentido, quando o ar está seco, conseguimos suportar maiores temperaturas, uma vez que o suor rouba calor do corpo ao evaporar. Já quando o ar está úmido, qualquer temperatura acima dos 40ºC pode se tornar insuportável, pois o mesmo não encontra condições de evaporar e assim amenizar a temperatura do corpo.

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terça-feira, 18 de maio de 2010

106 - A síndrome de Münchhausen

A síndrome de Münchhausen é uma doença psiquiátrica em que o paciente, de forma compulsiva, deliberada e contínua, causa, provoca ou simula sintomas de doenças, sem que haja uma vantagem óbvia para tal atitude que não seja a de obter cuidados médicos e de enfermagem.
Nessa síndrome, a pessoa afetada exagera ou cria sintomas nela mesma para ganhar atenção, tratamento e simpatia. Em casos extremos, uma pessoa com esta síndrome (seus portadores costumam desenvolver algum grau de conhecimento sobre a medicina) consegue produzir sintomas para operações desnecessárias. Por exemplo, ao injetar na veia um material infectado que, por lhe causar uma infecção, possa prolongar a estada no hospital. Ou, ainda, ao praticar alguma forma de auto-mutilação.
A história clínica que o doente apresenta é inicialmente plausível, embora depois se verifique ser falsa. Ao ser desmascarado, ele abandona a instituição em que está internado para reaparecer na sala de emergência de outro hospital.
Um portador dessa síndrome pode ser extremamente dispendioso para um sistema de saúde. Há o relato de um paciente que custou ao serviço de saúde britânico 4 milhões de dólares, nos 50 anos em que se sumeteu a 400 operações de diversos portes, em 100 diferentes hospitais nos quais usou 22 nomes.
Observação - De forma diferente da hipocondria, o paciente com Münchhausen sabe que está exagerando, enquanto o hipocondríaco acredita que está de fato doente.

O epônimo
A denominação eponímica para essa síndrome foi dada por Richard Asher em 1951. Inspirado no Barão de Münchhausen, um tipo criado em histórias escritas pelo humorista Rudolf Erich Raspe (1737-1794), a partir de incidentes compilados em várias fontes, dentre as quais as inacreditáveis narrativas de Hyeronimus Karl Friedrich von Münchhausen, um oficial alemão que serviu no exército russo.

P.S.>
Na CID-10 (versão 2008) a síndome de Münchhausen corresponde ao código F68.1.

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segunda-feira, 17 de maio de 2010

105 - O abafador

O médico e escritor Miguel Torga refere em "Alma-Grande", em "Novos Contos da Montanha", a figura do abafador: o homem que, nas aldeias, abreviava a vida do moribundo.
"Entrava, atravessava impávido e silencioso a multidão que há três dias, na sala, esperava impaciente o último alento do agonizante, metia-se pelo quarto adentro, fechava a porta, e pouco depois saía com uma paz no rosto, pelo menos igual à que tinha deixado ao morto."
Como o abafador executava o seu trabalho?
Na estória de Miguel Torga, esganando o moribundo com as mãos e pressionando-lhe o peito com o joelho. Ou, segundo a descrição de Aurélio Buarque de Holanda em seu dicionário, sufocando-o com o emprego de almofadas. Acrescentando, ainda, o dicionarista que o abafador só aceitava atuar "se o moribundo já tivesse se confessado e comungado".

Link para a leitura de Novos Contos da Montanha.

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domingo, 16 de maio de 2010

104 - Referenciação de publicações eletrônicas

As formas de divulgação de informações científicas por meios eletrônicos são válidas e amplamente aceitas pela comunidade científica. Mas os documentos que se encontram nesses meios (como, por exemplo, os arquivos de hipertexto da internet), caso sejam utilizados como fontes de trabalhos impressos, necessitam de ser adequadamente citados.
Para tanto, além dos elementos de uma citação convencional, devem estar presentes em sua referenciação os elementos identificadores da mídia eletrônica em que o documento foi publicado (inclusive com a data em que foi consultado). Assim, transcreve-se com exatidão cada caractere - letra, algarismo, sinal de pontuação e espaçamento - de seu endereço eletrônico (URL), a fim de que o documento possa ser localizado e recuperado pelos leitores interessados.
Usando-se esta nota num exemplo de referenciação:

SILVA, P.G.C. Referenciação de publicações eletrônicas. Disponível em: http://blogdopg.blogspot.com/2009/05/referenciacao-de-publicacoes.html. Acesso em 20 jan 2009.

