sábado, 29 de dezembro de 2012

452 - T.B. Harlem

Óleo sobre tela da pintora estadunidense Alice Neel (1900-1984), T.B. Harlem é um quadro do acervo do National Museum of Women in the Arts, em Washington DC.
 De 1938 aos primeiros anos da década de 1960, Neel viveu no Harlem hispânico, onde retratou alguns de seus desafortunados habitantes, como o porto-riquenho Carlos Negron.
Aqui Negron é mostrado com o curativo de uma toracoplastia, um tratamento usual para a tuberculose na era pré-antibiótica.
Leitura recomendada
Tuberculose nas Artes Visuais, postagem do blog Arte Médica, da brasiliense Renata Calheiros Viana.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

451 - Crédito à cama


Nós nunca somos tão virtuosos como quando estamos doentes. Algum homem doente já foi tentado pela cobiça ou luxúria? Ele não é um escravo de suas paixões nem de suas ambições com a profissão; ele não se importa com a riqueza e se contenta com o pouco que tem, sabendo ainda que pode perdê-lo. É, então, que ele se lembra dos deuses e percebe que é mortal: ele não sente nenhuma inveja, admiração, nem desprezo de qualquer homem: nem mesmo uma conversa insultuosa pode prender a sua atenção ou dar-lhe estímulo para o pensamento, e seus sonhos são todos de banhos e primaveras amenas. Estes são sua única preocupação, o objeto de todas as suas orações, enquanto ele resolve que, se tiver a sorte de se recuperar, vai levar uma vida sóbria e simples no futuro, isto é, uma vida de inocência feliz.
Então, aqui para a nossa orientação, é a regra aquilo que os filósofos buscam expressar em palavras e textos intermináveis: na saúde, devemos continuar a ser os homens que prometemos nos tornar quando a doença levou as nossas palavras.

domingo, 23 de dezembro de 2012

450 - A Peste em Givry

Givry possui o mais antigo registro paroquial da França. O livro, escrito pelos padres locais, mostra o dinheiro recebido para as cerimônias religiosas (nas primeiras 42 páginas) e os batismos, casamentos e enterros da paróquia (da página 43 à 83), no período 1303-1357.
É realmente informativo sobre as consequências da Peste (que dizimou grande parte da população europeia) na referida aldeia. Assim, antes de 1347, aconteciam de 4 a 5 enterros por mês. Mas, entre 28 de julho e 19 de novembro de 1348, foram registrados 620 enterros. Somente no dia 10 de setembro foram enterradas 24 pessoas, tanto quanto no ano anterior.
Nenhum casamento foi celebrado entre o início da epidemia e o final do ano.


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

449 - O transtorno dismórfico corporal


O chimpanzé, o orangotango, o bonobo, o gorila, o delfim e o elefante são os únicos animais que, além dos seres humanos (*), são capazes de reconhecerem a si mesmos em um espelho.

(*) Nós, com alguns vieses:

TDC ►

O que é o transtorno dismórfico corporal
O TDC é um tipo de distúrbio mental em que a pessoa se vê diferente do que é na vida real. Como consequência, ela é também extremamente crítica com relação ao próprio corpo. E, se há algo de errado com este, mesmo que o problema seja pouco perceptível ou localizado, ela se sente completamente infeliz com o corpo que tem.
Dra. Katharine Philips, que fez uma pesquisa (A Broken Mirror, Oxford University Press, 2005) em mais de 500 pessoas com TDC, encontrou no grupo pesquisado os seguintes percentuais de insatisfação com as várias partes do corpo:
pele (73%)
cabelo (56%)
nariz (37%)
peso (22%)
estômago (22%)
seios / peito / mamilos (21%)
olhos (20%)
coxas (20%)
dentes (20%)
pernas (geral) (18%)
forma do corpo / forma do osso (16%)
todos de rosto (14%)
lábios (12%)
nádegas (12%)
queixo (11%)
dedos (11%)
sobrancelhas (11%)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

448 - O sistema vestibular na coruja

A coruja apresenta uma notável estabilidade da cabeça durante o movimento angular do corpo em torno de qualquer eixo que passe através do crânio.
O sistema vestibular da coruja é maior do que o do homem. E muito mais incrementado, também.
K.E Money, M.J Correia, The vestibular system of the owl

Vídeos
"Gire sua coruja": disponíveis no Improbable Research nas versões c/ e s/ música.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

447 - A voz de hélio

- Uma notícia ruim fica melhor quando anunciada com a "voz de hélio".

A voz é produzida a partir das vibrações do ar expirado ao passar pela laringe.
Como o hélio é um gás mais leve do que o ar, que contém principalmente uma mistura de nitrogênio e oxigênio, ao ser expirado e então passar - mais rapidamente - na laringe, ele dá origem a vibrações em frequências mais altas nas cordas vocais.
Isto faz com que a voz de quem inalou o gás hélio fique momentaneamente engraçada, semelhante à voz de alguns personagens de desenhos animados.
Vídeos no YouTube: há muitos. Pesquise como "voz de hélio" e "helium voice".
Embolia gasosa cerebral em uma criança saudável, 13, após a inalação de gás hélio diretamente de um tubo pressurizado.
Hélio - NÃO ABUSE!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

446 - Plumbagem

Isto que vocês veem aqui já figurou no estado de arte da Cirurgia Torácica. Vi radiografias como esta realizadas em pacientes que, na primeira metade do século 20, se submeteram ao tratamento cirúrgico da plumbagem.

Crédito das imagens: NEJM
A plumbagem consistia em introduzir no tórax do paciente tuberculoso uma quantidade variável de bolas de lucite (de ping-pong) com a finalidade de provocar colapso pulmonar. Aceitava-se a ideia de que esse colapso, por colocar as lesões tuberculosas em repouso, ajudaria a curá-las. Certamente, o procedimento em questão contribuía para reduzir a frequência e a gravidade das hemoptises.
A principal desvantagem dessa forma de tratamento era a possibilidade de desenvolver infecção local como consequência dos corpos estranhos alojados no tórax.
31/12/2013 - Atualizando postagem...
Caso clínico - Lucite Balls
(arquivo PDF para baixar ou imprimir)

sábado, 8 de dezembro de 2012

445 - Permanecendo vivo

Com um pouco de humor se pode fazer um grande ensinamento. É o que mostra esta campanha de como realizar uma ressuscitação cardiopulmonar ao ritmo de uma canção: "Staying alive" (título mais adequado, impossível). Nunca se sabe quando você vai pô-la em prática, mas a ideia basicamente é esta:
  • chamar o telefone do serviço móvel de urgência (192 no Brasil);
  • fazer compressões torácicas ao ritmo de 100 por minuto, precisamente o da famosa canção.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

444 - Páginas populares em livros medievais

Como você pode saber quais as páginas de um manuscrito medieval que eram mais populares?
Kathryn Rudy, da Universidade de St. Andrews, na Escócia, imaginou que as manchas de dedos deixadas pelos leitores nos manuscritos poderiam ser um bom indicador.
Usando um dispositivo que mede a densidade óptica de uma superfície refletora, ele analisou um exemplar holandês do Livro de Horas, um livro de textos devocionais do século XV, sob a hipótese de que as sujeiras acumuladas nos cantos inferiores das páginas representariam o tempo gasto com leituras.
O que ele encontrou:
 As passagens mais populares deste livro tendiam a ser as orações relacionadas com as indulgências (tempo de dispensa do purgatório pelos pecados perdoados) e com as preocupações com a saúde como a proteção da Peste ou do Fogo de Santo Antônio (intoxicação pela ingestão de produtos contaminados pelo fungo esporão-do-centeio).
Em um manuscrito que tinha iluminuras personalizadas, o proprietário principalmente olhou para aquelas que retratavam a si próprio. "Ele realmente amava aquela imagem", disse Rudy.


