domingo, 30 de agosto de 2015

773 - Oliver Sacks, médico e autor de "Tempo de despertar", morre aos 82 anos

O neurocientista e escritor britânico Oliver Sacks morreu aos 82 anos neste domingo (30), vítima de um câncer terminal (melanoma), informa o jornal "The New York Times", que o descrevia como "o aclamado poeta da medicina moderna". O autor de livros de sucesso como "Enxaqueca" (1970), "Tempo de despertar" (1973), "O homem que confundiu sua mulher com um chapéu" (1985), "Um antropólogo em Marte" (1995), "A ilha dos daltônicos" (1997), "Vendo vozes" (1998)"Alucinações musicais" (2007) e "Sempre em movimento" (2015) faleceu em sua casa, em Nova York.
Obras
The Best Oliver Sacks Books BooksEm suas obras, Sacks usou experiências clínicas para falar, de modo acessível e com abordagem literária, sobre mistérios do cérebro e do corpo humano.
Em "Tempo de despertar", Sacks faz um relato autobiográfico em que conta sua experiência com pacientes que sofriam de uma condição chamada encefalite letárgica. Narra também como, a partir da administração de um remédio de uso controverso, chamado levodopa, os doentes conseguiram sair, pelo menos brevemente, de seus estados catatônicos.
A história foi adaptada em um filme homônimo em 1990, protagonizado por Robin Williams, no papel do médico, e Robert De Niro, no papel de um paciente.,
Em "O homem que confundiu sua mulher com um chapéu", Sacks contou histórias relacionadas a várias condições neurológicas raras. Entre as pessoas estudadas, havia pacientes que perderam a memória e outros incapazes de reconhecer objetos comuns, além de autistas capazes de feitos matemáticos ou artísticos extraordinários.
711 - Minha própria vida, por Oliver Sacks
"Há um mês, eu sentia que estava em boas condições de saúde, robusto até. Aos 81 anos, ainda nado uma milha por dia. Mas a minha sorte acabou – há algumas semanas, descobri que tenho diversas metástases no fígado. Nove anos atrás, encontraram um tumor raro no meu olho, um melanoma ocular. Embora a radioterapia e o laser para remover o tumor tenham me deixado cego desse olho, apenas em casos raros esse tipo de câncer dá metástases. Faço parte dos 2 por cento azarados."
(publicado originalmente em The NYT, em 19 de fevereiro de 2015)

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

772 - Uma técnica de tratamento antirronco

Marcio Diniz
Quem nunca passou uma noite em claro por causa de um roncador insistente que atire o primeiro travesseiro. Segundo estimativas, cerca de 54% da população adulta sofre de ronco --com grande prevalência em obesos, idosos e mulheres na pós-menopausa (sim, nessa fase da vida feminina, muitas delas vão se tornar roncadoras, se nada for feito).
E, a depender das estatísticas, os brasileiros vão roncar cada vez mais, já que dois dos fatores que levam ao ronco continuam a crescer no país: a obesidade pesa sobre 18% da população, e a progressão da idade continua a avançar (em 2030, 13% dos brasileiros terão mais de 65 anos).
Pesquisadores do Laboratório do Sono do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas) desenvolveram uma técnica de tratamento pioneira que, se praticada diariamente e com orientação de fonoaudiólogo, reduz a frequência e a altura do ronco até ele se tornar quase imperceptível, em alguns casos.
A nova técnica consiste numa série de seis exercícios para fortalecer os músculos envolvidos direta ou indiretamente na produção do ronco e na apneia obstrutiva do sono. Com duração de oito minutos, os exercícios são realizados três vezes ao dia e, para facilitar ainda mais a adesão do paciente ao tratamento, sempre incorporados às atividades rotineiras (como se alimentar, escovar os dentes ou no percurso para o trabalho, por exemplo).
Exercícios
De forma simplificada, os seis exercícios que compõem o tratamento antirronco do Incor são:
  1. empurrar a língua contra o céu da boca e deslizá-la para trás;
  2. sugar a língua para cima, pressionando-a por completo contra o céu da boca;
  3. forçar a parte posterior da língua contra o “chão” da boca, mantendo a sua ponta em contato com os dentes incisivos inferiores;
  4. elevar a parte de trás do céu da boca e a úvula (conhecida popularmente como “campainha”) enquanto diz a vogal “A”;
  5. posicionar o dedo na parte interna da bochecha entre os dentes e pressionar a bochecha para fora (cada lado da boca);
  6. durante a alimentação, manter uma mastigação bilateral alternada e deglutição usando a língua no palato.
Extraído por Fernando Gurgel de: https://queminova.catracalivre.com.br/saude/incor-desenvolve-tecnica-inedita-de-tratamento-do-ronco/
Notícia relacionada
564 - Implante magnético contra o ronco