Nota reproduzida do blog EntreMentes

sábado, 15 de maio de 2010

103 - Um pouco de mamba?

É um slideshow a respeito de um dos grandes dilemas da medicina.


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sexta-feira, 14 de maio de 2010

102 - Campanha Nacional da Voz

A voz é instrumento de trabalho de grande parte da população. São considerados "profissionais da voz" os professores, leiloeiros, cantores (na imagem ao lado: Fagner em fôlder da campanha), atores, advogados, telefonistas, recepcionistas, radialistas e líderes políticos e religiosos, entre outros.
Acha-se em curso no país, ao longo deste ano, a Campanha Nacional da Voz - 2009, destinada a esclarecer a população sobre a importância dos cuidados com a voz e da necessidade da realização de exames em caso de surgimento de determinados sintomas.

Cuidados com a voz
  • Usá-la no volume normal articulando bem as palavras
  • Ingerir líquidos em boa quantidade à temperatura ambiente
  • Não fumar
  • Evitar bebidas alcoólicas
  • Evitar alimentos que causem azia e refluxos estomacais
  • Evitar ambientes com poeira, mofo e odores irritantes
  • Não falar excessivamente e não gritar (principalmento quando estiver gripado ou com alguma crise alérgica respiratória)
  • Tratar adequadamente estes últimos problemas
Atenção a estes sintomas
  • Rouquidão persistente
  • Perda da voz
  • Pigarro
  • Dor ou ardência na garganta
  • Dificuldade para engolir
  • Dificuldade para respirar
Fonte: ABLV

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quinta-feira, 13 de maio de 2010

101 - O corpo humano não é automóvel...

Mas apresenta motor, capuz, transmissão, freio, plaqueta, calota, juntas, eixo, suspensão e potência.
  • Motor. Um nervo chamado motor ocular externo, o qual contribui para os movimentos dos músculos da órbita do olho.
  • Capuz. O espermatozóide tem um capuz formado quando, no estágio final da gametogênese, o aparelho de Golgi migra em direção ao núcleo.
  • Transmissão. Como a chamada transmissão neuromuscular, que é a transmissão do impulso nervoso ao músculo.
  • Freio. Diversos órgãos do corpo humano são dotados de freios. Debaixo da língua existe uma prega, que é o freio da língua. No prepúcio, a pele que recobre a glande, também existe o freio do pênis.
  • Plaqueta. No sangue existem as plaquetas, células que tomam um importante papel no mecanismo da coagulação.
  • Calota. Na cabeça existe a calota craniana.
  • Juntas. Os ossos do esqueleto humano são presos uns aos outros por meio de articulações ou juntas.
  • Eixo. É nos ossos que encontramos eixo. Existe, por exemplo, o eixo da pelve.
  • Suspensão. Na mulher, quando esta deixa de apresentar os fluxos menstruais.
  • Potência. No homem, significando a sua capacidade de manter relações sexuais.
(resumido do texto que foi publicado em "O Corpo Humano É Engraçado",
de Daniel Walker, eBooksBrasil.com)

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quarta-feira, 12 de maio de 2010

100 - Sobre o báculo

Vara ou bastão, do latim baculum, a exemplo do báculo episcopal, o cajado que simboliza a autoridade dos bispos. Outro significado é o de osso do pênis, uma estrutura auxiliar à cópula que existe em muitas espécies de mamíferos.
É com esta última acepção que vou me referir ao báculo nas próximas linhas.
Os primatas em geral possuem o báculo, sendo os seres humanos a exceção. Os canídeos, os felídeos, os ursídeos, os roedores (excetuando-se os lagomorfos) e os quirópteros (morcegos) também o possuem. Está ausente nos equídeos e nos cetáceos (baleias e golfinhos).
Nos animais em que o báculo está ausente, como na espécie humana, a ereção depende inteiramente do enchimento dos corpos cavernosos pelo sangue.



