O sequenciamento do DNA de uma das quatro famílias conhecidas no mundo como tendo adermatoglifia, uma rara condição médica que deixa seus portadores sem impressões digitais, identificou a mutação genética que causa a doença. De acordo com a pesquisa do grupo de Janna Nousbeck, do Tel-Aviv Sourasky Medical Center, publicada no American Journal of Human Genetics, nove dos 16 membros dessa família não tinham impressões digitais e todos apresentavam alterações de um gene chamado SMARCAD1.
Além disso, os nove indivíduos com a anomalia eram também criminosos de carreira. Brincadeira.
A adermatoglifia não vem com outros efeitos secundários além de uma pequena redução na capacidade de produzir suor. E é também chamada de "doença da imigração demorada", pois a falta de impressões digitais dificulta que essas pessoas atravessem as fronteiras internacionais.
Poderá também gostar de ver: O pesadelo do datiloscopista.
Destinado a temas de medicina e informações e curiosidades sobre a saúde humana, e de conhecimento do planeta Terra e assuntos correlatos.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
sábado, 25 de fevereiro de 2012
350 - O lago assassino
Situado no noroeste de Camarões, o Lago Nyos encontra-se-se no flanco do Monte Oku, um vulcão inativo. Uma barragem natural, formada por rocha vulcânica, mantém o lago. A desgasificação dos materiais vulcânicos subjacentes faz com as águas do lago sejam extremamente ricas em dióxido de carbono (CO2), o qual, quando liberado em grandes quantidades para a atmosfera pode causar a asfixia dos seres vivos nas zonas vizinhas.
Esse fenômeno ocorreu em 1986, causando a morte de mais de 1.800 pessoas.
Para um lago vulcânico armazenar o gás CO2 como o Nyos, deve haver pelo menos duas condições:
1) o lago ser profundo (ter pelo menos 50 metros de profundidade).
2) O clima predominante da região ser quente (equatorial).
Atualmente, para impedir que o CO2 acumulado no Nyos cause outra tragédia (como a que aconteceu em 1986), foi instalado um grande dispersor de gás no centro do lago (imagem de uma webcam).
WIKIPÉDIA
Vídeo
O gás carbônico é invisível. Apesar de não ser venenoso, ele mata os seres vivos ao ocupar o lugar do oxigênio na atmosfera. Por ser mais denso do que o ar, ele tende a acumular-se próximo ao solo.
Isso pode ser demonstrado pelo experimento abaixo em que o gás carbônico, produzido pela reação do ácido acético (vinagre) com o bicarbonato de sódio, apaga a chama de uma vela (o princípio dos extintores de incêndio à base de CO2).
Comentário de Dr.José Mayo
Interessante também é o sistema de "desgasificação" em si mesmo...
O esquema é este:
O método consiste em um tubo vertical, entre o fundo do lago e a superfície, onde uma pequena bomba eleva a água do fundo, supersaturada de gás, por dentro do tubo. Quando a água aspirada do fundo chega a uma certa altura, e a pressão hidrostática sobre a mistura supersaturada diminui e o gás começa a se separar da água e formar microbolhas (como no champanhe). Estas vão se juntando, ficando cada vez maiores e começam a empurrar a coluna de água para cima, por arraste de empuxo, até que chegam à superfície e se libera o gás.
O que se esperava, é que uma vez iniciado o levantamento da coluna difásica pelas bolhas de gás, a bomba já não fosse necessária, já que, teoricamente, o processo se "auto-alimentaria"; sendo um sistema fechado (dentro do tubo), a água supersatura arrastada para cima, pelas bolhas, criaria um vácuo que arrastaria mais água supersaturada, do fundo do lago, para dentro do tubo, enquanto houvesse suficiente gás dissolvido na água, para realimentar o sistema.
Pelo "jato de champanhe" que você nos mostra na foto, parece que funcionou...
Saudações,
Esse fenômeno ocorreu em 1986, causando a morte de mais de 1.800 pessoas.
Para um lago vulcânico armazenar o gás CO2 como o Nyos, deve haver pelo menos duas condições:
1) o lago ser profundo (ter pelo menos 50 metros de profundidade).
2) O clima predominante da região ser quente (equatorial).
Atualmente, para impedir que o CO2 acumulado no Nyos cause outra tragédia (como a que aconteceu em 1986), foi instalado um grande dispersor de gás no centro do lago (imagem de uma webcam).
