quinta-feira, 20 de agosto de 2020

1163 - Mitridatismo

mitridatismo (mi.tri.da.tis.mo) s.m. tolerância ou resistência a um veneno pela ingestão de doses cada vez maiores, porém não letais, da substância tóxica; resiliência toxicológica. [derivado do antropônimo Mitridates, esp. de Mitridates VI, que teria adquirido tal imunidade desta maneira] 


Mitrídates VI
(132 a.C. – 63 a.C.), também chamado de Mitrídates Magno, foi rei do Ponto (região correspondente ao norte da Turquia) de 120 a.C. até sua morte. Considerado um inimigo de Roma, seus inimigos tramaram por diversas vezes envenená-lo. Ciente dessa possibilidade, Mitrídates começou a ingerir venenos em pequenas doses repetidas, depois de testá-los previamente em prisioneiros e escravos, garantindo assim as doses que seriam seguras para ingerir.
Em sua busca por antídotos, ele também testou os efeitos destes sobre os presos, administrando-os antes de lhes dar o veneno ou logo após envenená-los. Desta forma, acredita-se que ele também descobriu vários antídotos contra substâncias tóxicas. Mas o que o tornou famoso foi o Mithridacum, uma poção complexa produzida por seu médico de câmara, composta por 54 ingredientes que o rei chegou a tomar diariamente e que foi considerado por décadas como um antídoto universal.
Conforme a lenda, após ser derrotado por Pompeu, Mitrídates tentou o suicídio por envenenamento - sem efeito devido a sua resistência. Teria, então, forçado um de seus servos a matá-lo com a espada. Esta história é contada na peça "Mitrídates" (1673), de Jean Racine, e na ópera "Mitridate, re di Ponto" (1770), de Mozart.
O processo do mitridatismo é utilizado na produção do soro antiofídico, entre outras aplicações práticas.

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