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

771 - O que queremos / quando queremos

O que queremos? 
Não procrastinar.
E quando queremos?
Ano que vem.
O que queremos? 
Melhorar a memória.
E quando queremos?
Queremos o quê?
O que queremos? 
A cura do transtorno bipolar.
E quando queremos?
Não queremos mais.
O que queremos? 
A cura do câncer.
E quando queremos?
Depois que deixarmos o cigarro.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

770 - O que é hiperinsuflação pulmonar

Nesta condição clínica, o volume de ar que permanece no pulmão depois de uma expiração é maior é do que o volume previsto, o que significa que o órgão não esvazia efetivamente. Assim, um excesso de ar fica preso no pulmão a cada ciclo respiratório, resultando em uma contenção aumentada do ar residual. Qualquer obstrução nos brônquios que transportam o ar para os alvéolos pulmonares pode causar a hiperinsuflação. Para conseguir diagnosticar este problema, atente-se às causas e aos sintomas e principalmente procure um médico.
Existem dois tipos principais de hiperinsuflação pulmonar:
Hiperinsuflação estática - Este tipo é causado pelo declínio na elasticidade natural do pulmão (como o que acontece no processo de envelhecimento).
Hiperinsuflação dinâmica - Este pode se desenvolver de forma independente ou em conjunto com o tipo estático. Ocorre quando o ar fica preso no pulmão, após cada ciclo respiratório, como resultado de um desequilíbrio entre os volumes de ar inspirado e expirado.
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que é geralmente causada pelo consumo de cigarros, é a grande causa da hiperinsuflação.
Indivíduos com DPOC comumente apresentam dificuldades para respirar, ainda que em estágios iniciais esse sintoma seja observável apenas durante as atividades físicas. Mas, à medida que a doença progride, a dificuldade de respirar começa a ser percebida mesmo durante o repouso. Quando uma quantidade maior de ar fica presa no pulmão, este órgão começa a hiperinsuflar, o que expande o tórax. Isso pode, eventualmente, resultar em uma condição clínica conhecida como peito em barril (ou em tonel). V. figura ao lado.
As radiografias de tórax (que devem ser feitas em duas posições: frontal e perfil) podem confirmar a hiperinsuflação pulmonar. Normalmente, as radiografias mostram as extremidades anteriores da quinta e da sexta costelas projetando-se sobre o diafragma (o principal músculo da respiração). Na incidência frontal, a projeção de extremidades de costelas mais baixas sobre o diafragma sugerem hiperinsuflação. Além disso, na incidência de perfil, a transparência pulmonar se apresenta aumentada e com o rebaixamento e/ou achatamento das cúpulas diafragmáticas.
A tomografia computadorizada (TC) de tórax, que utiliza um aparelho de raio-X especial para produzir uma representação tridimensional do corpo, traz importantes informações. As imagens geradas pela TC servem inclusive de guias para o médico determinar a extensão da hiperinsuflação. Para confirmar o diagnóstico de hiperinsuflação pulmonar, é necessário visualizar um aumento de tamanho do pulmão (ou dos pulmões), por conta do ar aprisionado, o que também confere uma tonalidade mais escura à imagem tomográfica.
Dentre os testes de função pulmonar, o mais comumente utilizado é a espirometria, que registra o volume e o fluxo do ar em cada ciclo respiratório. Na espirometria são avaliados principalmente dois parâmetros: o VEF1 (volume expiratório forçado do primeiro segundo) e a CVF (capacidade vital forçada), que é a quantidade total de ar que você consegue soprar. Os resultados normais de VEF1 e FVC devem ser maiores do que 80%. Uma porcentagem menor (principalmente na relação VEF1/CVF) pode indicar hiperinsuflação pulmonar, já que o paciente com esse problema não consegue expelir o ar tão rapidamente quanto uma pessoa saudável. No entanto, mais acurado para quantificar a hiperinsuflação pulmonar é a Pletismografia.
E, para medir as trocas gasosas que os pulmões fazem com o ar ambiente, conta-se ainda com a gasometria arterial. Neste procedimento, as amostras de sangue são geralmente coletadas da artéria radial (pulso), braquial (braço) ou femoral (virilha). Na hiperinsuflação pulmonar, dependendo do grau comprometimento do pulmão, pode haver diminuição do oxigênio e aumento do gás carbônico no sangue arterial.
Fonte: wikiHow
Nota 
Todos os trechos em itálico são nossos. PGCS

