A correlação espúria é uma relação matemática em que dois eventos ou variáveis não têm nenhuma conexão causal direta. No entanto, pode erroneamente se inferir que eles estão relacionados, devido a uma coincidência ou à presença de um terceiro fator, os quais não estão sendo vistos.
"É muito importante entender que correlações entre dados não indicam que há relação de causa e efeito entre eles. Por exemplo, sabe-se que o consumo de sorvetes aumenta no verão, época em que há também mais casos de queimaduras de pele. Mas a partir destas afirmações não podemos chegar à conclusão de que comer sorvete causa queimaduras na pele – há apenas uma correlação entre as duas ocorrências, que são mais comuns na mesma época do ano.
Neste exemplo, o Sol fornece uma conexão indireta entre as duas variáveis (causando o calor que dá vontade de tomar sorvete e as queimaduras na pele), mas é bastante comum também encontrarem-se correlações entre fenômenos que não têm nenhuma ligação, nem mesmo indireta, entre si. Isto ocorre simplesmente porque nós humanos estamos sempre procurando correlações, e acabamos encontrando-as e dando-lhes destaque, mesmo que não tenham importância.
Exemplos são facilmente localizados na internet: há fortes correlações entre o número de pessoas que morrem afogadas em piscinas e o de filmes com Nicolas Cage lançados a cada ano, o número de lançamentos espaciais não comerciais e doutorados em sociologia concedidos nos EUA, ou o consumo por pessoa de muçarela e quantidade de doutorados em engenharia civil. Obviamente, não existe nenhuma ligação entre cada um destes pares de quantificações. São apenas coincidências, como tendem a aparecer quando os dados são 'torturados' até 'confessar'."
~ Alicia Kowaltowski, QUESTÃO DE CIÊNCIA
É importante ter cuidado ao interpretar correlações e não assumir uma relação causal baseada apenas na associação estatística. A identificação de correlações espúrias pode ser alcançada através de um estudo mais aprofundado e da consideração de outras variáveis relevantes.
624 - Correlações espúrias
1102 - Correlações entre posse de armas de fogo e tamanho do pênis
Destinado a temas de medicina e informações e curiosidades sobre a saúde humana, e de conhecimento do planeta Terra e assuntos correlatos.
quinta-feira, 29 de junho de 2023
quinta-feira, 22 de junho de 2023
1313 - Envenenamento pelo chumbo
Embora os canos certamente contribuíssem para o envenenamento pelo chumbo, o maior culpado pelo envenenamento em massa por esse metal na antiga Roma eram as uvas cozidas em grandes recipientes de chumbo. Através desse processo, os romanos descobriram o açúcar de chumbo (o sal de Saturno), hoje conhecido como acetato de chumbo. Era absurdamente doce e foi o primeiro adoçante artificial a ser produzido.
Os romanos usaram esse açúcar durante séculos para adoçar seu vinho tinto barato. Ele é citado como uma das principais causas da queda e declínio do Império Romano.
Os romanos usaram esse açúcar durante séculos para adoçar seu vinho tinto barato. Ele é citado como uma das principais causas da queda e declínio do Império Romano.
(https://www.quora.com/When-if-ever-did-the-ancient-Romans-realize-that-their-lead-water-pipes-were-poisonous/answer/Steven-L-Gaudry) (texto e imagem)
O que é o chumbo?
É o elemento químico de número atômico 82, massa atômica 207 e que pertence ao grupo 14 da tabela periódica. Em sua forma elementar o chumbo raramente é encontrado na natureza. Assim, é mais comum encontrá-lo em minerais como galena, anglesita e cerusita. Caracteriza-se por ser um metal pesado, tóxico e maleável.
Aplicações
O chumbo apresenta diversos tipos de utilidades, sendo encontrado em inúmeros produtos.
Como o chumbo não é absorvido pelo organismo, a exposição contínua a esse metal eleva os níveis de acumulação e o risco das lesões no corpo humano. Cérebro, rins e fígado são os órgãos mais atingidos.
É o elemento químico de número atômico 82, massa atômica 207 e que pertence ao grupo 14 da tabela periódica. Em sua forma elementar o chumbo raramente é encontrado na natureza. Assim, é mais comum encontrá-lo em minerais como galena, anglesita e cerusita. Caracteriza-se por ser um metal pesado, tóxico e maleável.
