quinta-feira, 30 de junho de 2022

1262 - Impacto global do primeiro ano de vacinação COVID-19

A primeira vacina COVID-19 fora de um ambiente de ensaio clínico foi administrada em 8 de dezembro de 2020.
Em 23 de junho de 2022, The Lancet publicou um estudo de modelagem matemática sobre o impacto global do primeiro ano de vacinação COVID-19. Neste estudo, um modelo matemático de transmissão e vacinação de COVID-19 foi ajustado separadamente para a mortalidade por COVID-19 relatada e mortalidade por todas as causas em 185 países e territórios.
O impacto dos programas de vacinação COVID-19 foi determinado pela estimativa das vidas adicionais perdidas se nenhuma vacina tivesse sido distribuída.
Com base nas mortes oficiais relatadas por COVID-19, foi estimado que as vacinações evitaram 14,4 milhões mortes por COVID-19 em 185 países e territórios entre 8 de dezembro de 2020 e 8 de dezembro de 2021. Essa estimativa subiu para 19,8 milhões de mortes por COVID-19 evitadas quando usamos o excesso de mortes como estimativa da verdadeira extensão da pandemia, representando um redução global de 63% no total de mortes (19,8 milhões de 31,4 milhões) durante o primeiro ano de vacinação contra a COVID-19.
DOI: https://doi.org/10.1016/S1473-3099(22)00320-6
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1220 - O excesso de óbitos no Brasil durante a atual pandemia (COVID-19)

quinta-feira, 23 de junho de 2022

quinta-feira, 16 de junho de 2022

1260 - Novos estudos sobre o café

A popularidade mundial do café significa que pesquisas/estudos a ele relacionados sobre questões preocupantes ou benefícios à saúde sejam de interesse geral. Novos achados sobre seus potenciais efeitos protetores  fizeram com que a bebida novamente se tornasse o tema clínico mais importante da semana. Um novo estudo no Kidney International Reports, bem como o material apresentado na sessão científica do congresso de 2022 do American College of Cardiology (ACC) oferece aos amantes do café uma razão para sorrir.
Os pesquisadores descobriram recentemente que os participantes que tomam qualquer quantidade de café por dia tiveram risco 11% menor de lesão renal aguda do que quem não toma café. O estudo foi feito com mais de 14.000 adultos do estudo Atherosclerosis Risk in Communities (ARIC). Entre os participantes, 17% tomavam mais de três xícaras por dia, 23% tomavam duas a três xícaras por dia, 19% tomavam uma xícara por dia, 14% tomavam menos de uma xícara por dia e 27% nunca tomava café. A média de idade foi de cerca de 54 anos nesta coorte. Durante uma mediana de acompanhamento de 24 anos, foram notificados quase 1.700 incidentes de lesão renal aguda.
Na ACC 2022, três análises utilizando a coorte prospectiva UK Biobank do Reino Unido descobriram que o café pode ser cardioprotetor. Os participantes estavam em média no final da quinta década de vida. Os que informaram a tomada diária regular de duas a três xícaras de café tiveram risco significativamente menor de doença cardiovascular, doença coronariana, insuficiência cardíaca, arritmia e morte por qualquer causa em 10 anos.
As notícias recentes não eram todas boas para o café e para as preocupações em relação à saúde do coração. Um novo estudo populacional transversal constatou que o consumo de café expresso está associado a níveis mais elevados de colesterol total. Os resultados foram publicados on-line no periódico Open Heart.
Ainda assim, quando se trata de interpretar estes dados sobre colesterol e café, os especialistas dizem para evitar exageros. "Não me parece que os achados deste artigo sejam necessariamente suficientes para mudar qualquer orientação sobre o café", disse o médico Dr. David Kao, professor associado de medicina na University of Colorado Anschutz Medical Campus in Denver, nos Estados Unidos, comentando os achados. "Se for preciso escolher entre este estudo, que sugere tomar menos café para manter o colesterol baixo, e os outros, que sugerem que o aumento do consumo de café pode reduzir o risco de vários tipos de doença cardiovascular, deve-se escolher estes últimos", concluiu Dr. David.
Extraído de: Medscape, 7 de junho de 2022

quinta-feira, 9 de junho de 2022

quinta-feira, 2 de junho de 2022

1258 - Cigarro eletrônico x cigarro convencional

 A ANVISA está na fase final da elaboração de um relatório de análise do impacto regulatório sobre os cigarros eletrônicos. Mas, desde 2009, a comercialização, a importação e a propaganda desses dispositivos para fumar são proibidas no Brasil.

Com a perda de rendimento e a diminuição do número de fumantes nos últimos 10... 20 anos, em que saímos dos 30 milhões de fumantes para menos de 10 milhões no país, a indústria do tabaco passou a usar o recurso de investir no cigarro eletrônico, o qual contém nicotina, que é a mesma substância que vicia no cigarro convencional.

Para quê? Para que mais e mais pessoas, principalmente jovens, se tornem viciadas e assim a renda dessas empresas continuem intactas.

O cigarro convencional contém, entre outros componentes, o alcatrão, que concentra diversas substâncias cancerígenas. Mas há outros perigos no dispositivo eletrônico. Ele ainda é recente e não há uma quantidade suficiente de anos para o estudo. Para se ter uma ideia: o cigarro convencional levou 20 anos para se descubrir que era cancerígeno, que era viciante, e as indústrias do tabaco não deixavam que as pesquisas progredissem.

Quanto ao cigarro eletrônico já temos o conhecimento, desde 2019, de internações e mortes que lhe são relacionadas. O acetato de vitamina E, por exemplo, é uma substância muito perigosa, que causa uma pneumonite inflamatória. Há também substâncias gordurosas que, ao serem aquecidas e inaladas, causam uma pneumonia lipoídica. E, por conta de sua estrutura metálica, nós também sabemos da produção e do depósito de vapores de metais, sobre os quais ainda não temos o conhecimento de todos os malefícios para o pulmão.

O cigarro convencional tem 4.720 substâncias químicas por tragada. No cigarro eletrônico ainda não se conseguiu identificar a real quantidade das substâncias que são inaladas. É provável que não tenha o alcatrão, porém os vapores metálicos são tidos como substâncias cancerígenas. As pessoas que estão usando os vapers, podem estar apenas trocando o câncer por alcatrão pelo câncer por ligas metálicas.

O uso de cigarros eletrônicos aumentam em mais de 3 vezes a chance de alguém que nunca fumou experimentar o cigarro convencional. E pode elevar em 4 vezes a chance de desenvolver o vício de fumar. É uma falácia dizer que o uso do cigarro eletrônico pode reduzir o consumo do cigarro convencional, muito pelo contrário.

30/05/2022 - Dia Mundial sem Tabaco