Postagens relacionadas

domingo, 2 de dezembro de 2012

443 - Seja um doador de vidas

Deixo minha visão ao homem que jamais viu o amanhecer nos braços da mulher amada.
Deixo meu coração à mulher que vive exclusivamente para fazer o coração de seu filho feliz.
Deixo meus rins às pessoas que tiveram seus sonhos interrompidos, mas que ainda os cultivam.
Deixo meu pulmão ao adolescente que quer gritar ao mundo mais uma vez ‘eu te amo'.
Deixo meu fígado para aqueles que não tinham esperança na recuperação.
Deixo ossos, pele, cada tecido meu, à criança que ainda não descobriu o que é viver por inteiro.
Deixo a você o meu exemplo.
Deixo à minha família o desejo de ser um doador.
Deixo para a vida, enfim, um recado: nós vencemos!
Seja um doador de órgãos. Seja um doador de vidas.
Filme oficial da Campanha Nacional de Doação de Órgãos de 2011, com o ator José de Abreu. Com muita sensibilidade na abordagem da causa, este filme continua sendo veiculado pela televisão brasileira.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

442 - A química do amor

Afinal, o amor tem algo a ver com a Química? Na verdade o amor é Química! Todos os sintomas relacionados com o amor e a paixão - respiração ofegante, palpitações cardíacas, mãos úmidas etc. - têm uma explicação científica: são causados por um fluxo de substâncias químicas fabricadas no corpo da pessoa apaixonada. Entre essas substâncias estão: adrenalina, noradrenalina, feniletilamina, dopamina, oxitocina, serotonina e as endorfinas.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

441 - Febre amarela e sangrias

A febre amarela é conhecida por trazer uma coloração amarela característica (icterícia) para a pele e os olhos e por causar "vômitos pretos" relacionados com sangramentos no estômago.
O vírus causal é transmitido por mosquitos infectados, porém, por muito tempo, se acreditou ser uma doença miasmática originária da matéria vegetal em decomposição e das putrefações em geral.


"Nunca antes experimentei tão sublime satisfação como a que eu sinto agora, contemplando o sucesso dos meus tratamentos (sangrias). Graças a Deus, de uma centena de pacientes que eu visitei ou prescrevi no dia de hoje, não perdi nenhum." 

Benjamin Rush

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

440 - Sem utilidade


Contabilizam-se 20 estruturas no corpo humano que, ao longo da evolução de nossa espécie, foram perdendo suas utilidades. Dessa lista fazem parte o dente do siso, os músculos extrínsecos das orelhas, a terceira pálpebra, a costela cervical, o cóccix e o apêndice.
Devido a patologias que ocorrem neste último, mais de 300 mil norte-americanos, anualmente, se submetem à apendicectomia.
Elaborada originalmente por Jocelyn Selim, a lista completa dessas estruturas "dispensáveis" saiu no Daily Cognition com o título de 20 Useless Body Parts.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

439 - Uma rota metabólica diferente

Este animal de aparência estranha é a tartaruga chinesa de casco mole. Bem adaptada à vida na água, ela vive em pântanos salgados.
Sua fisionomia faz lembrar o focinho de um porco, colado no rosto de um peixe cuja textura é o da pele escrotal. Mas essa aparência bizarra não é nada em comparação com um detalhe ainda mais bizarro, que foi recentemente descoberto na Pelodiscus sinensis (o nome científico dela).
Esta tartaruga expele um de seus resíduos pela boca.


Quando metaboliza as proteínas em seu fígado, ela produz uma grande quantidade de nitrogênio que é expulsa do seu corpo em forma de ureia. Os seres humanos também produzem ureia a partir das proteínas, e se livram deste metabólito através da urina.
A tartaruga de casco mole, porém, tem uma rota totalmente diferente para eliminar a ureia. Enquanto submersa, ritmicamente expande e contrai a sua boca. Por que faz isso? Shit Fun Chew (que nome, meu Deus?), da ​​Universidade Nacional de Cingapura, notou que é desse modo que a tartaruga elimina a maior parte da ureia produzida. Utiliza-se de sua respiração branquial, em vez de fazê-lo pelos rins.
Em suma, ela pode respirar e "urinar" usando as mesmas estruturas anatômicas. E esta via oral-respiratória para se livrar da ureia é 15 a 50 vezes mais eficiente do que os seus rins.
Aparentemente, outros excrementos deixam o corpo da tartaruga de casco mole da forma habitual para outras espécies.
No ser humano, rins, pulmões, pele e intestinos são órgãos emunctórios, isto é, órgãos encarregados de excretar os resíduos de seu metabolismo. E rins e pulmões, dividindo a responsabilidade pelo equilíbrio ácido-básico do corpo, talvez estejam mais próximos em suas funções do que à primeira vista parecem. Como há tempos já sacou a tartaruga chinesa.

sábado, 17 de novembro de 2012

438 - CICLISMO. A discussão sobre os capacetes


Um denominador comum dos programas bem sucedidos de bicicleta ao redor do mundo - de Paris a Barcelona - é que quase ninguém usa um capacete, e não há pressão para que faça isso. Nos Estados Unidos, a noção de que os capacetes promovem a saúde e a segurança, evitando lesões nas cabeças dos ciclistas, é tido como muito próximo de uma verdade de Deus. Assim, ciclistas sem capacetes são considerados irresponsáveis como as pessoas que fumam. E as cidades estadunidenses em geral são agressivas na promoção dos capacetes.
Mas, muitos especialistas em saúde europeus vêm tendo uma visão diferente. Sim, há estudos que mostram que, se você cair de uma bicicleta em uma determinada velocidade e bater com a cabeça, um capacete pode reduzir o risco de lesão grave no crânio. Mas tais quedas de bicicletas são menos comuns do que se pensa em sistemas organizados de ciclismo urbano.
Por outro lado, muitos pesquisadores dizem que, se as pessoas são forçadas a usar capacetes, também são desencorajadas a andar de bicicleta. Isso significa mais obesidade, mais doenças cardíacas e mais diabetes. E, com menos menos ciclistas nas ruas, menos interesse em criar ou ampliar ciclovias.
As cidades mais seguras para bicicletas são lugares como Amsterdã e Copenhague, onde os ciclistas de meia-idade são em grande número e o uso dos capacetes é pequeno.
"Forçar a usar capacetes, especialmente em programas de compartilhamento de bicicletas, cria uma sensação de perigo injustificável para o ciclismo que traz tantos benefícios para a saúde", diz Piet de Jong, professor do departamento de Finanças Aplicadas e Estudos Atuariais da Universidade Macquarie, em Sydney. Ele estudou o assunto com modelagem matemática e concluiu que os benefícios podem superar os riscos por 20 a 1.
Ele acrescenta: "Estatisticamente, antes de usar capacetes para andar de bicicleta, talvez devêssemos usá-los para subir escadas ou tomar banho porque há muito mais lesões durante estas atividades." E a Federação Europeia de Ciclistas afirma que ciclistas e pedestres apresentam o mesmo risco de lesão grave por milha percorrida.
No entanto, nos Estados Unidos, a National Highway Traffic Safety Administration recomenda que "todos os ciclistas usem capacetes, não importa por onde estejam andando", como diz Dr. Jeffrey Michael, funcionário da referida agência.
A experiência recente sugere que, caso uma cidade queira que o compartilhamento de bicicletas realmente decole, ela tem  que aceitar o uso opcional do capacete. O programa de compartilhamento de bicicletas em Melbourne, na Austrália - onde o uso de capacete é obrigatório - tem apenas cerca de 150 utilizações por dia, apesar de Melbourne ser plana, com ruas largas, e ter clima temperado. Por outro lado, a cidade de Dublin - fria e montanhosa - tem mais de 5.000 passeios diários em seu programa. E a Cidade do México, para pôr em funcionamento o seu programa de compartilhamento de bicicletas, revogou recentemente a sua lei do capacete obrigatório. Nos Estados Unidos, há muita discussão a respeito de uma mudança na atual orientação.
Extraído do artigo To Encourage Biking, Cities Lose the Helmets, The New York Times

