quinta-feira, 30 de novembro de 2017

1021 - O dedo de Morton

Muitas pessoas acham que têm pés estranhos: ou que seu dedão é muito pequeno ou que os outros dedos são muito grandes. Essas pessoas podem ter o chamado dedo de Morton.
Mais corretamente chamado de pé de Morton, a anomalia refere-se a um segundo dedo do pé que parece mais longo que o primeiro dedo (foto), porque o primeiro osso metatarsiano é curto em relação ao segundo. Foi descrito pela primeira vez pelo cirurgião ortopedista americano Dudley Joy Morton (1884-1960). É também chamado de pé grego porque os gregos antigos o achavam esteticamente atraente, incorporando-o em pinturas e esculturas. O David de Michelangelo é um dos exemplos.
O dedo de Morton acontece em cerca de 20% das pessoas no mundo e, segundo uma pesquisa no Brasil, em 33% dos brasileiros.
Por ser simplesmente uma variação na forma do pé, não requer nenhum tratamento a menos que o portador apresente sintomas. Este tipo de pé pode estar relacionado com o surgimento de algumas patologias, como: metatarsalgia, neuroma de Morton, fascite plantar, calosidades etc.
Tampouco existe prevenção para o dedo de Morton, pois esta é uma condição anatômica hereditária e que está ligada a alguns tipos de pé, como o grego e o céltico, de uma classificação baseada em etnias:
Fontes:
http://www.pessemdor.com.br/blog
www.news-medical.net/health
Curiosidade:
Você sabia que a Estátua da Liberdade em Nova Iorque tem os pés de Morton?
Ver também:
Nomenclatura para os dedos do pé e Quem fratura um dedo fatura um amigo.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

1020 - Estimativas da estatura

Estatura é definida como o tamanho ou a altura de um ser humano. Sua medida deve ser feita, preferencialmente, de forma direta através de um antropômetro.
É importante ressaltar que após os 40 anos de idade ocorre uma redução da estatura de 1,0 a 2,5 cm por década, decorrentes da redução dos discos intervertebrais, achatamento das vértebras e acentuação da cifose dorsal, lordose e escoliose.
Nem sempre o paciente encontra-se em condições de submeter-se ao procedimento direto como, por exemplo, os cadeirantes e os pacientes acamados. Desta forma, podemos lançar mão de fórmulas de estimativas da estatura.
Uma delas é a que utiliza a medida da envergadura para estimar a estatura, como já descrevemos anteriormente.
Outra é a que estima a estatura a partir da medida da altura do joelho, sobre a qual são aplicadas fórmulas que levam em consideração o gênero, a etnia e a faixa etária do paciente.
Chumlea WC, 1985 e 1994. In: CNNutro
87 - Altura x envergadura
965 - As principais dúvidas suscitadas pela postagem ALTURA x ENVERGADURA

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

1019 - Dia histórico na vida de Rosemberg

por Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg
Era o dia 15 de novembro de 1915. A Europa estava em guerra. No Brasil, um trem vindo de Santos chegava de mansinho à Estação da Luz, em São Paulo. Da janela, um garoto de apenas seis anos, trajando calças curtas, meias de cano longo e suspensório, contemplava maravilhado a arquitetura da bela estação quando sua mãe, Sisel, lhe fala em ídiche. Joe, chegamos!
O pai, Emanuel, não disfarçava a alegria do reencontro com sua mulher e seu filho, depois de um mês de separação. Tinha-os deixado em Buenos Aires e vindo para São Paulo, ganhar a vida. Finalmente, estava com tudo pronto para recebê-los e foi buscá-los no Porto de Santos, de onde tomaram aquele trem rumo à capital paulista.
O sol alto e forte banhava de intensa luz a provinciana cidade de 350 mil habitantes e, naquela manhã, uma grande parada militar se formava em frente à Estação, para comemorar o dia da Proclamação da República. Bandeiras verde-amarelas tremulavam nas mãos dos transeuntes que se apinhavam para ver e aplaudir os militares engalanados, cheios de medalhas, marchando garbosos ou desfilando em cima de cavalos. Emanuel Rosemberg logo se apressou para apanhar um coche e se dirigir à sua residência, pois a viagem de navio, na 3ª classe, tinha sido muito cansativa para sua mulher e seu filho.
No curto percurso da estação à nova morada, o garoto, pôde apreciar a cidade com seus tílburis de dois lugares, leves e elegantes; seus coches cobertos puxados a cavalos; seus bondes abertos de nove bancos puxando os “caras duras”; os poucos automóveis, os raros Ford Bigode que trafegavam; sua bela arquitetura, seus lampiões à gás e suas arborizadas praças com enormes bebedouros para os animais.
Apesar do calor, os homens de terno, palheta e bengala e as mulheres com seus vestidos compridos, sombrinhas e elegantes chapéus passeavam pelas praças e alamedas da cidade, naquele feriado de 15 de novembro.
Por fim, o táxi-coche para em frente à uma casa na rua José Paulino esquina com Ribeiro de Lima e logo começa a azáfama de descarregar as malas, baús e outros pertences.
E assim, passa-se o dia que haveria de se transformar em um marco na vida de José Rosemberg.
Chegando a São Paulo, em 1915, Rosemberg afeiçoou-se à cidade adotando-a como sua, transformando-a na terra de seus filhos, netos e bisnetos. Cresceu com ela e a viu transformar-se na maior metrópole da América do Sul.
Notas do Acta em que o Prof. José Rosemberg foi citado
19 - Algumas implicações literárias da tuberculose no Brasil
187 - Filatelia Médica
195 - Abstrações
323 - Aniversário da morte de José Rosemberg
345 - O selo antituberculose
477 - Nicotina - Droga Universal
500 - O romantismo na tuberculose