Aplicações
O chumbo apresenta diversos tipos de utilidades, sendo encontrado em inúmeros produtos.
- Diversos equipamentos e utensílios em industrias e na construção civil;
- Munições;
- Cosméticos e pigmentos, especialmente batons e tinturas de cabelo.
- Ligas metálicas;
- Aditivo de combustíveis;
- Mantas de blindagem contra a radiação;
- Produção de soldas.
Em 1992, o Brasil baniu o uso do chumbo tetraetila na gasolina que, ao ser liberado para o ar, causa poluição ambiental.
O que o chumbo pode causar no corpo humano?Como o chumbo não é absorvido pelo organismo, a exposição contínua a esse metal eleva os níveis de acumulação e o risco das lesões no corpo humano. Cérebro, rins e fígado são os órgãos mais atingidos.
Os sintomas clássicos do plumbismo ou saturnismo (de saturnus, nome que os alquimistas davam ao chumbo), a intoxicação que ele acarreta, são: irritabilidade, cefaléia, tremor muscular, alucinações, perda da memória e da capacidade de concentração.
Arquivo
quinta-feira, 15 de junho de 2023
1312 - O que é febre maculosa?
Doença infecciosa febril aguda transmitida por carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii, presente principalmente no carrapato-estrela. Os carrapatos que transmitem a Rickettsia são chamados de Amblyomma cajennense (FOTO) e são encontrados em todo o território nacional.
Para que haja a transmissão, o carrapato precisa ficar fixado à pele por pelo menos quatro horas. Não há transmissão de pessoa para pessoa.Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, duas espécies da Rickettsia estão associadas a quadros de febre maculosa: rickettsii, considerada a doença grave, registrada no norte do estado do Paraná e nos estados da Região Sudeste; e a parkeri, que tem sido registrada em ambientes de Mata Atlântica (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará), ligada a quadros clínicos menos graves.
Quais os sintomas?
Os sintomas são, de início, súbitos: febre alta, dor no corpo, na cabeça, prostração, perda do apetite, náuseas, vômitos e aparecimento de manchas avermelhadas principalmente nas mãos e nos pés, do segundo ao quinto dia, que podem evoluir para petéquias (pequenos pontos avermelhados na pele que lembram picada de mosquito) e equimose (manchas roxas). A doença tem formas leves e graves, incluindo a hemorrágica, com evolução para morte. A taxa de letalidade pode ser superior a 50%.
Tratamento
São administrados antibióticos -Tetraciclina e cloranfenicol- que evitam a proliferação de bactérias, contendo o agravamento da doença. A uso da medicação já deve ser feito mesmo antes da confirmação do resultado.
Em quanto tempo o quadro do paciente evolui para a morte?
O indivíduo pode evoluir para morte entre o 5º e o 15º dia após o início dos sintomas. Dependerá da agilidade no diagnóstico e início do tratamento. A febre maculosa é de difícil diagnóstico por apresentar sintomas inespecíficos e que se confundem com outras doenças, como leptospirose, zika, dengue e meningite, entre outras.
Qualquer carrapato pode transmitir a febre maculosa?
Os principais carrapatos que transmitem a febre maculosa no Brasil são três: Amblyomma cajennense, Amblyomma cooperi (dubitatum) e Amblyomma aureolatum (carrapato amarelo do cão).
No interior de São Paulo, a febre maculosa está associada ao carrapato-estrela que, em geral, ocorre em áreas de mata silvestre e beira de rios. Em geral, homens adultos são mais acometidos, por trabalharem nessas regiões. As ninfas (formas imaturas do carrapato) são os principais estágios evolutivos envolvidos na transmissão e predominam nos meses mais frios.
Como evitar a picada do carrapato?
Quem circula por áreas endêmicas deve usar botas, calças e blusas com manga comprida, cobrindo todo o corpo. É importante evitar locais com mato alto.
Há risco de infecção em áreas urbanas?
Sim. O Amblyomma aureolatum encontrado nos cães estão envolvidos na transmissão da doença nas regiões metropolitanas, principalmente nas cidades do Sudeste e Sul do país, onde ocorre o maior número de casos.
Quais as áreas endêmicas em São Paulo?
Jundiaí, Campinas e Piracicaba, em especial.
