A coccidioidomicose, que é uma doença endêmica em regiões dos Estados Unidos, México e América Central, há cerca de 30 anos também começou a ser descrita no Brasil. Na Bahia, no Piauí e no Ceará, distribuída em casos isolados ou em pequenos surtos, e quase sempre relacionada com a atividade de caçar tatus. No Ceará, os casos foram registrados em Crato (1), Aiuaba (4) e Boa Viagem(1). O deste último município, que foi também acompanhado pelo Fabrício Costa no Hospital de Messejana, em que houve a evolução para o óbito, recebeu publicação em 2000, no Jornal de Pneumologia.
No XXXIII Congresso Nacional de Pneumologia e Tisiologia, acontecido recentemente em Fortaleza, tive a oportunidade de conversar com Antônio de Deus Filho, emérito pneumologista de Teresina - PI, responsável pela descoberta da relação da silicose com a ocupação de cavar poços. E ouvir dele a informação sobre a ocorrência no Piauí de dezenas de casos de coccidioidomicose em caçadores de tatus. Com a oportuna conclusão de que revolver terras, em perfuração de poços ou na captura de tatus, é um ato de duplo risco: para silicose e para coccidioidomicose. Por isso, o pneumologista nordestino esteja sempre preparado para lidar com as duas enfermidades, inclusive quando associadas.
Publicado em EntreMentes
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