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

437 - A termometria clínica

Como o termômetro passou a ser usado na medicina
A observação clínica, o conhecimento fisiológico e o desenvolvimento técnico trabalharam juntos para aperfeiçoar um instrumento que se tornou indispensável na profissão médica: o termômetro.
A importância da observação da temperatura do corpo humano era conhecida desde a Grécia de Hipócrates (século V a.C.). Os médicos gregos, entretanto, precisavam de muito tato para tomar a temperatura de seus pacientes. Literalmente, pois só dispunham das mãos para fazer essa avaliação.
Já na Idade Média, a constatação da febre era considerada muito importante na prática médica, mas ainda não existia uma medição científica para a temperatura corporal.
O termômetro clínico, como o conhecemos hoje, só surgiria em 1852, quando Sir William Aitken (1825-1892), médico escocês de Edimburgo, inventou o chamado termômetro de máxima. Ao idealizar um estrangulamento no tubo de vidro, logo acima do bulbo de mercúrio. Assim, depois que o mercúrio se dilatava, estacionava na graduação correspondente à temperatura máxima registrada, o que permitia que ele próprio, com a calma de um bom clínico geral, lesse a temperatura mesmo algum tempo após a medição. E, para o mercúrio descer a fim de fazer uma nova leitura, só era preciso sacudir o termômetro, como se faz até hoje.
Mas, não se chegou ao atual termômetro clínico, apenas com a invenção de Aitken. Houve, em épocas diferentes, os precursores deste instrumento:
  • O termoscópio a ar, criado no fim do século XVI, para indicar as variações de temperatura no ambiente. Em 1611, o médico italiano Santorio acrescentou-lhe uma escala de temperatura, dando-lhe aplicação médica.
  • Por volta de 1632, o médico francês Jean Rey inventou o termômetro a líquido, que usava água em vez de ar como indicador de mudanças na temperatura.
  • Em 1654, Ferdinando II de Medici, grão-duque da Toscana, construiu o primeiro termômetro selado. Tratava-se de um tubo de vidro fechado hermeticamente e contendo álcool que, como foi descoberto, se dilata mais rapidamente do que a água.
  • Em 1709, descontente com a imprecisão dos termômetros de sua época, o físico alemão Gabriel Daniel Fahrenheit, fabricou um termômetro a álcool com uma escala confiável. Em substituição aos que usavam referências muito imprecisas como o ponto de derretimento da manteiga, por exemplo.
  • Em 1714, ao descobrir que o mercúrio se dilata mais uniformemente do que o álcool, Fahrenheit inventou o primeiro termômetro de mercúrio fechado a vácuo, driblando com isso a influência da pressão atmosférica sobre a medição. Graças aos trabalhos de Fahrenheit, o termômetro ganhava status de instrumento científico.
  • Em 1742, o astrônomo sueco Anders Celsius fez um termômetro de mercúrio com escala de zero a cem graus, em que a temperatura normal do corpo correspondia a 36,7 graus (98,6º F), logo incorporado à prática médica, pois a escala centígrada é mais fácil de ser lida.
super.abril.com.br

Instruções de uso
Antes de utilizar o termômetro, verifique se a coluna de mercúrio está abaixo do início da escala. Estando acima, sacuda com firmeza o termômetro até que a coluna fique abaixo.
Coloque o bulbo do termômetro sob o braço, no centro da axila. E o braço deve ficar bem colado ao tronco enquanto durar a medição.
O tempo em que o termômetro deve permanecer na axila é de 3 a 5 minutos.
Retirado para a leitura, o termômetro deve ser girado em busca de uma posição que melhor visualize a coluna de mercúrio.
A temperatura axilar normal de uma pessoa é de 36,5 ºC. No entanto, pode variar um pouco conforme a hora do dia.
Atenção - Em caso de quebra do vidro do termômetro, evite se expor ao mercúrio líquido contido nele. É tóxico.

domingo, 11 de novembro de 2012

436 - Simbologia para depósitos de resíduos nucleares

por Paulo Gurgel
Conceber um sistema de marcação que possa ser facilmente compreendido por qualquer pessoa, em qualquer lugar e em qualquer língua, nunca vai ser uma tarefa fácil.
Agora, imagine também que esse sistema tenha que permanecer intato e eficaz nos próximos dez mil anos.
 Para ser mais específico: um sistema a ser adotado em depósitos de resíduos nucleares em grande escala que sirva para informar e desencorajar as pessoas que, inadvertidamente ou não, penetrem nessas áreas.
Um relatório de 351 páginas a respeito do sistema, o SANDIA REPORT, já foi produzido, na década de 1990, por uma equipe de peritos. No meio da simbologia proposta pelo relatório, destaco alguns dos símbolos que são sugeridos para a utilização nas placas de advertência:
1 - A figura humana que o artista norueguês Edvard Munch imortalizou em seu quadro "The Scream".
Do agito ao grito
2 - O Mr. Yuk, o símbolo icônico que é usado para educar crianças e adultos, nos EUA e internacionalmente, quanto ao problema das intoxicações e envenenamentos. Infelizmente, este símbolo é protegido por direitos autorais. Mas tem até uma musiquinha-tema (vídeo)


Mr. Yuk is mean / Mr. Yuk is green / When you see him /Stop and think / Do not smell / Do not drink / Mr. Yuk is mean / Mr. Yuk is green.
3 - O símbolo perfeito que foi proposto por Carl Sagan:
"Queremos um símbolo que será compreensível não só para os membros mais instruídos da população, mas para qualquer pessoa que possa vir ao depósito. Existe o tal símbolo. É testado e verdadeiro. Ele tem sido usado transculturalmente, há milhares de anos, com o significado inconfundível. É o símbolo usado nas vergas das habitações dos canibais, nas bandeiras dos piratas, como insígnia das divisões da SS e das gangues de motociclistas e nos rótulos das garrafas de venenos - o crânio com ossos cruzados. A anatomia do esqueleto humano, podemos estar razoavelmente certos, não vai mudar tanto que o símbolo fique irreconhecível nas próximas dezenas de milhares de anos."

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

435 - Proibido o chumbinho

O aldicarbe, um agrotóxico utilizado de forma irregular como raticida doméstico (chumbinho), foi banido do mercado brasileiro, no mês de outubro. Estimativas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontam que o produto é responsável por quase 60% dos oito mil casos de intoxicação relacionados a agrotóxicos do tipo chumbinho, no Brasil, todos os anos.
“Os motivos do banimento do aldicarbe do mercado nacional estão relacionados à alta incidência de intoxicações humanas e de envenenamento de animais, devido ao desvio de uso do referido agrotóxico”, explica o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Agenor Álvares. Além disso, o aldicarbe possui a mais elevada toxicidade aguda entre todos os ingredientes ativos de agrotóxicos, até então autorizados para uso no Brasil.
O único produto a base de aldicarbe que possuía autorização de uso, no país, era o Temik 150, da empresa Bayer S/A. Trata-se de um agrotóxico granulado, classificado como extremamente tóxico, que tinha aprovação para uso exclusivamente agrícola, como inseticida, acaricida e nematicida, para aplicação nas culturas de batata, café, citros e cana-de-açúcar.
Chumbinho
O uso do aldicarbe como raticida doméstico, sob a forma do popular chumbinho, não é autorizado pelas autoridades brasileiras. “O chumbinho é um produto ilegal e perigoso para a saúde da população, sendo o uso e comércio deste agrotóxico como raticida doméstico enquadrado como uma atividade ilícita e criminosa”, afirma Álvares.
Por se tratar de um produto clandestino, o chumbinho não possui rótulo com orientações quanto ao manuseio e segurança, informações médicas, telefones de emergência, descrição do ingrediente ativo e antídotos que devem ser utilizados em casos de envenenamento. “Sem essas informações os profissionais de saúde tem mais dificuldade de agir para salvar a vida das pessoas intoxicadas pelo chumbinho”, diz o diretor da Anvisa.
Os sintomas típicos de intoxicação por chumbinho ocorrem em menos de uma hora após a ingestão e os principais sinais clínicos são: náuseas, vômito, sudorese, salivação excessiva, visão borrada, contração da pupila, dor abdominal, diarreia, tremores, taquicardia, entre outros.
Em caso de intoxicação deve-se ligar, de forma gratuita, para o Disque-Intoxicação: 0800-722-6001. O serviço é disponível para todo país e conta com profissionais especializados na orientação do tratamento de casos de intoxicação.
Ineficaz como raticida
Além de possuir elevada toxicidade aguda, o chumbinho é ineficaz no combate doméstico de roedores. Normalmente, como o primeiro animal que ingere o veneno morre de imediato, os demais ratos observam e não consomem aquele alimento envenenado.
Já os raticidas legalizados, próprios para esse fim e com registro junto a Anvisa, agem como anticoagulantes, provocando envenenamento lento nos ratos. Dessa forma, a morte do animal não fica associada ao alimento ingerido, o que faz com que todos os ratos da colônia ingiram esse tipo de veneno.
Cancelamento
Com o cancelamento do registro, estão proibidos no Brasil a produção, a comercialização e o uso de qualquer agrotóxico à base de aldicarbe.
 Clique aqui para saber mais sobre o chumbinho.
Fonte: Anvisa