WIKIPÉDIA
Vídeo
O gás carbônico é invisível. Apesar de não ser venenoso, ele mata os seres vivos ao ocupar o lugar do oxigênio na atmosfera. Por ser mais denso do que o ar, ele tende a acumular-se próximo ao solo.
Isso pode ser demonstrado pelo experimento abaixo em que o gás carbônico, produzido pela reação do ácido acético (vinagre) com o bicarbonato de sódio, apaga a chama de uma vela (o princípio dos extintores de incêndio à base de CO2).
Comentário de Dr.José Mayo
Interessante também é o sistema de "desgasificação" em si mesmo...
O esquema é este:
O método consiste em um tubo vertical, entre o fundo do lago e a superfície, onde uma pequena bomba eleva a água do fundo, supersaturada de gás, por dentro do tubo. Quando a água aspirada do fundo chega a uma certa altura, e a pressão hidrostática sobre a mistura supersaturada diminui e o gás começa a se separar da água e formar microbolhas (como no champanhe). Estas vão se juntando, ficando cada vez maiores e começam a empurrar a coluna de água para cima, por arraste de empuxo, até que chegam à superfície e se libera o gás.
O que se esperava, é que uma vez iniciado o levantamento da coluna difásica pelas bolhas de gás, a bomba já não fosse necessária, já que, teoricamente, o processo se "auto-alimentaria"; sendo um sistema fechado (dentro do tubo), a água supersatura arrastada para cima, pelas bolhas, criaria um vácuo que arrastaria mais água supersaturada, do fundo do lago, para dentro do tubo, enquanto houvesse suficiente gás dissolvido na água, para realimentar o sistema.
Pelo "jato de champanhe" que você nos mostra na foto, parece que funcionou...
Saudações,
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
349 - Humor. O estatuto do médico
É direito de todo médico...
Participar de uma reunião social sem ser interrompido por consultas.
Adoecer sem que as pessoas perguntem: "Como é que é, médico fica doente?"
Trabalhar apenas dois turnos de oito horas diariamente, reservando o resto do tempo para os sobreavisos.
Realizar trabalhos de gestão e administração sem ser discriminado pelos colegas.
Não ser cobrado por colegas pelas consultas de seus familiares. (Sem reciprocidade.)
Lutar por mais verbas para a pesquisa da cura da "esmeraldite".
Aposentar-se aos 60 anos com base na "Lei dos Sexagenários", promulgada em 1885.
Lutar pela fusão das associações médicas e de especialidades que tenham anuidades em uma unica e grande "Ordem dos Médicos do Brasil".
Aprender com os farmacêuticos a ler a letra dos outros médicos.
Ser dispensado de prescrever medicamentos com nomes extensos e confusos.
Participar de uma reunião social sem ser interrompido por consultas.
Adoecer sem que as pessoas perguntem: "Como é que é, médico fica doente?"
Trabalhar apenas dois turnos de oito horas diariamente, reservando o resto do tempo para os sobreavisos.
Realizar trabalhos de gestão e administração sem ser discriminado pelos colegas.
Não ser cobrado por colegas pelas consultas de seus familiares. (Sem reciprocidade.)
Lutar por mais verbas para a pesquisa da cura da "esmeraldite".
Aposentar-se aos 60 anos com base na "Lei dos Sexagenários", promulgada em 1885.
Lutar pela fusão das associações médicas e de especialidades que tenham anuidades em uma unica e grande "Ordem dos Médicos do Brasil".
Aprender com os farmacêuticos a ler a letra dos outros médicos.
Ser dispensado de prescrever medicamentos com nomes extensos e confusos.
PGCS
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
348 - Sobre o nervo laríngeo
Este nervo é uma das ramificações de um nervo craniano que provém diretamente do cérebro, o vago. Em ambos os lados do pescoço, um dos ramos do nervo laríngeo dirige-se à laringe, seguindo um percurso direto tal como seria escolhido por um projetista. O outro, no entanto, dirige-se à laringe, mas realiza um desvio surpreendente. Mergulha no tórax, circunda uma das principais artérias que sai do coração (1) e depois regressa ao pescoço para terminar a viagem. (2)
Como resultado de um projeto este nervo (recorrente) seria um disparate. Do ponto de vista de evolutivo faz todo o sentido. Para compreender isto temos de recuar ao tempo em que os nossos antepassados eram peixes. Os embriões humanos com cinco semanas assemelham-se a peixes com brânquias.