O báculo do racum (representado o grupo no Brasil pelo guaxinim) tem sido usado como amuleto da sorte ou da fertilidade. No Alasca, emprega-se o termo oosik para se referir aos báculos de ursos, focas, morsas e leões-marinhos, os quais costumam ser vendidos aos turistas pelos nativos da região.
Ofertas
E, por falar em venda de báculo, o e-bay vem hoje com 20 ofertas. Aos interessados.

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terça-feira, 11 de maio de 2010

99 - Porque é difícil batizar uma gripe

O termo "gripe suína" (swine flu, em inglês) tem recebido saraivadas de críticas. Em primeiro lugar, porque confunde as pessoas que, com medo dessa gripe, deixam de consumir a carne de porco (a qual não transmite a enfermidade). E isto particularmente desagrada aos criadores de suínos que veem suas vendas e suas ações nas Bolsas despencarem. Além disso, até o momento, nenhum porco foi identificado como foco da doença. O próprio vírus dessa gripe é uma mistura dos vírus suíno, humano e aviário.
Outro argumento a ser levado em conta é o de que o termo "gripe suína" ofende a sensibilidade de muçulmanos e judeus. Para estes povos qualquer referência a porcos é considerada insultuosa.
Tem sido tradição uma grande gripe ser adjetivada conforme o país em que começou. No caso atual, portanto seria chamada de "gripe mexicana". No México, além dos primeiros registros dessa gripe, é onde atualmente se concentra o maior número de casos da doença. Mas equívocos podem acontecer. Como aconteceu com a pandemia de 1918, logo apelidada de "gripe espanhola", e que se constatou depois não ter começado na Espanha (nos Estados Unidos, mais provavelmente).
Agora, acaba de entrar na roda a idéia de nomeá-la "gripe H1N1", um jargão técnico. Mas será que vai pegar?

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segunda-feira, 10 de maio de 2010

98 - Analisadores de gases para a SEMACE

A Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (SEMACE) recebeu dois analisadores de gases atmosféricos para efetuar o controle da qualidade do ar. Estes equipamentos foram adquiridos por compensação ambiental (mecanismo jurídico pelo qual uma empresa poluidora custeia materiais para instituições públicas de proteção ao meio ambiente), no valor de R$ 111.833,56.
A SEMACE é a única entidade ambiental pública no Nordeste que possui esse tipo de analisador, o qual apresenta a tecnologia mais avançada da categoria.
Os novos analisadores, que são de fabricação alemã, medem diretamente nas chaminés a presença e a concentração dos gases emitidos para a atmosfera, fornecendo os resultados de suas medições instantaneamente. Com esse grau de precisão e rapidez, a Semace vai estar em melhores condições técnicas para conceder licenciamentos e fazer fiscalizações sobre a qualidade do ar no Estado do Ceará.

Fonte: SEMACE

domingo, 9 de maio de 2010

97 - Árvore em brotamento?

O colega Nelson Cunha enviou-me uma mensagem eletrônica com a seguinte pergunta:
O pneumologista amigo já viu isto?
A mensagem se conectava a uma notícia, publicada no G1/Planeta Bizarro, sobre o surpreendente achado de uma cirurgia pulmonar que foi realizada num paciente russo de 28 anos. Acreditavam os cirurgiões que iriam retirar um tumor do pulmão do paciente, quando encontraram uma planta - de cerca de cinco centímetros - "que crescia" no interior desse órgão. Tratava-se de um abeto, uma árvore conífora muito comum na região, e que se originara provavelmente de "uma semente que o paciente inalara".
Resposta
As situações em que sementes são inaladas para a árvore brônquica acontecem com certa frequência. No entanto, como ocasionam complicações pulmonares que dão sintomas, elas acabam sendo retiradas por broncoscopias. Neste caso, cuja extração foi através de cirurgia, e supostamente como já sendo uma pequena planta, duas questões precisam ser esclarecidas:
1) Como a semente de uma planta, que se achava alojada num órgão do corpo humano, conseguiu apresentar condições de germinação em meio a reações humorais e celulares que lhe seriam impróprias?
2) Como essa semente obteve luz solar para a fotossíntese, energia indispensável para que se desenvolvesse até a etapa de planta?
Parece mais plausível se pensar que o achado, ao invés de uma planta em crescimento, seja o de um pequenino galho da própria conífora, que o paciente tempos atrás inadvertidamente aspirou. Como, aliás, algumas das imagens publicadas na internet sugerem ser, quando olhadas atentamente.
O caso em discussão me fez lembrar o de um paciente local, operado no Hospital de Messejana, cujo exame da peça operatória revelou a presença de um corpo estranho. Consistia de um fragmento de madeira que, após ter acidentalmente penetrado pela parede torácica, fora se alojar num de seus pulmões, onde provocara uma intensa reação inflamatória. A suspeita inicial, antes da cirurgia que esclareceu o caso, havia sido de tumor e o paciente era também jovem.
Na descrição das tomografias de tórax é comum o radiologista empregar a expressão "árvore em brotamento" (vai servir para o título desta nota), mas aí, Nelson, já estou me distanciando ...

