Natalia Martinez Medina, Medscape
A tuberculose é um problema de saúde pública devido à sua alta morbidade e mortalidade. De acordo com o Relatório Mundial da Tuberculose de 2024 publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2023 foram relatados 8,2 milhões de novos casos, com 1,25 milhão de mortes pela doença.
A OMS salienta que, sem tratamento, a taxa de mortalidade por tuberculose pode atingir 50%. No entanto, com o uso de terapias atualmente aprovadas e recomendadas pela entidade (um ciclo de medicamentos antituberculose por 4 a 6 meses), cerca de 85% dos doentes alcançam a cura.
Existem cinco fatores de risco principais associados ao desenvolvimento da tuberculose: subnutrição, infecção por vírus da imunodeficiência humana, distúrbios relacionados ao consumo de álcool, doenças decorrentes do tabagismo e diabetes. Além disso, fatores como mudanças climáticas, migração, deslocamento forçado, escassez de financiamento e resistência antimicrobiana também afetam a disseminação e o controle da doença.
Os Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos têm diretrizes de diagnóstico e tratamento da doença, das quais quatro definições principais devem ser consideradas:
- Tuberculose latente: o paciente tem Mycobacterium tuberculosis no corpo, mas não apresenta sinais ou sintomas de doença ativa.
- Tuberculose ativa: a infecção progride e o paciente desenvolve sintomas da doença, representando risco de transmissão.
- Tuberculose multirresistente: o bacilo não responde à isoniazida nem à rifampicina, os dois fármacos antituberculose de primeira linha mais eficazes. Atenção: existem tratamentos de segunda linha.
- Tuberculose extremamente multirresistente: os bacilos responsáveis pela doença não são suscetíveis aos medicamentos mais eficazes contra a tuberculose multirresistente.
Existem várias opções disponíveis para o tratamento da tuberculose:
- Tuberculose latente: isoniazida mais rifampicina. Alternativa: isoniazida mais rifapentina (uma vez por semana por 12 semanas, seja autoadministrada ou sob terapia diretamente observada-duração da resposta). Esses tratamentos não são recomendados para crianças com menos de 2 anos de idade, grávidas ou pacientes com uma cepa resistente a esses medicamentos.
- Tuberculose ativa: isoniazida, rifampina, pirazinamida, etambutol ou estreptomicina (não utilizada na gravidez). Atenção a casos especiais: gestantes, crianças e portadores do vírus da imunodeficiência humana que necessitem de tratamento especial.
- Tuberculose extrapulmonar: aplica-se o mesmo regime de tratamento de seis meses que para tuberculose pulmonar, exceto na meníngea e na osteoarticular, onde o tratamento pode se estender para 9 a 12 meses. Casos com complicações graves podem exigir terapia cirúrgica.
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