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

434 - Concerto no ossário

Flagrante de um concerto a 108 ossos:
imagem: spaceghetto
Obs. A mão humana possui 27 ossos.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

433 - Corpo humano. A temperatura ideal

Dois pesquisadores do Albert Einstein College of Medicine, da Yeshiva University, comprovaram que a temperatura do corpo humano próxima a 37 ºC é a que produz um equilíbrio perfeito. O corpo mostra-se bastante quente para que evitemos muitas infecções fúngicas sem que, por outro lado, nós necessitemos de comer incessantemente para manter o metabolismo.
"Um dos mistérios sobre os seres humanos e outros mamíferos é porque os mesmos são tão quentes em comparação com outros animais", disse Arturo Casadevall, MD, Ph.D., professor da cadeira da Microbiologia e Imunologia do Albert Einstein, e co-autor do trabalho. "Este estudo ajuda a explicar por que as temperaturas normais dos mamíferos são todas em torno de 37 °C."
É de 36,7 ºC a temperatura ideal para maximizar os benefícios da proteção contra os fungos e, ao mesmo tempo, minimizar os custos metabólicos para o corpo. Para cada aumento de 1 °C na temperatura há uma redução em 6 por cento nas espécies de fungo. Assim, enquanto dezenas de milhares de espécies de fungos infectam répteis, anfíbios e outros animais de sangue frio, apenas algumas centenas delas infectam os mamíferos.


Comentário
Ao fazerem um jogo de palavras entre "for keeping fungi away" e "food at bay" no título do trabalho, os autores demonstraram também que são espirituosos.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

432 - Sem retorno



Este gráfico apresenta o número de vezes em que animais são citados em artigos biomédicos a partir da década de 1950.
Fonte: PubMed

Uma rápida observação sobre o gráfico mostra como ratos e camundongos, "descolando" das demais categorias, vêm se destacando na preferência dos pesquisadores. Não os considero animais sortudos, por isso.

sábado, 27 de outubro de 2012

431 - Andando em círculos

A crença comum diz que as pessoas que se perdem em um terreno desconhecido acabam muitas vezes andando em círculos. É uma crença que está bastante arraigada na cultura popular.
Em um trabalho que publicaram no Current Biology (resumo), Jan L. Souman e colaboradores testaram a capacidade de seres humanos para caminhar em linha reta através de terrenos desconhecidos. Em dois ambientes diferentes - numa grande área florestal e no deserto do Saara - voluntários, com os olhos vendados, andaram por várias horas. Suas trajetórias, capturadas através do sistema de posicionamento global, mostraram que os participantes da experiência andavam em círculos quando não conseguiam ver o sol. Sob estas condições, eles caminharam em pequenos círculos, sendo estes muitas vezes extremamente pequenos (com diâmetros inferiores a 20 metros).
De maneira inversa, quando o sol podia ser percebido, esses participantes, por vezes, desviaram-se do caminho reto mas não andaram em círculos. A percepção de uma referência direcional externa lhes permitia recalibrarem o sistema sensório-motor para que pudessem caminhar em linha reta.
PGCS
Roberto Marques escreveu... 
Provavelmente, sem ver o sol perde-se a noção dos quatro pontos cardeais. Tive alguma experiência a respeito disso na ilha do Bananal, onde todo lugar é igual aos outros e não há nenhuma elevação para a orientação.
Conclusão: só dá para andar pelo cerrado com um guia ou com um GPS!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

430 - Monitoramento de drogas

Exigência para admissão é inaceitável
A solicitação de exames de urina ou sangue para saber se o candidato a uma vaga de emprego faz uso de drogas ilícitas foi considerada eticamente inaceitável pelo plenário do CFM. O assunto é tema do Parecer 26/12, apresentado pelo conselheiro representante de Minas Gerais, Hermann von Tiesenhausen.
A opinião baseou-se em princípios do Código Civil, da Constituição Federal e do Código de Ética Médica (CEM). Na Carta Magna, o parecer do conselho aponta o artigo 5º, que diz: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” e que “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas”.
Já o CEM, em seu artigo 22, veda ao médico “deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte”.
O documento aprovado pelo CFM diz ainda que “os exames exigidos pela empresa devem ser aqueles previstos na legislação específica, visando sempre a avaliação da capacidade laborativa do empregado, caracterizando-se discriminatória qualquer exigência que extrapole os requisitos técnicos para a função a ser exercida”.
O parecer lembra também “a fragilidade dos testes para substâncias canabinóides, opiáceos e outras que têm seus testes toxicológicos, tanto sanguíneos como urinários, com resultados negativos após a suspensão da droga por cerca de três a trinta dias, o que demonstra cabalmente a fragilidade desses testes toxicológicos”.
Quanto à seleção de candidatos para atuação em áreas de risco, tanto públicas quanto privadas, o CFM orienta: “A alternativa é um exame pré-admissional rigoroso, com exame psicológico e testes específicos, além de avaliação psiquiátrica”.
Saiba mais consultando a íntegra do documento em http://bit.ly/PzUI72.

domingo, 21 de outubro de 2012

429 - Fontes de poluição atmosférica

Uma pessoa adulta inspira cerca de 10 mil litros de ar por dia. Este valor varia em função da atividade física de cada um. Em geral, não é necessário, nem possível, corrigir a composição do ar que se respira, sendo esta a principal diferença entre o consumo de ar e o consumo de água. A água passa por um tratamento prévio, o que a torna um produto industrial para ser consumido. O ar, ao contrário, deve ser consumido exatamente como existe na natureza, “in natura”. Por este motivo, é muito importante que a sociedade entenda e respeite as medidas de preservação da qualidade do ar.
O ser humano, ao interagir com o meio ambiente, produz resíduos que podem poluir o ar. A poluição atmosférica pode ser causada por fontes fixas ou móveis, dependendo dos processos que liberam os poluentes no ar.
Fontes fixas - As indústrias são as fontes mais significativas, ou de maior potencial poluidor. Também se destacam as usinas termoelétricas, que utilizam carvão, óleo combustível ou gás, bem como os incineradores de resíduos, com elevado potencial poluidor. Existem ainda as fontes fixas naturais, como maresia e vulcanismo, que também podem influenciar a composição do ar.
Fontes móveis - Os veículos automotores, juntamente com os trens, aviões e embarcações marítimas são as chamadas fontes móveis de poluentes atmosféricos. Os veículos se destacam nas cidades como as principais fontes poluidoras e são divididos em: leves de passageiro (utilizam principalmente gasolina ou álcool como combustível); leves comerciais (utilizam gás natural veicular, o GNV, ou óleo diesel); e veículos pesados (somente de óleo diesel).
Os poluentes podem ser divididos, de acordo com sua origem, em duas categorias:
- Poluentes primários: aqueles diretamente emitidos pelas fontes;
- Poluentes secundários: aqueles formados na atmosfera através da reação química entre poluentes primários e os constituintes naturais da atmosfera.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

428 - Tenham um fantástico dia

O médico e a caligrafia nem sempre caminham no mesmo sentido. Mas é através de um vídeo que mostra um pouco desta forma de arte visual que eu saúdo meus colegas em nosso Dia.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

427 - Sucussão

É a maneira pela qual são "dinamizados" os medicamentos na homeopatia.
O processo pode ser manual ou mecânico: manual, ao se bater o frasco que contém a solução contra um anteparo por cem vezes, e mecânico, quando o processo é feito através de máquinas ou braços mecânicos.
Hahnemann, o criador da homeopatia, usava como anteparo o seu exemplar da Bíblia.