terça-feira, 18 de agosto de 2015

769 - Prevenção de acidentes humanos em redes elétricas

Um projeto simples, de tramitação rápida e extrema importância para a preservação da vida – essa é a definição do PL 8110/14, de autoria do deputado federal Rogério Peninha. A proposta prevê que seja obrigatória a montagem de disjuntores DR (Diferencial Residencial) em instalações elétricas de baixa tensão. A medida evitará mortes em decorrência de choques elétricos, porque o equipamento atua em 25 milissegundos e desliga a rede energizada.
A iniciativa de apresentar a matéria surgiu depois que três irmãos morreram eletrocutados enquanto brincavam no pátio de casa no município de Petrolândia, interior de Santa Catarina.
Recentemente, o deputado recebeu em seu gabinete o Sr. Edson Martinho, diretor executivo da Associação Brasileira de Conscientização para Perigos da Eletricidade (Abracopel), que lhe passou às mãos o Panorama da Situação das Instalações Elétricas Prediais no Brasil.
O relatório da Abracopel traz dados preocupantes. Aponta, entre outros problemas, para um aumento de 17,7% no número de acidentes registrados de 2013 para 2014. Só nos casos de fatalidade em decorrência de choques elétricos, o índice subiu mais de 6%, ou seja, em 2013 ocorreram 592 mortes e no ano passado o número subiu para 627. Os homens ainda são ampla maioria, com 560 casos contra 67 de acidentes fatais vitimando mulheres. No caso dos curtos-circuitos, o total foi de 311 casos, sendo que 295 evoluíram para incêndio, resultando em 20 mortes (todas elas em residências). A faixa etária que mais vitima as pessoas continua entre os 21 e 40 anos, com 325 mortes.
A lamentar não ser ainda cumprida a norma ABNT 5410, em vigor desde 2004, que já prevê a instalação dos disjuntores DR. No entanto, com a possível aprovação deste projeto, a norma passa a ter efeito de lei e se torna obrigatória, com punição para quem desrespeitá-la.
Fonte: Rafael Panzeti, assessoria do Deputado Rogério Peninha Mendonça
Evite ser vítima de acidentes
Manutenção - A rede elétrica interna deve passar por manutenção a cada cinco anos.
Fios e tomadas - O cuidado precisa ser intensificado, principalmente se houver crianças na residência. Verifique se os fios estão bem isolados e tampe as tomadas com protetores.
Chuveiro elétrico - Nunca ajuste a temperatura do chuveiro com ele ligado. Desligue a fonte para isso.
Geladeira - Este ou qualquer outro equipamento que esteja dando pequenos choques precisam ser trocados e não podem ser doados.
Secador de cabelo e chapinha - Use-os em um local seco, como o quarto. Após o banho, com o corpo ainda molhado, não é recomentado.
Trovoadas e raios - Não use celulares ou outros dispositivos que estejam carregando. Evite utilizar telefone fixo.
Fonte: Programa Casa Segura, do Instituto Brasileiro do Cobre

sábado, 15 de agosto de 2015

768 - (B)ar alcoólico

Um bar recentemente inaugurado em Londres, o Alcoholic Architecture (o Arquitetura Alcoólica), inovou na maneira de servir seus clientes. Além de oferecer bebidas alcoólicas, como qualquer bar que se preza, ele disponibiliza para seus frequentadores uma "nuvem de álcool", apelidada de "drinque respirável". Trata-se de um vapor que mistura álcool e energético numa proporção de 1:3.
Os efeitos são bastante fortes, pois o álcool é absorvido pelo corpo humano através dos pulmões, olhos e pele. Dessa forma, ele entra diretamente na corrente sanguínea, sem passar pelo fígado (onde seria metabolizado), o que acentua seus efeitos sobre o cérebro. Por isso, os clientes só têm autorização para ficar 50 minutos desfrutando da citada "nuvem".
Não se sabe, porém, se o bar será uma nuvem passageira. Psiquiatras ouvidos pelo jornal The Independent já se mostraram totalmente contrários a essa novidade.
E Dr. Niall Campbell, um especialista em dependência de álcool, do Hospital Priory, em Roehampton, foi ainda mais contundente:
"A última coisa que este país precisa é de uma outra maneira de alcoolizar-se."

