quinta-feira, 29 de agosto de 2013

532 - O barbeiro-cirurgião

Era uma profissão relativamente comum na Idade Média. O barbeiro-cirurgião costumava ser incumbido do tratamento dos soldados durante ou após as batalhas.
Naquela época, as cirurgias em geral não eram realizadas por médicos, mas por barbeiros, os quais, além das pequenas cirurgias nos ferimentos dos camponeses, faziam sangrias.
Comumente, os barbeiros-cirurgiões fixavam residência perto de castelos, onde também prestavam serviços para os senhores feudais.
Nas Ilhas Britânicas
O reconhecimento formal das habilidades do barbeiro-cirurgião (na Inglaterra, pelo menos) data de 1540, quando a Sociedade dos Cirurgiões se fundiu à Companhia dos Barbeiros para formar a Companhia dos Barbeiros-Cirurgiões. Note-se que, à época, tais profissionais não eram reconhecidos como médicos. Assim, sob pressão crescente da classe médica, em 1745, os cirurgiões se separaram dos barbeiros para formar a Companhia dos Cirurgiões. Em 1800, por intermédio de um Decreto Real, foi criada a Escola Real de Cirurgiões da Inglaterra.
O último vestígio da tradição de barbeiros-cirurgiões com atuação médica é, provavelmente, o tradicional cilindro de barbearia (ao lado), que sinalizava o local de atuação desses profissionais. As cores do cilindro, costumeiramente em listras de branco e vermelho, representam respectivamente os curativos e o sangue próprios da profissão.
No Brasil colonial
No Brasil dos séculos XVI e XVII, os barbeiros-cirurgiões eram portugueses e espanhóis, cristãos-novos e meio-cristãos-novos que praticavam pequenas cirurgias, além de sangrar, sarjar, lancetar, aplicar sanguessugas e ventosas, arrancar dentes e... cortar o cabelo e a barba. Negros e mestiços também começaram a atuar na profissão a partir da metade do século XVII. Enquanto os barbeiros escravos trabalhavam para os seus senhores, os livres amealhavam para sí próprios os rendimentos de suas atividades e, muitas vezes, mantinham em treinamento alguns escravos. Dentre seus instrumentos constavam navalha, pente, tesoura, lanceta, ventosa, sabão, pedra de amolar, bacia de cobre, escalpelo, boticão, escarificador, turquês e sanguessuga (Hirudo medicinalis). Os mais humildes praticavam suas atividades na própria rua, enquanto os mais preparados tinham suas lojas nas ruas principais. As atividades dos barbeiros-cirurgiões perduraram até o século XIX. WIKIPÉDIA (revisada)
Ilustração
O barbeiro-cirurgião. Do suíço Jost Amman (1533-1591), ilustrador de livros e um dos grandes artistas da xilogravura. Jost se propôs a criar um alfabeto de negócios, registrando com grande clareza, no pré-fotográfico século 16,  "instantâneos" das maneiras como as pessoas conduziam seus negócios e meios de subsistência. Esta ilustração pertence a seu trabalho com Hans Sachs, Eygentliche Beschreibung Aller Staende Auff Erden, o qual foi publicado em Frankfurt, em 1568.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

531 - Uma mesa de dissecação virtual

Esta é uma interessante palestra do TED para apresentar os inúmeros recursos de uma mesa de dissecação virtual. Assista a um corpo humano virtual ser dividido de várias maneiras de modo a conhecer sua anatomia interna.
A mesa foi desenvolvida para as escolas que não dispõem de um fornecimento regular de cadáveres humanos.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

530 - A caverna da tuberculose

Em 1839,o médico John Croghan abriu um tisiocômio (hospital para tuberculose) no interior da caverna Mamute de Kentucky, EUA.
Imaginando que a temperatura e a umidade constantes ajudariam a restaurar a saúde de seus pacientes, ele mandou fazer algumas pequenas construções na parte profunda da caverna (foto), e um certo número de pacientes foi morar lá por vários meses.
Mas o moral no ambiente mal iluminado era baixo, e o ar confinado tornava pior a situação dos tuberculosos.
Um de seus pacientes escreveu:
"Saí da caverna ontem com a impressão de que eu estaria melhor fora do que dentro, no qual os meus pulmões estavam sempre irritados pela fumaça e o meu nariz incomodado por eflúvios desagradáveis, consequências inevitáveis de um local sem ventilação." 
Croghan encerrou o experimento depois de cinco meses e, seis anos após, ele morreu de tuberculose.
Outras entradas
19 - Algumas implicações literárias da tuberculose no Brasil
70 - Ao ar livre
219 - O sanatório voador
452 - T.B. Harlem
476 - Quando se tratava a tuberculose com a respiração das vacas
514 - A guerra ao escarro na luta contra a tuberculose