Para ler: ¿Qué es la homeopatía?

Aviso aos navegantes: não prescrevo produtos homeopáticos nem referencio a homeopatia a meus pacientes.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

426 - O poder curativo das formigas

Sabe-se que as formigas possuem mandíbulas que funcionam como fortes pinças naturais.
Presumivelmente por séculos, a medicina primitiva, praticada em certas tribos da África, tem tirado vantagem do conhecimento desse fato para fechar feridas abertas.
Para fechá-las, o curandeiro junta as bordas da ferida e coloca algumas formigas diretamente sobre a mesma. Como o instinto natural destes insetos é morder, suas mandíbulas selam o corte. Em seguida, o curandeiro descarta o corpo das formigas.
A sutura fica mais apresentável e não prejudica o resultado final.


terça-feira, 9 de outubro de 2012

425 - Hipóxia

Este vídeo mostra uma experiência com os efeitos da hipóxia (diminuição de oxigênio) sobre o ser humano. Numa cabine, em que se reduz a concentração interna de oxigênio, um voluntário é solicitado a resolver problemas aritméticos básicos e a encaixar peças de um quebra-cabeças de criança. A hipóxia retira-lhe a capacidade de executar estas tarefas.
Em seguida, vem o teste final:
Explicar que, se ele não pressionar o botão que injeta oxigênio na cabine, morrerá. Mas... o voluntário, entre eufórico e confiante (devido à hipóxia), não compreende a gravidade da situação. E não executa esta ação simples que salvaria a própria vida.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

423 - Ouvido e reflexo da tosse

O ouvido é dividido em 3 partes: O ouvido interno, também chamado de labirinto, responsável pela audição e o equilíbrio. O ouvido médio, responsável pela condução do som (do tímpano ao labirinto), através dos ossículos (martelo, bigorna e estribo). E o ouvido externo, que nada mais é do que um canal de osso e cartilagem, revestido por uma fina pele, que une o pavilhão auricular (a popular orelha) ao tímpano.
Todos sabemos que não devemos colocar objetos no interior do ouvido. No entanto, por vezes, introduzimos nele um cotonete para remover alguma cera acumulada. E pode acontecer que, após ultrapassar um certo ponto do canal auditivo, sejamos acometidos de um acesso de tosse. Como isso é possível se o ouvido não faz parte do aparelho respiratório?
É o que o ouvido também recebe fibras do nervo vago, o décimo par craniano, o qual toma parte nos reflexos da tosse e do vômito. E o nervo vago, através do ramo auricular, recolhe os estímulos sensitivos da porção mais profunda do canal auditivo. Ver a gravura abaixo.

domingo, 30 de setembro de 2012

422 - Alvéolos



Foto de alvéolos pulmonares (*) tirada com um supermicroscópio que tem resolução de nanômetros.

Wellcome Images

(*) São estruturas de pequenas dimensões, localizadas no final dos bronquíolos, e nas quais são realizadas as trocas gasosas.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

421 - Maçã se olhando no espelho

Um caso clássico de anorexia nervosa.
A imagem veio daqui

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

420 - Doença

Link para um curta-metragem de animação de Couse Candace.
O corpo humano é uma máquina maravilhosa. Mas, às vezes, agentes subversivos perturbam sua harmonia interior. Usando a técnica de quadro a quadro, o cineasta dá vida a estruturas corporais sob a ameaça de um agente agressor - tudo em tricô.
Malade, Titam
Pensamento
"... as doenças, nos grandes homens, servem muitas vezes de dínamos criadores, enquanto nos homens comuns não passam de decadência sem glória."

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

419 - Pneumotórax catamenial

Artistas buscam inspirações para seus trabalhos em muitas coisas na vida. Lorraine Ashley faz isso de uma forma bastante singular.
Ela sofre de uma doença chamada pneumotórax catamenial. Uma rara entidade que foi descrita pela primeira vez em 1958 e da qual há apenas 65 casos relatados e revisados na literatura médica mundial. Ocorre em mulheres, principalmente nas 3ª e 4ª décadas da vida e, em 90% dos casos, esta forma de pneumotórax (vazamento de ar do pulmão para o espaço pleural) incide à direita.
O pneumotórax catamenial tem caráter recidivante e coincide com o período do fluxo menstrual. São sugeridas três prováveis etiopatogenias para a doença: fenestrações diafragmaticas, endometriose pulmonar e ação das prostaglandinas.
Após dolorosas cirurgias, Lorraine decidiu tornar sua experiência em arte. E, fazendo pequenas perfurações numa placa de ardósia, ela recriou a imagem de seus pulmões como eram mostrados nas tomografias do hospital.
Artist turned menstruating lungs into art, Neatorama
Frazatto, CR, Frazatto Júnior, C, Lima, JAB - Pneumotórax catamenial - relato de um caso. Jornal de Pneumologia 17(3):141-143, setembro de 1991

terça-feira, 18 de setembro de 2012

418 - Um trocadilho médico



Na legenda do cartoon.
A frase que o paciente diz ao médico, cuja tradução é..."Eu tive parte do meu cólon removida", trata-se de um trocadilho.
Que faz sentido apenas em inglês.
Explicação:
1) semicolon = parte do cólon (intestino grosso);
2) semicolon = ponto-e-vírgula.

sábado, 15 de setembro de 2012

417 - Uma história inicialmente entomológica

Uma mulher israelense, de 32 anos, residente numa aldeia ao norte de Israel, ingeriu uma barata e depois um garfo.
 A barata voadora saltou para a sua boca enquanto ela estava limpando a casa. E o garfo desceu goela abaixo quando ela, manuseando este utensílio, tentava remover o inseto de sua garganta.
Um cirurgião do Hospital Poria, de Tiberíades, retirou o garfo por meio de uma cirurgia laparoscópica.

Associação de ideias
Link para uma tradicional canção - I Know An Old Lady - que fala de uma velha senhora que engoliu uma mosca, uma aranha, um pássaro, um gato, um cão...

