domingo, 7 de fevereiro de 2010

3 - Tabagismo e pulmão

Os efeitos danosos do fumo sobre os pulmões, descritos de uma forma simplificada, são o resultado da quantidade de cigarros que é consumida ao longo da vida em interação com fatores individuais. O consumo de cigarros é melhor expresso em anos-maço. Explicando: 1 ano-maço representa o consumo diário de 1 maço (20 cigarros) durante 1 ano. Assim, maior o consumo de cigarros em anos-maço, maior se torna o risco do fumante para doenças pulmonares. É também comprovado que este risco se amplia, se o fumante já apresenta sintomas, como tosse, catarro e falta de ar. Quanto à influência dos fatores individuais, o exemplo mais ilustrativo encontra-se nos portadores de enfisema pulmonar por deficiência da enzima alfa-1 antitripsina, nos quais a doença (cuja base é genética) se manifesta precocemente.
Dentre as doenças pulmonares associadas ao hábito de fumar, as duas mais importantes são: DPOC e câncer. A DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), que reúne o enfisema pulmonar e a bronquite crônica, caracteriza-se por uma obstrução crônica do fluxo aéreo, de caráter progressivo e apenas parcialmente reversível. O câncer, chamado câncer brônquico pela sua origem no epitélio brônquico e que aparece sob várias formas, está entre os neoplasmas malignos mais comuns no ser humano.
Se o fumante apresenta algum sintoma (a sensação de asfixia relatada por um leitor), ele não deve retardar a consulta ao médico. Pois toda e qualquer investigação da ocorrência, ou não, de alguma moléstia associada ao tabagismo deverá ser acompanhada por este profissional. A quem caberá, além da realização da história clínica e do exame físico completos, a solicitação de exames complementares. E dois deles, durante o processo de investigação, mostram-se especialmente importantes:
Espirometria - Para verificar a situação funcional dos pulmões. O que inclusive significa poder detectar precocemente a DPOC.
Radiografia do tórax - Para surpreender lesões pulmonares suspeitas para o câncer, ainda na fase inicial, quando o tratamento costuma ser mais efetivo. E, caso exista alguma anormalidade na radiografia, o paciente certamente irá se submeter à tomografia computadorizada do tórax, a qual mostrará mais detalhes.
E, pensando na possibilidade de o fumante estar acometido por doença cardíaca, em que pode também referir falta de ar, a ergometria deverá ser lembrada. Como um exame diagnóstico para a isquemia crônica do miocárdio, outra doença que guarda relação com o tabagismo.

Publicado em EntreMentes

Cessação do tabagismo
Nesta nota em que eu abordei algumas patologias associadas com o tabagismo, lembrei também a necessidade de o fumante sempre consultar o médico. Além disso, citei alguns dos exames complementares, os quais, diante de quadros clínicos suspeitos, costumam ser utilizados por este profissional para confirmar diagnósticos.
A mais, desejo enfatizar o seguinte aspecto: cabe ao fumante a mais sensata das atitudes, que é abandonar o vício. Podendo fazer isso por decisão própria, apoiando-se em profissionais treinados ou associando-se em grupos de ajuda formados com esse objetivo.

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