sexta-feira, 29 de julho de 2016

884 - Bocejar é contagioso

O bocejo, essa inspiração longa, com a boca aberta, e acompanhada pelo ato de espreguiçar, é mesmo um mistério. Teorias diversas já foram criadas para explicar por que acontece. Como a que relaciona o reflexo em questão com os momentos de baixo metabolismo do corpo.
Mas...
Que diz a intuição?
O bocejo é causado por tédio, fadiga ou sonolência. Aliás, é uma forma que o organismo encontrou para driblar o sono.
Bebês, antes mesmo de deixarem o útero materno, já foram vistos bocejando...
E esse reflexo não é privativo da espécie humana. Cães, gatos, ratos, pássaros e até cobras bocejam, sabiam?
Além disso, bocejar é contagioso.
"The yawn wave"

terça-feira, 26 de julho de 2016

883 - Embolia gasosa por gás hélio. Relato de 2 casos

Washington, 28/06/1996 -- Um menino saudável, de 13 anos de idade, experimentou um efeito potencialmente fatal para um divertimento quando ele inalou gás hélio diretamente de um tanque pressurizado. Depois de inalar o gás em uma festa, o menino ficou inconsciente, e teve uma convulsão durante dez minutos. No setor de emergência em que foi atendido, os médicos descobriram que ele havia sofrido uma embolia gasosa cerebral – um acidente vascular cerebral temporário causado por bolhas de ar na corrente sanguínea –, além de danos nos pulmões pela expansão pulmonar rápida e descontrolada. "Normalmente, inalar hélio de balões não causa problemas", diz Bing Pao, MD, autor principal do estudo. "Mas inalar o gás a partir de um tanque pressurizado pode ser potencialmente letal." Após o diagnóstico, o menino foi transferido para uma câmara hiperbárica na Universidade da San Diego, na Califórnia. Ele passou por várias sessões na câmara – um equipamento pressurizado para tratar o mal dos mergulhadores – e saiu completamente recuperado. Nos últimos anos, crianças e adultos têm inalado o hélio de balões (bexigas) para produzir vozes agudas (como de personagens dos desenhos animados). No entanto, os tanques pressurizados de hélio só recentemente tornaram-se disponíveis para o público nas festas. "Este é o primeiro caso, tanto quanto sabemos, de alguém que sofreu de uma embolia gasosa cerebral por inalar hélio", observa Dr. Pao. "Mas há um potencial para problemas futuros, especialmente para adolescentes". Fonte: American College of Emergency Physicians
http://goo.gl/HVYSsv

Uma cantora mirim japonesa entrou em coma depois que uma brincadeira durante um programa de televisão deu errado. A menina de 12 anos, que integra o grupo pop 3B Junior, participava de um jogo que envolvia mudar a própria voz inalando gás hélio, no dia 28 de janeiro. Depois desta brincadeira, ela ficou inconsciente. Acredita-se que a cantora, cujo nome não foi revelado, tenha sofrido uma embolia gasosa, o que restringiu o fornecimento de sangue para o cérebro. Alguns dias após, a menina saiu do coma, segundo o jornal Japan Today. Mas, depois de acordar, os movimentos dela estão limitados e a cantora não consegue falar claramente. O canal de televisão que gravou o jogo do qual a cantora participava, a TV Asahi, pediu desculpas à família dela. Eles afirmaram que a lata do gás hélio inalado pela cantora tinha a inscrição "apenas para uso de adultos", mas os produtores não viram o alerta. Inalar o gás hélio de balões para modificar a voz é um truque conhecido. Mas, em alguns casos, pode ser muito perigoso. "Além da voz fina, outros efeitos potenciais do gás hélio são tontura, dor de cabeça e asfixia", segundo a Agência de Saúde Pública da Grã-Bretanha. "Se alguém apresentar estes sintomas, ao inalar gás hélio, o conselho é levar a pessoa para respirar ar fresco imediatamente. Se os sintomas persistirem, pode ser necessário administrar oxigênio, obtenha então ajuda médica imediatamente", acrescentou a agência.
http://goo.gl/5L6x6C