Num embrião humano com vinte e seis dias veremos que o abastecimento sanguíneo às "brânquias" se assemelha fortemente ao abastecimento sanguíneo às brânquias de um peixe. Estas ramificações procuram os seus órgãos-alvo, as brânquias, pelo caminho mais direto e lógico. Durante a evolução dos mamíferos, contudo, o pescoço cresceu (os peixes não o têm) e as brânquias desapareceram, transformando-se em tiróide, paratiróide e laringe. Estes órgãos herdaram o abastecimento que outrora servia às brânquias.
Durante a evolução dos mamíferos os nervos e vasos sanguíneos foram puxados e esticados em direções diversas. No tubarão, esse nervo laríngeo não apresenta desvio, já na girafa (que melhor exemplo se poderia arranjar para esta situação?!), este nervo tem um desvio de 4,5 metros. (3) Em sua jornada descendente, o nervo passa perto da laringe, que é o seu destino final. Todavia continua para baixo, percorrendo todo o pescoço antes de inverter o sentido e fazer o caminho de volta até esta. Isto exemplifica à perfeição como os seres vivos estão longe de terem sido bem projetados e refuta consistentemente a ideia de um "projeto inteligente".
(1) O laríngeo esquerdo passa por baixo da crossa da aorta; o direito circunda a subclávia direita.
(2) A lesão deste nervo por uma patologia endotorácica (tumor, aneurisma etc.) no ser humano, ou por uma cirurgia para removê-la, causa a paralisia da corda vocal correspondente. Se for bilateral, causa asfixia.
(3) Mais de quatro metros para chegar a um local a poucos centímetros da origem do nervo. Um engenheiro que projetasse algo assim seria despedido por justa causa!
Vídeo. Richard Dawkins na necropsia de uma girafa
21/12/2012 - Atualizando...
Neuronas gigantescas, Antonio Orbe, ALT1040
Como resultado de um projeto este nervo (recorrente) seria um disparate. Do ponto de vista de evolutivo faz todo o sentido. Para compreender isto temos de recuar ao tempo em que os nossos antepassados eram peixes. Os embriões humanos com cinco semanas assemelham-se a peixes com brânquias.
Num embrião humano com vinte e seis dias veremos que o abastecimento sanguíneo às "brânquias" se assemelha fortemente ao abastecimento sanguíneo às brânquias de um peixe. Estas ramificações procuram os seus órgãos-alvo, as brânquias, pelo caminho mais direto e lógico. Durante a evolução dos mamíferos, contudo, o pescoço cresceu (os peixes não o têm) e as brânquias desapareceram, transformando-se em tiróide, paratiróide e laringe. Estes órgãos herdaram o abastecimento que outrora servia às brânquias.
Durante a evolução dos mamíferos os nervos e vasos sanguíneos foram puxados e esticados em direções diversas. No tubarão, esse nervo laríngeo não apresenta desvio, já na girafa (que melhor exemplo se poderia arranjar para esta situação?!), este nervo tem um desvio de 4,5 metros. (3) Em sua jornada descendente, o nervo passa perto da laringe, que é o seu destino final. Todavia continua para baixo, percorrendo todo o pescoço antes de inverter o sentido e fazer o caminho de volta até esta. Isto exemplifica à perfeição como os seres vivos estão longe de terem sido bem projetados e refuta consistentemente a ideia de um "projeto inteligente".
Fonte: "O espectáculo da vida", Richard Dawkins. Via Biogeonorte
Notas do EditorFonte: "O espectáculo da vida", Richard Dawkins. Via Biogeonorte
(1) O laríngeo esquerdo passa por baixo da crossa da aorta; o direito circunda a subclávia direita.
(2) A lesão deste nervo por uma patologia endotorácica (tumor, aneurisma etc.) no ser humano, ou por uma cirurgia para removê-la, causa a paralisia da corda vocal correspondente. Se for bilateral, causa asfixia.
(3) Mais de quatro metros para chegar a um local a poucos centímetros da origem do nervo. Um engenheiro que projetasse algo assim seria despedido por justa causa!
Vídeo. Richard Dawkins na necropsia de uma girafa
21/12/2012 - Atualizando...
