segunda-feira, 28 de novembro de 2011

324 - Mortos, porém pacientes

A técnica de manter cadáveres congelados, anos a fio, para algum dia ressuscitá-los é chamada de criogenia humana. Atualmente, dá resultados com embriões: óvulos fecundados podem ficar congelados, e com boas chances de sobreviverem ao descongelamento, dando origem a bebês. Mas não funcionam, ainda, com pessoas mortas apesar do crescente número de cadáveres congelados à espera de vida nova no futuro. Isto porque os próprios métodos usados para congelar uma pessoa causam também danos às células e estes só podem ser reparados por tecnologias que ainda não estão disponíveis.
Eis algumas informações curiosas sobre o assunto:
  • Nos EUA existem somente duas empresas que oferecem este serviço de forma legal.
  • Atualmente, cerca de duzentas pessoas mortas estão congeladas; outras duas mil pessoas, que estão vivas, têm seus contratos firmados para que passem às instalações quando forem declaradas mortas.
  • A proporção é de três homens para uma mulher entre os que escolhem a criogenia.
  • Animais de estimação (cães, gatos e até um papagaio já estão na "fria") podem acompanhar os donos na aventura.
  • Nas empresas de criogenia os "clientes" são chamados de "pacientes".
Fontes
Until Cryonics Do Us Part, de Kerry Howley, The New York Times

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

323 - Aniversário da morte de José Rosemberg

O êxito da luta contra o tabagismo no Brasil deve-se principalmente a dois nomes: JOSÉ ROSEMBERG e MARIO RIGATTO.
Hoje (24/11) transcorre o sexto aniversário da morte de José Rosemberg (foto). Nascido em Londres, criado e radicado em nosso país, Rosemberg além de seu exemplo de dedicação ao trabalho, deixou-nos um vasto legado de livros e artigos científicos publicados. Dentre os muitos cargos que ocupou, destaque-se o de assessor técnico da Secretaria da Saúde do Ceará, quando prestou grandes serviços a nosso Estado. Era um homem de trato afável, poliglota e muito culto.
Compartilho com vocês esta entrevista (*) que o Prof José Rosemberg concedeu a Drauzio Varela.

(*) matéria enviada pela médica pneumologista e historiadora Ana Margarida Arruda, viúva de José Rosemberg.

322 - Animais que se drogam

holykaw.alltop.com
A embriaguez toma conta do reino animal. De fato, alguns animais podem ter encaminhado os seres humanos ao consumo de uma série de substâncias como a cafeína, o  álcool, a cocaína e aquelas presentes em cogumelos alucinógenos.
As lhamas do Peru, por exemplo, podem ter iniciado povos nativos da América do Sul no consumo de folhas de coca há 7 mil anos atrás.
Antropólogos acreditam também que seres humanos, no continente sul-americano, podem ter aprendido o uso do cipó Banisteriopsis caapi, uma das plantas utilizadas no preparo da ayahuasca, observando os seus efeitos no comportamento das onças pintadas.
Até mesmo a lenda das renas voadoras de Papai Noel pode ter suas raízes em experiências psicodélicas. Sabe-se que elas, após comerem o cogumelo amanita (Amanita muscaria), ficam se contorcendo e fazendo barulhos estranhos. O cogumelo é aquele que contém o muscimol, uma substância alucinógena que as renas eliminam pela urina. Então, um xamã que a tenha ingerido... PGCS

Essas e outras histórias estão em Discovery News.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

321 - Velcro

O velcro foi inventado em 1941 pelo engenheiro suíço Georges de Mestral. Ele se inspirou nas sementes de uma planta (Arctium) que grudavam frequentemente em sua roupa e no pelo de seu cão, durante as caminhadas que faziam pelos Alpes. Após examinar atentamente essas sementes, através de um microscópio, Georges distinguiu nelas filamentos entrelaçados que terminavam em pequenos ganchos: era isso a causa da aderência das sementes a pelos ou tecidos.
E concluiu ser possível a criação de um produto que unisse os dois materiais de uma maneira simples, porém reversível. Desenvolveu e patenteou o VELCRO, e passou em seguida a comercializá-lo através de sua companhia Velcro S.A. O nome faz referência a duas palavras em francês: velours (que significa veludo) e crochet (que significa gancho).
A partir do relatório descritivo de sua patente nos Estados Unidos (US 2,717,437) pode-se ver a simplicidade dessa invenção.  Atualmente, as aplicações do produto são inúmeras e a palavra velcro tornou-se um termo genérico para se referir ao material.
Tensiômetro aneróide: VELCRO na braçadeira
É uma das muitas funcionalidades da vida moderna com a origem em um projeto "bio-inspirado".