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

767 - O queixo exclusivo da espécie humana

Por que os seres humanos modernos somos a única espécie que têm queixo? Os pesquisadores dizem que não é devido a forças mecânicas, tais como mastigação, mas que essa exclusividade se deve a uma adaptação evolucionária. Como nossos rostos ficaram menores. em nossa evolução de humanos arcaicos para a espécie a que hoje pertencemos, isso exigiu uma "reformulação do crânio", a qual, com a progressão, expôs a proeminência óssea que existe na parte mais baixa de nossas cabeças.
Leia-se: queixo.
Na figura abaixo, observe-se: um crânio do Homo sapiens (à esquerda) e um crânio do Homem de Neandertal (à direita). Só o crânio do Homo sapiens, cujo rosto é cerca de 15% menor, é que apresenta o queixo.
Crédito: Tim Schoon, Universidade de Iowa
O "crescimento" do queixo, portanto, teria a ver com a forma como o rosto se adaptou às mudanças nas dimensões do crânio. Meio parecido ao que precisaríamos fazer para encaixar as peças em um quebra-cabeças tridimensional.
Referências
N. E. Holton, L. L. Bonner, J. E. Scott, S. D. Marshall, R. G. Franciscus, T. E. Southard. The ontogeny of the chin: an analysis of allometric and biomechanical scaling. Journal of Anatomy, 2015; DOI: 10.1111/joa.12307
University of Iowa. Why we have chins: Our chin comes from evolution, not mechanical forces. ScienceDaily. ScienceDaily, 13 April 2015.

13/10/2016 - Atualizando ...
The enduring puzzle of the human chin, Wiley Online Library

domingo, 9 de agosto de 2015

766 - Paizão

Charlotte Campbell, de Taupo, Nova Zelândia, conseguiu seu primeiro implante coclear em 2013, quando ela tinha quatro anos. Agora ela tem dois implantes.
Quando o segundo foi colocado, seu pai Alistair decidiu ter seu próprio "implante" como demonstração de apoio. E para tê-lo recorreu à tatuagem.
Ao ver a versão tatuada de um implante coclear no pai, a menina riu, tocou-o e lhe disse que era "cool".
O cabelo deve voltar a crescer, mas Campbell (que não tem outras tatuagens) pode raspar a cabeça em "ocasiões especiais". Ou se Charlotte apenas quiser ver a tatuagem.
Achamos que ele deve manter a cabeça raspada. Calvo é mais bonito, especialmente neste caso.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

765 - Sorria... mesmo sem saber a quem

A equipe que julgou recentemente um concurso de trabalhos científicos em Londres deu um duro danado. Teve que escolher, dentre 600 trabalhos, apenas dois deles. Sendo um, na categoria cientistas profissionais (pós-graduação e acima), e outro, na categoria não profissionais (incluindo alunos de graduação).
Richard Stephens foi o vencedor da primeira categoria, com o trabalho "Don't say cheese, say cheeks" ("Não diga queijo, diga bochechas") sobre o ato de sorrir. Não li o artigo, mas imagino que traga conclusões aplicáveis em fotografia.
Na segunda categoria, ganhou Kate Szell, com o trabalho intitulado "Prosopagnosia - um problema comum, comumente ignorado". Também conhecida como "cegueira para feições", a prosopagnosia é a incapacidade de reconhecer as pessoas pelo rosto. Neste distúrbio neurológico, a capacidade de reconhecer os rostos das pessoas está afetada, embora a de reconhecer os objetos possa estar relativamente intacta. As pesquisas disponíveis sugerem que 2 por cento da população sofre de algum grau desse distúrbio.
No Preblog: LAPSOS DE MEMÓRIA

domingo, 2 de agosto de 2015

764 - A impressão 3D chega aos medicamentos

A revolução da impressão 3D poderá ser estendida ao mundo dos medicamentos.
A ideia é futuramente usar uma impressora 3D para criar comprimidos com a forma, a cor e as doses indicadas de seus ingredientes ativos. Isto será muito importante para certos tipos de medicamentos como, por exemplo, os anticoagulantes e os imunossupressores cujas doses devem ser precisamente ajustadas para cada paciente.
No que se refere à forma, inclui tornar os comprimidos mais atraentes para as crianças. Que poderão escolher os "bichinhos" que vão tomar: unicórnios, dinossauros, polvos etc.
Microsiervos
Ver também:
294 - um microscópio de baixo custo
681 - Lambendo o perigo
735 - Médicos usam impressoras 3D para salvar a vida de crianças
751 - Cena tocante