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

1018 - A birrefringência apresentada por cristais

Em 1669, o médico e físico dinamarquês Erasmus Bartholin (1625-1698) observou que as imagens vistas através do feldspato islandês (calcita) foram duplicadas e que, quando o cristal foi girado, uma imagem permaneceu estacionária enquanto a outra girava com a movimentação do cristal. Esse comportamento de dupla refração da luz (birrefringência) não poderia ser explicado pelas teorias ópticas da época criadas por Isaac Newton.
A birrefringência é a formação de dupla refração apresentada por certos cristais, a qual está intimamente relacionada com a velocidade e a direção de propagação da luz.
Sílica e silicose
Ao exame microscópico do tecido pulmonar sob a luz polarizada, pequenas partículas birrefringentes são frequentemente vistas em nódulos silicóticos. (Silva, PGC. Diagnóstico da silicose. Scribd, 2006. Slide 22). Sua presença ajuda a confirmar o diagnóstico, mas podem estar ausentes, e não são específicas da silicose. As partículas depositadas no tecido pulmonar são muito pequenas, o que dificulta sua caracterização por este tipo de iluminação. Além deste aspecto, a sílica (quartzo) apresenta fraca birrefringência, semelhante ao colágeno, exibindo uma aparência branca e irregular, de difícil visualização. Partículas fortemente birrefringentes, visualizadas em tecido com silicose, podem representar silicatos ou cristais com elevado conteúdo de cálcio. A certeza de tratar-se de sílica só é possível através da microscopia com o emprego de outros métodos, como a difração de raios X.
Níveis de birrefringência de alguns minerais
- fraca: quartzo, apatita
- moderada: augita, cianita
- forte: zircão, talco
- muito forte; calcita
- extrema: rutilo

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

1017 - Ronald Fisher. Teste e controvérsias

Sir Ronald Aylmer Fisher (17 de fevereiro de 1890 - 29 de julho de 1962) foi um estatístico, biólogo evolutivo e geneticista inglês.
É conhecido por suas contribuições para a estatística criando o teste de Fisher e a equação de Fisher. Anders Hald o chamou de "um gênio que, quase sozinho, criou as bases para a ciência estatística moderna", enquanto Richard Dawkins o chamou de "o maior dos sucessores de Darwin".
Fisher se opôs às conclusões de Richard Doll e AB Hill de que fumar causa câncer de pulmão. Ele comparou as correlações nos trabalhos de Doll e Hill com uma correlação entre a importação de maçãs e o aumento dos divórcios para mostrar que a correlação não implica causalidade.
Nesta controvérsia, sugeriu-se que o fato de Fisher ter sido consultor de firmas de tabaco punha em dúvida o valor de seus argumentos. Ele não estava acima de aceitar recompensa financeira por seus trabalhos, mas os motivos para o seu interesse eram, sem dúvida, outros: o seu desagrado e a sua desconfiança com as tendências puritanas de todos os tipos e, talvez, também pelo consolo pessoal que ele sempre encontrou no tabaco.
Depois de se retirar da Universidade de Cambridge em 1957, passou algum tempo como investigador sênior no CSIRO em Adelaide, na Austrália. Ele morreu de câncer de cólon em 1962.