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sábado, 8 de maio de 2010

96 - Aspectos epidemiológicos do tabagismo

"Atualmente, o tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que, somente no ano de 2008, aproximadamente 5 milhões de pessoas morreram devido ao cigarro, número bem superior à somatória dos óbitos provocados pela tuberculose, AIDS e malária. Se nenhuma medida urgente for tomada, no ano de 2030 teremos mais de 8 milhões de óbitos relacionados ao tabagismo e, em todo século 21, o número de mortes deve alcançar a quantidade assustadora de um bilhão. Em face desses números alarmantes, a OMS classificou o tabagismo como uma epidemia global.
Para tentar conter o tabagismo em todo o mundo, a OMS coordena um tratado internacional multilateral denominado de “The WHO Framework Convention on Tobacco Control”, que elaborou um programa para auxiliar os países na redução do fornecimento e do consumo de tabaco. Este programa se baseia em seis diretrizes, que receberam o nome MPOWER:

  • M – monitorar o consumo do tabaco e as políticas de prevenção do tabagismo;
  • P – proteger as pessoas do tabagismo secundário;
  • O – oferecer ajuda para auxiliar no abandono do tabagismo;
  • W (warn) – informar as populações sobre os perigos do tabagismo;
  • E (enforce) – reforçar a proibição de propaganda e campanhas de marketing favoráveis ao tabagismo;
  • R (raises) – aumentar os impostos sobre os produtos do tabaco.

Quando completamente implementadas, essas seis ações teriam a capacidade de prevenir o consumo de cigarros entre os jovens, auxiliar os tabagistas a cessarem com este hábito e proteger os não-fumantes do tabagismo passivo. Neste boletim iremos apresentar os dados epidemiológicos mais recentes disponibilizados pela OMS e, especificamente, alguns dados brasileiros."

(extraído do Pneumo Atual Express News Nº 198, de 03/04/09 - um boletim de website com acesso restrito a médicos e estudantes de medicina)

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sexta-feira, 7 de maio de 2010

95 - Posso ser útil?

"Digno é o cidadão que exime os demais de sustentá-lo se tem meios de fazê-lo por si. O Estado não pode ser asilo dos capazes. Feliz é a sociedade em que o cego contribui com as mãos, o aleijado com a voz, o velho com o conselho, o político com a responsabilidade e todos com a solidariedade."
O médico oftalmologista Nelson Cunha, autor dessa reflexão, falou e disse.

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quinta-feira, 6 de maio de 2010

94 - Resposta a broncodilatador em espirometria. Slideshow

Material de apresentação de uma palestra que ministrei no Curso de Função Pulmonar, da Sociedade Cearense de Pneumologia e Tisiologia, a SCPT. O curso aconteceu em Fortaleza, nos dias 28 e 29 de março de 2009, e teve também o apoio do Pulmocenter.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

93 - Uma revista feita nas coxas

O artista gráfico sueco Marc Strömberg decidiu inovar em Tare Lugnt, uma revista que ele antes editava em papel. Antes, como eu disse, pois o último número da revista foi feito nas coxas, em forma de tatuagem. O leitor verifique isto nas imagens abaixo:


