Amigo ou inimigo?
Granulomas são aglomerados celulares que se formam em tecidos do corpo humano como defesa a alguns tipos de infecção. Por muito tempo, aceitou-se a idéia de que o granuloma foi a forma que, com relação a essas infecções, o hospedeiro encontrou para contê-las. Como supostamente acontece na tuberculose, cuja lesão básica é também o granuloma (que tem características próprias que permitem identificar a infecção tuberculosa nos tecidos), por exemplo.
A grande maioria das pessoas infectadas pelo M. tuberculosis, o agente da tuberculose, não apresentará os sintomas da enfermidade. E cerca de 90% delas jamais adoecerão de tuberculose. Porque os granulomas (que não se formam nas pessoas com graves problemas imunitários) circunscreverão a doença localmente, evitando que ela se dissemine no corpo.
Entretanto, um trabalho de pesquisa de Davis e Ramakrishnan, publicado em "The New England Journal of Medicine" (06/06/2009), deixa sob controvérsias o aspecto "amigo" do granuloma. Por atribuirem a macrófagos (células de defesa presentes no granuloma), quando infectados pelo germe da tuberculose, o papel de nicho que responde pela continuidade da doença.
As pesquisas desses autores foram realizadas com o M. marinum em embriões do peixe-zebra (imagem). Se, por um lado, o modelo pode guardar diferenças (agente e hospedeiro são outros) com relação ao da tuberculose no ser humano, por outro, possibilitou aos pesquisadores o acompanhamento - "em tempo real" - dos vários momentos do processo infeccioso. É que os embriões do peixe-zebra são transparentes (PGCS).
Referências (em inglês)
www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmedPublicado emEntreMentes
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