Fontes:
Tania Chaves, infectologista, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará, e Marcelo Simão, infectologista, professor da Universidade Federal de Uberlândia (MG). Os dois são consultores da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Jundiaí, Campinas e Piracicaba, em especial.
Fontes:
Tania Chaves, infectologista, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará, e Marcelo Simão, infectologista, professor da Universidade Federal de Uberlândia (MG). Os dois são consultores da Sociedade Brasileira de Infectologia.
quinta-feira, 8 de junho de 2023
1311 - Compare a exposição à radiação em um voo de avião com a de um exame de raio-X. Inclua citações
ChatGPT (*) responde:
A exposição à radiação em um voo de avião é devida à radiação cósmica, que vem do espaço, enquanto a exposição à radiação em um exame de raio-X é devido à radiação ionizante produzida por um aparelho de raio-X. Embora ambas as formas de radiação sejam ionizantes, existem diferenças significativas na quantidade de radiação que uma pessoa é exposta em cada situação.
De acordo com a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA), a exposição média à radiação cósmica durante um voo comercial de uma costa para outra nos EUA é de cerca de 0,03 a 0,05 millisieverts (mSv). Isso é aproximadamente equivalente a um décimo da dose anual de radiação que uma pessoa recebe simplesmente de fontes naturais, como o solo e o sol. No entanto, a exposição à radiação cósmica é maior em voos de longa distância ou voos sobre os polos, e os pilotos e comissários de bordo podem estar expostos a níveis mais elevados de radiação ao longo de suas carreiras.
Por outro lado, a exposição à radiação em um exame de raio-X pode variar dependendo do tipo de exame e da parte do corpo que está sendo examinada. De acordo com a American College of Radiology (ACR), a dose típica de radiação de um raio-X de tórax é de cerca de 0,1 mSv, enquanto a dose de um raio-X abdominal pode chegar a 10 mSv. A dose de radiação em um exame de tomografia computadorizada (TC) pode variar de alguns mSv a mais de 20 mSv, dependendo do tipo de TC e da parte do corpo que está sendo examinada.
Em resumo, embora a exposição à radiação em um voo de avião possa ser detectável, ela é geralmente considerada de baixo risco para a saúde. A exposição à radiação em um exame de raio-X pode ser significativamente maior, mas os benefícios do diagnóstico médico muitas vezes superam os riscos associados à exposição à radiação. É importante que os profissionais de saúde usem a menor dose de radiação possível durante os exames radiológicos, para minimizar a exposição dos pacientes.
Referências:
FAA. (2014). Cosmic Radiation. Recuperado em 21 de fevereiro de 2023, de https://www.faa.gov/about/office_org/headquarters_offices/ash/ash_programs/hazmat/passenger_info/media/CosmicRadiation.pdf
American College of Radiology. (2020). RadiologyInfo.org. Recuperado em 21 de fevereiro de 2023, de https://www.radiologyinfo.org/en/info.cfm?pg=safety-xray
(*) É a sigla de Chat Generative Pre-trained Transformer. https://www.medscape.com/viewarticle/987526 Médicos podem ser mais eficientes usando o ChatGPT - Medscape - 16 de fevereiro de 2023.
A exposição à radiação em um voo de avião é devida à radiação cósmica, que vem do espaço, enquanto a exposição à radiação em um exame de raio-X é devido à radiação ionizante produzida por um aparelho de raio-X. Embora ambas as formas de radiação sejam ionizantes, existem diferenças significativas na quantidade de radiação que uma pessoa é exposta em cada situação.
De acordo com a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA), a exposição média à radiação cósmica durante um voo comercial de uma costa para outra nos EUA é de cerca de 0,03 a 0,05 millisieverts (mSv). Isso é aproximadamente equivalente a um décimo da dose anual de radiação que uma pessoa recebe simplesmente de fontes naturais, como o solo e o sol. No entanto, a exposição à radiação cósmica é maior em voos de longa distância ou voos sobre os polos, e os pilotos e comissários de bordo podem estar expostos a níveis mais elevados de radiação ao longo de suas carreiras.
Por outro lado, a exposição à radiação em um exame de raio-X pode variar dependendo do tipo de exame e da parte do corpo que está sendo examinada. De acordo com a American College of Radiology (ACR), a dose típica de radiação de um raio-X de tórax é de cerca de 0,1 mSv, enquanto a dose de um raio-X abdominal pode chegar a 10 mSv. A dose de radiação em um exame de tomografia computadorizada (TC) pode variar de alguns mSv a mais de 20 mSv, dependendo do tipo de TC e da parte do corpo que está sendo examinada.