Neuronas gigantescas, Antonio Orbe, ALT1040
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
347 - Capsaicina
Supostamente, os seres humanos foram feitos para evitar a pimenta. A fruta contém uma substância irritante chamado capsaicina. É tão ativa que um miligrama da substância, colocada na palma de uma mão, queima como um cigarro aceso, causando uma dor que dura horas.
A planta evoluiu esse mecanismo de defesa porque as suas sementes são destruídas no aparelho digestivo dos mamíferos. E a capsaicina foi a forma que a planta encontrou para afastá-los.
No entanto, as sementes da pimenta Chili sobrevivem ao serem comidas pelas aves, que não têm receptores para sentir a capsaicina. É como se a planta "desejasse" que suas frutas fossem comidas pelas aves, as quais são excelentes veículos para sua propagação.
Diferentemente da maioria dos mamíferos, os seres humanos desfrutam da ardência da capsaicina em sua alimentação.
Agora, há outra razão para apreciá-la além de sua forte emoção culinária: a capsaicina consegue neutralizar localmente os neurônios que enviam sinais de dor ao cérebro.
Este princípio está sendo explorado na fabricação de patches (adesivos transdérmicos) para o tratamento da dor de origem neuropática (*).
Isso acontece em todo momento: no mundo dos microrganismos, por exemplo. Cepas resistentes de bactérias a antibióticos passam a ocupar cada vez mais o espaço das cepas sensíveis. Vírus aviários e suínos sofrem mutações, tornando-se infectantes ao hospedeiro humano a ponto de provocar pandemias.
No presente caso: sementes destruídas em tudo digestivo de mamíferos "não interessam" a plantas que produzem capsaicina; sementes preservadas em tubo digestivo de aves (melhores veículos de propagação, por sinal) "interessam".
"Interessam" e "não interessam" - aqui escritos entre aspas - por serem modelos que não dependem da volição das plantas. PGCS
capsaicina |
No entanto, as sementes da pimenta Chili sobrevivem ao serem comidas pelas aves, que não têm receptores para sentir a capsaicina. É como se a planta "desejasse" que suas frutas fossem comidas pelas aves, as quais são excelentes veículos para sua propagação.
Diferentemente da maioria dos mamíferos, os seres humanos desfrutam da ardência da capsaicina em sua alimentação.
Agora, há outra razão para apreciá-la além de sua forte emoção culinária: a capsaicina consegue neutralizar localmente os neurônios que enviam sinais de dor ao cérebro.
Este princípio está sendo explorado na fabricação de patches (adesivos transdérmicos) para o tratamento da dor de origem neuropática (*).
Chili peppers’ surprising pain relief, Boing Boing
(*) Exemplos: nevralgia pós-herpética, polineuropatia pelo HIV, neuropatia diabética, lesão traumática de nervo etc.
N. do E.
1 - No Brasil, a capsaicina é comercializada sob as formas de cremes e loção.
2 - Nenhum organismo rearquiteta a si próprio. Evolui através de alguma mutação AO ACASO que é passada a seus descendentes. Se esta mutação traz alguma vantagem, com relação aos demais da espécie, estes descendentes tenderão a predominar no meio competitivo em que vivem.N. do E.
1 - No Brasil, a capsaicina é comercializada sob as formas de cremes e loção.
Isso acontece em todo momento: no mundo dos microrganismos, por exemplo. Cepas resistentes de bactérias a antibióticos passam a ocupar cada vez mais o espaço das cepas sensíveis. Vírus aviários e suínos sofrem mutações, tornando-se infectantes ao hospedeiro humano a ponto de provocar pandemias.
No presente caso: sementes destruídas em tudo digestivo de mamíferos "não interessam" a plantas que produzem capsaicina; sementes preservadas em tubo digestivo de aves (melhores veículos de propagação, por sinal) "interessam".
"Interessam" e "não interessam" - aqui escritos entre aspas - por serem modelos que não dependem da volição das plantas. PGCS
sábado, 11 de fevereiro de 2012
346 - Não ressuscitar
Joy Tomkins, 81, da cidade de Norfolk, Virginia, EUA, querendo ter certeza de que ninguém tentará trazê-la de volta à vida, mandou tatuar a frase DO NOT RESSUSCITATE em seu tórax.
"Eu não quero ficar meio morta, eu quero ficar totalmente morta", disse Tomkins, que sofre de artrite, doença de Raynaud, e diabetes. "Eu tenho medo de que os médicos, com a melhor das intenções, me mantenham viva quando eu já não quero mais viver", completou.
