terça-feira, 21 de outubro de 2014

670 - O metal pesado que abalou um império

Macio, flexível e maravilhosamente onipresente, o chumbo foi muito usado pelos antigos romanos para fazer moedas, canos, panelas e jarras para vinho. Era ainda utilizado na fabricação de tintas e pós faciais. E o resultado disso tudo foi "a morte por envenenamento lento do maior império que o mundo já conheceu".
Dois terços dos imperadores romanos – de Calígula a Nero – mostravam sintomas de envenenamento pelo chumbo. Análises de ossos retirados de cemitérios romanos da época acusaram depósitos de chumbo que mediam três vezes o padrão da Organização Mundial de Saúde para o envenenamento grave pelo metal.
Em muitos aspectos, o chumbo é uma má notícia para o corpo humano: ele danifica os rins e o coração, prejudica a produção das hemácias e inibe o crescimento das células ósseas. Além disso, afetando a regulação do crescimento dos neurônios e da formação das sinapses, interrompe o processo cognitivo.
Alguns historiadores acreditam que o veneno comprometia não apenas o cérebro dos imperadores romanos, mas de todos em Roma. De repente, Calígula declarando sua própria divindade, nomeando seu cavalo para o Senado e ordenando seus soldados que marchassem para o oceano ("para lutar contra o deus do mar") fazem um pouco mais de sentido.

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