20/08/2013 - Atualizando a postagem ... 
Um homem de 70 anos de idade apresenta-se num setor de Emergência com um sangramento no meato uretral após a auto-inserção de um garfo na uretra para conseguir gratificação sexual. Técnicas de retirada de corpo estranho de várias formas foram tentadas, sendo o sucesso alcançado através de uma pinça de tração com lubrificação abundante. Este caso merece citação pela singularidade e raridade com que um garfo pode ser encontrado na uretra peniana.
A fork in the rod, Improbable Research

12/01/2014 - Atualizando a postagem ...
O australiano Hendrik Helmer acordou na madrugada com uma dor aguda em um dos ouvidos - como se algo estivesse a escavar em sua cabeça. Tentou paralisá-lo com água, mas isso só irritou o seja lá o que fosse. Então, ele foi a um hospital onde os médicos lhe removeram do ouvido... uma barata (de 2 cm). E o Sr. Helmer agora só dorme com fones de ouvido.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

416 - Amnésia alcoólica

Amnésia alcoólica pode levar a confiar em fontes pouco seguras de informação
Por Aline Naoe, Com Ciência
O esquecimento provocado pelo consumo de bebidas alcoólicas ingeridas por estudantes universitários ajudou pesquisadores do Reino Unido a compreender melhor o processo de reconstrução da memória. Segundo os pesquisadores, “os apagões proporcionam uma excelente oportunidade para estudar as estratégias que as pessoas utilizam para reconstruir experiências esquecidas”. O estudo relatado no artigo "Reconstructing alcohol-induced memory blackouts" (em português, "Reconstruindo apagões de memória induzidos pelo álcool") revela que as pessoas tendem a querer reconstruir os fatos esquecidos, o que pode levá-las a construir falsas memórias.
“Os dados mostram que o desejo das pessoas de ‘preencher os espaços em branco’ pode levá-las a confiar em fontes pouco confiáveis e pode também encorajá-las a adotar um critério de monitoramento de fontes mais fraco”, relata o estudo conduzido pelos psicólogos Robert Nash, do Departamento de Psicologia da Universidade de Surrey, e Melanie Takarangi, do Departamento de Psicologia da Universidade de Leicester. Tal monitoramento “mais fraco” diz respeito ao fato de que as pessoas, por desejarem completar as memórias esquecidas, flexibilizam o critério de confiança, especialmente se há poucas fontes de informação disponíveis. Ou seja, elas adaptam seus critérios à sua necessidade. [...]

domingo, 9 de setembro de 2012

415 - Coma! Coma! Coma!



E permaneça sempre magro! 
Como? Com tênias "desinfectadas".
Ao lado, o anúncio publicitário que informava como era o método de emagrecimento. Sem dietas nem exercícios físicos, apenas ingerindo tênias vivas "previamente desinfectadas" e "fáceis de tragar".

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

413 - Mãe aos 5

No dia 14 de maio de 1939, a peruana Lina Medina, com apenas 5 anos, 7 meses e 21 dias de idade, deu à luz um bebê de 2,7 Kg, que nasceu em perfeitas condições. O recém-nascido recebeu o nome de Gerardo, em homenagem ao Dr. Gerardo Lozada, da cidade de Pisco, o obstetra que realizou a operação cesariana (Dr. Lozada, Lina e seu filho Gerardo, aos 11 meses, aparecem na foto ao lado).
Lina Medina, 71 anos após o acontecimento, continua sendo a pessoa mais jovem a dar à luz uma criança (com a existência de prova documental). Atualmente, ela vive em Chicago Chico, um bairro pobre de Lima, com o seu marido. Apesar das propostas recebidas, nunca quis aparecer publicamente para ganhar dinheiro com o seu caso e, até hoje, mantém em segredo o nome do pai da criança.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

412 - Dr. Miles NERVINE

Atirava pratos na enfermeira
"Durante quatro meses no hospital eu andei tão nervoso e irritado que chegava a atirar pratos na enfermeira. Um amigo convenceu-me a experimentar o Dr. Miles NERVINE. Após pouco tempo de uso deste remédio, deixei de apresentar aquelas explosões de temperamento e livrei-me completamente da indigestão nervosa." Dr. Jack L. Baker

A 25 cents a caixa não era caro. E o consumidor podia receber o dinheiro de volta se não ficasse satisfeito com os resultados.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

411 - iPhone. Máscara


O designer João Lammoglia criou uma máscara que, a partir da respiração humana, gera energia suficiente para carregar pequenos dispositivos eletrônicos. Lammoglia diz que essa máscara pode ser usada enquanto você dorme, anda, corre ou lê um livro, entre outras atividades. Ainda em fase de conceito, a AIRE (o nome da máscara) dispõe de pequenas turbinas eólicas que convertem os fluxos respiratorios em eletricidade, a qual, por sua vez, poderá ser capaz de carregar um iPhone, por exemplo.
Não há estudos conclusivos sobre até que ponto o mau hálito matinal compromete a eficiência da máscara.

sábado, 25 de agosto de 2012

410 - Introdução à respiração celular

Esta é uma das muitas aulas da Khan Academy em Português:


Obrigado a Nelson Cunha que me chamou a atenção para este Canal do YouTube.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

409 - Estudo duplo-cego

"Em terra de duplo-cego o método científico é rei." 
É uma técnica realizada em seres humanos onde nem o examinado (objeto de estudo) nem o examinador sabem o que está sendo utilizado como variável em um dado momento. É comumente usado como critério de validação de práticas experimentais quantitativas em ciência.
Como exemplo, se queremos testar a eficácia de um medicamento em uma determinada doença:
O pesquisador contrata médicos examinadores que irão entregar a pacientes voluntários que apresentam esta doença uma cápsula que pode ou não conter medicamento. Este medicamento foi feito por manipulação em dois tipos idênticos de cápsulas: uma com o pó do medicamento estudado e outro com farinha de trigo. O médico anota o número do medicamento sem saber se esta cápsula é o medicamento ou se é a farinha. Tampouco o paciente sabe a composição real da cápsula. Após o período que em que se espera que o medicamento faça efeito o mesmo médico examina o paciente e anota quantitativamente a melhora ou não das alterações esperadas na doença. Esta ficha é devolvida ao pesquisador que tabula os resultados tendo conhecimento do tipo de cápsula que foi ingerida pelo paciente. Assim, o pesquisador consegue excluir o efeito placebo (que existe em um medicamento inerte) e validar um medicamento que realmente faça efeito.
Poderá também gostar de ler
32 - Os bebedores de limão
144 - O placebo: agradando demais?
292 - O efeito placebo 2.0

domingo, 19 de agosto de 2012

408 - Orangotangos fumantes da Indonésia


Funcionários do zoológico Taru Jurug, na Indonésia, tiveram que tirar do alcance dos visitantes um macaco que desenvolveu o sério hábito de fumar. A orangotango Tori, que aprendeu a fumar, há 10 anos, imitando os visitantes do zoológico e aproveitando as pontas de cigarros acesos que eles jogavam em sua jaula.
 "É muito comum nos zoológicos da Indonésia (onde quase 70% dos homens com a idade acima dos 20 anos são fumantes) que as pessoas joguem cigarros ou alimentos para os animais, embora haja claros avisos de que não devam fazer isso", diz Hardi Baktiantoro, do Centro de Proteção ao Orangotango, em Bornéu. "Isso acontece o tempo todo. As pessoas jogam pontas de cigarros para vê-los fumar, começam a rir e a tirar fotos."
Tori leva dois dedos à boca para indicar que quer uma bagana. E fica com raiva e joga objetos a esmo, se não é prontamente atendida.
Ela é a orangotango da Indonésia mais famosa por ser fumante, mas não é a única. Os pais dela também eram tabagistas e há outros orangotangos na Indonésia viciados em cigarros. O fato de serem criaturas com 97% de semelhança genética com os seres humanos ajuda a explicar por que, muitas vezes, eles - para o seu detrimento - passem a imitar e assumir comportamentos semelhantes aos nossos.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