Mas é provável que a Sra. Tomkins não seja atendida exatamente do jeito que deseja. Uma tatuagem por si só não autoriza um médico a tomar esse tipo de decisão em uma situação de emergência.
Humor ▼
Correspondência
Prezado Paulo Gurgel,
interessantíssimo seu texto (como, aliás, são todos os outros que tenho recebido).
A seu modo, as pessoas mais esclarecidas tentam contribuir para que se evite a prática da distanásia.
Não sei se a moda da tatuagem está pegando nos EUA mas envio uma imagem do meu arquivo parecida com a sua. ▼
Quanto à imagem das loirinhas reanimando um boneco decapitado, é super-hilária!
Abraços,
Joel Isidoro
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
345 - O selo antituberculose
O selo antituberculose, símbolo da luta contra a tísica no mundo, teve a sua origem nos últimos anos do século XIX e difundiu-se em mais de 60 países. Em 1897, foram emitidos os mais antigos em Nova Gales do Sul e traziam a efígie da Rainha Vitória. Editados na ocasião do Jubileu de Diamante da referida rainha, tiveram suas vendas destinadas aos tuberculosos de Sidney. Os primeiros países do mundo a editarem selos foram: Nova Gales do Sul, Portugal, Dinamarca, Suécia, Países Baixos, Áustria, Noruega, Baviera, Islândia e Finlândia.
Transcrito de O SELO NA LUTA CONTRA A TUBERCULOSE NO MUNDO, da médica pneumologista e historiadora Ana Margarida Arruda Rosemberg. Em seu blog "Memórias", onde este artigo se encontra na íntegra, o leitor poderá também ver as reproduções de 24 destes selos (o que representa, possivelmente, o maior acervo do gênero na internet).
[...]
A partir da década de 1920, todos os selos editados pelas associações filiadas à União Internacional contra a Tuberculose (UICT) passaram a exibir a Cruz de Lorena, outro ícone na luta contra a tísica. No inicio, de maneira discreta, posteriormente, tornou-se, em muitas edições, um símbolo de grande significado. Segundo Rosemberg, a Cruz de Lorena e o selo antituberculose erigiram-se em símbolos de maior curso internacional de toda a história da medicina. Transcrito de O SELO NA LUTA CONTRA A TUBERCULOSE NO MUNDO, da médica pneumologista e historiadora Ana Margarida Arruda Rosemberg. Em seu blog "Memórias", onde este artigo se encontra na íntegra, o leitor poderá também ver as reproduções de 24 destes selos (o que representa, possivelmente, o maior acervo do gênero na internet).
sábado, 4 de fevereiro de 2012
344 - Publicidade médica
É cada vez mais importante se comunicar bem com as pessoas. E na medicina não é diferente. Para que as informações sejam passadas de maneira correta e ética, foi criada a Resolução CFM 1974/11.
Essa importante norma trata das regras da publicidade médica e visa a impedir o sensacionalismo, a autopromoção e a mercantilização do ato médico. Também evita abusos em propagandas e publicidades, que podem levar a processos ético-disciplinares.
Isso é bom para a medicina, para o paciente e para toda a sociedade.
Faça o download da Resolução CFM 1974/11.
Art. 3º É vedado ao médico:
j) Oferecer consultoria a pacientes e familiares como substituição da consulta médica presencial;
5. Critérios para a relação dos médicos com a imprensa (programas de TV e rádio, jornais, revistas), no uso das redes sociais e na participação em eventos (congressos, conferências, fóruns, seminários etc.)
É vedado ao médico, na relação com a imprensa, na participação em eventos e no uso das redes sociais:
n) consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação de massa ou a distância.
CONHEÇA E APLIQUE AS REGRAS DA PUBLICIDADE MÉDICA. ELAS EVITAM ABUSOS E PROMOVEM A ÉTICA.
Essa importante norma trata das regras da publicidade médica e visa a impedir o sensacionalismo, a autopromoção e a mercantilização do ato médico. Também evita abusos em propagandas e publicidades, que podem levar a processos ético-disciplinares.
Isso é bom para a medicina, para o paciente e para toda a sociedade.
Faça o download da Resolução CFM 1974/11.