terça-feira, 20 de agosto de 2013

529 - O efeito Forer

É a observação de que indivíduos darão alta aprovação a descrições de personalidade que, supostamente, foram feitas especificamente para eles, mas que, em verdade, são gerais e vagas suficientes para corresponderem às de um amplo espectro de pessoas.
O nome vem do psicólogo Bertram R. Forer, que demonstrou o efeito em 1948, ao aplicar um teste de personalidade em seus alunos e lhes fornecer os resultados supostamente baseados na análise de cada teste, individualmente.
Em seguida, ele convidou os alunos para que avaliassem as análises em uma escala de zero (muito ruim) a cinco (muito bem sucedido). A média foi de 4,26.
Forer deu a todos os alunos exatamente a mesma análise:
"Você tem a necessidade de que outras pessoas o apreciem e admirem e, ainda assim, é crítico sobre si mesmo. Mesmo que tenha alguns pontos fracos em sua personalidade, geralmente é capaz de compensá-los. Você tem uma considerável capacidade não utilizada e que não tem aproveitado. Disciplinado e controlado por fora, você tende a ser preocupado e inseguro por dentro. Às vezes, você tem sérias dúvidas sobre se tem agido bem ou tomado as decisões corretas. Prefere uma certa mudança e variedade e fica insatisfeito quando é cercado por restrições e limitações. Também é orgulhoso de ser um pensador independente e de não aceitar afirmações de outros sem provas satisfatórias. Mas acha pouco prudente ser sincero revelando-se para os outros. Às vezes, você é extrovertido, afável e sociável; outras vezes, mostra-se introvertido, cauteloso e reservado. Algumas de suas aspirações tendem a ser bastante irrealistas."

sábado, 17 de agosto de 2013

528 - As dez cidades mais poluídas do mundo

A organização não governamental (ONG) Instituto Blacksmith, em parceria com a revista Time e a rede australiana ABC Environment, divulgou sua segunda lista anual das dez cidades mais poluídas do mundo. Entre os dez municípios mais poluídos, dois se localizam na China, dois na Índia, dois na Rússia, um no Azerbaijão, um na Ucrânia, um no Zâmbia (única cidade na África) e um no Peru (único município latino-americano).
No total, cerca de 12 milhões de habitantes são afetados pelas más condições ambientais que possuem essas cidades, tais como poluição atmosférica, água contaminada, exposição a metais pesados etc.
“Essas cidades não estão no circuito turístico, então não há muita atividade global, mas precisamos fazer algo a respeito disso”, comentou Richard Fuller, presidente do Instituto Blacksmith, à Time.
Aqui, a classificação dos dez municípios, com os problemas que possuem e o número de habitantes afetados.
Fonte: Instituto Carbono Brasil
Linfen, China - 1ª cidade da lista

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

527 - Células

Nem todas as células estão orgulhosas de sua função.

domingo, 11 de agosto de 2013

526 - O odor de aspargos na urina

Relacionados a comer aspargos, foram observados os seguintes efeitos na urina:
"[Aspargos] causam um cheiro imundo e desagradável na urina, como todo mundo sabe." ("Tratado de todos os tipos de alimentos", Louis Lemery , 1702)
"Alimento ... afeta a urina com um cheiro fétido (especialmente se cortado quando eles são brancos) e, por isso, alguns médicos tenham suspeitado de que não são bons para os rins. Quando os aspargos são mais velhos, e começam a se ramificar, eles perdem essa qualidade, mas então eles não são mais agradáveis."("Ensaio sobre a natureza do alimentos", John Arbuthnot , 1735)
"Algumas hastes de aspargos comidas, devem dar a nossa urina um odor desagradável ..." ("Carta para a Academia Real de Bruxelas",  Benjamin Franklin , c. 1.781)
"Aspargos "... transformam meu penico em um frasco de perfume." Marcel Proust (1871-1922)
Alguns compostos orgânicos voláteis são responsáveis por esse odor, a saber:
methanethiol
sulfureto de dimetilo
dissulfureto de dimetilo
bis (metiltio) metano
dimetilsulfóxido
dimetil sulfona
Há debates sobre: 1) se todas as pessoas ou apenas algumas produzem o cheiro e (2) se todas as pessoas ou apenas algumas identificam o cheiro.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

525 - Diamantes e espermatozoides

Espermatozoides são bons nadadores em seu, hum, "habitat natural", mas tornam-se notoriamente lentos quando você lhes pede para fazer as mesmas coisas em uma placa de Petri. Esse "fraco desempenho" dos espermatozoides é considerado um problema comum na fertilização in vitro (FIV), mas um novo estudo sugere que isso pode não ser culpa dos pequeninos. Relaciona-se basicamente com a toxicidade celular do poliestireno das placas de Petri.
A mudança dos espermatozoides das placas de Petri de poliestireno para as placas de Petri revestidas por uma nanocamada de diamante pode lhes dar o impulso que eles precisam para cumprir o seu destino. E, desse modo, elevar-lhes uma taxa de sucesso notoriamente baixa na FIV.
Tempo entre a ejaculação e a chegada dos espermatozoides na trompa de Falópio
(Em outras palavras, a quantidade de tempo que o espermatozoide leva para chegar aonde precisa ir em várias espécies animais.)
Vaca: 2-3 minutos
Cobaia: 15 minutos
Porco: 15 minutos
Rato: 15-30 minutos
Hamster: 2-60 minutos
Ovelha: 6-300 minutos
Mulher: 5-68 minutos