sábado, 23 de julho de 2016

882 - Anvisa propõe proibir termômetros com mercúrio no país

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, abriu consulta pública para discutir a proibição da fabricação, da importação e a venda de termômetros e tensiômetros com coluna de mercúrio no país.
Esses aparelhos têm uma coluna transparente, contendo mercúrio no interior, com a finalidade de aferir os valores de temperatura corporal (no caso do termômetro) e pressão arterial (no caso do tensiômetro).
De acordo com a Anvisa, a proposta de proibir o uso desses equipamentos no país faz parte do compromisso do Brasil em banir produtos com mercúrio até 2020. "A Anvisa, assim como outros órgãos da administração pública, está comprometida com a Convenção de Minamata, onde 140 países, incluído o Brasil, firmaram compromisso para o controle do uso e redução de emissões e liberações do mercúrio para a natureza. Um dos compromissos é o banimento de produtos que contém mercúrio até 2020. A proibição da substância é uma tendência mundial".
A agência destaca que no mercado já existem os termômetros e tensiômetros digitais, alternativos aos com a coluna de mercúrio. "Esses dispositivos [digitais] também possuem a sua precisão avaliada compulsoriamente pelo Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade e são ambientalmente mais sustentáveis". A proposta propõe ainda o fim do uso dos equipamentos nos serviços de saúde do país.
Os comentários e sugestões para a consulta pública podem ser enviados em até 60 dias pela internet ou por carta para o endereço: Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Gerência-Geral de Tecnologia de Produtos para Saúde, SIA trecho 5, Área Especial 57, Brasília-DF, CEP 71.205-050. As contribuições internacionais deverão ser direcionadas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Assessoria de Assuntos Internacionais (Aint), no mesmo endereço.
Minamata
É uma cidade japonesa que sofreu graves conseqüências devido à contaminação por mercúrio. Centenas de pessoas morreram e milhares tiveram anomalias que acabaram passando para as novas gerações.
Na década de 30, uma empresa se instalou na região, a Chisso. A empresa, que fabricava acetaldeído (usado na produção de material plástico), jogava seus resíduos com mercúrio na baía da cidade, contaminando os peixes. Como a doença leva anos para se desenvolver, somente em 1956 começaram a surgir os primeiros casos da doença.
Os hospitais recebiam pessoas com os mesmos sintomas: problemas no sistema nervoso e no cérebro, causando dormência nos membros, fraquezas musculares, deficiências visuais, dificuldades de fala, paralisia, deformidades levando até mesmo à morte.
No princípio, as autoridades acreditavam que se tratava de uma epidemia, mas os gatos começaram apresentar doenças com as mesmas semelhanças. Somente de dez anos depois os médicos descobriram a causa: o consumo de peixe contaminado por mercúrio, a base da alimentação daquela população. Fonte:Cetem

quarta-feira, 20 de julho de 2016

881 - A tecnologia FORA MOSQUITOS

A função anti-mosquito foi incorporada em alguns televisores da marca LG que estão sendo comercializados na Índia. Os modelos com esta tecnologia emitem frequências ultrassônicas que são inaudíveis para os seres humanos, porém afugentam os mosquitos.
Transmissor da malária, da zika e de outras enfermidades, o mosquito é o animal mais mortífero da Terra, causando a morte de 725 mil pessoas a cada ano. A mudança climática não faz senão incentivar a proliferação deles. e o desenvolvimento de ideias para combater os mosquitos inclui o uso do laser.
A mesma tecnologia para repelir mosquitos também está presente em outros produtos do ramo indiano da empresa sul-coreana, como aparelhos de ar condicionado e máquinas de lavar louça, conforme pode ser lido na LG Electronics Sells Mosquito-Repelling TV in India.
Embora funcione mesmo se a TV estiver desligada, a empresa avisa que o recurso não pretende ser um substituto para outros sistemas e medidas de controle de mosquitos.
No Acta:
136 - Vacinadores voadores
396 - Aedes transgênico
569 - Picadas de insetos
834 - A técnica do inseto estéril
860 - O painel mata-mosquito
Pensamento:
"Em um mundo melhor mosquito chuparia gordura em vez de sangue."
Sátira:
Poema sobre uma noite de amor

domingo, 17 de julho de 2016

880 - A redução do consumo de sal pelo brasileiro

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os adultos não devem consumir mais do que 5g de cloreto de sódio (sal de cozinha) diariamente. Entretanto, o consumo diário médio do brasileiro é de 12 g, mais do que o dobro do recomendado.
O problema é que esse excesso de sódio no organismo pode provocar doenças como a hipertensão arterial, além de complicações cardiovasculares e renais.
Para conscientizar a população sobre os riscos desse consumo exagerado de sal, o Ministério da Saúde criou em 2011 um programa de cooperação para reduzir o sódio de alimentos em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (ABIA). Graças a essa iniciativa, desde o início do acordo até o final de 2015, mais de 14,9 toneladas de sódio já foram retirados dos produtos processados.
A meta é que, até 2020, 28,5 toneladas sejam retiradas da alimentação dos brasileiros.
O plano de redução tem quatro etapas, sendo que os dados de três dessas fases já estão sendo divulgados. Os alimentos das três etapas iniciais foram: pão de forma, bisnaguinha, macarrão instantâneo, bolos, snacks de milho, maionese, biscoitos, margarinas, cereais matinais, caldos e temperos.
No ano que vem serão divulgados os dados de redução de sódio para os seguintes produtos: empanados, hambúrgueres, linguiça, mortadela, presunto, queijo mussarela, requeijão, salsicha e sopas.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

