Durante o verão e o outono de 1896, o astrônomo Percival Lowell passou o seu tempo dedicado a estudar o planeta Vênus. Um dia, no final do outono, descobriu uma estranha mancha com raios finos na superfície do planeta, uma descoberta surpreendente que, curiosamente, só ele via.
Aglomeração de relâmpagos em Vênus?...
Como era de esperar, foi criticado pelos resultados. Em 1902, ainda que parcialmente, ele recuou, falando de um problema óptico, mas logo voltou a escrever com intolerante confiança a respeito de sua observação de Vênus.
Ele começou a especular sobre a ascensão de um funil de ar estagnado quente, criando um vazio parcial em que correntes de ar frio dariam lugar a um sistema de raios... Esse era o espírito de Percy.
Absolutamente ninguém podia ver o sistema de raios em atividade na superfície do planeta Vênus.
Tudo isso produziu uma notável falta de credibilidade que, supostamente, repercutiu em seus novos estudos, dessa vez sobre o planeta Marte. Anteriormente, fora ele que descrevera os canais marcianos, logo convertidos em uma suposição da existência de vida inteligente em Marte.
Mas... Por que só Percival Lowell podia ver raios em Vênus?... Seriam eles o produto da imaginação de um astrônomo?
O problema foi solucionado mais de cem anos depois, em 2003, em um artigo de William Sheehan e Thomas Dobbins, THE SPOKES OF VENUS: AN ILLUSION EXPLAINED (Os raios de Vênus: uma ilusão explicada). O artigo sustenta que Lowell tivesse deixado de forma intempestiva o telescópio e que, ao fazê-lo, o telescópio tivesse acidentalmente virado em uma espécie de oftalmoscópio, um instrumento utilizado para o exame dos olhos.
Em outras palavras, o que Percival Lowell observara na superfície de Vênus tinha sido a própria retina, sendo os raios os vasos sanguíneos da dita-cuja.
Percival Lowell y los rayos de Venus, El Baúl de Josete
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