Leitura recomendada: An Introduction to Bio-Inspired Design
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Reproduzida no Luis Nassif Online, esta postagem recebeu 17 comentários de seus leitores. Estão sendo aqui divulgadas as 5 mais interessantes:
"Para vocês (Gurgel, Valquíria e Cássia), entendidos no assunto Velcro, substituto do ZÍPER, um aviso:
Se um dia forem comprar ZÍPER no sul do Paraná, peçam FECHO ECLER. Quando morei em Ponta Grossa, e numa loja pedi um ZÍPER, ninguém sabia o que era. Assim também aconteceu quando pedi uma lâmpada. Lá era FOCO.
Ah, e quando minha mulher pediu num armarinho um RETRÓS! Perguntaram a ela: RETRÓS? É um carretel de LINHA. Eles: LINHA, o que é isso? Ela teve pegar um carretel para explicar. Aí eles: Ah, um rolo de FIO?
Mas, o CARRAPICHO também está presente nos matos de meu Triângulo Mineiro. Gruda na roupa e pica deixando um coceira por alguns dias.
É o nosso Brasil!"
Marco Antonio Nogueira
"Sabe aqueles matinhos secos rodando em filmes antigos de faroeste? São da familia do arctium!
http://en.wikipedia.org/wiki/Burdock
Porque as sementes têm esses ganchos elas se agarram a coisas que se movem e se espalham. As dos filmes de farwest não são nativas dos EUA, foram importadas da Russia porque era impossivel saber de olho a diferenca entre elas e as sementes de trigo, que eram então importadas da Rússia na época."
Não achei o link certo das plantas dos filmes, mas aquelas coisas são dolorosas até de olhar, e ferem até cavalos com aqueles espinhos!"
Ivan Moraes
"O velcro propiciou uma evolução num dos mais antigos calçados humanos: as sandálias. Com ele ficou mais rápido calçá-las.
Mas, de vez em quando, as fábricas resolvem chamar um designer e aí o resultado é dificuldade em vez de facilidade.
Alguém acha lógico que para calçar uma sandália com velcro a tira tenha de passar por um elo? E que quase sempre ao descalçar a sandália a tira sai toda do elo?
Por esta e outras passei a achar que o lema dos designers é: Para que simplificar se podemos complicar?
Tudo em nome de uma pseudoestética."
Eugenio, OFS
"Já ouvi esta história da boca de uma tia que mora, desde 1957, em Genebra e foi vizinha do Engº. De Mestral.
Segundo o que ela sempre contou, Ms. De Mestral guardou suas meias cheias de carrapicho no bolso do casaco quando sua mulher mandou tirar as botinas sujas ao chegar de uma de suas caminhadas pelos montes vizinhos.
No dia seguinte, no laboratório da empresa em que trabalhava, ao enfiar a mão no bolso do casaco ele encontrou as tais meias sujas e com os carrapichos, os quais levou ao microscópio. Como ele trabalhava em pesquisa de fibras sintéticas, o sistema de enganchamento dos carrapichos chamou-lhe a atenção e ele ficou dias pesquisando como reproduzir essas fibras em nylon.
Segundo conta essa minha tia (que ainda vive em Genebra, mas não sei se ainda é vizinha da família do engenheiro, que também nem sei se ainda é vivo...) a patente do invento o enriqueceu até a 4ª ou 5ª geração!"
JA
"Lá na roça, quando a gente ia perambular para catar gabiroba, mangaba, jabuticaba-do-mato, araticum, garrafinha, ou caçar passarinho, coisas assim, além de carrapatos em lugares indevidos, voltava com as pernas das calças cheias de:
Picão, uma haste escura, de uns 10mm tendo numa das extremidades diversas pontiagudas formações, que se agarravam firmes no tecido. Corria que seu chá fazia bem para algum mal, não me lembro qual.
Carrapicho, uma bolinha de uns 3-4 mm, com um monte de pequenas hastes pontiagudas, que 'velcravam' no tecido para valer.
Plaquinhas arredondadas, umas ao lado de outras, não sei o nome, que desenhavam como que sinhaninhas(?) na roupa.
Todas sementes, todas com o efeito velcro, mas, ao que parece, ninguém se tocou.
Diz a história que Flemming descobriu a penicilina por acaso, pura sorte. Deve-se notar, porém, que a sorte premiou olhos treinados, prescrutadores, se não a cultura teria ido para o lixo."
Eduardo CPQS