879 - A revisão do Código de Ética Médica

Está aberta à participação dos médicos e das entidades da sociedade civil a revisão do atual Código de Ética Médica.
As contribuições para a revisão, que já podem ser enviadas e apresentadas por meio do hotsite www.rcem.cfm.org.br, são muito importantes para discutir e aperfeiçoar a prática profissional, frente às necessidades da sociedade brasileira e aos avanços científicos e tecnológicos.
Atualmente, o Código de Ética Médico, revisto e atualizado em 2009, é composto de um preâmbulo com seis incisos, além de 25 incisos de princípios fundamentais, 10 incisos de normas diceológicas (direitos profissionais), 118 artigos de normas deontológicas (deveres) e quatro incisos de disposições gerais.
A Linha do Tempo do Código
1867 - Gazeta Médica da Bahia publica uma tradução portuguesa do Código de Ética Médica da Associação Médica Americana.
1929 - O Boletim do Sindicato Médico Brasileiro publica o Código de Moral Médica, uma tradução do código de mesmo nome aprovado pelo VI Congresso Médico Latino Americano.
1931 - É aprovado no I Congresso Médico Sindicalista o Código de Deontologia Médica, que também estabeleceu a criação de um “Conselho de Disciplina Profissional”.
1945 - Surge o primeiro Código de Ética Médica oficialmente reconhecido pelo Governo brasileiro (Decreto-lei nº 7.955). Além de pôr em vigor o citado Código, o texto, aprovado no IV Congresso Médico Sindicalista, criou os Conselhos Federal e Regionais de Medicina.
1953 - É elaborado o Código de Ética da Associação Médica Brasileira, baseado no juramento de Hipócrates e na declaração de Genebra, adotada pela Organização Mundial de Saúde, e no Código Internacional de Ética Médica.
1965 - Já no âmbito dos Conselhos de Medicina, foi inspirado em códigos sueco, americano e inglês.
1984 - Com algumas modificações, entra em vigor um novo Código, agora Código de Deontologia Médica.
1988 - Como parte do processo de redemocratização, o novo Código resultou da 1ª Conferência Nacional de Ética Médica. O texto foi considerado bastante avançado para a época, por contemplar questões amplas no âmbito da medicina, da saúde e da sociedade.
2009 - Trouxe avanços que envolveram áreas importantes como conflitos de interesses, ensino médico, terminalidade da vida, novas tecnologias e autonomia profissional.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

878 - Carros estacionados ao sol ficam perigosamente quentes

Citações por especialistas
"As crianças morrem em carros com a temperatura tão baixa quanto 17 graus. Basicamente, o carro torna-se uma estufa. Em 21 graus, em um dia de sol, depois de meia hora, a temperatura no interior de um carro é de 40 graus. Depois de uma hora, pode chegar a 45 graus."
- Jan Null, professor adjunto na Universidade Estadual de San Francisco [http://noheatstroke.org/]
Quando as temperaturas exteriores variam entre 27 e 38 graus, a temperatura dentro de um carro estacionado ao sol pode rapidamente subir para entre 54 e 78 graus.
- Centro de Controle e Prevenção de Doenças
Em termos de calor, o aumento ao longo de um tempo, faz pouca diferença se as janelas de um carro estão fechadas ou parcialmente abertas. Em ambos os casos, a temperatura no interior de um carro pode subir de cerca de 40 graus, dentro de uma hora, até mesmo quando a temperatura exterior é apenas de 22 graus.
- American Academy of Pediatrics, estudo  de 2005
Mesmo em um dia relativamente frio, a temperatura no interior de um carro estacionado pode rapidamente subir a níveis perigosos se faz sol lá fora, afirmam pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Stanford. Eles esperam que essa descoberta acabe com o equívoco de que um carro estacionado pode ser um lugar seguro para uma criança ou um animal de estimação em clima ameno. "Há casos de crianças que morreram em dias amenos quanto 21 graus" disse a autora Catherine McLaren, MD instrutora em medicina de emergência. "Embora investigações anteriores tenham documentado os picos de temperatura dentro de um carro em dias extremamente quentes, esta é a primeira vez que alguém olha para os dias mais frios".
- Carros estacionados ficam perigosamente quentes, mesmo em dias frios, estudo da Universidade de Stanford de 2005
Aumento médio da temperatura no interior de uma veículo fechado, com o tempo