Art. 3º É vedado ao médico:
j) Oferecer consultoria a pacientes e familiares como substituição da consulta médica presencial;
5. Critérios para a relação dos médicos com a imprensa (programas de TV e rádio, jornais, revistas), no uso das redes sociais e na participação em eventos (congressos, conferências, fóruns, seminários etc.)
É vedado ao médico, na relação com a imprensa, na participação em eventos e no uso das redes sociais:
n) consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação de massa ou a distância.
CONHEÇA E APLIQUE AS REGRAS DA PUBLICIDADE MÉDICA. ELAS EVITAM ABUSOS E PROMOVEM A ÉTICA.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
343 - A cara da tuberculose na mídia
"Mas se a linguagem não mais se assemelha imediatamente às coisas que ela nomeia, não está por isso separada do mundo; continua, sob uma outra forma, a ser o lugar das revelações e a fazer parte do espaço onde a verdade, ao mesmo tempo, se manifesta e se enuncia." Michel Foucault - "As palavras e as coisas" - 1966
Se o assunto é tuberculose, a voz do paciente, embora importante, é pouco ou nada contemplada pela mídia. Por reconhecer autoridade de fala no governo e no meio acadêmico, os jornais fazem chegar a seus leitores os pontos de vista médicos e oficiais, deixando de lado o olhar daqueles que vivem a doença. Quem são essas pessoas e como se organizam em seu dia a dia são questões não mostradas, como aponta estudo do pesquisador Liandro Lindner, voltado à análise da tuberculose na cobertura jornalística. O trabalho resultou na dissertação de mestrado QUEM FALA, O QUE FALA E COMO FALA: conceitos, percepções e representações de saúde e doença na mídia: o caso da tuberculose, defendida em setembro de 2011 no Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz.
Referente ao ano de 2009, ele analisou quatro jornais, dois do Rio de Janeiro — O Globo e Jornal do Brasil — e dois de São Paulo — Estadão e Folha —, escolhidos por suas posições no ranking do Instituto de Verificação de Circulação (IVC), e nos quais Liandro localizou 677 matérias contendo a citação do termo tuberculose. De acordo com o seu estudo, pesquisadores, centros de pesquisa e universidades foram a principal fonte da imprensa na maioria das matérias. Em segundo lugar, surgiram os gestores, conforme mostra o gráfico ao lado. Houve, porém, "uma invisibilidade do paciente e da questão da adesão ao tratamento, essencial para a cura", observou Liandro. Faltando assim, na maior parte das matérias pesquisadas, o caráter da polifonia, uma das principais qualidades do bom jornalismo.
Texto condensado do artigo de Elisa Batalha, publicado no nº. 113 da revista Radis.
Onde ler a íntegra da pesquisa.
Se o assunto é tuberculose, a voz do paciente, embora importante, é pouco ou nada contemplada pela mídia. Por reconhecer autoridade de fala no governo e no meio acadêmico, os jornais fazem chegar a seus leitores os pontos de vista médicos e oficiais, deixando de lado o olhar daqueles que vivem a doença. Quem são essas pessoas e como se organizam em seu dia a dia são questões não mostradas, como aponta estudo do pesquisador Liandro Lindner, voltado à análise da tuberculose na cobertura jornalística. O trabalho resultou na dissertação de mestrado QUEM FALA, O QUE FALA E COMO FALA: conceitos, percepções e representações de saúde e doença na mídia: o caso da tuberculose, defendida em setembro de 2011 no Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz.
Referente ao ano de 2009, ele analisou quatro jornais, dois do Rio de Janeiro — O Globo e Jornal do Brasil — e dois de São Paulo — Estadão e Folha —, escolhidos por suas posições no ranking do Instituto de Verificação de Circulação (IVC), e nos quais Liandro localizou 677 matérias contendo a citação do termo tuberculose. De acordo com o seu estudo, pesquisadores, centros de pesquisa e universidades foram a principal fonte da imprensa na maioria das matérias. Em segundo lugar, surgiram os gestores, conforme mostra o gráfico ao lado. Houve, porém, "uma invisibilidade do paciente e da questão da adesão ao tratamento, essencial para a cura", observou Liandro. Faltando assim, na maior parte das matérias pesquisadas, o caráter da polifonia, uma das principais qualidades do bom jornalismo.
Texto condensado do artigo de Elisa Batalha, publicado no nº. 113 da revista Radis.
Onde ler a íntegra da pesquisa.