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

320 - O logo da Cochrane

Os objetivos globais e os principais processos científicos da Colaboração Cochrane estão presentes em seu  logotipo. O círculo formado pelo "C" de Cochrane e pelo "C" de Colaboração, numa imagem em espelho, reflete a colaboração internacional que faz o trabalho da entidade ser relevante em escala global. A parte interna do logotipo ilustra uma revisão sistemática de sete ensaios clínicos randomizados (ECR) que comparam os resultados de tratamentos com placebos. Cada linha horizontal representa os resultados de um ensaio  e o "diamante" representa os resultados combinados. A linha vertical indica a posição em torno da qual as linhas horizontais se agrupariam se os tratamentos comparados nos estudos tivessem efeitos semelhantes; se uma linha horizontal tocar a linha vertical, significa que uma observação especial não encontrou nenhuma diferença clara entre os tratamentos. A posição do diamante para a esquerda da linha vertical indica que o tratamento estudado é benéfico. Linhas horizontais ou um diamante à direita da linha mostram que o tratamento fez mais mal do que bem.
Este diagrama mostra os resultados de uma revisão sistemática de ECRs de um curso de curta duração de corticosteróide administrado a mulheres prestes a dar à luz prematuramente. O primeiro desses ECRs foi relatado em 1972. O diagrama resume a evidência que teria sido revelada se os ECRs disponíveis tivessem sido revistos sistematicamente. Uma década mais tarde, indicariam fortemente que o corticosteróide reduziria o risco de os bebês morrerem das complicações da imaturidade. Em 1991, mais sete ensaios tinham sido relatados, e a imagem se tornou ainda mais forte. Este tratamento, por conseguinte, teria reduzido de 30 a 50 por cento a probabilidade de os bebês dessas mulheres terem morrido devido a complicações da imaturidade.
Porque nenhuma revisão sistemática desses estudos fora publicada até 1989, a maioria dos obstetras não havia percebido que o tratamento seria tão eficaz. Como resultado, dezenas de milhares de bebês prematuros provavelmente sofreram (necessitando de tratamentos mais dispendiosos) ou morreram desnecessariamente . Este é apenas um dos muitos exemplos dos custos humanos que podem resultar da falta de revisões sistemáticas nos ensaios clínicos da área da saúde.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

319 - Quantos sentidos nós temos?


Visão, olfato, audição, paladar e tato são os principais. Mas nós temos outras maneiras de sentir e interagir com o mundo. Através da propriocepção, que é a noção de como nossos corpos estão posicionados, e da nocicepção, que é a sensação da dor. E dispomos também dos sentidos do equilíbrio, da temperatura do corpo, da aceleração e da passagem do tempo.
Em comparação com outras espécies, porém, temos os seres humanos algumas "deficiências". Morcegos e golfinhos usam o sonar como orientação; alguns pássaros e insetos vêem a luz ultravioleta; cobras detectam o calor das presas de sangue quente; ratos, gatos, focas e outros animais usam seus bigodes (vibrissas) para obter relações espaciais ou detectar movimentos; tubarões sentem os campos elétricos da água; e pássaros, tartarugas e até mesmo bactérias se orientam pelas linhas do campo magnético da Terra.

Extraído de Top Ten Myths About the Brain, Smithsonian.com

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

318 - Transtornos mentais. Pôsteres



"Eu estava fazendo uma pesquisa sobre saúde mental e me deparei com uma lista de transtornos mentais. Então, escolhi alguns (para criar cartazes), colocando-me sob o desafio de defini-los em estilo minimalista. E comecei com o TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo (imagem ao lado)." Patrick Smith, Adapt.

Clique sobre o link para ver todos os pôsteres da série. PGCS

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

317 - Vias respiratórias robóticas

À direita, acha-se reproduzida uma das ilustrações de E. Benyaminson para o livro "Alô, Eu sou um Robô!", de Stanislav Zigunenko (Russia, 1989).
Vias respiratórias superiores são bastante complexas nos seres humanos. Ao recriá-las para um robô, Benyaminson exala uma simplicidade inocente, afinal essa gravura é para um livro destinado a crianças.

ajourneyroundmyskull

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

316 - SILICOSE. Texto traduzido

A silicose, uma das mais antigas doenças ocupacionais, ainda é responsável pela morte de milhares de pessoas, a cada ano, em todo o mundo. É uma doença pulmonar incurável, causada pela inalação de poeira contendo sílica cristalina livre. É irreversível e, além disso, a doença pode progredir mesmo quando a exposição cessa. Exposições extremamente altas estão associadas com uma menor latência e uma progressão mais rápida da doença.
A sílica é liberada durante operações em que rochas, areias, concreto e alguns minérios são quebrados e fragmentados. O trabalho em minas, pedreiras, fundições, construção civil, manufatura de vidro, cerâmica e em situações onde se usam pós abrasivos são especialmente arriscados. Outra atividade de alto risco para a silicose é o jateamento de areia. Qualquer jato abrasivo, mesmo que este não contenha sílica, apresenta risco para a silicose, quando utilizado para remover materiais que contenham sílica, como acontece nas fundições. Algumas outras atividades de limpeza a seco, com ar pressurizado, também podem gerar grandes quantidades de poeira. Por isso, mesmo ao ar livre, estas atividades podem ser perigosas.

Traduzido e adaptado de um documento da OMS. Para ler o texto completo clique aqui.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

315 - A nicotina vicia?


Para James Johnston, da R.J. Reynolds, Joseph Taddeo, da U.S. Tobacco, Andrew Tisch, da Lorillard, William Campbell, da Philip Morris, Edward A. Horrigan, do Liggett Group, Donald S. Johnston, da American Tobacco Company, Thomas E. Sandefur Jr., presidente da Brown and Williamson Tobacco Company, a nicotina não vicia.
Atestaram assim perante o Congresso dos EUA e, por suas inabaláveis convicções, tornaram-se os ganhadores do Prêmio IgNobel de Medicina de 1996.