05/08/2017 - Atualizando ...
A Invenção Deste Menino Pode Salvar a Vida de Muitas Crianças!, TudoPorEmail

sexta-feira, 8 de julho de 2016

877 - A descoberta da praia

Édouard Manet
Até o século 18, a beira-mar não era um lugar que as pessoas fossem para relaxar. Nos tempos antigos, era onde você podia correr o risco de ser atacado por monstros marinhos como Cila e Caríbdis, piratas sanguinários ou mesmo pegar a varíola. Então, algo mudou. O historiador da Universidade de Sorbonne Alain Corbin explora esta história incomum no livro "The Lure of the Sea: The Discovery of  the Seaside in the Western World, 1750-1840" (O Fascínio do Mar: A Descoberta da Praia no Mundo Ocidental, 1750-1840), uma das fontes para um artigo fascinante na revista Smithsonian sobre a "invenção da praia":
Por volta de meados do século 18, de acordo com Corbin, as elites europeias começaram a divulgar as qualidades curativas do ar fresco, dos exercícios e dos banhos de mar. Especialmente na Grã-Bretanha, onde aristocratas e intelectuais estavam preocupados com a própria saúde. Eles viam os trabalhadores, nas fábricas e novas cidades industriais, com a destreza física reforçada através do trabalho. Em comparação com estes, as classes economicamente superiores pareciam frágeis e decadentes. A noção do "mar restaurador" nascia. Médicos prescreviam um mergulho em águas frias para revigorar e animar. O primeiro resort à beira-mar foi aberto na costa oriental da Inglaterra, na pequena cidade de Scarborough, perto de York. E outras comunidades costeiras surgiram para atender uma clientela cada vez maior de banhistas, que procuravam tratamento para uma série de condições: raquitismo, lepra, tuberculose, gota, impotência, problemas menstruais, melancolia e histeria. Em uma versão anterior da cultura de bem-estar de hoje, a prática de banhos de mar havia entrado para o mainstream.
Descrevendo esta reviravolta notável do "despertar irresistível de um desejo coletivo para a costa marítima", Corbin conclui que, em 1840, a praia passou a significar algo novo para os europeus. Tornou-se um lugar de consumo humano; um cobiçado "escape" da cidade e do trabalho penoso da vida moderna. A ascensão da indústria e do turismo facilitou este processo cultural e comercial. A viagem tornou-se acessível e fácil. e famílias da classe média buscavam a costa em números cada vez maiores. "On the beach" (na praia), no jargão dos marinheiros, em vez da conotação de desamparo (ser preso ou deixado para trás), agora transmitia a ideia de saúde e prazer. E o termo "vacation" (férias), antes utilizado para descrever uma ausência involuntária no trabalho, era a partir de então um interlúdio desejado. (PGCS)
Inventing the Beach: The Unnatural History of a Natural Place (Smithsonian)
The Lure of the Sea: The Discovery of the Seaside in the Western World, 1750-1840 (Amazon)

terça-feira, 5 de julho de 2016

876 - A ressonância magnética dos órgãos genitais masculinos e femininos durante o coito e a excitação sexual feminina

Autores: Willibrord Weijmar Schultz, professor associado de ginecologia, Pek van Andel, fisiologista, Ida Sabelis, antropóloga, Eduard Mooyaart, radiologista
Resumo
Objetivo: Para saber se a tomada de imagens dos órgãos genitais masculinos e femininos durante o coito é viável e para descobrir se as idéias anteriores e atuais sobre a anatomia durante a relação sexual e durante a excitação sexual feminina são baseadas em suposições ou em fatos.
Desenho: Estudo observacional.
Ambiente: Hospital Universitário, na Holanda.
Métodos: A ressonância magnética foi usada para estudar a resposta sexual feminina e masculina e a órgãos genitais femininos durante o coito. Treze experimentos foram realizados com oito casais e três mulheres solteiras.
Resultados: As imagens obtidas mostraram que durante o coito na posição do missionário o pênis tem a forma de um bumerangue e 1/3 do seu comprimento consiste na raiz do pênis. Durante a excitação sexual feminina sem penetração o útero foi levantado e a parede vaginal anterior foi alongada. O tamanho do útero não aumentou durante a excitação sexual.
Conclusão: Tomar imagens de ressonância magnética dos órgãos genitais masculinos e femininos durante o coito é viável e contribui para a compreensão da anatomia.
BMJ 1999 ; 319 doi: http://dx.doi.org/10.1136/bmj.319.7225.1596 (publicada em 18 de Dezembro de 1999)
O vídeo histórico dessa ressonância magnética já ultrapassou a marca de 4,5 milhões de visualizações no YouTube.

sábado, 2 de julho de 2016