Comentário
Para ajudar o sueco em seu planejamento gráfico-editorial, divulgo aqui a regra dos 9% (utilizada para estimar a extensão das queimaduras de pele em adultos). Assim ele fica sabendo quantas edições da revista ainda vai poder tirar.
Cabeça = 9%
Membro superior direito = 9%
Membro superior esquerdo = 9%
Tórax (anterior) = 9%
Tórax (posterior) = 9%
Abdome = 9%
Região lombar = 9%
Membro inferior direito (anterior) = 9%
Membro inferior direito (posterior) = 9%
Membro inferior esquerdo (anterior) = 9%
Membro inferior esquerdo (posterior) = 9%
Região genital = 1%
Total = 100%

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terça-feira, 4 de maio de 2010

92 - Princípios da alimentação saudável

Para todas as fases da vida, uma alimentação saudável é aquela:


adequada em quantidade e qualidade para oferecer, de forma equilibrada, todos os nutrientes necessários à vida;
variada, de forma a facilitar essa oferta dos nutrientes;
segura, dos pontos de vista higiênico e genético;
disponível (garantia de acessos físico e financeiro);
atrativa, do ponto de vista sensorial;
que respeita a cultura alimentar do indivíduo e do grupo a que se destina.

Além de atender a esses princípios, uma alimentação saudável deve levar em conta a dimensão do prazer que os atos de preparar e de realizar uma refeição envolvem em todos os seus aspectos simbólicos. Considerando-se que, na alimentação, está implícito um rico ritual de criatividade, afeto, amor, partilha, solidariedade e comunhão entre os seres humanos e a natureza, permeado pelas características culturais de cada grupamento inclusive por suas dimensões espirituais.

BRASIL, Ministério da Saúde. Obesidade. Brasília, 2006 (Série Cadernos de Atenção Básica, nº. 12).

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segunda-feira, 3 de maio de 2010

91 - Soprando em si

Um jovem de 13 anos procurou um médico queixando-se de que, havia dois dias, surgira uma inchação facial à esquerda. A massagem aplicada sobre essa região, que correspondia à parótida esquerda, resultava na eliminação de uma secreção espumosa pelo orifício de seu duto na cavidade oral.
O jovem não apresentava outros sintomas e sinais clínicos.
A tomografia computadorizada da cabeça revelou a presença de ar (situação anormal) na glândula parótida esquerda e em seu duto. E os níveis sanguíneos de amilase (uma enzima produzida pelas glândulas salivares) foram três vezes superiores ao limite superior da normalidade (significando algum grau de dano glandular).
O caso recebeu o diagnóstico de pneumoparótida em tocador de tuba (o jovem era um aprendiz desse instrumento). Tratado com medidas conservadoras, aconteceu em poucos dias o completo desaparecimento do problema.
Conclui o artigo que a situação descrita pode acontecer em tocadores de instrumentos de sopro e sopradores de vidro, profissionais em que a ocorrência de pressões elevadas do ar na cavidade oral pode forçar a que este penetre nos dutos das parótidas.
Fonte: A Tuba Player with Air in the Parotid Gland, NEJM
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domingo, 2 de maio de 2010

90 - Expressões faciais

Nestas imagens geradas por computador, a face emocionalmente neutra (no meio da figura) foi modificada para exibir diferentes graus de dominância e de confiabilidade (para mais e para menos).

De acordo com Alexander Todorov, pesquisador da Princeton University, nossos julgamentos instantâneos dos rostos são baseados numa espécie de "supergeneralização", a qual evoluiu da imperiosa necessidade de se "ler" as expressões faciais de outrem para identificar os sinais de perigo.

Para ver o artigo completo publicado na revista New Scientist (em inglês), clique aqui.

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sábado, 1 de maio de 2010

89 - A síndrome de Pickwick


O Sr. Pickwick, personagem central do livro "As Aventuras do Senhor Pickwick", não era portador dessa síndrome. Constitui um equívoco relacioná-la a ele.
Na obra de Charles Dickens, era o gordo e sonolento Joe (imagem) o personagem caracteristicamente pickwickiano.
Quais os sintomas e sinais incluídos nesta síndrome médica?
Obesidade, sonolência excessiva, dispneia, policitemia e cianose. Também nela pode estar presente a insuficiência cardíaca direita.
Na atualidade, é preferivelmente chamada de síndrome obesidade-hipoventilação alveolar.

Link para um artigo especializado da Dra. Geruza A. Silva

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