dedo de mamífero |
Há muito tempo os cientistas tentam desvendar o mecanismo do processo de regeneração da ponta dos dedos amputados, intuindo que aí estaria a chave para a regeneração completa dos membros lesados como acontece com as salamandras.
Esses anfíbios, ao perderem uma perna ou a ponta da cauda, formam um blastema, um conjunto de células indiferenciadas capaz de recriar todos os tecidos perdidos e criar um membro igual ao que tinham.Nada parecido jamais foi observado em mamíferos.
Em artigo http://www.nature.com/articles/s41598-019-45521-4 na revista *Scientific Reports*, cientistas brasileiros vinculados à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) questionam as expectativas otimistas.
Ao invés da chamada regeneração epimórfica, como a das salamandras, em que até as articulações e a função do membro amputado são restauradas, na ponta dos dedos dos mamíferos ocorre basicamente o crescimento de três tecidos que desempenham essa função naturalmente quando são danificados: unhas, pele e ossos.
Assim, os cientistas mostraram que o processo observável em dedos de mamíferos é muito mais simples do que o esperado.
Por esse motivo, não é um modelo para regeneração de membros.
Vimos que a ponta do dedo é muito mais simples do que o dedo inteiro ou um braço, por exemplo. Não tem músculos, glândulas ou articulações e basicamente tem unha, pele e osso.
Esses três tecidos têm uma capacidade natural de regeneração. Portanto, o crescimento da ponta de um dedo não constitui uma regeneração no sentido estrito da palavra, mas uma sucessão de fenômenos bem conhecidos.
Como qualquer lesão na pele, uma lesão de amputação cura devido à migração dos queratinócitos, as células da pele que produzem a queratina.
A unha parcialmente cortada retoma o seu crescimento por ser dotada de um grande número de células-tronco que induzem esse fenômeno ao longo da vida do organismo.
Porém, o crescimento mais importante nesse processo é o do tecido ósseo, que ocorre naturalmente quando se sofre uma fratura, por exemplo. Esse crescimento ocorre graças às chamadas células osteoprogenitoras.
Cientistas já haviam demonstrado que a unha é essencial para o crescimento ósseo após a amputação dos dedos do rato, por induzir o chamado crescimento distal na forma pontiaguda característica das falanges distais, as pontas dos dedos.
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