Em resumo, embora a exposição à radiação em um voo de avião possa ser detectável, ela é geralmente considerada de baixo risco para a saúde. A exposição à radiação em um exame de raio-X pode ser significativamente maior, mas os benefícios do diagnóstico médico muitas vezes superam os riscos associados à exposição à radiação. É importante que os profissionais de saúde usem a menor dose de radiação possível durante os exames radiológicos, para minimizar a exposição dos pacientes.
Referências:
FAA. (2014). Cosmic Radiation. Recuperado em 21 de fevereiro de 2023, de https://www.faa.gov/about/office_org/headquarters_offices/ash/ash_programs/hazmat/passenger_info/media/CosmicRadiation.pdf
American College of Radiology. (2020). RadiologyInfo.org. Recuperado em 21 de fevereiro de 2023, de https://www.radiologyinfo.org/en/info.cfm?pg=safety-xray
(*) É a sigla de Chat Generative Pre-trained Transformer. https://www.medscape.com/viewarticle/987526 Médicos podem ser mais eficientes usando o ChatGPT - Medscape - 16 de fevereiro de 2023.
quinta-feira, 1 de junho de 2023
1310 - Colchão antirronco
- Isto o ensinará!
- Roncar não é sinal de sono profundo, reparador – ele indica dificuldade na respiração. A região por onde passa o ar, atrás da garganta, é estreita, e tem a forma de um cilindro muscular. E se ela fica ainda mais fechada – seja pelo relaxamento muscular ou alguma obstrução – a passagem do ar diminui, o que provoca uma vibração nessa estrutura, e consequentemente, o ronco.
- Quando engordamos, a gordura extra se deposita no corpo inteiro, incluindo a região do pescoço. E o acúmulo de gordura na garganta estreita a faringe e dificulta ainda mais a passagem do ar, o que piora o quadro de ronco. Em obesos, o quadro é pior, e perder peso pode ser uma solução.
- As pessoas que têm alergias respiratórias, como a rinite, ficam com o nariz entupido. Isso faz com que respirem pela boca, causando o ronco. E o tratamento dessas doenças ajuda na diminuição dos ruídos noturnos. Pelo mesmo motivo, a obstrução das vias nasais por dormir com o ar condicionado ligado também favorece os ruídos noturnos.
- Desvio de septo, amídalas grandes e outras questões anatômicas, como pólipos no nariz, adenoide maior do que o normal, queixo retraído (retrognatismo) e alterações na arcada dentária podem causar obstrução nas vias respiratórias e, consequentemente, o ronco. Para o retrognatismo e as disfunções na arcada é indicado o uso noturno de uma placa bucal de silicone feita sob medida para o paciente. Em alguns casos, a cirurgia pode ser indicada para resolver questões anatômicas.
- Homem ronca mais do que mulher, mas, para ambos, o problema piora com a idade. A proporção é de quatro homens roncadores para uma mulher – mas esses números só valem até a menopausa, quando os números se equivalem.
- O consumo excessivo de álcool faz com que uma pessoa ronque, já que a bebida causa relaxamento da musculatura – e esse relaxamento ajuda a fechar o canal da passagem do ar, causando a vibração do ronco. Medicamentos que relaxam produzem o mesmo efeito.
- A pior posição de dormir é com a barriga para cima. A ação da gravidade, pela retração da língua para trás, causa um estreitamento da passagem de ar, aumentando a vibração dos tecidos da faringe e produzindo som. O ideal é dormir de lado.
- O ronco é um dos sintomas da apneia obstrutiva do sono, um distúrbio respiratório que se caracteriza pela redução da oxigenação do sangue, que acontece devido a pausas da respiração causadas pelo estreitamento das vias aéreas. Grande parte dessas pessoas segue sem diagnóstico, o que aumenta o risco das doenças cardíacas.
- Existem exercícios antirronco – e eles são eficazes. Pesquisadores do Laboratório do Sono do Incor criaram uma técnica de exercícios musculares que, se praticada diariamente e com orientação de fonoaudiólogo no início, reduz a frequência e a altura do ronco até que este se torne quase imperceptível – em alguns casos.
Via Vogue