407 - Medindo a umidade relativa do ar

O higrômetro é um instrumento que serve para medir a umidade presente nos gases, mais especificamente na atmosfera. É utilizado principalmente em estudos do clima, mas também em locais fechados onde a presença de umidade excessiva ou abaixo do normal poderia causar danos, por exemplo em peças de museus, documentos de bibliotecas e elementos de laboratórios.
Os higrômetros são compostos, em sua maioria, de substâncias com capacidade de absorver a umidade atmosférica. Entre elas estão o cabelo humano e os sais de lítio. No higrômetro construído com cabelo humano (primeira gravura), uma mecha de cabelo é colocada entre um ponto fixo e outro móvel e, segundo a umidade a que está submetida, ela varia de comprimento, arrastando o ponto móvel. (1) Esse movimento é transmitido a um ponteiro que se desloca sobre uma escala, na qual estão os valores da umidade relativa. Já o higrômetro de sais de lítio baseia-se na variação de condutividade desses sais, os quais apresentam uma resistência variável de acordo com a água absorvida. Um amperímetro com sua escala devidamente calibrada fornece os valores de umidade do ar.
Outra maneira de medir a umidade relativa é calcular a velocidade de evaporação da água por meio do psicrômetro (segunda gravura). Para isso, dois termômetros idênticos são expostos ao ar: um traz o bulbo descoberto; outro tem o bulbo coberto por gaze umedecida. A temperatura do segundo termômetro é, pelo arranjo, inferior à do primeiro, porque a água evaporada da gaze resfria o bulbo. Quanto menor a umidade do ar, tanto maior é o resfriamento da gaze. A partir da diferença de leitura entre os dois termômetros, e com a ajuda de uma tabela, pode ser encontrado o valor da umidade relativa. (2) WIKIPÉDIA
Notas
(1) Os fios de cabelo ficam esticados em dias secos e contraídos quando o tempo está úmido.
(2) Por seis anos, correspondentes ao período em que estive lotado no setor de Função Pulmonar do Hospital de Messejana, fiz medidas da umidade relativa do ar, um dado indispensável à calibração diária do espirômetro, usando para essa finalidade um psicrômetro. (Paulo Gurgel)
Reportagem
Vídeo globo.tv

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

406 - SAMU: o pioneirismo do Ceará

A propósito da nota 403 - SAMU 192, aqui postada em 04/08, recebo do colega Winston Graça um relato bem circunstanciado do processo de criação do primeiro SAMU no Brasil. Deu-se em Fortaleza, Ceará, a partir de 1988, quando se iniciaram os trabalhos do Grupo de Coordenação do Sistema de Emergência Médica Pré-Hospitalar, do qual Winston tomou parte. Aqui implantado, o sistema serviria de modelo para a criação dos serviços de emergência pré-hospitalar que existem em muitos municípios brasileiros. PGCS
Paulo,
Você cometeu o mesmo pecado de todo cearense, melhor dizendo, de todo brasileiro: a falta de memória histórica dos fatos e acontecimentos relevantes, apegando-se às notícias mais recentes que emanam da mídia bairrista do sul-maravilha! Digo isso porque alguém tem de contar a verdadeira história dos serviços de urgências no Brasil. E o fio da meada dos serviços de urgência pré-hospitalar, exatamente nos moldes americanos e europeus à época, e exatamente nos moldes copiados pelos SAMU’s brasileiros, tiveram início no Ceará, mais precisamente na SESA-CE sob a regência do secretário à época, Dr. Marcos Penaforte, utilizando uma seleção de escol do pessoal do Corpo de Bombeiros. O que o Sr. Humberto da Costa fez foi nada mais, nada menos do que adaptar, em nível nacional, e passar para os municípios essa prestação de serviços de saúde, delegando aos militares apenas as missões de socorro pré-hospitalar para determinadas situações tais como: grandes desastres, naturais ou não, ou situações de aprisionamento em veículos. Eu fiz parte do projeto de criação, treinamento de pessoal, instalação e inauguração desse serviço (que também atendia pelo primeiro número 192 implantado no Ceará), juntamente com os médicos Júlio César Penaforte, Marcus Davis, Carlos Brás, um médico português que era professar visitante da UFC, uma enfermeira da UFC (não lembro o nome preciso), um médico americano e dois paramédicos também americanos, na fase de treinamento prático da tropa de escol que agiria como paramédicos, sob a regência do então comandante dos Bombeiros, o Cel. Duarte da Frota que também participou ativamente do curso de 1 ano e dos treinamentos práticos de rua. Esse convênio doou 1 tonelada de materiais e equipamentos para socorro de urgência pré-hospitalar que aportou no P.Martins em um avião Jumbo lotado! O projeto nos tomou 1 ano de planejamento, 1 ano de curso e 1 ano de treinamento prático sob a batuta dos americanos que faziam parte de um convênio da Universidade de Michigan com a UFC. A inauguração, foi realizada sem grandes alardes (infelizmente) no apagar das luzes do governo Tasso Jereissati. Após a inauguração fomos mostrar nosso projeto, já funcionando, ao governo do Rio de Janeiro, no auditório do Conselho Federal de Medicina, em Botafogo, onde fiz uma apresentação em Power-Point de 2 horas de duração, seguida de discussões e perguntas da plateia, lotada de médicos, autoridades e militares; babaram (e devem ter pensado: “no Ceará tem disso, sim?”) e dois anos após, inauguraram o 192 carioca e logo a seguir, o paulista, que teve manchete em todos os grandes jornais e revistas nacionais. Em 1990, publiquei um resumo e etapas desse projeto na revista RECCS, do C.C.S da Unifor, sob o título: “Urgência pré-hospitalar no Ceará – um projeto pioneiro”. Em 2004 Humberto Costa municipalizou esse serviço com o nome de SAMU e excluiu os militares do front. Seria muito importante que voce lesse (e passasse adiante) o arquivo .doc, em anexo, escrito pelo Cel. Duarte para o site do Corpo de Bombeiros Sapadores do Ceará. Um grande abraço,
Winston Graça
O Grupo de Socorro de Urgências do Ceará e sua história

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

405 - O método científico por Emily Rose

Em 1998, Emily Rosa, então uma garota de 9 anos, deu um exemplo a todos, usando o método científico para avaliar a validade da “Terapia do Toque” (técnica semelhante a outras que prometem a cura através da imposição de mãos). Este trabalho lhe rendeu a entrada no Guinness Book como a mais jovem pessoa a publicar um artigo em um periodico cientifico revisado por pares, no caso a revista médica JAMA - The Journal of the Americam Medical Association.

Método Científico por Emily Rose: O poder da imposição de mãos,
postado por Guilherme Balan no website Bule Voador

Vídeo:

O artigo na revista JAMA: A Close Look at Therapeutic Touch
O que é uma revista científica? WIKIPÉDIA
A revista JAMA e seu fator de impacto WIKIPÉDIA

terça-feira, 7 de agosto de 2012

404 - O teste do copo

Um item pouco conhecido do "equipamento médico" é o copo. Mas, pressionar um copo transparente contra uma erupção cutânea, e observar se esta diminui ou não com a pressão aplicada, é como se realiza o teste do copo.


Uma erupção que não desvanece - especialmente em crianças - pode pressagiar uma doença grave como a septicemia meningocócica.
Quando as bactérias se multiplicam muito rapidamente na corrente sanguínea liberam endotoxinas que danificam os vasos sanguíneos. É esse vazamento de sangue dos vasos lesionados para os tecidos vizinhos que origina o rash cutâneo (imagem) de uma meningite meningocócica que cursa com septicemia, por exemplo. Mas é importante lembrar que uma septicemia apresenta outros sintomas e sinais mais característicos (febre com extremidades frias, dores articulares e musculares, respiração rápida, diarreia etc) e que não se deve esperar o surgimento de uma erupção cutânea para suspeitar da doença.
Observação - O teste do copo não é confiável quando aplicado em indivíduos de tez negra.
Referências
Recognising haemorrhagic rash in children with fever: a survey of parents' knowledge, PubMed
www.meninigitis-trust.org

sábado, 4 de agosto de 2012

403 - SAMU

Quem já precisou de socorro para alguém em casa, via pública ou local de trabalho, sabe o alívio que dá quando liga para o 192 e a ambulância do SAMU chega ao local.
Com equipes treinadas para lidar com emergências, o SAMU atende onde o paciente está. Chegando naqueles minutos cruciais que podem fazer a diferença entre a vida e a morte para a pessoa atendida.
SAMU é a sigla do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, um programa criado em 2004 pelo então ministro da Saúde Humberto Costa. Ler DECRETO Nº 5.055, de 27 de abril de 2004, que institui o SAMU e dá outras providências
Atualmente, o SAMU 192 está presente em todos os estados brasileiros com 165 centrais de regulação que abrangem 2.052 municípios. São 121.967.804 habitantes com acesso ao serviço, o que corresponde a uma cobertura de 64% da população brasileira. O Ministério da Saúde pretende ter 100% de cobertura da população pelo SAMU 192 até o final de 2014.
As despesas com o custeio do SAMU são de responsabilidade compartilhada, de forma tripartite, entre a União, os Estados e os Municípios. O programa é financiado pelas três esferas de governo com as despesas divididas nas seguintes proporções:
União: 50%
Estado: 25%
Município: 25%
Se o SAMU já funciona em sua cidade, não hesite em telefonar para o 192 nas seguintes situações:
* Problemas cardiorrespiratórios
* Acidentes de trânsito com vítima
* Queimaduras graves
* Maus tratos
* Trabalhos de parto com risco de morte para mãe ou feto
* Tentativas de suicídio
* Traumas em geral
* Afogamentos
* Choques elétricos
* Acidentes com produtos químicos
* Transferência entre hospitais de doentes com risco de morte

