quarta-feira, 20 de outubro de 2010

219 - O sanatório voador

No início do século XX, apesar de já ser conhecido o bacilo da tuberculose (Robert Koch, 1882), a luta contra a tuberculose ainda era uma obsessão da comunidade científica.
Naquela época, as medidas de tratamento da doença à disposição dos médicos eram insatisfatórias. E a internação dos enfermos em sanatórios, geralmente localizados em regiões de clima tido como favorável para a cura da doença, era a mais popular delas.
O objetivo desses sanatórios era isolar os doentes, para quebrar a cadeia de transmissão da doença, enquanto lhes oferecia um ambiente de repouso, dieta, ar fresco e luz solar.
Nesse contexto, em 1930, o renomado engenheiro Karl Arnstein, que já havia projetado mais de cem modelos de dirigíveis, idealizou este imenso sanatório voador (na imagem) destinado ao tratamento dos pacientes tuberculosos.

A grande aeronave (um dirigível de 184 mil metros cúbicos) teria condições de permanecer no ar por semanas, voando acima das nuvens, para que os pacientes respirassem ar fresco e tomassem banhos de sol, medidas então indicadas para o tratamento da tuberculose. Nela, haveria tudo que um hospital costuma ter: quartos, salas de consulta, de esterilização, cozinha, refeitório etc. A mais, um pequeno avião para ir buscar suprimentos em terra, quando houvesse necessidade.
Essa idéia do engenheiro Arnstein, que hoje pode parecer estranha, foi considerada aplicável e avançada.
Somente em 1952, com o desenvolvimento da droga isoniazida, é que a tuberculose começou a ser uma doença curável na maioria dos casos.

Traduzido da nota "Una bestial nave volante como hospital para la tuberculosis (1930)", publicada em La Aldea Irreductible.

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