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

524 - Associação entre rinite alérgica e enxaqueca

Enxaqueca e rinite alérgica (RA) são duas causas comuns de cefaleia e dor facial, em que mediadores inflamatórios, com função vasoativa, desempenham importantes papéis. Um trabalho, publicado recentemente no Journal of Research in Medical Sciences, teve por objetivo determinar a prevalência de enxaqueca em pacientes com RA.
Em um estudo transversal comparativo, realizado de junho a dezembro de 2010, em pacientes com sinais e sintomas de RA, encaminhados à Otorrinolaringologia (ORL) de um hospital universitário em Rasht, Irã, 46 pacientes com teste alérgico cutâneo positivo para RA foram comparados com 60 pessoas sem sinais e sintomas de RA e com teste cutâneo negativo. Em ambos os grupos, foi investigada uma história de enxaqueca segundo os critérios da IHS (Sociedade Internacional de Cefaleia). A análise dos dados foi realizada pelo teste do qui-quadrado e teste exato de Fisher usando SPSS16. Foram estimados odds ratio para determinar a probabilidade de enxaqueca na RA.
No grupo de casos (14 homens, 37 mulheres, com média de idade de 31,17 ± 8,31 anos) e no grupo controle (23 homens, 32 mulheres, com média de idade de 37,58 ± 12,63 anos), a prevalência de enxaqueca foi de 37% e 5%, respectivamente. As diferenças na prevalência de enxaqueca e enxaqueca sem aura entre os casos e controles foram significativas (P = 0,001). A probabilidade de enxaqueca na RA foi de 8,227 vezes (IC 95%: 2,38-28,42). Em indivíduos com mais de 40 anos, a diferença de prevalência de enxaqueca foi significativa, ao contrário de indivíduos com menos de 30 anos e entre 30 e 39 anos de idade.
Os autores concluíram que existe uma correlação entre enxaqueca, principalmente sem aura, e RA e esta correlação é mais forte com o aumento da idade. 
Autores: Saberi A; Nemati S; Shakib RJ; Kazemnejad E; Maleki M.
Uma resenha de Association between allergic rhinitis and migraine - Journal of Research in Medical Sciences; 2012 Jun;17(6):508-12. Tradução: Medical services

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

523 - Vacinas na vida adulta

Manter a carteira de vacinação em dia não é apenas coisa de criança. Mesmo quem recebeu toda a série de imunizações que devem ser tomadas na primeira infância precisa repetir algumas doses na vida adulta.
A proteção proporcionada pelas vacinas, em alguns casos, não dura a vida toda. Além disso, novas vacinas surgiram nas últimas décadas e muita gente deixou de recebê-las justamente por acreditar que as doses devem ser tomadas apenas na infância.
"Foi com amplos programas de vacinação que o mundo se viu livre da varíola, está prestes a erradicar a poliomielite e eliminou o sarampo de nosso país, entre tantas outras enormes conquistas. Os calendários vacinais são feitos para que se obtenha o melhor resultado nas estratégias de prevenção e controle de doenças”, reforça o pediatra e neonatologista Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
O especialista explica que as vacinas são produzidas com componentes mortos (fragmentos) ou vivos atenuados (enfraquecidos). Ao serem injetados no organismo, são capazes de gerar proteção (produção de anticorpos) sem causar doença em quem foi vacinado. Os falsos conceitos de que as vacinas “injetam a doenças” na pessoa e de que são destinadas apenas a crianças ainda são obstáculos por vezes intransponíveis no caminho da imunização sistemática da população no País.
Recomenda Kfouri:
“Hoje dispomos de vacinas para adultos contra diversas enfermidades: hepatite A e B, tétano, coqueluche, difteria, sarampo, caxumba, rubéola, gripe, pneumonias, infecções pelo HPV, entre outras. As vacinações específicas para adultos são exemplos de oportunidades para reduzir o impacto de muitas doenças na população. Por conseguinte, adultos e idosos, além das vacinas contra sarampo, caxumba, rubéola, febre amarela, difteria, tétano e influenza, deveriam também receber as vacinas contra hepatite B, hepatite A, HPV, doença pneumocócica e coqueluche.”
73 - Vacinação em idosos
232 - Guia de Vacinas Complementares
256 - Vacinas intranasais
340 - Novas vacinas para crianças no Brasil
487 - Histórico da estratégia de vacinação contra a gripe no Brasil