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

402 - Vícios

"Os vícios vêm como passageiros, visitam-nos como hóspedes e ficam como amos."
Confúcio

domingo, 29 de julho de 2012

401 - A relação cintura-altura

Pessoas preocupadas com doenças cardíacas e diabetes devem tomar suas medidas de altura e cintura para avaliar seus riscos, dizem pesquisadores britânicos.
Idealmente, todos devem procurar manter a medida da cintura abaixo da metade da medida da altura. Isto significa que um homem com a altura de 182 cm deve ter a cintura com menos de 91 cm, enquanto uma mulher com 162 cm de altura deve manter a cintura abaixo de 81 cm.
A equipe de pesquisadores, que analisou a saúde de cerca de 300.000 pessoas, constatou que a relação cintura-altura era um melhor preditor de risco para hipertensão arterial, diabetes e eventos cardiovasculares como ataques cardíacos e derrames do que o índice de massa corporal (IMC).
Embora o IMC seja universalmente usado a maioria das pessoas não está familiarizada com ele, em parte por necessitar de um cálculo menos simples. O IMC é calculado tomando-se a massa em quilogramas de uma pessoa e dividindo-a pelo quadrado de sua altura em metros.
A Dra. Margaret Ashwell, diretora de ciências da ex-Fundação Britânica de Nutrição, e agora uma consultora independente, liderou este estudo a ser apresentado no próximo Congresso Europeu de Obesidade, em Lyon, França.
"Manter a circunferência de cintura em menos da metade da altura pode ajudar a aumentar as expectativas de vida das pessoas", disse ela. E a relação também foi melhor do que apenas medir a cintura, acrescentou, uma vez que a relação leva em consideração as diferentes alturas dos indivíduos e grupos étnicos.
O IMC tem a limitação de não levar em conta a distribuição de gordura em todo o corpo. E a gordura do tipo abdominal, a que se distribui em torno do coração, fígado e rins, é reconhecidamente pior do que a gordura do tipo que se acumula nos quadris como causa de doenças cardíacas e diabetes.
A relação cintura-altura, concluiu Ashwell, é uma importante ferramenta de triagem.

Forget BMI, just measure your waist and height, por Stephen Adams. In: The Telegraph
(publicado em 12/05/12 / acessado em 15/05/12)

Ler também...

quinta-feira, 26 de julho de 2012

400 - Ruídos na comunicação médica




Nas histórias contadas por médicos
há momentos
em que elas são incompreensíveis 
para os leigos.

PGCS

segunda-feira, 23 de julho de 2012

399 - Epônimos médicos relacionados a comidas



Um site que descreve epônimos médicos relacionados a comidas, bebidas e assuntos correlatos é o Food Related Medical Terms, do Dr. Gwinyai Masukume, de Zimbábue.
Algumas de suas entradas abordam, por exemplo: manchas de café com leite (neurofibromatose), urina cor de coca-cola (hematúria), fezes em água de arroz (cólera), pele em casca de laranja (câncer de mama), pulmão em favo de mel (fibrose pulmonar).
Fibrose pulmonar: com espaços aéreos irregulares intercalados por áreas de cicatrizes no pulmão, o que confere ao órgão o aspecto de pulmão em favo de mel (imagem). É a consequência final de um grupo de diferentes doenças - infecções, poeiras minerais, reumatismo, medicamentos etc - que atingem o órgão. Às vezes, a causa da fibrose pulmonar não é conhecida e esta situação é conhecida como fibrose pulmonar idiopática (criptogênica). Na fibrose pulmonar, o pulmão torna-se pouco distensível devido ao tecido cicatricial e o indivíduo afetado pela doença desenvolve uma falta de ar progressiva.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

398 - Nervos cranianos

Não era fácil para o estudante da área de saúde, ao passar pela cadeira de Anatomia, conseguir gravar os nomes de todos os nervos cranianos. São doze pares de nervos e, para memorizá-los, o estudante tinha de recorrer a algum processo mnemônico.
Usava-se muito esta frase:
Ora, ó meu pateta, tu mandas fazer a guerra porque és grande!

I - n. olfactivo
II - n. óptico
III - n. motor ocular comum
IV - n. patético
V - n. trigémeo
VI - n. motor ocular externo
VII - n. facial
VIII - n. auditivo
IX - n. glossofaríngeo
X - n. pneumogástrico ou vago
XI - n. espinhal
XII - n. grande hipoglosso
Bem, ninguém contava com vídeos especiais, como o que foi produzido por Barb A. Puder e Locke Scarth (abaixo), cujo final chega a ser apoteótico.

terça-feira, 17 de julho de 2012

397 - Manual do Uso Consciente de Medicamentos

Acesso ao Manual
Visando a orientar as pessoas sobre o uso dos medicamentos, esclarecendo-as sobre suas dúvidas mais comuns, o laboratório Eurofarma desenvolveu este "Manual do Uso Consciente de Medicamentos".
A publicação reúne uma série de informações simples, mas de extrema relevância, como por exemplo: 
1. Não utilize por conta própria medicamentos com tarja. Eles somente podem ser prescritos por um médico ou outro profissional habilitado.
2. Leia sempre a bula e o rótulo do medicamento antes de utilizá-lo. Fique alerta com relação ao prazo de validade e instruções de uso.
3. Não tenha medo de perguntar. Caso não tenha entendido como deve ser utilizado o medicamento – dosagem, intervalos entre uma dose e outra, se deve ser ingerido em jejum ou junto com alimentos, entre outros cuidados – ligue para o seu médico.
4. Respeite o intervalo e a dosagem recomendada pelo médico. Isso é fundamental para o sucesso do tratamento.
5. Todo medicamento precisa de um determinado tempo para começar a agir, que varia de pessoa para pessoa. É absolutamente incorreto e perigoso imaginar que, aumentando a dose do medicamento, seu efeito será mais rápido. 
6. Não utilize medicamentos com alguma alteração visível, como cor diferente ou com cheiro fora do normal. Estas características podem ser indícios de que o medicamento está impróprio para uso. Para confirmar suas suspeitas de alteração, leia a bula e procure por informações sobre a característica do medicamento.
7. Mesmo se sentindo melhor, não pare de tomar o medicamento antes do prazo recomendado. Os sintomas podem voltar com mais intensidade. Por outro lado, se você tiver uma reação adversa, comunique seu médico imediatamente.
8. Antes de realizar exames, cirurgia, tratamento de emergência ou alguma nova terapêutica medicamentosa, informe seu médico ou dentista sobre os medicamentos que você já está utilizando. 
9. Quando for viajar, certifique-se de que seu medicamento é comercializado no lugar para o qual você vai ou leve quantidade suficiente para o tempo que ficará fora. Leve sempre com você uma cópia da sua receita médica.
10. E o mais importante: não indique medicamentos para outras pessoas. O fato de ter sido bom para você, não significa que o mesmo medicamento será bom para um amigo ou parente. Toda prescrição é individual e deve ser feita por um profissional habilitado.