quarta-feira, 15 de novembro de 2017

1019 - Dia histórico na vida de Rosemberg

por Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg
Era o dia 15 de novembro de 1915. A Europa estava em guerra. No Brasil, um trem vindo de Santos chegava de mansinho à Estação da Luz, em São Paulo. Da janela, um garoto de apenas seis anos, trajando calças curtas, meias de cano longo e suspensório, contemplava maravilhado a arquitetura da bela estação quando sua mãe, Sisel, lhe fala em ídiche. Joe, chegamos!
O pai, Emanuel, não disfarçava a alegria do reencontro com sua mulher e seu filho, depois de um mês de separação. Tinha-os deixado em Buenos Aires e vindo para São Paulo, ganhar a vida. Finalmente, estava com tudo pronto para recebê-los e foi buscá-los no Porto de Santos, de onde tomaram aquele trem rumo à capital paulista.
O sol alto e forte banhava de intensa luz a provinciana cidade de 350 mil habitantes e, naquela manhã, uma grande parada militar se formava em frente à Estação, para comemorar o dia da Proclamação da República. Bandeiras verde-amarelas tremulavam nas mãos dos transeuntes que se apinhavam para ver e aplaudir os militares engalanados, cheios de medalhas, marchando garbosos ou desfilando em cima de cavalos. Emanuel Rosemberg logo se apressou para apanhar um coche e se dirigir à sua residência, pois a viagem de navio, na 3ª classe, tinha sido muito cansativa para sua mulher e seu filho.
No curto percurso da estação à nova morada, o garoto, pôde apreciar a cidade com seus tílburis de dois lugares, leves e elegantes; seus coches cobertos puxados a cavalos; seus bondes abertos de nove bancos puxando os “caras duras”; os poucos automóveis, os raros Ford Bigode que trafegavam; sua bela arquitetura, seus lampiões à gás e suas arborizadas praças com enormes bebedouros para os animais.
Apesar do calor, os homens de terno, palheta e bengala e as mulheres com seus vestidos compridos, sombrinhas e elegantes chapéus passeavam pelas praças e alamedas da cidade, naquele feriado de 15 de novembro.
Por fim, o táxi-coche para em frente à uma casa na rua José Paulino esquina com Ribeiro de Lima e logo começa a azáfama de descarregar as malas, baús e outros pertences.
E assim, passa-se o dia que haveria de se transformar em um marco na vida de José Rosemberg.
Chegando a São Paulo, em 1915, Rosemberg afeiçoou-se à cidade adotando-a como sua, transformando-a na terra de seus filhos, netos e bisnetos. Cresceu com ela e a viu transformar-se na maior metrópole da América do Sul.
Notas do Acta em que o Prof. José Rosemberg foi citado
19 - Algumas implicações literárias da tuberculose no Brasil
187 - Filatelia Médica
195 - Abstrações
323 - Aniversário da morte de José Rosemberg
345 - O selo antituberculose
477 - Nicotina - Droga Universal
500 - O romantismo na tuberculose

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